Texto
Áureo
Jeremias
18.2
Levanta-te,
e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
Verdade
Aplicada
Não era
somente Jeremias que deveria descer até a casa do oleiro. O povo precisava
aprender sobre quem era Deus e os planos que tinha para a nação.
Textos de
Referência
Jeremias
18:2-6
Levanta-te,
e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
E desci à
casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas.
Como o
vaso, que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele
outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer.
Então,
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Não
poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor.
Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de
Israel.
Vasos de Barro
O barro
nada mais é do que a mistura de argila e água. Basicamente, é o pó da terra bem
hidratado. Foi esta a matéria prima escolhida por Deus na criação do homem. O
barro "in natura" é abundante e não possui valor comercial elevado.
Mas, em mãos talentosas, se transforma em peças valiosas, disputadas por colecionadores
em leilões da alta elite. Neste caso, o mérito não é do barro, mas sim, do
oleiro. Fomos feitos do barro para que Deus manifestasse sua glória através de
nossa existência, sem que exista margem para competições egocêntricas.
Podemos dizer que o Espírito Santo de Deus que habita em nós é uma pepita de
ouro depositada num recipiente de argila. Se fossemos feitos de ouro também, a
vaso teria mais valor que o tesouro nele guardado. O apóstolo Paulo nos advertiu
em II Coríntios 4:7, que a excelência do poder que há em nós, vem (e é) de
Deus, e Ele deposita seus tesouros dentro de vasos comuns.
Mas, não
se sinta menosprezado por ser feito de barro. É exatamente esta condição que
atrai sobre nós a misericórdia e o cuidado de Deus. Paulo se alegrava desta
fragilidade. Quando se sentia fraco, na verdade estava mais forte, já que o
poder de Deus se aperfeiçoava em suas fraquezas (II Coríntios 12:9-10). No
Salmo 103, Davi faz uma dissertação ainda mais aprofundada sobre o tema,
concluindo que “as quebras” são inerentes ao processo de fabricação do vaso. Afinal,
a matéria prima é quebradiça, e Deus conhece estas limitações. Ele começa seu
devocional conclamando sua alma para bendizer ao Senhor com todas as forças do
seu ser. O motivo desta adoração é citado já no verso abaixo: - “Não se esqueça de nenhuma de suas
bênçãos” (Salmo 103:2). Deus está inabalável no seu Santuário e
nenhuma ação humana pode desestabiliza-lo. Ele é o dono do universo e tem cada
fragmento da imensidão sobre seu controle. Deus não tem nenhuma obrigação para
com o ser humano, já que este tem lhe voltado às costas e traído sua confiança
desde os primórdios do tempo. Mesmo assim, o Senhor tem cuidado de nós, desde
quando ainda éramos informes, um amontoado de argila na beira de um rio
qualquer (Salmo 139:15-16).
Deus move
suas mãos em nosso favor sem que haja qualquer obrigação nisto. Ele cuida de
nós simplesmente porque assim o deseja. De uma forma inexplicável, Deus nos ama
acima de tudo. Dele provém a vida, o ar que respiramos, o alimento que nos
sustenta, a água que sacia nossa sede, a força vital que nos mantém em pé. Se
Deus decidisse cessar seus cuidados para conosco no dia de hoje, poderíamos
viver outros cem anos, que ainda faltariam dias para agradecer pelo que ele já
nos tem feito. Porém, nossa ingratidão fala sempre mais alto, e tratamos Deus
como um gênio da lâmpada com a obrigação de atender nossos desejos mesquinhos.
Se isso não acontece, o substituímos em nosso coração. Mas, ao contrário do
homem, tão recíproco em suas relações, Deus se mantém fiel apesar de nossas
infidelidades, e seu cuidar nunca cessa (II Timóteo 2:13 / Salmo 103:17).
Ser grato
é demonstrar reconhecimento por alguém que prestou um benefício, favor ou
auxilio. É uma dívida de honra que deve ser quitada para não manchar a índole
ou o caráter de um indivíduo. É um ato de nobreza obrigatório e uma virtude que
ressalta aos olhos de Deus aqueles que o amam de coração. A verdadeira gratidão
não é aquela mostrada quando conseguimos um bom emprego, conquistamos a casa
própria, trocamos de carro, fazemos a viagem dos sonhos ou obtemos uma promoção
ministerial. Apesar de também precisamos ser gratos por cada benção
alcançada (bem como pelas que ainda não conseguimos ou sequer vamos
alcançar), devemos primeiramente ser gratos a Deus pelo que Ele “é” e não pelo
que Ele “faz”. Deus sabe que somos feitos de pó, e mesmo assim revela em nos a
sua glória (Salmo 103:14). Não porque somos merecedores, mas, por que Ele é
generoso. E paciente.
