Texto Áureo
Eis aqui o
meu servo, que escolhi o meu amado, em quem a minha alma se compraz. “Farei
repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios”.
Mateus 12:18
Verdade Aplicada
Jesus Cristo
é o modelo mais perfeito para aqueles que desejam sucesso na vida e em sua
liderança.
Textos de Referência
Isaías 42:1-7
Eis aqui o
meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz;
pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
Não
clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
Não
esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade,
promulgará o direito.
Não
desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do
mar aguardarão a sua doutrina.
Assim diz
Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto
produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam
nela.
Eu, o
Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei
mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos aos
cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.
Jesus, um líder presente até na ausência
Estar presente até mesmo na ausência. Esta é sem dúvida a faceta mais
impressionante da liderança de Jesus. Obviamente, esta condição só foi
alcançada com uma visão estratégica, aprimorado treinamento espiritual,
constante incentivo ao desenvolvimento pessoal e intervenções pontuais para
direcionar ou redirecionar seus sucessores ministeriais aqui na terra. Jesus
foi capaz de enxergar um “Reino” onde todos só viam uma pequena semente de
mostarda, e assim cultivou a terra e regou a jovem planta para que ele
crescesse e desse fruto além do que se esperava dela (Mateus 13:31-32).
Enquanto esteve junto de seus pupilos, o Mestre os conduziu firmemente pela
mão, guiando os seus passos. Ao longo de
três intensos anos, eles andaram com Cristo. Dormiram sobre o mesmo teto,
comeram da mesma porção, caminharam os mesmos caminhos, conheceram as mesmas
pessoas, frequentaram as mesmas festas... Olhavam para os olhos do próprio
Mestre enquanto bebiam da fonte de seu inesgotável saber. Viram os lírios se
vestirem com tal elegância que excedia aos reis. Contemplaram as aves se
refestelando em seu banquete matinal. A visão de cada um se voltou para a
cidade edificada sobre a rocha e sentiram seus olhos doeram com a ideia da
lasca de uma madeira enterrada ali. Descobriram que a felicidade está nas
pequenas coisas, que ser é muito mais importante que ter. Quantos preconceitos
tiveram que vencer para jantar junto aos pecadores. Aprenderam que o zelo é
primordial, mas que o amor e a misericórdia suplantam as convenções e são as
bases que sustentam a fé. Cada ensinamento, cada palavra de vida eterna chegou
primeiro aos seus ouvidos, receberam afago e carinho. Desfrutaram da beleza que
há na correção feita em amor e da doçura existente numa severidade empática.
Homens privilegiados com um chamado exclusivo e pessoal, testemunhas oculares
de cada milagre, participantes de cada página da mais bela história já
registrada. Tinham motivos de sobra para crer, mas por um instante duvidaram,
pois aparentemente seu Mestre tinha ido embora numa viagem sem retorno e agora
eles estavam sozinhos, a mercê da própria sorte. O caminho fora interditado, a
verdade tinha sido sepultada e a vida estava morta. O sepulcro frio e escuro só
conteve Jesus por três dias. Um Cristo vivo e radiante aparece a Maria Madalena
e ordena: - Vá e diga aos outros que eu ressuscitei! Mas chegando ao túmulo
aqueles homens nada veem além de um lugar vazio... Tão vazio quanto seus
lúgubres corações.
Um grupo desfalcado se reúne as portas fechadas, onde embora “juntos”
sentem-se em total solidão. Medo, frustração e decepção são os sentimentos que
imperam entre eles, mas de repente, sem avisos prévios o Mestre se faz presente
– A minha Paz vos dou! - Que momento de
felicidade... Jesus estava de volta... Diferente, é verdade, mas ainda assim o
mesmo Messias amável e benigno que conheciam tão bem. Outra vez Jesus os visita,
quando todos, sem exceção, estão reunidos, mas então, como alguém que já não se
importa mais, Jesus parece ter se afastado de vez. Embora fossem eles os
escolhidos, ainda não estavam preparados. Criam, mas não confiavam. Foram
devidamente instruídos, mas não estavam capacitados. Aqueles eram homens
especiais, escolhidos pelo próprio Cristo, pois havia dentro de cada um
potencial para pavimentar a estrada do evangelho que se estenderia pela
posteridade, mas sem alguém para pegá-los pelas mãos e conduzi-los
constantemente, com certeza, iriam errar o caminho. Bastaram poucos dias sem
uma manifestação corpórea do Jesus ressuscitado para que seus discípulos
perdessem o foco prioritário de sua missão espiritual, tirassem da
aposentadoria suas redes e se lançassem ao mar para uma boa noite de
pescaria. É comum ao homem que se sente
longe de Deus seguir seus próprios instintos, confiar em suas habilidades
naturais e tomar decisões por conta própria. Assim sendo, Pedro, Tomé,
Natanael, Tiago, André, João e outro discípulo não identificado, decidem que é
hora de voltar aos velhos hábitos, retornar as origens e se dedicarem a uma
atividade mais prática, num mundo que eles conheciam muito bem. Ali na
imensidão azul se sentiam grandes, importantes, senhores da situação, líderes
de suas próprias vidas, e afinal de contas, pra que se preocupar em pescar homens
se existem tantos peixes disponíveis no mar?
