quinta-feira, 31 de março de 2016

EBD - Tecnologia: maldição ou benção?


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do Espírito - Lição 01
Comentarista: Pr. Israel Maia

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Cp. Lucas Passarelli Gomes


Texto Áureo
Mateus 24:12
E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.

Verdade Aplicada
Mais do que nunca, a Igreja precisa saber lidar com o uso da tecnologia. Para isso, a ajuda do Espírito Santo é providencial.

Texto de Referência
Tessalonicenses 5:16-23

Regozijai-vos sempre.
Orai sem cessar.
Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Não extingais o Espírito.
Não desprezeis as profecias.
Examinai tudo.
Retende o bem.
Abstende-vos de toda aparência do mal.
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.


Benção ou Maldição?
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

A "tecnologia" pode ser entendida como um conjunto de instrumentos, métodos e técnicas, que visam a resolução de um problema, bem como o suprimento de uma necessidade. Em resumo, é a aplicação prática do conhecimento científico. O palavra tecnologia tem origem no grego "tekhne" que significa "técnica, arte ou ofício", acrescida do sufixo "logia" que significa estudo. Segundo o relato do livro de Gêneses, Deus se encarregou pessoalmente de instruir o primeiro casal, decifrando para eles todos os segredos da vida e lhes revelando os mistérios de mundo, onde tudo lhes era novo, e convidativo para ser experimentado. Muito do que os estudiosos chamam de “tecnologias primitivas” (da descoberta do fogo ao desenvolvimento da escrita), foi entregue ao primeiro casal pelo próprio Deus. Essa capacidade de aprender, reaprender, inventar, reinventar e evoluir constantemente, sempre fez parte dos planos do Criador para humanidade. O próprio Cristo, durante sua vida, crescia em graça e em conhecimento (Lucas 2:52). Assim, o “conhecimento” e a “capacidade de desenvolver novas tecnologias”, é inerente a nossa existência e fundamental para a sobrevivência da espécie. Em essência, essa evolução é benéfica, porém, pode sim ser corrompida pelo coração humano, e revertida para a prática do mal. Como tudo em nossa vida, a benção e a maldição habitam lado a lado, cabendo a nós, portadores do livre arbítrio, escolher em qual casa desejamos morar (Deuteronômio 28 e 29). Por exemplo: Tendo como base um projeto desenvolvido pelo próprio Deus, Noé e sua família se empenharam durante 120 anos na construção de sua famosa Arca. Depois de concluída, a embarcação tinha em torno de 144,6 metros de comprimento (o equivalente a cerca de um quarteirão e meio), 24,1 metros de largura (aproximadamente dez carros, lado a lado) e 14,4 metros de altura (um prédio de quase cinco andares).  Seu interior estava dividido em três compartimentos distintos (andares), os quais comportavam respectivamente os animais, estoque de provisões e a família do patriarca, num total de oito pessoas. Uma obra grandiosa usando uma tecnologia ainda inédita. 

No livro "The Genesis Flood" (O dilúvio de Gêneses), os pesquisadores John C. Whitcomb e Henry M. Morris, chegaram à conclusão de que cerca de 35.000 animais precisariam entrar na Arca para que o Reino Animal fosse salvo. Eles também estimaram que a “ovelha” representaria a média de tamanho dos animais.  A partir desses números, os cientistas da Universidade de Leicester calcularam que a Arca suportaria o peso correspondente a 2,15 milhões de ovelhas. Embora estas dimensões sejam até pequenas perto dos cargueiros modernos, é preciso lembrar que a Arca foi a mais avançada empreitada tecnológica na qual o homem já tinha trabalhado. Sua construção exigiu engenharia avançada, geometria precisa, cálculos de densidade, volume e massa, impermeabilidade, flutuabilidade, distribuição de carga e logística apurada. Deus se encarregou de detalhar cada passo desta gigantesca obra, cabendo a Noé apenas obedecer e construir, seguindo minuciosamente cada instrução. Neste caso, a tecnologia serviu de benção, salvando Noé e sua família da morte.

Anos após o dilúvio, um homem chamado Ninrode, desenvolveu um dos mais audaciosos projetos da história. Temendo uma nova inundação, ele reuniu os homens da terra para construir uma torre que chegasse até o céu. Mais do que vontade, eles tinham uma estratégia, que incluía novas tecnologias para atender a demanda da audaciosa obra.  Os construtores desenvolveram técnicas especiais para queimar os tijolos a fim de lhe dar maior resistência, e utilizavam o piche como liga entre eles, dando condições para que as imensas fileiras se sustentassem uma sobre as outras. Apesar da complexidade daquela empreitada, a obra prosperou, pois todos estavam “unidos” e “falavam uma só língua”. O relato de Gênesis 11:6 expressa a admiração do Criador pela organização dos construtores, sendo que o próprio Deus testificou que se assim continuassem, em breve, não haveria limites para o que os homens pudessem fazer. Tudo estava indo muito bem com a construção, mas a motivação estava deturpada. A intenção de Ninrode com a construção da gigantesca torre era “ajuntar os homens em um único lugar” e “engrandecer o seu próprio nome”. Os homens se esqueceram completamente do nome de “Deus” e agora almejavam perpetrar seus próprios nomes na história. Ao intentar “reunir” os homens em uma única cidade, Ninrode contrariava a ordem divina de multiplicar e “encher” a Terra (Gênesis 1:28). Neste caso, a tecnologia se tornou uma maldição, afastando o homem dos desígnios de Deus. Assim, a justiçadivina cuidou de impugnar a obra (Gêneses 11:7-9).