No Salmo
103, Davi não conclama sua alma para ser grata pelas vitórias alcançadas, pelas
riquezas acumuladas, pelo palácio luxuoso ou pelo crescimento monumental de
Jerusalém. Ele quer que sua alma louve ao Senhor por coisas muito mais
valiosas, que transformam as preciosidades da terra em latarias enferrujadas:
- Bendiga
ao Senhor a minha alma! Bendiga ao Senhor todo o meu ser! É ele que perdoa
todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da
sepultura e o coroa de bondade e compaixão. O Senhor faz justiça e
defende a causa dos oprimidos. O Senhor é compassivo e misericordioso, mui
paciente e cheio de amor. Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre;
não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas
iniquidades, ele afasta para longe de nós as nossas transgressões. Como um pai
tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem.
(Salmo 103:1-14 – NVI ‘resumo’).
Deus é um
oleiro que trata seus vasos como filhos. Deus é um pai que esculpe seus filhos
como um vaso. Ele conhece muito bem o vaso e ainda melhor o barro. O cristão
precisa ter a consciência de que é proveniente do pó da terra. Assim sendo,
somos vasos de barro na mão do oleiro e é necessário que estes vasos estejam
desembocados para que o Espírito Santo os encha com o óleo precioso da unção. Uma
vez que o crente entende que ser cheio do Espírito é uma dádiva concedida e não
um mérito conquistado, ele estará apto a exercer com dignidade as atribuições
que o Espírito lhe conceder. Vasos se sujeitam integralmente ao oleiro. Filhos
respeitam e são gratos aos seus pais.
O profeta
Jeremias acompanhou o trabalho do oleiro para no final das contas, presenciar
uma tragédia, já que o vaso, quando já estava quase pronto, se quebrou. Talvez
no entendimento de Jeremias, o destino dos fragmentos seria o lixo, mas, para o
oleiro, nada estava perdido. Ele conhecia as características da matéria prima
com a qual estava trabalhando, e sabia muito bem como reaproveitá-la. Não era
preciso descartes, apenas ajustes. Dá para recuperar um vaso quebrado. Ao final daquele dia, um vaso novo e perfeito
estava pronto para ser queimado na fornalha da olaria. Uma matéria prima
abundante e comum, havia se transformado em obra de arte, mesmo que durante o
processo, tenha sido necessário um recomeço. E qual a mensagem de Deus para o
profeta após esta aula prática de artesanato?
- Não
poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? Diz o Senhor.
Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de
Israel. (Jeremias 18:6)
Lições aprendidas na casa do oleiro
Insisto em
dizer, que em minha humilde opinião, o livro de Jeremias é um dos mais belos e empolgantes
escritos bíblicos. E, especificamente, a passagem registrada no capítulo dezoito,
é de uma beleza rara. Embora seja um texto dos mais conhecido, e na verdade, pouco
compreendido por muitos que fazem uso do mesmo. Em primeiro lugar, nunca
devemos ignorar o contexto histórico, nos quais os eventos e as palavras estão
inseridas. Vale relembrar que este povo estava em uma desenfreada situação de
apostasia, imerso em pecado, sendo assim, a mão da justiça do Senhor estava
estendida para operar, trazendo correção aos judeus. Antes, porém, o Senhor
trouxe uma série de alertas antes de agir. Jeremias
foi levantado como uma voz de atalaia, ministrando os desígnios e a vontade do
Senhor. Mesmo assim, o povo ainda continuava em seus delitos e pecados, embora
o Senhor insistisse em revelar seu amor justo e perfeito. Deus não desejava
castigar a nação, mas sim, traze-los de
volta ao seus braços de amor e de misericórdia. Diante a resistência do povo, Deus
agora convoca o profeta a descer na casa de um oleiro que estava a confeccionar
um vaso de barro.
Tudo que o
profeta precisava era observar o modo de trabalho do oleiro. Dali, Deus daria a
mensagem que o povo precisava. Ao observar o trabalhar do oleiro, Jeremias vê
que em certo momento, o vaso quebra nas mãos do oleiro, e de imediato o oleiro
recomeça o trabalho de reconstrução do vaso. O texto é bem claro quando nos
informa que o oleiro fez outro vaso, como bem lhe parecia.