É claro que nestas circunstâncias os resultados não seriam os melhores, e
apesar dos seus muitos esforços, nenhum peixe se apanhou. Ao romper do dia,
quando retornavam frustrados e decepcionados (pois até o mar os abandonara),
avistaram junto à praia alguém que os perguntou se a pescaria tinha sido
produtiva:
- Ei, vocês! Estou com fome, tem aí no barco alguma coisa que possamos
comer?
- Quem dera... A noite foi difícil meu amigo. Na verdade nem um único
peixe conseguimos apanhar – Respondeu Pedro.
- Por que vocês não jogam as redes novamente? Mas desta vez joguem para o
lado direito do barco, e com certeza os peixes estarão lá – Orientou a homem
que estava na praia.
Sem nada a perder, os discípulos jogam as redes e milagrosamente os
peixes começam aparecer às dezenas. Corações acelerados com uma grata sensação
de “já vi isto antes”. João é o primeiro a entender o que está acontecendo e
avisa aos demais: - É ele... É Jesus! Pedro se lança nas águas e em largas
braçadas chega à praia antes mesmo do barco. Ali o Mestre os aguarda com pão e
peixe assado. Como era seu costume, Jesus alimenta corpo e alma ao mesmo tempo,
e enquanto come com eles, os encoraja a serem fortes e perseverantes, pois um
novo tempo está para começar. Era chegada a hora dos alunos assumirem o lugar
do professor, de discípulos se tornarem apóstolos.
Em volta da fogueira o Mestre tem uma conversa reveladora com Pedro. Está
para nascer a maior e mais importante organização da história da humanidade, A
IGREJA DE CRISTO. Jesus ascende aos céus, e não mais instruiria seus alunos
pessoalmente. Agora eles precisavam caminhar com seus próprios pés, e dar
continuidade a obra por Jesus iniciada.
Liderados se tornaram em líderes. O ensinamento de três anos se tornou
num fundamento de dois milênios. Alguns poucos homens originaram milhares de
almas salvas. Este é o verdadeiro sucesso de uma liderança, e só obterão êxito
semelhante, aqueles que inspirarem seu ministério em Jesus.
O maior modelo de
liderança será sempre Jesus Cristo. Desde sua anunciação já se previa um
Messias com qualidades jamais vistas pelos seres humanos. Jesus Cristo é o
homem perfeito, o modelo para uma vida saudável, feliz e vitoriosa. Não existe
líder que não deseje ser como Jesus. Nesta lição, veremos três pilares
principais sobre os quais a liderança messiânica repousou, os quais nos servem
de base para o desempenho do papel de liderança.