Estes dois personagens bíblicos têm em comum a inovação tecnológica com a qual impactaram o mundo de seu tempo. A Arca de Noé foi a primeira grande embarcação da história, e suas características são parâmetros usados ainda hoje pela ciência náutica.  Ninrode projetou e começou uma construção de magnitude tão épica, que nem mesmo a moderna engenharia, se quer, pode sonhar. Uma das empreitadas, porém, foi muito bem sucedida e cumpriu com êxito o propósito para qual foi projetada. A Arca foi à responsável por preservar a vida no planeta (humana e animal), quando as águas do dilúvio inundaram a terra. Já a suntuosa Torre de Babel implodiu em retumbante fracasso, sendo inviabilizada pela própria soberba humana, e abandonada em decorrência da confusão instalada entre os construtores. A tecnologia em si, não tem poder de abençoar ou amaldiçoar. Quem direciona seus resultados, efeitos e consequências é exatamente o coração humano.


A Revolução Industrial

O uso exagerado da tecnologia tem trazido algumas anomalias para dentro da Igreja. Urge falarmos sobre o assunto e apresentarmos o fruto do Espírito Santo como alternativa divina para o problema. Com o advento da Revolução industrial, desencadeada por um conjunto de mudanças ocorridas na Europa nos séculos XVIII e XIX, a humanidade deu o primeiro passo em direção ao processo de desenvolvimento e do crescimento da tecnologia. A Revolução Industrial foi desencadeada em duas etapas: de 1760 a 1860 e de 1860 a 1900. Entretanto, há estudos que consideram os avanços tecnológicos dos séculos XX e XXI como uma terceira etapa desta revolução. Quando o homem percebeu que poderia, através do conhecimento fornecido pelo Criador (Provérbios 1:5), desenvolver máquinas que pudessem realizar de maneira mais rápida o trabalho, passou então a pesquisar meios que o levassem a isso. O uso de máquinas teve seu início no século XIX com a invenção do motor a explosão e da locomotiva a vapor. Também no século XIX, foram inventados o telefone e o cinematógrafo, sendo assim dado o primeiro passo para o que temos nos dias atuais. O século XX foi o grande momento da expansão das telecomunicações, com a televisão, computadores, celulares e a Internet, fazendo-nos chegar ao mundo virtual. A Revolução Industrial foi algo necessário para a humanidade que em nada podemos colocar a culpa de nossos erros na tecnologia, mas sim entender que devemos usar o que é colocado à nossa disposição com sabedoria. O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Tessalonicenses nos deixa claro que podemos examinar todas as coisas, mas só podemos reter o que é do bem (I Tessalonicenses 5.:21). Não podemos nos esquecer de que fazer uso do que foi inventado pelo homem para melhorar o nosso dia a dia não é errado, mas fazer um uso desordenado pode nos levar a pecar.

Enquanto nos utilizávamos das máquinas, do telefone e do cinematógrafo, vivíamos dentro de uma área de controle, onde o uso destes dependiam da supervisão de outrem. Contudo, com a chegada da TV e do computador em larga escala, tal controle perdeu-se, deixando assim o indivíduo como senhor de suas escolhas. O que fora criado para um bom desenvolvimento da humanidade tornou-se uma arma perigosa contra a sociedade. O uso indevido destes veículos começou a ser uma prática utilizada por muitos, transformando o que seriam uma benção em maldição. Com a TV veio o vídeo cassete, que proporcionou acesso doméstico a todo tipo de conteúdo. A tecnologia pode ser uma arma perigosa nas mãos do inimigo de nossas almas e que ele tem como manipular aqueles que são responsáveis pela informação. Hoje em dia, a televisão não tem quase nenhuma censura em seus programas. As emissoras de canal aberto mostram praticamente de tudo, sem contar a TV a cabo, que tem todo tipo de conteúdo na sua programação. É sempre bom ressaltar que a grande inovação da década de 80 do século XX, o vídeo cassete entrou nas casas trazendo bons filmes, mas também trouxe todo tipo de lixo que se podia encontrar em forma de vídeo.

Com a popularização do computador, através da criação do PC (computador pessoal) e a criação da Internet, o acesso às informações e conteúdos veiculados na rede também se popularizou. A tecnologia da computação avançou, criando os conhecidos tablets e smartphones, colocando ao alcance da mão, 24 horas por dia, todo tipo de conteúdo através da rede. As empresas especializadas trabalharam para manter cada vez mais o indivíduo preso ao mundo virtual, atingindo diretamente os relacionamentos familiares, as relações interpessoais e a comunhão com Deus. A falta dessa comunhão nos torna mais vulneráveis a ação do maligno, comprometendo a nossa salvação. O diabo não tem capacidade de criar nada, entretanto, sabemos também que ele é o maior de todos os copistas que se tem notícia. A maior arma que ele tem é a mentira, da qual é o próprio pai (João 8:44). A mentira fornece ao inimigo, armas para que possa realizar contra o homem o seu verdadeiro intento, que é matar, roubar e destruir (João 10:10). Sendo assim, ele não tem nenhum escrúpulo em usar todas as armas para manchar a imagem e semelhança de Deus no homem. O uso desordenado da tecnologia dará esta chance ao inimigo.



Panorama Histórico
Comentário Adicional:
Cp. Lucas Passarelli Gomes

A história da tecnologia é quase tão antiga quanto à história da humanidade, e tem, consequentemente, embutida a cronologia do uso dos recursos naturais, porque, para serem criadas, todas as ferramentas necessitaram, antes de qualquer coisa, do uso de um recurso natural adequado. A história da tecnologia segue uma progressão das ferramentas simples e das fontes de energia simples às ferramentas complexas e das fontes de energia complexas. A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. No passado quando tudo ainda era feito de forma manual, os processos eram muito demorados, ainda que atendessem a demanda. Com o exponencial aumento da população, fez se necessário o aprimoramento de máquinas que tivessem uma produção bem maior e capaz de suprir as demandas. No ano de 1885, Gottlieb Daimler inventou o motor a explosão, e houve um enorme avanço tecnológico a partir daí. Muitos foram os benefícios gerado pela Revolução Industrial, e desde então novas tecnologias tem sido feitas para a comodidade do ser humano, para que tudo se torne mais fácil e rápido. 