Deus
queria mostrar ao profeta que Ele, o Senhor, é o supremo oleiro, e que tem o
poder de fazer como lhe apraz, e isso inclui o trabalhar sistemático em seus
vasos. Nada e ninguém pode orientar ou
questionar o seu trabalho. Vejo aí o poder de Deus para fazer em nós trabalho difícil
e a ação impossível. Deus diz ao profeta: - não posso eu fazer como fez esse
oleiro com o meu povo? Pois o meu povo é como barro nas minhas mãos e eu sou
supremo oleiro. Grande verdade temos nesses versos, pois a cada situação em
nossas vidas, vemos o trabalhar de Deus em nós.
Temos neste
texto, outra questão de grande importância, e que muitas vezes não observamos.
Pela iluminação divina, o comentarista desta lição nos traz luz sobre o fato de
Deus ter dado duas ordens ao profeta Jeremias: - “levanta-te e desce”. A ordem de levantar é
uma tomada de posição, é colocar-se à disposição de Deus em tudo lhe apraz. O
profeta precisava daquele incentivo do Senhor, pois a partir deste evento, seria
levado a ter uma visão mais ampla do que Deus faria a Judá. Ao contrário do que
se pensa, muitos dos que se “auto denominam” profeta ou porta-voz de Deus; é necessária
uma disposição e uma posição que venha agradar ao Senhor Jesus, pois não é de
qualquer maneira que Deus quer nos usar. Tem muita gente que quer ser usado por
Deus, mas, não quer se colocar na posição que Deus quer.
Outra
verdade aqui, é o fato de Deus dizer ao profeta que além de levantar, ele
deveria “descer”. Essa palavra é para muitos de nós, uma dura e triste
realidade; pois em regra geral, temos dificuldades para nos humilharmos, mesmo
que seja debaixo da potente mão de Deus (I Pedro 5.6). Descer a casa do oleiro,
era para o profeta tão didática, quanto vital. Ali, um profeta que anunciava tragédia
para a sua geração, teve uma revelação impactante sobre um futuro de
restauração sobre seu povo. Jeremias podia ter rejeitado o “convite” feito pelo
Senhor, e ocupar seu dia com atividades que julgasse mais produtivas. Ele não
esperava ser impactado por Deus na casa do oleiro, mas, é justamente de onde
não esperamos, que coisas grandes e maravilhosas tendem acontecer. A surpresa
foi grande para o profeta, ele aprendeu que para Deus falar conosco não tem
lugar e nem hora, o Senhor simplesmente fala e está falado.
Outro
aspecto nesta lição, que me chamou bastante a atenção, está na paciência do
profeta. Ele teve que esperar pacientemente, até o momento em que pode entender
o que Deus queria lhe falar naquele local inusitado. No reino de Deus nada é
automático. Tudo tem o seu tempo e hora de acontecer. Deus quer nos usar em sua
obra, mas, tudo que precisamos é ter paciência, pois o Senhor trabalha com a
eternidade. Faz-se necessário descer na casa do oleiro, e sem pressa, se pôr a
observar seu trabalho. Oremos ao Senhor, buscando nele a graça para aprender com
paciência. A casa do oleiro é um lugar de aprendizado lento e maturado. Mas, se
aguardamos com temor o momento certo, o Senhor nos dará suas orientações e sua
visão.
Infelizmente,
hoje, muitas pessoas não querem ouvir Deus lhes ensinar, e isto resulta numa invasão
heresias, as quais se revelam em multifaces, descaracterizando a verdadeira
pregação do evangelho. É preciso voltar com urgência para a casa do oleiro,
pois é lá que recebemos de Deus sua revelação. Não tem melhor lugar para um
vaso estar, do que nas mãos do oleiro. E hoje, Ele é Jesus.
Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição
10
O profeta desce a casa do oleiro
Comentarista: Pr.
Clementino de Oliveira Barbosa
Introdução
Somos
vasos feitos pelos oleiro (Deus). Ainda que a nossa vida tenha sido quebrada
por desilusões, frustrações, temores e aflições, Deus está disposto a nos
restaurar e fazer de cada um de nós um vaso novo.
O grande
Oleiro está aperfeiçoando o seu povo
O Senhor
Deus utiliza uma parábola para ilustrar o Seu agir em relação ao Seu povo.