Jesus, um líder que servia
Em várias ocasiões,
Jesus demonstrou que sua missão e liderança haviam sido delegadas pelo Pai. Era
imprescindível, portanto, que as pessoas cressem nele como alguém vindo de
Deus. Séculos antes Ele havia sido apresentado de algumas maneiras que cabia àqueles
cidadãos judeus observarem e conferir. Isaías profeticamente apresenta o
Messias como “ebed Javé” servo do Senhor. Na verdade a expressão servo nos
remete para o caráter da missão resgatadora de Jesus (Marcos 10:45). Embora,
nos dias atuais, na visão do mundo a ideia de um líder servo não seja
agradável, não temos o direito de omitir aos leitores o que a própria Bíblia
quer dizer. Por isso, na igreja, se usa muito a expressão “liderança servidora”
que comunica uma ideia diferente da proposta mundana. Visto que é a que mais se
aproxima daquela determinada por Deus a Jesus, o Messias. Como Ele próprio
chegou a dizer: “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir”
(Mateus 20:28).Jesus sempre amou ser o
que era. Talvez o que mais nos frustre seja não saber quem somos ou o que fomos
destinados a fazer. Ele era acima de tudo um servo feliz, gostava de ser
humano, não vivia a reclamar da vida. e, mesmo sendo Deus, não usou de
forma alguma a autoridade que possuía para livrar-se dos momentos difíceis e da
missão que portava consigo. Ele foi até o fim, como um filho obediente e como
um servo fiel.
O Messias profeticamente
foi enviado para o deleite de Deus. Ele é simplesmente um servo obediente que
se agrada em cumprir o seu propósito. Esse Servo-Líder foi escolhido e
sustentado na sua missão até que todo o seu propósito se cumprisse. Os
evangelistas fizeram questão de apontai' esse aspecto messiânico em Jesus, ao
registrarem a voz de Deus, demonstrando o seu agrado com relação à pessoa de
Jesus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17) Devemos
lembrar que, em termos de submissão, não havia diferença entre servo e filho. E
Jesus nos ensina tanto a ser filhos quanto servos. Um servo-líder de Cristo
deve entender que sua vida existe para o deleite de seu Senhor e não para
deleite próprio. Na verdade, grande prazer tem aqueles que obedecem a Deus seja
em que aspecto for, principalmente, liderando.
Em Isaías 42:1, o
próprio Deus dá testemunho sobre o ministério de Jesus: - “Pus sobre ele o meu
Espírito”. O Espírito de Deus foi posto sobre o Messias para o serviço. É
maravilhosa essa ideia de que um servo-líder de Cristo recebe uma graça
adicional, o próprio Espírito de Deus vem habitá-lo, para capacitar-lhe a fazer
a sua obra, e liderar na autoridade, e sob a ótica divina. O mais intrigante
nisso tudo é que até mesmo Jesus atuou movido pelo Espírito Santo. Observemos
agora o que diz Isaías quanto à qualidade do serviço executado por esse servo:
“ele promulgará o direito para os gentios” (Isaías 42:1b). O modelo de serviço
cristocêntrico contrasta em muito com o modelo de muitas lideranças, que em vez
de servir desejam ser servidos. É
preciso entender que existem dois tipos de pessoas no que diz respeito a doar:
algumas doam para viver, outras vivem para doar. Esses dois tipos de indivíduos
não só têm diferentes hábitos de doação, mas também filosofias de vida
diferentes. Quem vive para doar sempre está preocupado com a causa e a
necessidade, quem doa para viver sempre oferece o suficiente. Jesus era um
especialista em viver para doar.
Jesus, um servo que liderava
Toda liderança tem um
objetivo e uma maneira de alcançá-lo. Deus se preocupou em revelar riquíssimos
detalhes acerca da tarefa messiânica. Todavia, o espaço não permite uma
exposição maior, sendo assim, ateremo-nos ao texto profético de Isaías.O
profeta anuncia que o servo recebe uma investidura régia, pois é o eleito do
próprio Deus. Dos versículos 5 ao 7, fala sobre o próprio Javé como criador.
Este se dirige ao servo confirmando sua vocação que é orientada para uma
libertação. No corpo da mensagem, vemos que o servo traria justiça às nações,
teria um alcance mundial, e seria feita, no entanto, sem barulho e sem
violência. Ele procederia de maneira calma e mansa para o estabelecimento da
justiça no mundo. Nos dias atuais muitos companheiros de caminhada precisam de
compaixão e encorajamento para suportar a carga que é parte de suas vidas e não
resistindo desanimam. Algumas pessoas que estão em nosso convívio se parecem
com esses pavios fumegantes. Por isso, somos todos convocados para animar e
fortalecer mutuamente as canas quebradas e os pavios que se apagam. A lâmpada era um pequeno vaso de barro com
óleo, com uma alça para carregá-la e uma mecha de linho mergulhada no óleo de
oliva. O texto fala em mecha fumegante se referindo a uma que se estava se
apagando. A mensagem se dirigia aos enfraquecidos, a muitos dos que
figurativamente eram como a cana. Essas pessoas se pareciam como um pavio
fumegante, porque seu último sinal de vida quase já se apagava. Estavam
realmente oprimidos e precisando de alguém que os curasse e guiasse suas vidas.