Hoje trocamos informações em uma velocidade estrondosa. Isso se deve também ao surgimento da internet que teve como base para criação a necessidade. A internet surgiu a partir de pesquisas militares no auge da Guerra Fria. Na década de 1960 (1969), quando dois blocos ideológicos e politicamente antagônicos exerciam enorme controle e influência no mundo, qualquer mecanismo, qualquer inovação, qualquer ferramenta nova poderia contribuir nessa disputa liderada pela União Soviética e pelos Estados Unidos. Eles aprendem rápido o poder da "informação", e que "dominar" o conhecimento é a chave para se vencer o guerra.

A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência e engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da água do mar. Existe um equilíbrio grande entre as vantagens e as desvantagens que o avanço da tecnologia traz para a sociedade. A principal vantagem é refletida na produção industrial: a tecnologia torna a produção mais rápida e maior e, sendo assim, o resultado final é um produto mais barato e com maior qualidade. As desvantagens que a tecnologia traz são de tal forma preocupantes que quase superam as vantagens, uma delas é a poluição que, se não for controlada a tempo, evolui para um quadro irreversível. Outra desvantagem é quanto ao desemprego gerado pelo uso intensivo das máquinas na indústria, na agricultura e no comércio. A este tipo de desemprego, no qual o trabalho do homem é substituído pelo trabalho das máquinas, denominado desemprego estrutural.

A tecnologia está mudando a forma como produzimos, consumimos, nos relacionamos e, até mesmo, como exercemos a nossa cidadania. Agora é a vez de transformar também a maneira como aprendemos e ensinamos. Desde a invenção do quadro negro, passando pela chegada do projetor de transparências, da fotocopiadora e do videocassete, o foco da tecnologia em sala de aula vinha sendo a apresentação da informação. No século 21, em razão da disseminação de computadores e de programas interativos, o desafio agora é outro: como acessar a informação. Pois nem sempre as escolas tem computadores adequados e uma boa internet para implementar e ajudar na educação. A tecnologia clama por mais tecnologia, e este é um ciclo que já não se pode quebrar.


Panorama Profético
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

A Bíblia está repleta de profecias referente ao futuro. Quando lemos o Velho Testamento, nos deparamos com uma série de mensagens, que no contexto histórico na qual foram proferidas, prediziam eventos futuros. Hoje, elas já se concretizaram, tornando-se fatos históricos inquestionáveis. Outras, porém, continuam misteriosas até mesmo para nós, pois sua realização depende de um acontecimento sobrenatural que ainda é aguardado pelos fieis: o Arrebatamento da Igreja (I Tessalonicenses 4:16-18). As riquezas de detalhes nas profecias já cumpridas, e a gama de interpretações para eventos escatológicos, incendeiam as rodas de discussões teológicas por todo planeta. O mundo está em constante transformação, e é admirável como as profecias bíblicas continuam atuais independentemente da época em que são lidas. A Sabedoria de Deus é tão magnífica, que a Bíblia foi escrita de forma a se “encaixar” na realidade de qualquer era, mantendo a Igreja em constante alerta, desde os cristãos primitivos. Porém, é inegável que o mundo atual, pulsa em sinais e evidências da proximidade da volta de Jesus, e a tecnologia, é mais uma testemunha a clamar o “fim do mundo”. 

Teólogos especializados no tema, quase já não encontram profecias pré tribulacionistas (que ocorrem antes da Grande Tribulação), que ainda não tenham se realizado. Em Daniel 12:4, após receber uma série de revelações sobre o futuro de Israel, o profeta foi alertado a sempre se manter fiel, pois nos últimos dias haveria um “aumento significativo do conhecimento”. É uma tendência escatologia latente em nossos dias, que os homens absorvam cada vez mais informação, desenvolvendo intelecto e habilidades. Sombras do passado são objetos palpáveis em nosso tempo. Em João 14:2, Jesus informou aos seus discípulos que chegaria o dia, que aqueles que cressem nele, fariam as mesmas obras que Ele fez, e outras ainda maiores. Muitos associam estas “obras maiores” com o desenvolvimento da tecnologia, pois, se Jesus andou sobre as águas, o homem moderno consegue atravessar continentes por baixo delas (submarinos), ou voando sobre os mares (aviões). O problema é que conhecimento denota poder, e por sua vez, o poder meramente humano, tende a corromper quem o possui.

Alguns leitores mais curiosos conseguem encontram no Velho Testamento, vislumbres de invenções relativamente modernas. Teria Habacuque inventado o outdoor? Naum falou sobre acidentes automobilísticos?  E teria Isaías testemunhado o voo das modernas aeronaves? (Referências: Habacuque 2:2 / Naum 2:4 / Isaías 68:8). Teorias e especulações a parte, o texto sagrado nunca condenou o avanço tecnológico, mas alertou que um efeito colateral da pós-modernidade seria a apostasia. Infelizmente, o homem permite que Satanás use o seu intelecto como uma ferramenta de iniquidade (Mateus 24:24). Quando fazemos uma análise do vindouro império do Anticristo, percebemos o uso nefasto que ele fará da tecnologia humana. O controle mundial exercido em cada cidadão através da “marca da besta”, será produto da mais avançada biotecnologia. Suas ações “miraculosas” serão assistidas por “todo olho”, em decorrência da cobertura midiática em tempo real, com satélites transmitindo os eventos para todo o planeta no exato instante que acontecem. Até mesmo as assustadoras “imagens da besta” narrada em Apocalipse 13 (que ganham vida ao serem adoradas), podem ser interpretadas como animatrônicos, já que a robótica tem conseguido avanços grandiosos num curto espaço de tempo. Mas se o mal vai lançar mão destas tecnologias para seus intentos maléficos, hoje ainda podemos usá-las para o bem.  O cristianismo não pode vilanizar a tecnologia moderna, até porque alguns dos mais importantes cientistas da história eram cristãos, entre dos quais podemos destacar (entre tantos outros), Willian Herschel, Stephen Hales, Roger Bacon, Sir Robert Boyd, Charles H. Townes, Joseph Murray, Nicola Cabibbo, Michael Faraday, Samuel Morse e Isaac Newton. Construir ou destruir não depende da ferramenta usada, mas sim do propósito das mãos que a possui.

Infelizmente, a humanidade tem usado seu conhecimento para avançar em direção a um abismo de perversidade. Em nome da modernidade, valores morais são renegados, verdades imutáveis são ignoradas, a ética é esquecida e o divino é banalizado. Avançamos em tecnologia e regredimos em espiritualidade, Usamos as bênçãos que Deus nos concedeu para gerar maldições que inevitavelmente recairão sobre nossas cabeças. Em prol da “evolução”, afrontamos Deus, denegrimos o homem e agredimos a natureza. Fortunas são investidas em armas que matam milhares. A ganância nos leva ao consumismo selvagem, e para satisfazer nossas vaidades, desmatamos florestas, poluímos rios, contaminamos mares, enegrecemos o ar... Estas ações não passarão incógnitas diante de Deus: - A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto (Romanos 8:19-22).


A mídia tecnológica

É necessário refletir acerca de quanto temos valorizado as coisas do mundo em detrimento das coisas de Deus. Muitos crentes de hoje abrem mão de minutos preciosos na presença do Senhor em troca de horas dedicadas aos acontecimentos diários, deixando-se envolver pela mídia. As informações trazidas pela mídia através da TV, redes sociais e canais diversos utilizados, principalmente por meio da Internet, têm levado muito ao uso exagerado destes meios de comunicação. A Igreja de Cristo deve estar “antenada” e ter, sim, conhecimento do que está acontecendo à sua volta. Entretanto, o fato de estarmos a par dos acontecimentos não pode nos escravizar a ponto de comprometer a nossa salvação. Tal comportamento tem gerado verdadeiros “zumbis sociais” que, muitas vezes, se movimentam em meio a um grupo, mas é comum não estarem presentes no contexto do qual fazem parte. O fato de querer ter acesso à informação não é algo errado, mas o desejo de estar ligado diuturnamente aos meios que lhes trarão essa informação poderá ser extremamente danoso, pois estar conectado permanentemente no mundo virtual poderá desconectá-lo do mundo real. Como já falamos, transformando-nos em verdadeiros “zumbis sociais”.

As informações trazidas pela mídia e a oferta de tecnologia tendem a nos tirar o foco daquilo que realmente é importante para se ter uma vida espiritual saudável. Muita informação ao mesmo tempo confunde a mente e leva o indivíduo a uma condição letárgica, como se estivesse em transe hipnótico. Sendo assim, a melhor atitude a ser tomada é buscar o amadurecimento do fruto do Espírito Santo, o qual contribuirá para o crescimento de uma vida íntima com Deus, transformando de forma definitiva a vida de quem espera vinda de Cristo. Sem dúvida o fruto do espírito é indispensável para o cristão. No entanto, devido aos apelos midiáticos e tecnológicos, esta cada vez mais difícil viver uma vida santificada. Aquele que se torna um escravo virtual pode perder totalmente a noção do que está acontecendo a sua volta. Existem pessoas que se deixaram aprisionar tão profundamente às grades do vídeo que não conseguem mais interagir com seres humanos do mundo real. Tal condição leva alguns indivíduos a buscarem tratamento, pois acabam por se tornarem enfermos. A letargia sugere um estado de apatia e de indolência extrema, o que é identificado, em alguns casos, como morbidade desenvolvida por aqueles que estão presos ao mundo virtual.

Hoje as distrações que nos afastam do alvo são cada vez mais apelativas e se multiplicam em número. Estamos imersos em um ambiente cada vez mais pluricultural, onde temos acesso à diferentes informações a uma taxa maior do que somos capazes de processar. Além disso, a cada momento, temos mais fontes de informação bombardeando nosso cérebro ao mesmo tempo. Tudo isso, ao ser somado à nossa natureza, que já seria suficiente para nos afastar da vontade de Cristo, nos torna presas mais fáceis. Esses apelos corroboram com a ação da carne. Precisamos estar atentos e comprometidos com o exercício diário que é ser servo de Deus. Só em Cristo venceremos esta batalha contra nossa própria vontade (João 15:2). Existe uma ação orquestrada pelo diabo com a intenção de nos afastar cada vez mais da presença de Deus. Logo, tudo que estiver ao alcance de suas mãos, ele usará para que seu intento seja concluído. As diversas opções apresentadas pelos meios de comunicações acabam por se tornar veículos fáceis, utilizáveis pelo inimigo para nos tirar da presença de Deus. A máxima da Igreja é representada pela necessidade da comunhão (Atos 2:42). Sendo assim, a estratégia preferida utilizada por ele é justamente essa: tirar o indivíduo da comunhão. Tal estratégia visa o enfraquecimento do Corpo de Cristo.



A Tecnologia e a Igreja
Comentário Adicional:
Cp. Lucas Passarelli Gomes

Jesus foi o maior comunicador de todos os tempos. Numa época em que a cultura grega e romana exercia forte influência sobre as pessoas, Jesus introduziu uma nova postura nas relações humanas, o que representou um grande avanço em comparação à atitude de seus contemporâneos. Por causa da variedade de seus métodos e por causa da sublimidade de sua doutrina, Jesus foi um comunicador que usou com sabedoria importantes conexões em sua comunicação. Hoje entendemos por comunicação a difusão de ideias, conhecimentos e experiências, mediatizados pelas técnicas criadas pela inteligência humana. 

Tais instrumentos nasceram especialmente a partir do século XV, com a imprensa, e se desenvolveram rapidamente no século XX, com os veículos eletrônicos e informáticos (revistas e jornais impressos, telefone, televisão, rádio, internet e outros), denominados mídia. A linguagem visual é um meio perfeito de comunicação capaz de agregar valores, mudar conceitos e estabelecer ideias. Desde a teoria de Platão, que utilizou sombras de imagens para transmitir ideias, passando pelo grande Mestre Jesus na utilização de imagens em suas parábolas e sermões, até hoje a linguagem visual é um canal importante na transmissão de uma mensagem. 