Assim como o oleiro é capaz de continuar trabalhando com o material, mesmo que
o vaso tenha se quebrado, também o Grande Oleiro poderia restaurar a nação de
Israel, caso se arrependesse (Jr 18.6-8).
Jeremias desce à casa do oleiro.
Deus deu
duas ordens ao profeta Jeremias: “Levanta-te e desce” (Jr 18.2). Levantar-se é
tomar uma posição é se colocar na maneira correta que o Senhor quer. Para fazer
a Sua obra não pode ser de qualquer jeito (Jr 48.10). Existem muitos irmãos que
até querem fazer a vontade de Deus, mas não querem se colocar na posição que o
Senhor orienta. A obra de Deus deve ser feita como Ele quer! Alguns até ficam
abatidos e põem-se a chorar e lamentar como Jeremias (Lm 3.49). Mas a ordem de
Deus para ele foi: “Levanta-te e desce”! Quer ser abençoado? Levante a cabeça e
desça na presença do Senhor.
Em toda a
narrativa da humanidade, o homem sempre quer estar por cima dos outros. Seu
desejo é ter sucesso, importância, fama, dinheiro status. Tudo isso as pessoas
procuram, todo mundo quer ascender na vida! Para nós, cristãos que quer ser
vitorioso na caminhada neste mundo, progredir como membro do Corpo de Cristo e
crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, o único caminho é a submissão.
Para subir, primeiro tem que descer! Descer significa: se quebrantar diante do
Senhor de Israel, reconhecer que nada somos e que Deus é tudo. É estar afetuoso
à voz de Deus.
O povo de Deus tem que ser paciente.
Um dos
aprendizados do profeta Jeremias na casa do oleiro foi o exercício da
paciência. Nos dias atuais, a paciência é um artigo de luxo, uma vez que é
pouco utilizada. O vaso quebrou na mão do oleiro. Ele não reclamou, mas tornou
a fazer outro vaso com a mesma alegria (Jr 18.4). Enquanto o povo de Deus
estiver na terra, ele está sendo aperfeiçoado continuamente. Este
aperfeiçoamento passa, às vezes, pela disciplina, quebrantamento e provação
(1Pe 5.10; Fp 1.6).
Quando o
assunto é paciência, nossos olhos incidem sobre a figura de Jó (Jó 6.11).
Embora nem todos conheçam os aspectos da vida desse personagem bíblico, sua
vida foi admirável e de plena confiança na providência divina. Jó em meio a
toda provação não se desesperou, prosseguiu a depositar todo o seu amor em Deus
e sua esperança na misericórdia dEle. Por isso, foi ressarcido. O Senhor lhe
devolveu em dobro tudo o que ele havia perdido É a paciência que nos permite
confiar sempre na soberania de Deus (Tg 5.10-11).
Deus pode contar conosco?
O Senhor
está nos observando! É na submissão a Ele que está a nossa vitória.
Necessitamos fazer a vontade do Senhor, mesmo que não a compreendamos, assim
como fez o profeta Jeremias. Ele poderia ter discutido sobre o que iria
aprender com o oleiro, mas não fez isso. Pelo contrário, ele atendeu à ordem do
Senhor sem interpelar e lá pôde ouvir a voz do Eterno Deus (Jr 18.5). Se Deus
nos deu uma missão, não tardemos em cumpri-la e, assim assistiremos o agir de
Deus em nossas vidas!
Jeremias não
poderia estar no mesmo nível espiritual do resto do povo de Israel. Ele
precisava ser diferente dos outros para tal missão. Deus contou com Ester para
que o rei tivesse compaixão do Seu povo. Deus chamou Moisés para libertar o
povo do Egito. Deus levantou Davi para governar o Seu povo. Deus escolheu Paulo
para plantar Suas igrejas na terra. Assim como Deus contou com estes homens e
mulheres, Ele conta conosco para realizarmos a Sua obra.
É preciso
descer na presença de Deus
A segunda
ordem do Senhor ao profeta Jeremias foi: “desce” (Jr 18.2). Descer significa se
humilhar diante do Senhor, reconhecer que nada somos e que Deus é tudo. É estar
sensível à voz de Deus. Essa é a parte mais complicada, porque, para o cristão
subir, ele tem que descer. É na humildade que está a vitória. Podemos descer na
presença do Senhor de várias maneiras, tais como jejum, adoração e oração (Sl
145.18-19). O Senhor humilha os exaltados, mas exalta os humilhados (Tg 4.6).