Essa foi a missão de Jesus, essa é a missão de cada líder e cristão.
A comunicação messiânica
seria sem estardalhaço, porém, cumpriria a sua missão de: “em verdade promulgar
o direito”. Não haveria clamor, gritos, voz pública, mas haveria direito
outorgado às pessoas. Um líder numa organização eclesiástica se defrontará com
o momento em que seu papel não será pregar, gritar e clamar, apenas anunciar o
direito em Cristo Jesus das pessoas. São verdades que numa conversa em tom
suave aumentam a compreensão e trazem um poderoso efeito nas vidas. Embora a
gentileza seja suave, será firme o suficiente para acabar com a desumanidade.
Interessante é a expressão “pavio que fumega”. As lamparinas tinham pavios de
linho cru, que, com o passar do tempo, passavam a produzir menos chama e mais
fumaça. Tornavam-se sem utilidade e incômodo, devendo ser descartados.
Precisamos de ferramentas que amolem outras ferramentas que já estão
desgastadas com o tempo e sendo postas de lado (Isaías 42:2).
O servir do Messias foi
sem agressões, humilhações, e repleto de compaixão. Quem estava quebrado seria
restaurado, aquele que estava triste seria consolado, quem estava preso seria
livre (Isaías 61:1). O ministério messiânico foi socorrista para os quebrados,
e de cuidado para com os que estavam se apagando, com base na verdade e direito
divino. Todos estavam condenados, mas Jesus Cristo trouxe em si mesmo o direito
ao perdão e a reconciliação plena com Deus (Efésios 2:11-13). Não dá para
entender um líder que se apresenta como embaixador de Cristo na terra e vive a
pisar, usurpar, humilhar os outros. O líder genuíno traz consigo as
características daquele que é seu modelo. Se o modelo for Jesus, veremos o
fruto do Espírito. Todavia, se vemos outro comportamento, a fonte da
paternidade pode ser outra. O jeito
cristocêntrico de liderar é se considerar servo. É demonstrar compaixão e levar
o direito dado por Deus pela fé às pessoas carentes de reconciliação. É
importante demais ter uma missão, mais ainda é que juntamente com ela se tenha
a ética em conduzi-la.
Jesus e a recompensa por seu trabalho
João testifica
que Jesus, “O Verbo”, estava presente no princípio, antes mesmo do mundo
existir. Ele participou ativamente na criação de todas as coisas, tornando-se o
“dono” de todo o universo. Antes da encarnação, Jesus havia vivido uma eternidade de glória, majestade e poder,
sendo honrado e adorado por miríades de anjos e coros celestes. Então, Ele abre
mão de todos os privilégios divinos e escolhe habitar entre os homens. O Senhor
do tempo se submete ao relógio e o Ancião de Dias, agora tem uma certidão de
nascimento. Jesus tinha todo o universo a sua disposição e podia cavalgar
livremente por entre as estrelas, entretanto agora, estava limitado ao espaço
físico do útero de uma mulher. O criador do homem, desenvolvedor de toda
anatomia e biologia humana, passa lentamente por todos os estágios de uma vida,
sendo um bebe com dor de barriga, uma criança que fazia lições de casa, um
adolescente com espinhas, um jovem com hormônios e um adulto castigado pelo
trabalho. Mas as dificuldades da vida não se comparam as agruras da sua morte, quando
foi perseguido, afligido, cuspido, humilhado, flagelado, açoitado e pregado em
uma cruz. Isaías deixa claro que Jesus foi um homem de muitas dores e
experimentado no trabalho, gente do povo e com uma aparência tão comum, que
chegou a ser desprezado por quem o olhava com olhos carnais. De seu nascimento
em uma fria manjedoura até a sua morte em um rústico madeiro, Jesus experimentou
todo tipo de sofrimento, sendo moído e enfermado pelo próprio Deus, em
detrimento dos nossos pecados. Porém o “príncipe dos profetas” declara: “O
trabalho da alma sua ele verá e ficará satisfeito” (Isaías 53:11). Mas que tipo
de satisfação pode se originar de um trabalho penoso como este? Que tipo de
recompensa valeria tamanho labor?
