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sexta-feira, 21 de março de 2014

EBD - Budismo, e o seu crescimento sútil e silencioso

A desigualdade social foi historicamente inserida na sociedade indiana mais por questões religiosas do que propriamente sociais. As classes dominantes ocupam posições privilegiadas nesta pirâmide social, sendo tal privilégio alcançado apenas em uma “segunda” encarnação. A origem dessas classes sociais (que ainda se subdividem) esta inteiramente ligada ao deus Brama.
Brâmanes: Sacerdotes auto intitulados “bramas”. Representam a classe mais elevada da sociedade, pois se consideram nascidos da cabeça do Deus Brama.
Xátrias: Guerreiros. Possuem poder político.
Vaícias: Classe intermediaria formada por comerciante, camponeses e artesãos.
Sudras: Servos. Ocupam o posto mais baixo da pirâmide social.
Párias: São os excluídos da sociedade por não serem considerados filhos do deus Brama. A eles é reservado os trabalhos considerados indignos pelas outras castas.
A classificação das castas é determinada pela hereditariedade, sendo proibida a mistura entre pessoas de castas diferentes. A transição de uma casta para outra só é possível pela morte e reencarnação. Quem contrai matrimônio com pessoa de outras castas passa à condição de pária, sendo destituído de todos os direitos sociais. Embora a Constituição Indiana tenha dissolvido o sistema de castas no país em 1950, elas continuam tendo grande influência social na índia moderna, apesar de haver agora mais mobilidade social entre elas.
Muito antes disso porém, por volta do século VI AC, muitos indianos já questionavam a tradição e a rigidez da religião existente: o bramanismo ou religião védica. Foi neste contexto de profunda indagação religiosa e filosófica que o Budismo surgiu.

A Origem de Buda
Siddharta Gautama
De acordo com a Wikipédia, as fontes primas de informações sobre a vida do primeiro Buda são os próprios textos budistas. Estes escritos são compostos por uma grande variação de biográfias tradicionais, nas quais estão incluídos o Buddhacarita, o Lalitavistara Sūtra, o Mahāvastu e o Nidānakathā.
A história mais conhecida é a de um príncipe indiano que, nasceu por volta de 560 AC, e foi criado pelos pais cercado de opulência e longe do sofrimento humano; seu nome era Siddharta Gautama.  Aos vinte e nove anos de idade, teve o primeiro encontro com a realidade fora dos muros do palácio. Enquanto passeava entre as pessoas comuns, encontrou-se respectivamente com um velho, um doente e um morto. Conheceu então os sofrimentos que jamais imaginou existir. Chocado com essas cenas, decidiu abandonar o palácio e a família para encontrar um meio de superar as dores e os sofrimentos humanos.
Dalai Lama
Após seis anos de intenso sacrifício e peregrinação, ele se sentou embaixo de uma figueira para meditar e, depois de oito dias, finalmente diz ter encontrado a luz. Gautama havia descoberto a resposta que tanto procurou: Simultaneamente ele e todos os seres da terra, haviam formado o caminho. Isso significa dizer que o homem depende apenas de si mesmo para ser salvo. Ao adquirir tal “compreensão”, Gautama tornou-se o primeiro “Buda”, que significa “iluminado”.

Na verdade, o Budismo é uma seita que saiu de dentro do Hinduísmo, tornando- se uma nova religião com seus mosteiros, dogmas, texto sagrado e seu próprio entendimento sobre Deus. O Buda “Siddhartha Gautama” não teve nenhuma nova “iluminação”, ele apenas reformou uma tradição religiosa Hinduísta, se auto intitulando como um iluminado. Morreu aos 80 anos de idade, mas os seus seguidores acreditam que o “Dalai Lama”, um monge tibetano considerado o maior líder budista da atualidade, é uma reencarnação de seu fundador.

O Budismo

No século III AC, o Budismo chegou ao sudeste asiático e se difundiu no Sri-Lanka, Tailândia, Nepal e Butão. No primeiro século da Era Cristã, essa seita atingiu a China, a Mongólia, a Coréia e o Japão, estendendo-se para o Vietnã, Camboja e Indonésia. No Japão, adquiriu “status” de religião oficial. Atualmente, esse país nipônico possui cerca de sete mil templos Budistas, sendo hoje o principal centro difusor desta seita no mundo.

Sem ortodoxia definida ou crença divina, o Budismo tem conquistado pobres e ricos mundo afora. Cada país ou região onde o Budismo foi difundido, viu essa religião ganhar contornos populares, novos rituais, mosteiros, templos e diferentes escolas; somando atualmente no mundo mais de 400 milhões de adeptos. Essa seita chegou ao Brasil através dos imigrantes japoneses, no início do século XX e, de forma silenciosa e sútil, dia a dia, registra um crescimento assustador.