De fato, há uma cultura veiculada pela mídia cujas imagens, sons e espetáculos ajudam a urdir o tecido da vida cotidiana, dominando o tempo de lazer, modelando opiniões políticas e comportamentos sociais, e fornecendo o material com que as pessoas forjam sua identidade. Como todos já sabem, há um bom tempo as igrejas se renderam à tecnologia dos microfones e amplificadores de som e, recentemente, em alguns casos, desenvolveram verdadeiros estúdios de sonoplastia com transmissão de cultos pela TV ou pela internet. E, durante os sermões, já se vê o emprego de imagens que auxiliam na elaboração e transmissão das mensagens.

O que se percebe hoje é que boa parte da tecnologia dos equipamentos de informática é aplicada as imagens vinculadas na mídia impressa e digital. Esse tipo de tecnologia vem sendo empregada já há alguns anos e, por isso, muitos fabricantes investiram na elaboração de novas ferramentas e aplicativos, capazes de realizar tarefas incríveis nas imagens, que, por sua vez, podem ser usadas nos cânticos, sermões ou em websites. A disseminação das informações e o uso dos meios de comunicação social têm proporcionado e levado muitos a entrar em consonância, no que se refere à Igreja e a tecnologia, passando a fazer parte das relações estabelecidas entre cristãos e não cristãos, proporcionando uma socialização, inserção e, consequentemente, evangelização (você esta lendo este estudo em um blog, não é?).

Aceitemos ou não, temos uma geração digital cuja linguagem e forma de se expressar são totalmente novas. É óbvio que ninguém pode simplesmente depender da tecnologia, como se ela por si mesma pudesse levar o evangelho a alguém. O recurso visual torna a pregação clara, objetiva, possibilitando melhor compreensão e assimilação.  Precisamos adaptar nossa linguagem e a forma de expor as ideias sem perder a essência do verdadeiro Cristianismo, isso para sermos capazes de dialogar com a nova geração. A tecnologia pode ser tanto benção quanto maldição dependerá de como a usamos, se no momento de um sermão, você estiver alienado vendo o que acontece nas suas redes sociais ou conversando com alguém, com certeza você perdera todo aquele momento que você tem para aprender algo novo. Agora se você usá-los nos momentos certo certamente será benção para sua vida. Que Deus nos ajude a utilizarmos as tecnologias necessárias com sabedoria, a fim de comunicarmos com mais eficácia a mensagem gloriosa do Evangelho.


Um cenário de iniquidade
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley

Mais um trimestre se inicia em nossa EBD, abordando temas tão básicos para o cristianismo, mas que se apresentam como verdadeiros desafios para o cristão hodierno. Nos próximos meses falaremos sobre o Fruto do Espírito, destacando os aspectos do caráter cristão na era pós-modernidade. Os comentaristas deste estudo, já abordaram com muita precisão as evoluções tecnológicas pela qual o mundo vem passando, e logo não preciso me ater a esta questão. Destaco, porém, o texto de Mateus 24:12-13, que embasa todo o contexto aqui estudado: -  E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que permanecer (perseverar) até o fim, esse será salvo

Muito se fala de “iniquidade”, mas, poucos entendem este termo, e infelizmente, a grande maioria sequer consegue dar uma definição clara de seu significado. A iniquidade pode ser entendida como “o conforto com uma vida pecaminosa”.  Ela surge quando nos acostumamos com o pecado e já não temos mais vergonha de cometê-lo. É quando achamos aceitável aquilo que a Bíblia nos diz ser pecado. Neste ponto, nossa consciência se cauteriza, e não sentimos nenhuma culpa pelo pecado cometido. Infelizmente, esse é o quadro que estamos vivendo na pós-modernidade. As pessoas não sentem nenhum tipo de desconforto em decorrência de seus pecados. E se a multiplicação da ciência tem contribuído para a evolução da sociedade, por outro lado, tem nos afastado do espiritual, implantando na humanidade uma visão materialista sobre tudo e todos. Neste cenário de iniquidade, falta até mesmo no cristão, a força necessária para por no chão as paredes do materialismo, e a coragem de assumir a postura cristã que nos é proposta nas escrituras: Filho meu, ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade (Provérbios 1:5).

E este é um dos pontos que temos errado miseravelmente.  Infelizmente, não dá para negar que somos uma geração de surdos espirituais, e outros que se fazem de surdos por conta e risco; de acordo com as conveniência. E este é o mais preciso retrato da iniquidade. A falta de ouvir a Palavra do Senhor tem afundado muitas almas nesta lama espiritual, principalmente os nossos jovens e adolescentes. Muitos pais, pastores e professores de Escola Bíblica têm falhado por não confrontar com maior ímpeto as situações oriundas deste mundo moderno, que em nome da liberdade criativa, se norteia pelo lema da libertinagem, e quer deixar correr as frouxas rédeas da disciplina e da correção, que nos é amplamente aconselhada pelas escrituras. Veja, por exemplo, o que o apóstolo Paulo disse ao jovem pastor Timóteo: - Ordena e ensina estas coisas (I Timóteo 4:11). Parece rústico esse termo usado por Paulo, mas o que parece soar rude, na verdade traz em seu bojo um senso de urgência. O apóstolo desejava que seu aluno exercesse autoridade ministerial sobre sua comunidade eclesiástica, dando ordem e sendo severo no ensino, se portando como o um bom soldado de Cristo, corajoso no falar, ensinando com determinação e muita propriedade. Era preciso ser enérgico no zelo e na postura, em outras palavras, “duro na queda” quando o assunto fosse o “pecado”. Uma atitude destas parece controversa para os nossos dias, onde muitos crentes se “magoam” com extrema facilidade.  Mas é exatamente esta postura que precisamos ter, pois só assim conseguiremos “arrancar” algumas almas do inferno. 