A recompensa do trabalho
messiânico está na realização do próprio trabalho e não fora dele. Como um
administrador que tem prazer em ver dar certo o seu empreendimento, sendo-lhe
isso uma folga e um prazer. Assim Cristo se realiza e se recompensa com a sua
organização.
Ao lermos os
quatro evangelhos, único registro crível da passagem de Jesus pela Terra,
encontramos todas as facetas do ministério desempenhado pelo Messias. Mateus o
revela como “O Rei dos Judeus”, Marcos o explicita como “O Servo Sofredor”,
Lucas testifica sua humanidade e o apresenta como “Filho do Homem” e João
testemunha sua deidade como “Filho de Deus”. Quando mesclamos a visão de cada
evangelista, temos um perfil completo do tipo de líder que Jesus foi e de seu
modo operante, e entendemos plenamente o que fez dele o “MEDIADOR” da Nova
Aliança, a “LUZ” para os que jaziam nas trevas e o “DETENTOR” de uma Glória
exclusiva. Entenda:
O
Mediador: O propósito de uma aliança é firmar laços de
fidelidade e confiança. O pacto firmado entre Cristo e a igreja envolve
salvação e nova vida. E Cristo nomeou ministros para juntamente com Ele anunciarem
essas boas novas (II Coríntios 3:6). O que cabe a cada um de nós? Anunciar quem
é Cristo, o que fez, e o que pode fazer. Todos nós fomos chamados para esse
fim, e ninguém está isento dessa missão (I Pedro 2:9). Pedro em sua primeira
epístola nos alertas para algo interessante. Ele diz que somos “pedras vivas”
(I Pedro 2:1). Não existe uma pedra igual à outra, todas elas se parecem, mas
possuem pequenos detalhes que as tomam diferenciadas. Nós não somos azulejos.
Os azulejos são postos em uma matriz e são todos iguais. Nós somos pedras.
Somos parecidos por fora, mas distintos por dentro. Isso implica dizer que não
precisamos imitar nada de ninguém, e que todos nós somos úteis em alguma coisa.
Uns foram chamados para apontar o alvo, outros para realizar a tarefa. O homem
precisa de um advogado junto a Deus, alguém que seja capaz de
intermediar em seus assuntos particulares. Todavia não há outro além de Jesus
Cristo que seja capaz de cumprir essa mediação (l João 2:1). Porém é necessário
que os embaixadores de Cristo Jesus anunciem quem de fato ele é. Na verdade,
todos foram chamados para tomarem-se anunciadores dessa nova aliança, ninguém
está isento dessa missão.
A Luz: “E
vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados. Em que noutro tempo
andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar,
do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos
nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da
carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros
também” (Efésios 2:1-3). Era assim que Deus nos via, e a missão de Jesus foi
nos tirar desse ambiente perdido e de trevas, não somente para vivermos
estagnados, mas para dizer aos outros que ainda há esperança. Quando olhamos
para trás, para tudo o que realizamos na vida, encontraremos mais satisfação
nas alegrias que trouxemos a vida de outras pessoas do que nas ocasiões em que
as superamos. As pessoas sempre irão apreciar e admirar alguém que é capaz de
ajudá-las a alcançar outro nível, alguém que lhes faça sentir importantes e
lhes capacite para alcançar êxito. Líderes existem para apontar o caminho.
O
Detentor: A recompensa do servo é a glória exclusiva do seu
Senhor. Qualquer glória terrena é efêmera, e de certo haverá grande honra para
aqueles que plantaram para colher na eternidade. A glória de uma vida não está
baseada nas realizações, mas sim na certeza de que se viveu para fazer a coisa
certa. Jesus disse: “eu para isso nasci e para isso vim ao mundo” (João l8:37).
Será que estamos conscientes da razão pela qual estamos no mundo? Todos nós
deixaremos impressões nos outros que serão lembradas mesmo depois da nossa
morte. A pergunta é? Como queremos ser lembrados? Que impressão nós deixaremos
em nossos filhos, amigos, parentes e irmãos em Cristo? Ou será que estamos
mergulhados num egoísmo tão profundo que nos impede de enxergar tanto a nós
mesmos quanto os outros?Talvez seja difícil entendermos que a recompensa do
trabalho seja o privilégio de exercê-lo. O labor é um meio de se trazei' o
sustento, de pagar dívidas, etc. Mas o trabalho também é um
meio de satisfação, tanto é que muitos se deprimem e adoecem quando
não conseguem emprego. A obra de um líder com certeza o ferirá inúmeras vezes,
mas é dela que vem o seu consolo e recompensa. Por isso, não devemos desanimar.