José teve que descer para subir.
José, o
filho mais novo de Jacó, foi lançado por seus irmãos em um poço, porque eles
invejavam o carinho que seu pai apresentava por ele (Gn 37.24). Depois de ser
atirado neste poço, ele é vendido como escravo e lançado em uma prisão, até ser
exaltado por Deus como o segundo homem mais poderoso do Egito, a grande
potência da época (Gn 41.38, 45).
O Senhor ouve
as nossas orações, até mesmo se estivermos na mais profunda cova (Lm 3.55, 57).
Em geral, quando pensamos em cova, nos vem à memória morte, sepultura, dor e
provação. Os irmãos de Jose´, movidos por uma inveja descabida, queriam
mata-lo. Entretanto, Deus usou a cova para abençoar a vida de José. A inveja
dos irmãos de José fez com que eles o comercializassem como escravo para o
Egito (Gn 37.18, 28). Nós temos uma visão muito restrita do presente e do
passado. Por outro lado, Deus tem uma visão plena de tudo. Nossa visão é
imperfeita. Ele faz com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que
o amam (Rm 8.28). Deus estava preparando José para ser o segundo homem mais
importante da terra e, assim, livrar mais tarde o seu próprio povo da fome,
para que a promessa de Deus a Abraão se cumprisse, de ser uma nação tão
numerosa quanto as estrelas do céu (Gn 15.5).
Paulo, o homem que caiu para esse mundo e suas tolas convicções.
Paulo
precisou cair em terra para ouvir a voz do Senhor. Todavia, sua visão se abriu
para ver o mundo sob nova perspectiva. O que é mais marcante nesta narrativa é
que o próprio Jesus, a quem ele tanto perseguia, lhe diz: “Saulo Saulo, por que
me persegues”? (At 9.4). Neste momento, este homem tem a sua vida transformada
de uma maneira tão intensa que o grande perseguidor de cristãos se torna
perseguido devido a intensidade de suas pregações.
Deus conhecia
Paulo e o separou para ser um vaso em Suas mãos. Depois que Paulo caiu por
terra, ao ouvir a doce voz do Senhor falando com ele, nunca mais foi o mesmo.
Passou por diversas provações, mas sempre levantava a cabeça e ia adiante, pois
tinha a certeza que Deus estava com ele. Tornou-se, sem dúvida alguma, um
grande missionário e plantador de igrejas.
Zaqueu, o homem que não foi mais o mesmo.
Descer é
colocar-se dependente e submisso a Jesus, isto é, aprender com o Mestre, que,
sendo de condição divina, se fez um de nós (1Co 5.21). Os impostos cobrados por
Zaqueu eram direcionados para o imperador romano. Os judeus tinham que pagar
pesados tributos por intermédio destes cobradores, que eram odiados por fazerem
este tipo de serviço, considerado sujo, para Roma. Entretanto, Jesus levanta o
olhar e diz: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua
casa”. (LC 19.5). Jesus, embora fosse judeu como os demais, apresentava algo a
mais, como amor, compaixão, piedade, etc. Este encontro mudou a vida de Zaqueu.
Ele nunca mais foi o mesmo depois deste momento.
Quando adentra
em nossos corações, Jesus transforma toda nossa história. Assim foi com Zaqueu.
Este homem queria ver Jesus, não se importando se alguém iria achar vergonhoso
que um homem como ele subisse em uma árvore no meio da rua, como se fosse uma
criança. O que lhe importava naquele momento era ver Jesus. Zaqueu nunca mais
foi o mesmo. Ele passou a ser atraído pelo amor de Cristo.
É preciso
levantar e despertar
O profeta
Jeremias precisou tomar uma atitude, isto é, se preparar, sair de um estado de
acomodação, colocar-se na posição que Deus queria, para fazer a Sua vontade.
Não devemos estar apenas na igreja, é preciso estar nas mãos do oleiro. O
eterno Deus quer ser o oleiro que modelará nossas vidas. Por isso Ele falou:
“Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro”? (Jr 18.6). Imediatamente, o
profeta Jeremias se levanta, sai da posição de inércia, desce à casa do oleiro
e lá o Senhor palestra com ele. Deus está requerendo de nós que marchemos em
Sua obra para Ele palestrar com cada um de nós.
A casa do oleiro.