Se a tecnologia facilita a acomodação e flerta com a iniquidade, não podemos colocar a culpa de nossos pecados nos avanços da ciência, já que o mal não reside na tecnologia, mas sim em como ela está sendo usada e qual a finalidade para qual se destina. Obviamente, com o advento da tecnologia e seus avanços vertiginosos, Satanás encontrou novos meios para disseminar sua maldade, valendo destas ferramentas para dominar as pessoas, levando muitas famílias ao caos total. Sabemos que a mídia é uma dessas armas diabólica, e vem sendo usada para afastar as pessoas da verdade. Mas não podemos esquecer que nas mãos corretas, ela também se torna numa poderosa ferramenta de evangelização em massa, e pode ser usada para a divulgação do Evangelho de Cristo.


O que não podemos nos conformar é com o meio termo... É preciso posição. A super valorização que temos dado as novas tecnologias execra o nosso tempo com Deus. Hoje em dia, com a internet de bolso, as pessoas estão antenadas 24 horas por dia, e quase tudo acontece primeiro no mundo digital, até mesmo os relacionamentos pessoais. O tempo se limita as redes sociais e “produtos supérfluos” se tornam “essenciais para a vida”, como Facebook, Twitter, Instagran e tantos outros. Os vícios tecnológicos são graves doenças dos nossos dias,  e os pecados “digitais” serão imputados a nós se qualquer tipo de atenuação. Como cristãos conhecedores da verdade, temos praticado inúmeros “pecados virtuais”. Não temos mais tempo para nos comunicarmos com os céus, pois todo o nosso tempo é gastos com as redes sociais. E vale lembrar que deixar de ter comunhão com Deus e sua Santa Palavra, é um mergulho abissal para dentro da iniquidade. Muitos de nós temos sido enrolados na teia do engano, e já não conseguimos nos livrar, pois nossos esforços se dão na direção errada.  O ar gélido do pecado tem nos feito diminutos diante do desafio de romper o emaranhado de laços sujos que o diabo trama diariamente contra nossa vida.. Temos que rever nossos conceitos e valores, e para isso, e tal necessidade urge.


Lições Práticas

Segundo Simone de Beauvoir, seja qual for o país, capitalista ou socialista, o homem foi em todo o lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro e forçado a um estado de estupidez. Quando discutimos acerca de vício, logo vem á nossa mente o uso de drogas lícitas e ilícitas ou então algum tipo de propensão a jogos de azar. Entretanto, o fato de estar sempre buscando ficar conectado o tempo todo já é identificado como um tipo de transtorno, conhecido como nomofobia. Está cada vez mais claro que o uso da tecnologia tem sido um grande problema para a educação, uma vez que tem causado muitas dificuldades na área do aprendizado, pois as crianças, cada vez mais cedo têm se utilizado dos smartphones como meio de se comunicar, tornando-se dependentes deste tipo de aparelho.

O fato de sentir a necessidade de ter o celular por perto ou qualquer tipo de aparelho que o manterá conectado o tempo inteiro pode significar que o indivíduo está sofrendo com a nomofobia. A origem do nome vem do inglês “no móbile”, que significa “sem celular”. Apesar do significado do nome, podemos ampliar este tipo de dependência para a necessidade que o indivíduo tem de ter acesso a qualquer tipo de tecnologia o tempo todo. Pesquisas realizadas no Reino Unido apontaram que 66% dos entrevistados se mostraram muitos angustiados com a possibilidade de perder o celular. Outras pesquisas comprovaram que os sintomas de abstinência de celular são semelhantes à abstinência de drogas. Em alguns casos, ficar 24 horas longe de tecnologia pode desencadear crises terríveis. A internet tem a cada dia se tornado um meio eficiente para manter todos conectados e que o avanço tecnologia dos smartphones também tem contribuído para o crescimento pela busca das salas de bate-papo, que oferecem um meio de relacionamento com base no anonimato. Nos dias de hoje, estamos vivenciando uma nova maneira de enviar e receber informações, isto acaba por provocar o medo e a angústia de ficar desconectado. Muitos têm tido suas vidas prejudicadas nas áreas familiar, profissional e espiritual. Embora socialmente aceita, tal dependência tende a alterar o comportamento do indivíduo.

Na nossa vida espiritual precisamos buscar um ponto de equilíbrio, que nos é fornecido pelo amadurecimento do fruto do Espírito e nos mantém em contato com o Senhor Deus. Fazer isso não é fácil e nunca foi. Contudo, se nos mantivermos atentos à sã doutrina e focados no objetivo da salvação, conseguiremos vencer. Lembremo-nos sempre que Jesus Cristo viveu entre nós e conhece nossa fragilidade, mas também conhece nossas mentiras (Provérbios 15:3). Cada vez mais temos nos deparado com pessoas que se comunicam mais através da Internet do que pessoalmente. Este tipo de relacionamento virtual tem levado muitos a diminuírem os seus pedidos de oração e leitura bíblica. Não podemos nos esquecer que servimos a um Deus que valoriza relacionamento íntimo e pessoal e que, sendo Seus filhos, devemos imitá-lo em tudo (Efésios 5:1).



Conclusão

O acesso descontrolado às tecnologias, afeta o comportamento das pessoas, tornando-as mais esquecidas, impacientes e impulsivas, mais o fruto do Espírito Santo é uma arma poderosa para mantermos o equilíbrio necessário para a comunhão tanto com Deus quanto com a Igreja.





O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível. A partir do exato momento de uma conversão genuína. Este fruto só será completo e de qualidade inquestionável se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe neste domingo, 03 de abril de 2016, de nossa EBD.





quarta-feira, 30 de março de 2016

Quarta Forte Escatológica - Tribunal de Cristo



Nas próximas semanas, a Quarta Forte irá voltar seus olhos para os eventos escatológicos e proféticos, com uma série de estudos sobre o futuro da Igreja, e os eventos que serão desencadeados após seu arrebatamento da terra. Na noite deste dia 30/03/2016, o Ev. Lucas Gomes abriu a QUARTA FORTE ESCATOLÓGICA falando sobre o TRIBUNAL DE CRISTO.

