Livremente inspirado na ministração do Pr. Wilson Gomes, no
Culto da Família realizado em 13/03/2016.
A Bíblia menciona a raríssima
possibilidade de alguém se compadecer de uma pessoa muito boa, ao ponto de dar
a vida do próprio filho por ela. Talvez existam pessoas que mereçam um ato de
amor tão extremado, e até mesmo uma alma tão altruísta capaz de tamanho
beneplácito. Mas o amor de Deus pelo homem é demostrado no fato que ELE nos deu
a vida de seu próprio filho quando ainda éramos maus e pecadores, imerecedores
de qualquer compaixão (Romanos 5:8). Desde
então, esse grandessíssimo amor só faz aumentar, potencializado ainda mais pela
Graça e pela Misericórdia que emana do trono divino.
Deus nos ama e deseja um relacionamento
intenso e verdadeiro com cada um de nós. Feliz é o homem que aceita esse favor
e mergulha sem reservas no oceano infindo desse amor, cujas correntezas nos
levam rumo a uma eternidade de paz e felicidade.
Obviamente, como em todo
relacionamento é necessário que se façam concessões, e mesmo Deus não nos
devendo nenhum favor, é Ele quem voluntariamente se mostra tolerante aos nossos
deslizes. Deus se dispõem a perdoar todas as nossas ofensas, afrontas e
pecados, nossos rompantes de preciosismo e hedonismo, nossas lamúrias
desmedidas e nossos desatinos sem precedentes.
Todas as manhãs Deus renova sua
misericórdia sobre nossa vida e nos dá uma chance de vivermos um dia de cada
vez, ou invés de simplesmente nos fulminar e do barro recriar um homem melhorado.
Deus convive com nossas
imperfeições mesmo sendo perfeito. Ele nos ama com intensidade apesar de nossas
prostituições espirituais. Deus continua nos aceitando de volta mesmo depois de
virarmos as costas para Ele centenas de vezes. Deus é longânimo, compassivo e
terno no trato com o homem, dando a ele inúmeras chances e recomeços diários.
Em decorrência de nossa teimosia,
muitas vezes Deus precisa usar de recursos drásticos para chamar nossa atenção
e nos direcionar de volta ao caminho, logo, sua mais severa e punitiva ação
nada mais é que um grito de amor. O elo fraco desta relação está exatamente no
ser humano. Débil, dúbio e corrompido pelo pecado, negligenciamos a fidelidade
divina, escarnecemos o sacrifício vicário de Cristo e deixamos Deus num plano
secundário de nossa vida. Nada fazemos para justificar tamanho amor, mas esta
realidade terrível não impede que Deus nos ame incomensuravelmente.
E em decorrência deste amor,
somos atraídos para seus braços e aprendemos a amar. Embora pecadores, a santidade
de Deus nos inicia num processo contínuo de santificação. Mesmo imperfeitos, a
perfeição divina nos aponta o caminho para se chegar a estatura de varão
perfeito. Em nossos abundantes pecados superabunda a graça de Deus e nossa
pequenez é compensada pela grandiosidade do Altíssimo, pois o poder de Deus se
aperfeiçoa em nossas fraquezas.
Quando nós entregamos de corpo e
alma a um relacionamento profundo e sincero com nosso Deus, embora ainda
revestidos de corruptibilidade, somos feitos herdeiros de Deus, co-herdeiros em
Cristo, e esta é uma promessa garantida pela fidelidade de Deus. Ainda seremos
humanos, propensos ao erro e ao fracasso, mas estaremos abrigados embaixo das
asas do Altíssimo, e ali protegidos, não estaremos a mercê do mal. Ainda haverá
dias de tempestade, mas Deus nos dará asas para voar acima dela.
Ainda existirá fornalhas, mas
Deus estará conosco no meio das chamas e elas não nos queimarão. Ainda haverá
rios e mares para serem atravessados, mais Deus nos conduzirá pelas águas, e
ainda que submersos, não nos afogaremos. Paulo foi muito feliz ao descrever
como é estar em um relacionamento genuíno com Deus: Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele
mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de
Deus na face de Cristo. Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar
que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. De todos os
lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não
desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não
destruídos (II Coríntios 4:6-9).
E assim, mãos dadas com Deus,
seguimos de fé em fé e glória em glória, certos que a fidelidade de Deus é
nosso norte, nosso leme e nosso porto seguro, e que ela nos levará ao céus, se
tão somente nos entregarmos sem reservas ao seu amor: Graça a vós, e paz
da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo: Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo
sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa
cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto
mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de
Jesus Cristo (Filipenses 1:2-6).
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