Ao contrário, devemos ser firmes e constantes.
Jesus, “o” modelo a ser seguido
Obviamente, é
preciso se espelhar em alguém para se chegar a ser “alguém”. Ninguém nasce
pronto ou preparado, e geralmente nossos instintos nos levam para caminhos
errôneos. Assim, faz se necessário termos um modelo, um referencial, um
espelho, um alvo para o qual olhar e uma pegada para seguir. No caso da
liderança, bem como em todos os aspectos da vida, este referencial precisa ser
Jesus. Ele foi o homem perfeito, o mestre perfeito, o educador perfeito e o
líder perfeito, pois nele toda perfeição se inicia e se encerra. Jesus foi
perfeito em sua visão, enxergando além do que os olhos podem ver. Ele viu
potencial em homens desqualificados, enxergou almas antes de enxergar rostos e necessidades
antes das aparências. Jesus foi perfeito em seus propósitos, já que viveu para
fazer a vontade do Pai, e mesmo sendo o centro dos escritos neo-testamentários,
jamais agiu movido por ambições pessoais ou buscando vantagem moral, espiritual
ou material. Foi perfeito em seu objetivo de salvar o mundo que se perdeu.
Nunca desviou de sua missão, e ainda à levou para níveis de excelência,
promovendo cura, libertação, redenção, resgate, remissão e perdão. Jesus foi
perfeito em seus princípios imutáveis, defendendo incondicionalmente a verdade,
a igualdade, a reconciliação, a fé e a retribuição. Soube lidar com pessoas
porque amava pessoas, e isso fazia dele um imã que atraia todo tipo de gente, e
Jesus, jamais se recusou em ouvir ou falar com nenhuma delas, fossem crianças
(Mateus 19:14), jovens (Mateus 19:16:22), homens (João 3:1-8) ou mulheres (João
4:4-26); jamais se importando com posição social, étnica ou espiritual, pois
prezava pela universalidade de sua missão. Embora universal, Jesus, porém,
jamais ignorou a individualidade de cada um, muito pelo contrario, usou as
diferenças latentes em seu círculo de seguidores para desenvolver uma
totalidade, utilizando as habilidades especificas de cada para um único
propósito. Jesus era habilidoso ao falar, revelando verdades profundas, mas
sempre deixando margem para a interpretação pessoal destas mesmas verdades, e
assim apontar o caminho sem privar o ouvinte do livre arbítrio. E foi
exatamente esta metodologia que proporcionou o desenvolvimento espiritual e
ministerial de seus discípulos.
Jesus sabia
quem era, onde estava e porque tinha vindo. Muitas foram as artimanhas do
inimigo para fazê-lo perder o foco, mas nenhuma logrou êxito. Jesus era
perfeito em sua essência, em sua convicção, em sua determinação e em seu
serviço. Quando terminou seu ministério, deixou um grupo forjado segundo sua
personalidade e que transpirava sua essência. Judas precisou beijá-lo para que
os soldados romanos o diferenciassem dos outros. Pedro, mesmo na penumbra da
noite foi identificado como um deles. Um mestre que se esculpiu em seus alunos,
um homem convicto que inflamou seus ouvintes com a mesma convicção. Um legado
que o tempo não conseguiu enfraquecer, e que ao longo dos séculos, tem sido fonte de inspiração para milhares de pessoas
ao redor do mundo.
Jesus é até hoje um
enigma para muitas pessoas. Seguir a Jesus não é somente um desafio, mas uma
contracultura que nos conduz a viver de um modo diferente e regrado. O que
sobressai em Jesus é sua qualidade de vida, sua maneira de agir, sua justiça,
verdade, integridade e santidade. E como seguidores, basta-nos apenas seguir
seu exemplo de vida: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz,
façais vós também” (João 13.15).
Para conhecer com maior profundidade o perfil bíblico de um líder, participe neste domingo (28/09/2014), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 92
Liderança Cristã : Editora Betel
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes