sexta-feira, 25 de março de 2016

Artigo - Esclerose Múltipla


Élita Pavan
Estudante de Fisioterapia 

A esclerose múltipla (EM) é uma patologia de caráter inflamatório, desminelinizante e que acomete a substância branca do sistema nervoso central (SNC), procedendo em sinais e sintomas neurológicos que, após os surtos, poderão deixar sequelas, conforme a localização da lesão.

A EM acomete em sua grande maioria, adultos jovens, do sexo feminino.
Fisiopatologia Devido a desmielinização, a EM afeta a capacidade das células nervosas do cérebro e da medula espinhal comunicarem entre si de forma eficaz. As células nervosas comunicam entre si através da transmissão de impulsos eléctricos, designados por potencial de ação, ao longo dos seus filamentos extensos designados por axónios, os quais estão envolvidos por uma substância isolante chamada mielina.

Na EM o próprio sistema imune do corpo ataca e destrói a mielina. Uma vez destruída, os axónios deixam de poder transmitir o potencial de ação de um neurónio ao neurónio seguinte ficando assim a condução do estímulo nervoso interrompida.

A desmielinização é observada no SNC, afetando com frequência o nervo óptico. As lesões da EM afetam sobretudo a Substância branca do cérebro, cerebelo, nervos cranianos, medula espinhal, nervos ópticos e ao redor do 3º e 4º ventrículos

Causas

É desconhecida, mas acredita-se em uma causa genética, infecciosa ou muito provavelmente imunológica. Também foram identificados alguns fatores de risco ambientais.

Sinais e Sintomas

•Fraqueza Muscular
•Alteração Sensorial
•Alteração no equilíbrio
•Alteração na coordenação
•Neurite retrobulbar ( nistagmo)
•Parestesia
•Dor
•Clônus
•Espasmos Musculares
•Tremor
•Visão dupla
•Vertigem/vômitos
•Alterações urinárias e intestinais
Complicações sociais, cognitivas e psicológicas
•Apatia
•Distúrbios de memória
•Distúrbios de atenção
•Depressão
•Impotência sexual
•Agressividade

A EM é classificada segundo vários subtipos, ou padrões de progressão, que permitem prever a evolução da doença através da análise do padrão de progressão passado. São importantes não só para o prognóstico, mas também para decisões de terapêutica.

Classificação da EM

Esclerose Múltipla Recidivante Remitente (EMRR):
A maioria dos pacientes (80%) apresenta-se inicialmente com a forma recidivante-remitente (EMRR). É caracterizado por recidivas imprevisíveis, seguidas de um período de meses ou anos de relativa tranquilidade (remitência) sem novos sintomas da atividade da doença. Os sintomas neurológicos que ocorrem durante os ataques podem desaparecer ou deixar sequelas.

Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP):

Os pacientes com EMRR podem progredir para EM progressiva secundária (EMPS). Esse quadro se caracteriza por déficit neurológico progressivo

Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP):

Cerca de 10% dos pacientes com EM apresentam a forma primária progressiva (EMPP), caracterizada pela progressão contínua do grau de incapacidade a partir do aparecimento da doença, com poucas ou nenhumas remissões ou melhorias.

Tratamento

Atualmente, no Brasil, existem diversas opções de tratamento para esclerose múltipla, que vão desde cápsulas orais de administração diária, até injeções diárias, semanais ou mensais. Além de diminuir a ocorrência e intensidade dos surtos – e, consequentemente, a possibilidade de uma lesão permanente – alguns medicamentos já atuam de forma preventiva em relação à degeneração acelerada do cérebro (atrofia cerebral), ocasionada pela doença.

A fisioterapia é um aliado incondicional no tratamento do paciente com esclerose múltipla. Ela é normalmente indicada pelo médico a pacientes que apresentam sintomas como dificuldade de movimento e equilíbrio, por exemplo. Por meio de exercícios apropriados, há melhora do quadro e das funções, além de um preparo mais adequado para surtos inesperados. 




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