Pequenos monges budistas
A grande influência do budismo no mundo atual se dá pela simpatia conseguida com a variedade de abordagens em seus ensinamentos, seja como Religião (pregando a religação da verdadeira natureza); como Filosofia: (onde o amor e a sabedoria alcançam um sentido mais elevado); como Psicologia (mostrando um caminho que conduz ao fim do sofrimento ou carma) e como Ciência (propondo um sistema de conhecimento profundo do funcionamento da mente).

Todo esse conhecimento, a filosofia e a doutrina Budista estão registrados em um conjunto de livros denominados “Cânone”. Escrita originalmente no idioma Páli, essa obra é conhecida como “Tripitaka” ou “Três Cestos”. Cada cesto reúne um tipo de texto, que trata de:

1) Autodisciplina e regras monásticas.
2) Contém os sermões de Buda, as parábolas e histórias contadas para explicar os ensinamentos e a vida de Buda;
3) Doutrinas e a filosofia Budista.

O “Cânone Páli” foi escrito após a morte de Buda e chegou ao Ceilão no século III AC. De lá, propagou-se para outras regiões, incorporando novos textos. O “Cânone Tibetano” inclui além dos sermões de Buda e das regras monásticas, vários tratados filosóficos, poemas, crônicas e textos de medicina e astrologia. Não existe de fato uma bíblia budista, os textos originários não são canonizados, e os cincos preceitos do budismo, são paralelos aos dez mandamentos judaicos. O principio doutrinário budista é que sem os textos de Siddhartha não existe budismo.

Os textos sagrados podem assim ser divididos:

Sutras: discursos atribuídos aos budas e seus discípulos,
Vinaya: regras monásticas;
Abidharma: questões metafísicas e Sutra do Lotus,

Ensinamentos do Budismo

A Teologia Budista é extensa e complexa; acredita-se que Buda deixou oitenta e quatro mil ensinamentos, dentre as quais podemos citar:

Deuses e Homens

Templo Budista Japonês
Os Budistas acreditam em vários deuses, e ensinam que a existência deles é transitória; da mesma forma que é transitória a vida humana. Acreditam que, assim como os homens morrem e tornam a nascer, os deuses também passam pelo ciclo do renascimento. Por esse motivo, para o Budismo, os deuses são insignificantes. Esta é uma seita onde o conjunto de tradições religiosas surgiram pelos ensinamentos de Buda e segundo suas crenças, existiram muitos budas ao longo da história. Os deuses passam pelo mesmo processo humano de renascimento e morte chamado “Círculo de Sansara”, mas em suas afirmações o ser humano é o único que pode atingir o nirvana, e só os humanos geram carma, sendo superiores aos deuses. 

O episódio da criação do homem é uma prova clara que existe um ser Criador e um ser criado, provando assim a superioridade de Deus em relação à vida meramente humana (Gênesis 1:27 e I Timóteo 6:16).

Iluminação

Buda ensinava que a salvação se dá com o fim da própria ignorância. Para isso, seria necessário se conscientizar das “Quatro Nobres Verdades”:

1) Toda existência implica dor - no nascimento, na idade, na morte e na doença.
2) A origem do sofrimento é o desejo e o apego à busca dos prazeres.
3) A solução para o sofrimento está no controle e abandono desses desejos.
4) Conhecer os oito caminhos que levam ao fim do sofrimento.

O Buda
Além disso, os budistas devem seguir um conjunto de normas éticas, denominado “Os Cinco Preceitos”:

Proibição de matar
Proibição de roubar
Proibição de ter relações sexuais ilícitas
Proibição do falso testemunho
Proibição do uso de drogas e álcoo.

Um dos mais importantes  ensinamentos do Budismo, é  chamado de “O Nobre Caminho Óctuplo”, uma espécie de guia para o desenvolvimento mental das habilidades benéficas que devem ser praticadas (a quarta verdade nobre):

1) Compreensão correta - entender os ensinamentos de Buda;
2) Pensamento e atitude corretos - pensar o bem;
3) Palavra correta - não mentir e não usar palavras agressivas;
4) Ação correta - não prejudicar nenhuma pessoa ou animal;
5) Modo de vida correto - não causar sofrimento aos outros;
6) Esforço correto - pensar antes de agir;
7) Atenção correta - manter-se alerta e consciente;
8) Concentração correta - manter a mente calma e concentrada

No budismo são observados inúmeros dogmas no que tange o pós vida. Por exemplo: 

Existem 6 tipos de inferno, 31 dimensões espirituais e 18 céus. Há ainda os saberes do bom e o ruim, pois  para os budistas o que se vive hoje é resultado da vida passada (o carma). No budismo ser bom não é apenas fazer o bem para as pessoas, mas o fazer porque é natural da pessoa, sem interesse.  Se fez coisa boa em vida, morre e reencarna no céu, ou como homem. Mas se for ruim, ou se fez coisa ruim morre e vai para o inferno, pega se os créditos positivos das poucas coisas boas realizadas e assim diminui a pena, cumpri-se um período de pena, e depois de paga-la por completo, reencarna-se, por exemplo, em uma barata.

A Bíblia afirma que a salvação é individual e obedece a três estágios:
1º justificação,
2º regeneração;
3º santificação.

