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quinta-feira, 17 de julho de 2014

EBD: O Líder vocacionado por Deus


Texto Áureo
Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos.
Gálatas 1:1

Verdade Aplicada
A função de liderança não pertence a todos, mas aqueles a quem Deus escolheu para trabalhar para si em sua seara segundo os seus dons.

Textos de Referência
Gálatas 1:8-12

Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.
Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

Vocação

A palavra vocação vem do grego Klésis e de suas variantes Klétos, Káleo ou Klésin, e significa chamado, convite ou convocação. É um termo que abrange a todos nós. Há um propósito divino em nossa passagem pela Terra (Provérbios 16:4), e só seremos completamente realizados (e consequentemente, felizes), quando cumprirmos esses desígnios a nós reservados. Todos somos vocacionados, e não existem exceções quanto a isto. Deus não criou seres humanos desocupados e inúteis. Ele criou gente para trabalhar, para se ocupar, para executar sua vontade pessoal, para se colocar como instrumento na concretização de seus propósitos. O homem de Deus não precisa ficar esperando um chamado extra especial. Pela sua própria origem e seu DNA missionário, a Igreja já está vocacionada, chamada, separada, eleita e designada para proclamar as Boas Novas (Marcos 16:15).

Existe, porém, uma vocação específica, que embora seja diferente para cada um, possui certa uniformidade estrutural, e é embasada nela, que os DONS MINISTERIAIS são desenvolvidos.

O apóstolo Paulo agradece a Deus por ter-lhe achado digno de atuar no ministério. A palavra ministério, do grego diakonia, sempre traz a ideia de serviço. Assim, ao nos lembrar da Grande Comissão (ide, fazei discípulos... batizando-os... ensinando-os...), podemos concluir que o chamado (a vocação) é para todos os que aceitam a Jesus Cristo como seu senhor. Todos são chamados ao serviço (ministério).

Pessoas são chamadas de várias formas para prestar serviços variados na obra do Senhor Jesus. Não existe uma regra estabelecida que venha determinar se uma pessoa realmente foi chamada ou não. Da mesma forma também nem todos serão necessariamente chamados para fazerem os mesmos trabalhos (1 Coríntios 1:26). No Reino de Deus, há lideranças e serviços em todas as esferas imagináveis para a satisfação e crescimento do Corpo de Cristo na terra.  Cada um servirá segundo a vocação em que foi chamado, de acordo com as necessidades locais e gerais. 

Há uma vocação presunçosa, baseada em indícios, aparências e confiança excessiva em si mesmo, etc. Tal vocação pode ser denominada como "carnal" (I Coríntios 3:3-4). Como ela está baseada em pressupostos não devidamente sondados e confirmados, aqueles que se envolvem num trabalho assim consumam se sentir inseguros, envoltos em confusão e até em rebelião (Números 16:1-50). Há também a vocação pervertida que nasce por se dar ouvidos a "doutrina de demônios" por trás de homens desviados (I Timóteo 4:1-2). Mas é comum tais pessoas basearem seu chamado em vezes ou visões, reivindicando para si autoridade. 

Por outro lado, quando alguém é chamado por Deus em momentos difíceis, descansa nele através de uma fé tranquilizadora e esperançosa. Essa é a origem de tantas seitas e heresias ao longo dos séculos e ainda hoje. Nenhuma elevação, visão, ou "um anjo em pessoa" que trouxer uma doutrina diferente do Evangelho de Jesus Cristo (Novo Testamento) deve ser considerado eternamente maldito (anátema).

Como identificar a Vocação

Há dois aspectos quanto ao assunto vocacional. O primeiro é que Deus chama o homem, para servi-lo, em meio ao seu rebanho (I Pedro 5:2-3). O seguinte é que os líderes são presentes de Deus para o seu povo. Cristo concedeu diferentes dons e ministérios aos homens (I Coríntios 12:4-6).

Esses dons são diferentes das funções administrativas. Tanto os dons quanto os ministérios são importantes para a organização e o crescimento da igreja. "E ele mesmo deu uns para... querendo aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" (Efésios 4.11-12). Os dons concedidos por Deus convergem para uma só finalidade: o aperfeiçoamento dos santos. Deus deixou ferramentas para aprimorar outras ferramentas. Não vocacionou pessoas egoístas que pensam que ministério é uma visão particular, que produz apenas para si mesmo, sem jamais estar ligado ao bem estar de outrem. Esse é um pensamento equivocado e vivido por muitos homens de nossa geração.

