Nasci em berço
evangélico, no seio de uma família simples, mas que apesar das dificuldades
enfrentadas diariamente, era unida, sem vícios e livre do mal...
Íamos todos felizes à
igreja, onde eu vivia dando trabalhos aos diáconos. Gostava muito cantar, mas “cobrava”
R$ 1,00 por cada apresentação, daí ganhei do Pr. Elias dos Santos o apelido: “Menininho do um real”.
Mas o menininho
cresceu, virou adolescente e começou a ver o mundo com um olhar diferente. Aos
poucos fui perdendo a vontade de ir à igreja e com 12 anos experimentei maconha
pela primeira vez. Em pouco tempo assumi para meus pais que estava fumando
cigarro e o “clima” começou a mudar em nosso lar. Me tornei desobediente, mas
ainda tinha o controle da situação. Um ano depois me envolvi com o maldito
crack e decretei minha ruína. Deixei Deus de lado, abandonei a escola e
reneguei minha família. Só queria saber das drogas que me davam, e o “menininho do um real” agora era o JJ.
Quando já estava
completamente viciado, com um desejo incontrolável me consumindo, os “amigos”
pararam de me dar droga e agora eu tinha que comprar. Sem dinheiro ou trabalho
comecei a praticar pequenos furtos nas ruas e posteriormente comecei o arrastão
dentro de minha casa... Roubava roupas, carteira, panelas, enfim, qualquer coisa que desse algum dinheiro para
eu manter meu vício.
Com 14 anos meus pais
num ato de desespero me levaram ao Conselho Tutelar e dali fui encaminhado a
uma clínica de reabilitação. Fiquei lá por alguns meses, mas assim que sai tive
uma grande recaída. Me envolvi com coisas ainda mais pesadas e descobri que
aquele mundo tinha suas próprias leis e quem não as cumpria era sentenciado a
morte. Apanhei de traficantes e outros usuários e voltei para a clínica, mas
consegui ficar lá apenas dois dias, saindo ainda pior.
Os conselhos da minha
família não me valiam de nada e a situação ficou tão insustentável que fui
obrigado a sair de casa, passando a morar na rua como mendigo. Passei noites
com fome, pois pão ninguém dava, entretanto a droga nunca faltou. Fui “acolhido”
por um traficante que me deu um barraco pra morar, mas para isso eu teria que
vender uma certa quantidade de entorpecentes para ele.
Infelizmente eu perdi
uma parte da mercadoria e sem dinheiro para pagar a dívida, levei uma surra tão
grande que quase me matou, além disso, eles passavam em frente a casa de meus
pais e mostravam suas armas para intimidar minha família.
Fui na Assembleia de
Deus do Parque do Estado I, numa quarta feira,
muito machucado pela surra que levei. Eu tinha até a meia noite daquele dia
para pagar a dívida, senão seria morto pelo tráfico. O Pr. Nicelzio Paiva
ministrou sobre o convite de Jesus “vinde a mim os cansados”, e naquele
dia eu me reconciliei. Contei para ele o que estava acontecendo e ele me
arrumou o dinheiro que precisava. Paguei a dívida e decide que mudaria de vida.
No outro dia ele me levou a uma clínica evangélica em Amparo para um tratamento
de seis meses.
Desde o primeiro mês
me dediquei a Palavra de Deus e senti o desejo de ser um pregador. Em apenas
dois meses eu pude voltar para casa, completamente transformado, mas ainda não
tinha tido a oportunidade de pregar. Me mudei para Hortolândia numa favela do
Jardim Estrela e foi ali que comecei a pregar a Palavra. Pouco depois fui para
Campinas e Deus me abençoou grandemente.
Recebia convites para
pregar em muitos lugares, conquistei de volta o respeito da minha família e
pude me tornar em exemplo para muitos viciados que desejavam mudar de vida. Em
12/12/09 casei com minha gatinha Hellen, uma levita do Senhor e em 08/06/12
nasceu nossa bebezinha Libiny. Já estou a mais de oito anos pregando a Palavra
por todo o Brasil com meu ministério “Plantando Fé e Colhendo Milagres”.
Tenho ainda muitas
metas a cumprir, mas posso afirmar que hoje sou um grande vencedor.
Nas clínicas dizem
que a droga é uma doença e que a cada dez usuários, somente um consegue se
curar. Mesmo assim, ele ainda estará sujeito a uma recaída, pois o vício vai
estar apenas estacionado. Mas para a glória de Deus posso afirmar que não
estacionei... Sou liberto! O Evangelho
de Jesus Cristo me fez livre.
Hoje dou palestras em
clínicas para dependentes químicos e aconselho famílias para que não desistam
do viciado, pois existe acima de tudo um grande e poderoso Deus, cujo prazer é
tirar as algemas do pecador e o libertar verdadeiramente.
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