Estudo publicado pelo site GOT QUESTIONS www.gotquestions.org
Tem-se dito que uma
parábola é uma história terrena com um significado celestial. O Senhor Jesus frequentemente
usava parábolas como um meio de ilustrar profundas verdades divinas. Histórias
assim são facilmente lembradas, os personagens são fortes e o simbolismo rico
em significado.
As parábolas eram uma forma de ensino muito comum no Judaísmo.
Antes de um determinado ponto no seu ministério, Jesus tinha utilizado muitas
analogias gráficas usando coisas comuns que seriam conhecidas por todos (sal,
pão, ovelhas, etc.), e seu significado era bastante claro no contexto de seu
ensino. As parábolas requeriam mais explicações, e em um ponto do seu
ministério, Jesus começou a ensinar utilizando exclusivamente parábolas. A
questão é a seguinte: por que Jesus deixaria a maioria das pessoas se perguntando
sobre o significado de suas parábolas?
O primeiro exemplo
disso é a narrativa da parábola da semente e dos solos. Antes de interpretar essa
parábola, Ele chamou seus discípulos para longe da multidão. Os discípulos aproximaram-se
dele e perguntaram: “Por que falas ao
povo por parábolas?” Ele respondeu: “A vocês foi dado o conhecimento dos
mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá
em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas:
‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se
cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca
entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração
deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e
fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir
com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria’. Mas,
felizes são os olhos de vocês, porque vêem; e os ouvidos de vocês, porque
ouvem” (Mateus 13:10-17).
Jesus, deste ponto
em diante no seu ministério, sempre ensinava o sentido das parábolas apenas aos
seus discípulos. Entretanto, aqueles que continuamente rejeitavam a sua
mensagem foram deixados em sua cegueira espiritual se perguntando a respeito do
que Jesus queria dizer. Ele fez uma distinção clara entre aqueles que tinham
sido dados "ouvidos para ouvir" e aqueles que persistiam em descrença
– sempre ouvindo, mas nunca realmente entendendo e "sempre aprendendo, mas
não conseguem nunca de chegar ao conhecimento da verdade" (2 Timóteo 3:7).
Os discípulos
tinham recebido o dom do discernimento espiritual pelo qual as coisas do
Espírito ficavam-lhes claras. Porque aceitavam a verdade de Jesus, eles
receberam mais verdade. Pode-se dizer o mesmo hoje de crentes que receberam o
dom do Espírito Santo, o qual nos guia em toda verdade (João 16:13). Ele abriu
os nossos olhos à luz da verdade e os nossos ouvidos às doces palavras da vida
eterna. Nosso Senhor Jesus compreendia que a verdade não é uma doce música para
todos os ouvidos.
Na verdade, há aqueles que não têm nenhum interesse ou estima
pelas coisas profundas de Deus. Por que, então, Ele falava em parábolas? Para
aqueles com uma verdadeira fome de Deus, a parábola é um veículo tanto eficaz quanto
memorável para a transmissão das verdades divinas. As parábolas de Nosso Senhor
contêm grandes volumes de verdade em poucas palavras; e suas parábolas, ricas
em imagens, não são facilmente esquecidas. Assim, então, uma parábola é uma
bênção para aqueles com ouvidos dispostos. Entretanto, para aqueles com
corações endurecidos e ouvidos lentos para ouvir, uma parábola é também uma
declaração de julgamento.
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