O mais importante é que cada um fique na vocação em que foi chamado, quer seja administrando, ensinando ou evangelizando, e não desejando ser outra coisa para a qual não foi chamado (1 Coríntios 7.20). 

Uma vez que reconhecemos nossa vocação, devemos passá-la no teste da submissão, pois historicamente ela é mostrada como uma grande virtude de todo discípulo, e está estritamente ligada a humildade, pois todo aquele que almeja ensinar, precisa primeiramente aprender. Logo a submissão deve ser espontânea e real, caracterizada pela humildade, pelo esvaziamento do “EU” e pela renúncia. Por mais intensa que seja sua vocação, há um tempo determinado para que ele aflore e seja reconhecida pelos homens, e isto se dará no tempo de Deus. Jamais tente apressar as coisas ao seu favor.

Seja sempre o mais preciso possível nas avaliações, reavaliações e releituras de sua caminhada, procurando ser sincero consigo mesmo e com seu Deus naquilo que é essencial para seu ministério, acentuando mais os pontos de luzes que nos são evidentes, do que os sombrios, obscuros e vazios que de certa forma causem incertezas em seu processo de reconhecimento vocacional... Nestes casos, procure resposta em Deus, Pai das Luzes, em quem não há dúvidas, mudanças ou variações (Tiago 1:17).


A Certeza da Vocação

Uma pessoa que se considera chamada por Deus, por questão de prudência, não deveria se apoiar em sinais externos (II Coríntios 5:7). Alguns gostariam que Deus lhes fizesse como Moisés, Gideão ou outros, com demonstrações espetaculares do seu poder. Na verdade, hoje, Deus deseja que nós sejamos o sinal do seu poder. De igual forma, ninguém deve se apoiar em visões, revelações e profecias para tal fim. Por uma questão de cautela, destacamos os sinais internos de uma chamada, que são desejo ardente para fazer a obra de Deus e os dons espirituais que se harmonizam com ela. Esses dois aspectos já foram tratados na lição anterior; porém, eles jamais deveriam ser olvidados (esquecidos). Mesmo assim, externamente, há um sinal decisivo na confirmação de uma vocação. Trata-se da aceitação da vocação dessas pessoas com seus dons e aptidões pela comunidade onde ela serve (Josué 1:17; Esdras 10:4). É, portanto, de suma importância que um candidato, ao pregar, aconselhar, etc., tenha boa aceitação. Por exemplo: Como a igreja reage à mensagem do candidato? Ele realmente influencia os crentes locais? Pessoa aceitam a Cristo convencidas por sua evangelização ou pregação?  Se, na maioria das vezes, sim, isso é um bom sinal (At 16.5). Existe uma enorme diferença entre uma liderança imposto e uma liderança conquistada.

A vocação ministerial, obedece sempre uma sistemática, que nos ajuda em sua identificação e desenvolvimento.

1º) Somos chamados por Deus.

2º) Passamos a ser “incomodados” pelo Espírito a fim de nos engajarmos no ministério.

3º) Partimos para o entendimento daquilo que nos “provoca” e “inquieta”.

4º) Alcançamos o discernimento de nossa inquietação, descobrindo nossa vocação específica.

5º) Iniciamos nossa preparação ministerial.

6º) Assumimos nossa posição estratégica dentro da grande Obra do Senhor.

Podemos resumir todo esse processo dizendo que Deus chama; o homem busca a Deus; o homem recebe um sinal eficaz de sua vocação; o homem assume uma posição diante de Deus.

Logo, a VOCAÇÃO se sustenta em quatro pilares:

O CHAMADO (que parte de Deus)
O DISCERNIMENTO (o vocacionado reconhece seu chamado)
A PREPARAÇÃO (o vocacionado parte em busca do aprimoramento)
O EXERCÍCIO (o vocacionado assume para si a missão proposta)


Segurança e Sinergia Ministerial

É claro que na prática, nem sempre é tão fácil identificar corretamente nossa vocação. Não que Deus seja impreciso ao chamar, mas sim devido à complexidade da natureza humana daquele que é chamado. Existem porem certos fatores estimulados pela providência divina que são indicadores de uma vocação genuína:

- Intensa compulsão interior.
- Crescente amor à alma dos pecadores.
- Inquietante consciência da falta de obreiros.
- Comprovada aptidão natural.
- Percepção gradual da natureza especifica da vocação.
- Persistente vitória sobre os obstáculos a vocação.

E extremamente relevante evidenciar que alguns sinais que consideramos como respostas conclusivas sobre nossa vocação podem ser ambíguos e duvidosos, devendo ser analisados como muita cautela, como por exemplo:

- Tradição familiar.
- Influência de terceiros.
- Facilidade no aprendizado teológico.
-Insucesso na vida pessoal ou profissional.
-Qualificação natural.
- Motivação externa.
-Atração por status eclesiásticos e sedução por vantagens.

Todo ministério iniciado em Deus tem um potencial para suportar grandes pressões. A sua grande fortaleza ou capacidade de resistência reside na fé inabalável de uma chamada divina (Gálatas 1:1). Os que se encontram nessa condição conseguem descansar em Deus na certeza do seu agir. Quão grandes pressões suportaram os servos de Deus diante do seu povo; lembremo-nos de Moisés, de Davi, de Neemias, do Senhor Jesus e Paulo. Eles tiveram, como hoje qualquer um tem, as chances de abortarem a sua missão, de desistir do seu chamado, no entanto foram além da linha da desistência; tudo suportaram por causa da certeza inabalável de uma chamada divina (II Timóteo 2:10). Quem tem visão jamais desiste!

Líderes não vivem pelo que ouvem, mas pela convicção. Eles, com certeza, viram algo que ainda precisamos ver para sermos impactados e impactar nossa geração. A segurança do ministério, da chamada, reside numa única palavra: fé!

Fé é a convicção, é a certeza daquilo que não vemos, mas temos tranquilidade e segurança como se estivéssemos vendo, apalpando.

Ao oferecer vocação a alguém, Deus não abandona essa pessoa, ao contrário, Ele se torna parceiro dela (I Tessalonicenses 5:24). Quando falamos de um ministério sidérico queremos dizer que Deus é cooperado daquele a quem ele chamou (Romanos 8:28). Esse é um trabalho sério por demais, para ser realizado solitário e presunçosamente.  Entra aí outro elemento deveras importante, a humildade (Provérbios 15:33). Tanto os arrogantes quanto os presunçosos possuem em si uma confiança exacerbada. Apenas os humildes recebem cooperação dos outros. Não raro, há pessoas que recebem mensagens de uma vocação ministerial. A partir daí, suas vidas mudam. Elas começam a sonhar alto e entram numa terrível ansiedade para que se concretize tal coisa, não esperando o tempo certo de entrar em cena. Por esse motivo, muitos se tornam impacientes e se desesperam, acabando por cometer tolices (Judas 12).


Vivendo a Vocação

Sabemos que Moisés foi educado por sua própria mãe e, talvez, essa influência o tenha feito agir antes da hora. Ele se precipitou, acreditou que as pessoas ovariam pronto e em condições de libertá-las. Moisés tinha uma vocação, mas ainda não estava como Deus queria para a execução de sua missão. O que fez? Em vez de salvar uma nação, fugiu como um vagabundo deserto afora, para ver se salvava apenas sua vida. 

Esse foi seu balde de água fria e como não se sentiu desestimado após tal sofrimento? Todo grande chamado exige um grande preparo. Espere seu momento.

Se alguém puder viver sem exercer um ministério, que busque enquadrar-se dignamente diante Deus. Afinal, se todos fossem líderes não haveriam liderados. Paulo ensino aos Efésios que são trabalhadores "celetistas" (empregados) ou ainda "servidores públicos" que trabalhem como se estivessem servindo ao Senhor Deus, como se estivessem exercendo um ministério na casa de Deus 
(Efésios 6:5-8). Assim, podemos entender que todo Cristão tem um chamado a um ministério. O nosso trabalho secular pode ser um ministério! Mas, se por acaso, não encontrar realização satisfatória em nenhum setor da vida secular, aceite o seu chamado. Um chamado sempre “persegue” a quem Deus comissiona, é inútil fugir dele. Devemos compreender, acima de tudo, que a liderança na casa de Deus deve ser confiada a pessoas bem resolvidas (II Timóteo 2:2).
Vejamos algumas recomendações importantes:
Aguarde o tempo:
Tempo é um fator fundamental na formação de um líder, seja em que área for (Gálatas 1:18; 2:1; Eclesiastes 3:1). O próprio Paulo foi discipulado por Barnabé por longos anos. Até mesmo a primeira viagem missionária de Paulo, talvez, pudesse ser chamada de viagem missionária de Barnabé; Afinal, os textos iniciais de Atos 13 ressaltam primeiramente a pessoa de Barnabé e não Paulo. Esse tempo de espera é muito precioso para rever uma série de coisas: Será um tempo para refletir mais profundamente acerca do assunto, será um tempo para desenvolver os próprios dons e talentos pessoais, será um tempo para analisar como está a própria família em relação à fé e a à vida cristã.  A necessidade da seara é realmente grande, mas ela precisa de ceifeiros amadurecidos em todos os sentidos. Jesus não disse que havia pouco obreiros; obreiros a igreja tem aos montes, o problema é transformar esses obreiros em ceifeiros (Mateus 9:37). Deus e a Escritura não mudam, mas a sociedade sim. Desse modo, um aspirante à liderança deve também estar em consonância com seu tempo.
Prepare-se incansavelmente:
Ninguém vai para a guerra sem qualquer preparo (II Timóteo 2:4), mesmo porque seria um suicídio certo. E, para guerrear as guerras do Senhor, precisamos de muito preparo. Qualquer soldado nos dias de Paulo passava por um sério preparo físico, vestia-se de sua indumentária e fazia seu juramento para depois partir para a guerra. No campo espiritual, no que tange a assumir a liderança, é importante que o candidato pratique sólidos exercícios espirituais como a incansável leitura bíblica, oração e jejum (I Timóteo 4:8); mas, também, avalie o fruto do Espírito em sua vida reconhecendo suas virtudes e admitindo os seus erros e necessidade de auto aperfeiçoamento. Enfim, o mais importante nesse tempo de espera é o preparo, assim não desperdice nem tempo e nem energia (II Timóteo 2:15). 

Deixe Deus agir nos corações e nas circunstâncias :                                                              
É comum acontecer que alguns motivos pelo insucesso na vida secular concluam que devam então trabalhar na direção de uma igreja ou departamento em tempo integral, vendo seu chamado como um motivo para lucros.  A liderança ou chamado jamais podem ser vistos por esse prisma. Embora a Bíblia nos ensine que o trabalhador é digno de seu salário, não se pode trabalhar na obra de Deus apenas com essa visão, isso seria anti bíblico e perigoso para alguém que se diz vocacionado (Mateus 27:5).  O sucesso ministerial depende única e exclusivamente de Deus. Tudo o que Ele criou foi com um objetivo; basta a cada um de nós descobrirmos para o que fomos chamados.
Alguém que se considera chamado no Corpo de Cristo para exercer liderança é alguém convidado e jamais se impõe como líder. Ele sabe que precisa esperar em Deus e, enquanto isso, pratica exercícios espirituais e influencia outros a quem pode. Até, finalmente, ser confirmado pelo corpo da igreja onde serve como tal, quer seja para um departamento ou mesmo para a direção da própria igreja. Sucesso ministerial é tão somente servir a Deus sendo fiel até a morte. É um contraste total com o conceito de sucesso do capitalismo tão impregnado em todos nós. Na vida secular, sucesso é aumentar os ganhos financeiros, acumular bens e aproveitar as todos os prazeres que o dinheiro pode comprar, muitos inclusive, sem conotação direta com o pecado.  No entanto, no Reino de Deus, um planta, outro rega e Deus dá o crescimento.
Para conhecer com maior profundidade o perfil bíblico de um líder, participe neste domingo (20/07/2014), da Escola Bíblica Dominical.
Texto compilado das seguintes fontes:

Revista Jovens e Adultos nº 92  
Liderança Cristã Editora Betel

Capacitação Espiritual - Dons e Frutos do Espírito
Miquéias Daniel Gomes e Lucas Gomes

Blog da EBD - www.ebd316.com

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