Texto
Áureo
Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem
algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os
mortos.
Gálatas 1:1
Verdade
Aplicada
A função de liderança não pertence a todos, mas aqueles a quem Deus
escolheu para trabalhar para si em sua seara segundo os seus dons.
Textos
de Referência
Gálatas 1:8-12
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém
vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a
homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não
é segundo os homens.
Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de
Jesus Cristo.
Vocação
A palavra vocação vem do grego Klésis e de suas variantes Klétos, Káleo ou Klésin, e significa chamado, convite ou convocação. É um termo que abrange a todos nós. Há um propósito divino em nossa passagem pela Terra (Provérbios 16:4), e só seremos completamente realizados (e consequentemente, felizes), quando cumprirmos esses desígnios a nós reservados. Todos somos vocacionados, e não existem exceções quanto a isto. Deus não criou seres humanos desocupados e inúteis. Ele criou gente para trabalhar, para se ocupar, para executar sua vontade pessoal, para se colocar como instrumento na concretização de seus propósitos. O homem de Deus não precisa ficar esperando um chamado extra especial. Pela sua própria origem e seu DNA missionário, a Igreja já está vocacionada, chamada, separada, eleita e designada para proclamar as Boas Novas (Marcos 16:15).
Existe, porém, uma vocação específica, que embora seja diferente para cada um, possui certa uniformidade estrutural, e é embasada nela, que os DONS MINISTERIAIS são desenvolvidos.
O apóstolo Paulo agradece a Deus por ter-lhe achado digno de atuar no ministério. A palavra ministério, do grego diakonia, sempre traz a ideia de serviço. Assim, ao nos lembrar da Grande Comissão (ide, fazei discípulos... batizando-os... ensinando-os...), podemos concluir que o chamado (a vocação) é para todos os que aceitam a Jesus Cristo como seu senhor. Todos são chamados ao serviço (ministério).
Pessoas são chamadas de várias formas para prestar serviços variados na
obra do Senhor Jesus. Não existe uma regra estabelecida que venha determinar se
uma pessoa realmente foi chamada ou não. Da mesma forma também nem todos serão necessariamente
chamados para fazerem os mesmos trabalhos (1 Coríntios 1:26). No Reino de Deus,
há lideranças e serviços em todas as esferas imagináveis
para a satisfação e crescimento do Corpo de Cristo na terra. Cada um servirá segundo a vocação em que foi
chamado, de acordo com as necessidades locais e gerais.
Há uma vocação presunçosa, baseada em indícios, aparências e confiança excessiva em si mesmo, etc. Tal vocação pode ser denominada como "carnal" (I Coríntios 3:3-4). Como ela está baseada em pressupostos não devidamente sondados e confirmados, aqueles que se envolvem num trabalho assim consumam se sentir inseguros, envoltos em confusão e até em rebelião (Números 16:1-50). Há também a vocação pervertida que nasce por se dar ouvidos a "doutrina de demônios" por trás de homens desviados (I Timóteo 4:1-2). Mas é comum tais pessoas basearem seu chamado em vezes ou visões, reivindicando para si autoridade.
Há uma vocação presunçosa, baseada em indícios, aparências e confiança excessiva em si mesmo, etc. Tal vocação pode ser denominada como "carnal" (I Coríntios 3:3-4). Como ela está baseada em pressupostos não devidamente sondados e confirmados, aqueles que se envolvem num trabalho assim consumam se sentir inseguros, envoltos em confusão e até em rebelião (Números 16:1-50). Há também a vocação pervertida que nasce por se dar ouvidos a "doutrina de demônios" por trás de homens desviados (I Timóteo 4:1-2). Mas é comum tais pessoas basearem seu chamado em vezes ou visões, reivindicando para si autoridade.
Por outro lado, quando alguém é
chamado por Deus em momentos difíceis, descansa nele através de
uma fé tranquilizadora e esperançosa. Essa é a origem de tantas seitas e
heresias ao longo dos séculos e ainda hoje. Nenhuma elevação, visão, ou
"um anjo em pessoa" que trouxer uma doutrina diferente do Evangelho
de Jesus Cristo (Novo Testamento) deve ser considerado eternamente maldito
(anátema).
Há dois aspectos quanto ao assunto vocacional. O primeiro é que Deus chama
o homem, para servi-lo, em meio ao seu rebanho (I Pedro 5:2-3). O seguinte é
que os líderes são presentes de Deus para o seu povo. Cristo concedeu diferentes dons e ministérios aos homens (I Coríntios 12:4-6).
Esses dons são diferentes das funções administrativas. Tanto os dons
quanto os ministérios são importantes para a organização e o crescimento da
igreja. "E ele mesmo deu uns para... querendo aperfeiçoamento dos santos,
para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" (Efésios
4.11-12). Os dons concedidos por Deus convergem para uma só
finalidade: o aperfeiçoamento dos santos. Deus deixou ferramentas
para aprimorar outras ferramentas. Não vocacionou pessoas egoístas que
pensam que ministério é uma visão particular, que produz apenas para si mesmo,
sem jamais estar ligado ao bem estar de outrem. Esse é um pensamento equivocado
e vivido por muitos homens de nossa geração.
O mais importante é que cada um fique na vocação em que foi chamado, quer
seja administrando, ensinando ou evangelizando, e não desejando ser outra
coisa para a qual não foi chamado (1 Coríntios 7.20).
Uma
vez que reconhecemos nossa vocação, devemos passá-la no teste da submissão,
pois historicamente ela é mostrada como uma grande virtude de todo discípulo, e
está estritamente ligada a humildade, pois todo aquele que almeja ensinar,
precisa primeiramente aprender. Logo
a submissão deve ser espontânea e real, caracterizada pela humildade, pelo
esvaziamento do “EU” e pela renúncia. Por mais intensa que seja sua vocação, há
um tempo determinado para que ele aflore e seja reconhecida pelos homens, e
isto se dará no tempo de Deus. Jamais tente apressar as coisas ao seu favor.
Seja
sempre o mais preciso possível nas avaliações, reavaliações e releituras de sua
caminhada, procurando ser sincero consigo mesmo e com seu Deus naquilo que é
essencial para seu ministério, acentuando mais os pontos de luzes que nos são
evidentes, do que os sombrios, obscuros e vazios que de certa forma causem
incertezas em seu processo de reconhecimento vocacional... Nestes casos,
procure resposta em Deus, Pai das Luzes, em quem não há dúvidas, mudanças ou
variações (Tiago 1:17).
Uma pessoa que se considera chamada por Deus, por questão de prudência,
não deveria se apoiar em sinais externos (II Coríntios 5:7). Alguns gostariam
que Deus lhes fizesse como Moisés, Gideão ou outros, com demonstrações espetaculares
do seu poder. Na verdade, hoje, Deus deseja que nós sejamos o sinal do seu
poder. De igual forma, ninguém deve se apoiar em visões, revelações e profecias
para tal fim. Por uma questão de cautela, destacamos os sinais internos de uma chamada, que
são desejo ardente para fazer a obra de Deus e os dons espirituais que se
harmonizam com ela. Esses dois aspectos já foram tratados na lição anterior;
porém, eles jamais deveriam ser olvidados (esquecidos). Mesmo assim,
externamente, há um sinal decisivo na confirmação de uma vocação. Trata-se da
aceitação da vocação dessas pessoas com seus dons e aptidões pela comunidade
onde ela serve (Josué 1:17; Esdras 10:4). É, portanto, de suma importância que
um candidato, ao pregar, aconselhar, etc., tenha boa aceitação. Por exemplo:
Como a igreja reage à mensagem do candidato? Ele realmente influencia os
crentes locais? Pessoa aceitam a Cristo convencidas por sua evangelização ou
pregação? Se, na maioria das vezes, sim,
isso é um bom sinal (At 16.5). Existe uma enorme diferença entre uma liderança
imposto e uma liderança conquistada.
A
vocação ministerial, obedece sempre uma sistemática, que nos ajuda em sua
identificação e desenvolvimento.
1º)
Somos chamados por Deus.
2º)
Passamos a ser “incomodados” pelo Espírito a fim de nos engajarmos no
ministério.
3º)
Partimos para o entendimento daquilo que nos “provoca” e “inquieta”.
4º)
Alcançamos o discernimento de nossa inquietação, descobrindo nossa vocação
específica.
5º)
Iniciamos nossa preparação ministerial.
6º)
Assumimos nossa posição estratégica dentro da grande Obra do Senhor.
Podemos
resumir todo esse processo dizendo que Deus chama; o homem busca a Deus; o
homem recebe um sinal eficaz de sua vocação; o homem assume uma posição diante
de Deus.