A salvação necessariamente precisa da justificação em Cristo, sem a qual, os outros dois estágios se tomam irrelevantes. Em Romanos 3:20, Paulo afirma que a justiça ou retidão pessoal não é suficiente diante de Deus. O Apóstolo Paulo diz que Abraão não foi justificado pelas “obras” da lei, (Romanos 4:2). Não existe lei ou norma, por mais louvável e nobre que seja, capaz de transmitir salvação aos homens (Gálatas 3:21). Assim sendo, não é a obediência a um “conjunto de regras”, como ensina o Budismo, que salvará o Homem (Romanos 3:28).

O Pecado

No budismo não existe o conceito de “Pecado Original” e todos os seres têm o potencial de atingir o despertar/iluminação, que é o estado mais elevado de virtude e sabedoria onde há três aspectos:

1) Ouvintes: ouviram Buda;
2) Realizadores Solitários Acetas: não ouviram Buda;
3) Iluminação Completa: atingida apenas pelos budas.

Segundo a doutrina budista, o pecado está ligado ao desejo, que causa sofrimento e dor, devendo ser eliminado para que o homem se liberte de sua ignorância. 

A Palavra de Deus prova que o pecado é mais que um sentimento; pois ele penetrou na própria natureza humana (Salmos 51:5), mas também afirma que “onde o Pecado abundou, superabundou a Graça” (Romanos 5:20).

O Nirvana

Para os budistas, o principal problema da existência humana está no fato dos homens não perceberem que vivem em um mundo gerado por seus sentimentos, pensamentos e desejos. Por isso, eles ficam atados às ilusões produzidas pela própria mente, responsável pelo sofrimento humano. Para interromper o processo de ilusões e dores, os budistas indicam o caminho da “Suprema Libertação”, ou seja, a aniquilação de todos os desejos e apegos, quando torna-se possível alcançar um estado de absoluta paz, beatitude e felicidade, definido como “Nirvana”.

Os budistas ensinam que tem que se abster do mal e purificar a mente, e para a pessoa precisa sair da sociedade para purificar o “EU” espiritual, afastando-se da cobiça, da raiva e da ignorância, porque isso atrapalha a chegada ao Nirvana, que para eles vai além do céu, sendo a mais alta felicidade, um estado completamente além do sofrimento.  Todos aqueles que atingiram algum grau de iluminação desfrutam da paz do Nirvana, podendo  ele  decidir se entra no nirvana sozinho ou espera o restante da humanidade. Aqueles que o atingem não estão sujeitos mais ao renascimento e a morte.

Por outro lado, a Bíblia Sagrada ensina que a libertação por meios próprios é ineficaz 
(João 1:29).

O Carma

Templo Budista Brasileiro
A Filosofia budista acredita na existência de um ciclo ininterrupto de encarnações e desencarnações. A repetição contínua de nascimentos e mortes ocorre com aqueles que ainda estão presos às ilusões dos desejos. Ao morrer, o ser humano carrega consigo os efeitos de seus atos e pensamentos. Fica aprisionado, retornando ao plano material com os mesmos impulsos, sensações, atrações e experiências de vida. Daí surge a ideia de “Carma”, a lei de causa e efeito, em que as atitudes e ações negativas e positivas são transmitidas de uma vida para outra. Esse ciclo faz parte das construções da mente iludida. Ao atingir o Nirvana, a superação do “eu individual”, a ilusão de renascimentos é dissolvida. Algumas seitas, assim como o budismo, ensinam que doenças e outros males da vida, são consequências de atos cometidos em encarnações anteriores.  

Mas Jesus ensinou que as pessoas decidem o seu eterno destino em uma única vida (Mateus 25:6). Essa, precisamente, é a razão pela qual o Apóstolo Paulo enfatizou que “eis aqui agora o dia da salvação” (II Coríntios 6.2).

Com um código ético e moral muito vasto, os budistas buscam o livramento da pecaminosidade da carne, onde só conseguem, no máximo, reprimir a natureza do “velho homem”, pois a libertação do poder do pecado só é, alcançada pela graça salvadora que há em Cristo Jesus:

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8.36).


Para conhecer com maior profundidade essa religião que cresce de forma sutil e silenciosa em todo mundo, participe neste domingo (23/03/2014) da Escola Bíblica Dominical.

TEXTO ÁUREO
“Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam”.
Isaías 64:6

VERDADE APLICADA
A justiça própria é inimiga do Evangelho de Cristo; O homem que busca ser salvo por meio de suas boas obras, está enganando a si mesmo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Isaías 64:5-8

Tu sais ao encontro daquele que, com alegria, pratica a justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste, porque pecamos; há muito tempo temos estado em pecados; acaso seremos salvos?
Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam.
E não há quem invoque o teu nome, que desperte, e te detenha; pois escondeste de nós o teu rosto e nos consumiste, por causa das nossas iniquidades.

Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obras das tuas mãos.


Novidade!
Vai ter Café da Manhã pra criançada.



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