Após o Arrebatamento da Igreja, o mundo será submerso em grande tribulação. Serão sete longos anos sob a égide do anticristo, período onde o mundo beberá do cálice da ira de Deus. No mesmo período, a NOIVA DO CORDEIRO estará vivendo suas bodas nupciais. Porém, antes da grandiosa festa celestial, ainda haverá um último crivo.

Romanos 14:10-12 diz: “Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo... De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. ” II Coríntios 5:10 nos diz: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. ” O Tribunal de Cristo, não é um julgamento de pecados, mas sim uma prestação de contas de todos os salvos, que apresentarão ao Senhor, os frutos de suas vidas. O Tribunal de Cristo não determina salvação; esta foi determinada pela nossa fé no sacrifício de Cristo, quem morreu nosso lugar (João 3:16 / I João 2:2) Assim, todos os nossos pecados são perdoados e nunca seremos condenados por eles (Romanos 8:1). Não devemos olhar para o Tribunal de Cristo como Deus julgando nossos pecados, mas sim como Deus nos galardoando por nossas vidas. Ali, pastores darão conta de seus rebanhos, crentes prestaram conta dos dons e talentos que lhes foram confiados, e o juiz será o próprio Jesus.

A Bíblia fala dos crentes recebendo coroas por diferentes coisas com base em quão fielmente serviram a Cristo (I Coríntios 9:4-27; II Timóteo 2:5). As várias coroas são descritas em II Timóteo 2:5; II Timóteo 2:4-8; Tiago 1:12; I Pedro 5:4 e Apocalipse 2:10.

O homem só pode alcançar a salvação pela Graça, mediante a Fé em Cristo Jesus. Este é um fato inquestionável, não havendo qualquer outra alternativa salvifíca.  Uma vez salvo, ele está isento de qualquer julgamento designatório; entretanto comparecerá diante ao tribunal de Cristo para receber uma premiação por suas obras, pelos seus frutos e pelo exercício dos dons. Este “prêmio” recebe o nome de “galardão” e  é identificado como a “Coroa da Vitória” (I Coríntios 9:25), a “Coroa da Alegria” (Filipenses 4:1), a “Coroa da Justiça” (II Timóteo 4:7-8), a “Coroa da Vida” (Apocalipse 2:10) e a “Coroa de Glória” (I Pedro 5:2-4).

Obviamente, o termo “coroa” usados pelos escritores do Novo Testamento é apenas simbólico, e tem por intuito nos dar um vislumbre palatável de algo que é espiritual. Embora não interfira na salvação, haverá critérios para concessão de tais dádivas, pois todas as obras serão “testadas” pelo fogo, revelando verdadeiramente sua essência. As obras de alguns sairão desta fornalha ainda mais refinadas, porém, de outros, nada sobrará a não ser pó e cinza . Paulo faz menção de algumas matérias primas que podemos usar em nossas obras aqui na terra: ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha (I Coríntios 3:10-15).

Obras de OURO são aquelas realizadas somente para a Glória de Deus.

Obras de PRATA (metal que simboliza redenção) são as obras realizadas por amor e que revelam Cristo aos homens.

Obras de PEDRAS PRECIOSAS são aquelas realizadas sob a inspiração do Espírito Santo.

Obras de MADEIRA são aquelas realizadas por motivação puramente humana, como por exemplo, o agrado à um líder.

Obras de FENO (alimento servido a animais e que não possui valores nutritivos consideráveis) são aquelas realizadas sem nenhuma motivação.

Obras de PALHA (material que para ter algum peso necessita de grande quantidade) são aquelas obras “volumosas” realizadas por vaidade e em busca de reconhecimento pessoal.

O pecado afetou consideravelmente a imagem de Deus em nós, nos levando a produzir obras carnais. Através do novo nascimento e da produção continua de Frutos Espirituais o caráter de Cristo é refeito no homem. O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível. A partir do exato momento de uma conversão genuína, a frutificação já começa a se manifestar e alcançara a perfeição quando Cristo galardoar sua igreja, a noiva fiel.

O texto de Tiago 1:12 é um bom resumo de como devemos pensar no Tribunal de Cristo: “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. ”



Filme: Recuperando a Esperança

O longa “Recuperando a Esperança” (Home Run), é uma produção estadunidense de 2013, lançada no Brasil diretamente em home video pela Sony Pictures. 

Dirigido por David Boyd, e tendo no elenco Scoot Elrond, Dorian Brown, James Devoti,Roberte Peters e Vivica A. Fox, o filme tem boa aceitação entre o publico cristão.

Cory (Scott Elrod) era um jogador de beisebol respeitado, mas o alcoolismo destruiu sua carreira. Quando é forçado a tentar uma cura de reabilitação em sua cidade natal, Cory busca corrigir seus erros, treinando uma equipe mirim, reencontrando um amor do passado e se redimindo em reuniões de alcoólatras. O programa de reabilitação frequentado por Cory na história é um grupo real, fundado na igreja Saddleback pelo pastor John Baker. Este último, aliás, aparece em diversas cenas do filme.


terça-feira, 29 de março de 2016

Biografia: Hugo Latimer




Hugo Latimer nasceu em Thurcaston, Leicestershire, em uma família de prósperos fazendeiros em 1492. Ele foi educado na Universidade de Cambridge, o enclave católico, onde completou seus estudos teológicos em 1514. No ano seguinte veio a nomeação papal para ser ordenado padre.

Excelente e dedicado, foi apresentado como um contrapeso às idéias luteranas foram divulgados através das Ilhas Britânicas e infiltrados para os claustros da universidade. Mas Latimer também um erudito, era um homem profundamente religioso. Sua fidelidade à Igreja de Roma não foi maior do que a sua sincera crença em Jesus Cristo.

Um estudo do Centro Integrado de Educação Fisica (CIEF), assim descreve a conversão de Hugo Latimer ao protestantismo.

Hugo Latimer foi um grande orador, e inicialmente ocupado essa capacidade de ataque que levou à Reforma da Igreja. Thomas Bilney foi um desses, e graças a ele que Hugo Latimer aprendeu a verdade na palavra de Deus. Conta a história deste resultado: naqueles dias era um padre em Cambridge distinguido por um fervor que culminou com o fanatismo. Era sempre o primeiro nas procissões e ele olhou orgulhosamente carregar a cruz da Universidade. Seu nome era Hugo Latimer, que tinha cerca de 30 anos de idade e ao seu incansável zelo unia-se um humor mordaz que colocava em ridículo os seus adversários.

Como um novo Saulo, perseguia os amigos da Palavra de Deus e, alguns discursos foram tão bem sucedidos que muitos acreditavam que havia aparecido um homem capaz de medir-se com Lutero e dar um trinufo deslumbrante à Igreja de Roma.

Bilney concebeu o plano de ganhá-lo para o evangelho para que os seus dons fossem postos à serviço de uma melhor causa, e para começar sua difícil tarefa recorreu a um procedimento um tanto incomum. Latimer foi onde ele estava e pediu-lhe para ouvir a sua confissão.

O que aconteceu? Um campeão da heresia pede para se confessar cum o campeão do papado! Latimer acreditava que seus discursos tinham conseguido convencer a Thomas Bilney e, assim poderia fazer o mesmo com todos os seus companheiros. O suporsto penitente se ajoelha perante seu satisfeito confessor, mas faz uma confissão bastante diferente do que estão acostumados a ouvir os sacerdotes, se referia a ele como era grande a angústia da sua alma e como inúteis as obras, as cerimônias e sacramentos para removê-las.

E então, com sua voz emocionada e sinceridade contagiante, fala de como ele encontrou a paz quando ao deixar todas estas coisas, passou a confiar no Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Fala à Lamiter sobre o espírito de adoção que tem recebido e da experiências de ser capaz de chamar a Deus de seu Pai.

O confessor caiu surpreso ao ouvir tal testemunho, em vez de uma confissão mecânica. Seu coração se abriu e a palavra cheia de unção do piedoso Bilney penetrou no íntimo do seu ser. Essa palavra simples, mas cheia de vida, entrou como uma espada de dois gumes. O Espírito de Deus trabalhou em Latimer, a luz brilhou de verdade nessa hora, desta forma inesperada. Sua conversão foi instantânea, como Saulo no caminho de Damasco. Latimer ainda queria levantar objeções, mas poucas respostas cheias de amor foram suficientes para dissipar todas as dúvidas. Hugo Latimer disse mais tarde: "Eu aprendi mais com esta confissão, que antes por meio de muitos estudos e em muitos anos. Agora, tenho prazer na Palavra de Deus e deixo aos doutores das escolas humanas com todas as suas extravagâncias".

Latimer se converteu a Cristo, dando um novo impulso para o movimento evangélico, como a mesma força que tinha anteriormente, agora usava para defender as grandes verdades bíblicas que eu havia conhecido. 

Em 1529, juntou-se a idéia e os esforços de outros reformadores que pretendia difundir a Bíblia traduzida para o Inglês. Através da sua influência, conseguiu aprovar a anulação do casamento entre Henrique VIII e Catarina de Aragão. O rei recompensou Latimer lhe ortorgando a reitoria da paróquia, em Wiltshire.

Em 1535 foi nomeado bispo de Worcester. Mas em 1539, as coisas começaram a ficar sombrias para Latimer. Henrique VIII havia assumido a liderança da igreja e começou a perseguir não só aos católicos, mas também outros protestantes que não concordavam com a politização da fé e seus delírios.

Latimer, apesar de grato, não podia tolerar alguns excessos reais de acordo com seu caráter, mesmo com ânimo conciliador, ele não foi obediente. Ele tinha se tornado assim, um dissidente.

Por recomendação de Thomas Cromwell, Henrique VIII, despojou Latimer de todos seu cargos, o proibiu de pregar e de publicar seus escritos e, finalmente, ordenou que ele fosse preso.

Em 1547, após a morte de Henrique VIII, Eduardo VI o sucedeu.


Edward VI significou uma renovação para o movimento de reforma e um momento crucial para estabelecer as bases de uma nação cristã. Latimer foi liberado imediatamente. Todo o poder contido na prisão pareceu explodir.

Hugo Latimer se tornou o pregador mais famoso de seu tempo. Assim como outros mensageiros do Evangelho, não só falou de religião, mas também pediu uma maior justiça social, a difusão da cultura e a redução da pobreza.

Quando Eduardo VI morreu, protestante e patrono dos pregadores, o trono seria disputado por duas mulheres: Lady Jane Grey e Mary Tudor, a primeira era protestante e a segunda católica. Latimer, Ridley, Cramner e outros, apoiaram a Jane Gray.

Mas quem tomaria o poder seria Mary Tudor, que assumiu o nome de Maria I de Castela. Esta mulher, também conhecida como Queen "Blood" Mary, iniciou uma feroz perseguição contra os protestantes. Em 1553 estabeleceu o catolicismo como religião oficial e única permitida no país.

Hugo Latimer acusado de traição e heresia, foi preso imediatamente. Depois de passar mais um ano de prisão foi condenado à morte. Em 16 de outubro de 1555, foi posto na estaca e queimado na fogueira, em Oxford, com seu amigo Nicholas Ridley.

A história da vida e da morte de Hugo Latimer continua a impressionar ao longo dos séculos. De um dos mais fortes opositores da Reforma, e um dos padres católicos mais importantes do seu tempo, se tornou o maior pregador protestante do seu tempo e um dos ícones da mensagem do Evangelho, que proclama com convicção inabalável até ao martírio.