Logo,
a VOCAÇÃO se sustenta em quatro pilares:
O
CHAMADO (que parte de Deus)
O
DISCERNIMENTO (o vocacionado reconhece seu chamado)
A
PREPARAÇÃO (o vocacionado parte em busca do aprimoramento)
O
EXERCÍCIO (o vocacionado assume para si a missão proposta)
É
claro que na prática, nem sempre é tão fácil identificar corretamente nossa
vocação. Não que Deus seja impreciso ao chamar, mas sim devido à complexidade
da natureza humana daquele que é chamado. Existem porem certos fatores
estimulados pela providência divina que são indicadores de uma vocação genuína:
-
Intensa compulsão interior.
-
Crescente amor à alma dos pecadores.
-
Inquietante consciência da falta de obreiros.
-
Comprovada aptidão natural.
-
Percepção gradual da natureza especifica da vocação.
-
Persistente vitória sobre os obstáculos a vocação.
E
extremamente relevante evidenciar que alguns sinais que consideramos como
respostas conclusivas sobre nossa vocação podem ser ambíguos e duvidosos,
devendo ser analisados como muita cautela, como por exemplo:
-
Tradição familiar.
-
Influência de terceiros.
-
Facilidade no aprendizado teológico.
-Insucesso
na vida pessoal ou profissional.
-Qualificação
natural.
-
Motivação externa.
-Atração
por status eclesiásticos e sedução por vantagens.
Todo ministério iniciado em Deus tem um potencial para suportar grandes
pressões. A sua grande fortaleza ou capacidade de resistência reside na fé
inabalável de uma chamada divina (Gálatas 1:1). Os que se encontram nessa
condição conseguem descansar em Deus na certeza do seu agir. Quão grandes
pressões suportaram os servos de Deus diante do seu povo; lembremo-nos de
Moisés, de Davi, de Neemias, do Senhor Jesus e Paulo. Eles tiveram, como hoje
qualquer um tem, as chances de abortarem a sua missão, de desistir do seu
chamado, no entanto foram além da linha da desistência; tudo suportaram por
causa da certeza inabalável de uma chamada divina (II Timóteo 2:10).
Quem tem visão jamais desiste!
Líderes não vivem pelo que ouvem, mas pela convicção. Eles, com certeza,
viram algo que ainda precisamos ver para sermos impactados e impactar nossa
geração. A segurança do ministério, da chamada, reside numa única palavra:
fé!
Fé é a convicção, é a certeza daquilo que não vemos, mas temos
tranquilidade e segurança como se estivéssemos vendo, apalpando.
Ao oferecer vocação a alguém, Deus não abandona essa pessoa, ao contrário,
Ele se torna parceiro dela (I Tessalonicenses 5:24). Quando falamos de um
ministério sidérico queremos dizer que Deus
é cooperado daquele a quem ele chamou (Romanos 8:28). Esse é um
trabalho sério por demais, para ser realizado solitário
e presunçosamente. Entra aí outro elemento deveras importante, a
humildade (Provérbios 15:33). Tanto os arrogantes quanto os presunçosos possuem
em si uma confiança exacerbada. Apenas os humildes recebem cooperação dos
outros. Não raro, há pessoas que recebem mensagens de uma vocação ministerial.
A partir daí, suas vidas mudam. Elas começam a sonhar alto e entram numa
terrível ansiedade para que se concretize tal coisa, não esperando o tempo
certo de entrar em cena. Por esse motivo, muitos se tornam impacientes e se
desesperam, acabando por cometer tolices (Judas 12).
Vivendo
a Vocação
Sabemos que Moisés foi educado por sua própria mãe e, talvez, essa
influência o tenha feito agir antes da hora. Ele se precipitou, acreditou que
as pessoas ovariam pronto e em condições de libertá-las. Moisés tinha uma
vocação, mas ainda não estava como Deus queria para a execução de sua missão. O
que fez? Em vez de salvar uma nação, fugiu como um vagabundo deserto afora,
para ver se salvava apenas sua vida.
Esse foi seu balde de água fria e como não se sentiu desestimado após tal sofrimento? Todo grande chamado exige um grande preparo. Espere seu momento.
Se alguém puder viver sem exercer um ministério, que busque enquadrar-se dignamente diante Deus. Afinal, se todos fossem líderes não haveriam liderados. Paulo ensino aos Efésios que são trabalhadores "celetistas" (empregados) ou ainda "servidores públicos" que trabalhem como se estivessem servindo ao Senhor Deus, como se estivessem exercendo um ministério na casa de Deus (Efésios 6:5-8). Assim, podemos entender que todo Cristão tem um chamado a um ministério. O nosso trabalho secular pode ser um ministério! Mas, se por acaso, não encontrar realização satisfatória em nenhum setor da vida secular, aceite o seu chamado. Um chamado sempre “persegue” a quem Deus comissiona, é inútil fugir dele. Devemos compreender, acima de tudo, que a liderança na casa de Deus deve ser confiada a pessoas bem resolvidas (II Timóteo 2:2).