Como o
barro estava na mão do oleiro, assim estava o povo de Israel na mão de Deus (Jr
18.6). A casa do oleiro é um lugar de aprendizado. O Senhor nos transmite duas
lindas lições importantíssimas na casa do oleiro. A primeira é que na casa do
oleiro é lugar de ouvir a voz de Deus. Ao escutarmos a Palavra do Senhor, nosso
caráter é moldado e transformado, aproximando-nos mais de Deus. A segunda lição
que aprendemos é que a casa do oleiro é um local onde aprendemos ser humildes. Lá
aprendemos a abandonar o nosso egoísmo, pois afinal, somos todos irmãos. É o
lugar onde, ao chegarmos, nos ajoelhamos em sinal de humilhação. Então, que
possamos descer todos os dias à casa do oleiro para o Senhor falar conosco e
moldar nosso caráter.
O oleiro que
Jeremias observou representava o próprio Deus, cuidadoso e bondoso, que nos
aprimora em nossa timidez e anseia ter um relacionamento familiar conosco.
Deus, o nosso oleiro, mesmo com toda Sua força e poder, escolheu amar um
“objeto” tão frágil e cheio de limitações, que somos nós. Se abandonados à
nossa própria sorte, somos como o barro, sem vida e sem forma. Deus é o oleiro
que toma esse barro, trabalha nele e o modela segundo o Seu desejo. O barro é
totalmente dependente nas mãos do oleiro. Ele fica no formato que o oleiro
deseja. O oleiro é especialista em fazer do barro o que lhe agrada. Foi o
Senhor quem nos fez e nos desenhou. Ele é quem nos molda segundo o Seu querer e
para os propósitos imperantes da Sua vontade.
Um vaso na mão do oleiro.
A
definição da palavra oleiro nada mais é do que aquele que produz objetos de
barro, entre eles, o vaso. A quebra do vaso tinha o intuito de alertar o povo
de Israel de seus graves pecados (Jr 18.4). Representava o julgamento da nação
de Israel. Judá estava passando de vaso de honra para vaso de desonra e, por
fim, seria destruído (2Tm 2.20-21). Assim, como vaso de honra, sejamos
dependentes do oleiro (Deus), sabendo que a força, o poder e o tempo estão em
Suas mãos. Que possamos refletir que tipo de vaso estamos sendo na mão do
Senhor! Vasos de honra ou vasos de desonra?
O vaso é uma
obra de arte do oleiro. Nós também somos uma obra de arte, moldados pelo melhor
oleiro que é o Senhor. O oleiro, com seu treinamento e calma, molda o barro,
que, na roda do oleiro, é inteiramente submisso dEle. Quando está dando forma
ao vaso e por algum acidente ele quebra, o oleiro torna a unir a massa e com
toda paciência faz outro vaso, ainda melhor que o primeiro. Ele jamais abandona
o vaso fragmentado em suas mãos. Deus jamais nos abandona, mesmo quando estamos
quebrados pelos problemas desta vida. Devemos sempre ser vasos de honra nas
mãos do Senhor.
As fases do barro.
O barro
passa por algumas fases na mão do oleiro. São elas: fase da escolha, fase do
curtimento, fase do pisamento, fase dos acréscimos e, por fim, a fase do molde.
O ensinamento que fica para nós nestas fases é que, se quisermos ver vasos de
honra, devemos aprender com as adversidades na caminhada da vida. O barro
demonstra como devemos estar nas mãos do Senhor Deus faz com que o barro seja
amolecido. Amassa-o, molda-o e depois o leva ao fogo. Então, depois dessa arte,
surge um vaso suntuoso, proveitoso e valioso. Surge um vaso de honra!
O barro em seu
estado seco, não serve para ser manipulado pelo oleiro. Existe todo um processo
de recolhimento até a mistura com água e ser pisado, até sair todas as bolhas
de ar, para não enfraquecer na fora de ir ao forno. Após passar por todo este
processo, o barro enfim, se torna mais resistente, estando pronto para ser
modelado e pintado.
Conclusão
Nesta
lição, a qual estudamos sobre o oleiro, aprendemos mais sobre a soberania do
Senhor Deus no processo de moldagem e restauração dos vasos. Ele reconstrói até
o que se destrói e que o mais importante não é o barro, mas as mãos que estão
nele.
Neste trimestre, estudaremos a vida
do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra
do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para
meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias
de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir
nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada
diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta
Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe
neste domingo, 04 de junho de 2017, da Escola Bíblica Dominical.
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