Vejamos algumas
recomendações importantes:
Aguarde o tempo:
Tempo é um fator
fundamental na formação de um líder, seja em que área for (Gálatas 1:18; 2:1;
Eclesiastes 3:1). O próprio Paulo foi discipulado por Barnabé por longos anos.
Até mesmo a primeira viagem missionária de Paulo, talvez, pudesse ser chamada
de viagem missionária de Barnabé; Afinal, os textos iniciais de Atos 13
ressaltam primeiramente a pessoa de Barnabé e não Paulo. Esse tempo de espera é
muito precioso para rever uma série de coisas: Será um tempo para refletir
mais profundamente acerca do assunto, será um tempo para desenvolver
os próprios dons e talentos pessoais, será um tempo para analisar como está a
própria família em relação à fé e a à vida cristã. A necessidade da seara é realmente grande, mas
ela precisa de ceifeiros amadurecidos em todos os sentidos. Jesus não disse que
havia pouco obreiros; obreiros a igreja tem aos montes, o problema é
transformar esses obreiros em ceifeiros (Mateus 9:37). Deus e a Escritura não
mudam, mas a sociedade sim. Desse modo, um aspirante à liderança deve
também estar em consonância com seu tempo.
Prepare-se incansavelmente:
Ninguém vai para a guerra sem qualquer preparo (II Timóteo 2:4), mesmo
porque seria um suicídio certo. E, para guerrear as guerras do Senhor,
precisamos de muito preparo. Qualquer soldado nos dias de Paulo passava por um
sério preparo físico, vestia-se de sua indumentária e fazia seu juramento para
depois partir para a guerra. No campo espiritual, no que tange a assumir a
liderança, é importante que o candidato pratique sólidos exercícios
espirituais como a incansável leitura bíblica, oração e jejum (I Timóteo
4:8); mas, também, avalie o fruto do Espírito em sua vida reconhecendo suas
virtudes e admitindo os seus erros e necessidade de auto aperfeiçoamento.
Enfim, o mais importante nesse tempo de espera é o preparo, assim não desperdice
nem tempo e nem energia (II Timóteo 2:15).
Deixe Deus agir nos corações e nas circunstâncias : É comum acontecer que alguns motivos pelo insucesso na vida secular concluam que devam então trabalhar na direção de uma igreja ou departamento em tempo integral, vendo seu chamado como um motivo para lucros. A liderança ou chamado jamais podem ser vistos por esse prisma. Embora a Bíblia nos ensine que o trabalhador é digno de seu salário, não se pode trabalhar na obra de Deus apenas com essa visão, isso seria anti bíblico e perigoso para alguém que se diz vocacionado (Mateus 27:5). O sucesso ministerial depende única e exclusivamente de Deus. Tudo o que Ele criou foi com um objetivo; basta a cada um de nós descobrirmos para o que fomos chamados.
Alguém que se considera chamado no Corpo de Cristo para exercer liderança é
alguém convidado e jamais se impõe como líder. Ele sabe que precisa esperar em
Deus e, enquanto isso, pratica exercícios espirituais e influencia outros a
quem pode. Até, finalmente, ser confirmado pelo corpo da igreja onde serve como
tal, quer seja para um departamento ou mesmo para a direção da própria igreja.
Sucesso ministerial é tão somente servir a Deus sendo fiel até a morte. É um
contraste total com o conceito de sucesso do capitalismo tão impregnado em
todos nós. Na vida secular, sucesso é aumentar os ganhos financeiros, acumular
bens e aproveitar as todos os prazeres que o dinheiro pode comprar, muitos
inclusive, sem conotação direta com o pecado. No entanto, no Reino de
Deus, um planta, outro rega e Deus dá o crescimento.
Para conhecer com maior profundidade o perfil bíblico de um líder, participe neste domingo (20/07/2014), da Escola Bíblica Dominical.
Texto compilado das seguintes fontes:
Revista Jovens e Adultos nº 92
Liderança Cristã : Editora Betel
Capacitação Espiritual - Dons e Frutos do Espírito
Miquéias Daniel Gomes e Lucas Gomes
Blog da EBD - www.ebd316.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário