Material Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição
11
Comentarista: Pr.
Valdir Alves de Oliveira
Comentários Adicionais
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Pb.
Bene Wanderley
Cp.
Lucas Passareli Gomes
Texto Áureo
Jó 15:10
Também há entre
nós encanecidos e idosos, muito mais idosos do que teu pai.
Verdade Aplicada
A
Palavra de Deus alimenta e estimula o respeito pelos mais velhos.
Textos de Referência
Josué 14.9-11
Então
Moisés naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será
tua, e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir ao
Senhor meu Deus.
E,
agora, eis que o Senhor me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos
há agora, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda
no deserto; e, agora, eis que já hoje sou da idade de oitenta e cinco anos.
E,
ainda hoje, estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha
força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair, e para
entrar.
Os benefícios da Terceira Idade
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Nascemos com data de
validade. Isto é um fato. Poucas são as certezas de nossa existência, e a mais
concreta delas é que, por mais longa e bem vivida que seja, um dia a vida chega
ao fim. Alguém já definiu a existência como sendo “um pacote que a parteira
envia ao coveiro”. De fato, começamos a envelhecer no exato momento em que
nascemos, e esta é uma estrada para a qual não existe retorno. Em Gêneses 6:3,
ainda nos primórdios da existência humana, a vida de uma pessoa foi datada com 120.
Séculos depois, Moisés abaixa consideravelmente esta expectativa: A duração da
nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta
anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos”
(Salmo 90:10). Muitas são as situações que colaboram para o aumento ou
diminuição da expectativa de vida de um individuo, como por exemplo, seus
hábitos alimentares, condições biológicas e o ambiente onde vive. Assim,
enquanto em países com maior desenvolvimento proporcionam condições para uma
vida mais longa, áreas de pobreza ou conflito, expõem seus moradores aos risco
de uma morte precoce. Em Mônaco, na Europa, a expectativa de vida é de 89 anos,
já na subdesnvolvida Republica de Chade , na África Equatorial, espera-se que o indivíduo morra antes de
completar 50 anos. Segundo um relatório emitido em 2015 pela CIA (Central
Intelligence Agency), o Brasil ocupa a 129ª posição no ranking mundial de
expectativa de vida: 73,5 anos. Estudos apresentados pelo IBGE (Instituto de
Geografia e Estatística) são ainda mais otimistas, indicando que o brasileiro,
em média, quase chega aos 75 anos. Estas estatísticas apontam para o fato que
estamos vivendo “mais” e “melhor”, e indicam um crescimento exponencial de
idosos no país, uma população que
chegará a 30 milhões de pessoas
já na próxima década.
Desde 2003, o “Estatuto
do Idoso” está em vigor no Brasil, garantindo que aqueles que chegaram à
“terceira idade”, tenham assegurados seus direitos constitucionais, bem como
uma série de benefícios conquistados com muita luta. Mesmo assim, a
“consciência coletiva” ainda é deficiente em reconhecer muitos aspectos da lei,
e infelizmente, somos uma nação que ainda desrespeita seus idosos, ofendo a
lei, a ética e a Bíblia. Diversas culturas
ao redor do mundo honram seus anciões, pois entendem que a sabedoria por eles
adquirida ao longo dos anos, são pedras que pavimentam o caminho dos mais
jovens. No Japão, o aniversário de um idoso é festejado como data solene. O "Dia
do Respeito ao Idoso" (Keiro No Hi), é feriado nacional. A consideração a uma
pessoa de idade avançada é tamanha, que em terras nipônicas, ter mais de 60
anos é considerado motivo de orgulho e oblação. O país possui hoje a maior
população centenária do mundo, já que atualmente, mais de 30 mil japoneses ultrapassaram a marca de um século de vida, sendo motivo de honra e orgulho
para suas famílias. No Brasil, a
realidade é bem diferente, pois apesar de haver uma proteção legal para o idoso,
ele acaba sendo desrespeitado, humilhado e desprezado, tanto pela sociedade,
quanto por seus entes queridos. Com isso, muitos se retraem, caem no
ostracismo, e ainda vivos, já consideram a vida como encerrada. Segundo a
Bíblia, a velhice é um momento de beleza unica , onde o acumulo de experiências
e o amadurecimento paulatino proporciona oportunidades singulares, seja vivendo
a própria vida, ou na generosidade de ensinar outros a vivê-la com mais
intensidade.
Dizemos que alguém jovem é “cheio de vida”. Esta é uma afirmação teórica, pois não sabemos nada sobre o amanhã, e em qual esquina a brevidade dos dias nos cercará. Porém, se afirmamos que um idoso é “cheio de vida”, estamos apenas constatando uma verdade já comprovada pelos anos. As rugas em sua pele são como mapas registrando os caminhos trilhados. Enquanto o jovem está tentando descobrir quem é e para onde vai, o ancião tem domínio de si experiência para indicar qual é estrada menos perigosa. Provérbios 20:29 nos diz que a glória do jovem esta na sua força, mas a beleza da idoso, é exatamente seu cabelo branco. A maioria dos teólogos entende que na Bíblia, uma geração corresponde a 70 anos. Ainda no último século, sociólogos determinavam que uma geração durava cerca de 25 anos. Hoje, em decorrência do avanço da tecnologia, especialistas dizem que a passagem de uma geração para outra acontecesse a cada 10 anos. No ano 2000, a sociologia identificou o nascimento da “Geração Z”, e em 2010, assistiu espantada o surgimento da chamada “Geração Alfa”. Com tantas transformações, o idoso se sente cada vez mais deslocado e desnecessário. Suas habilidades não são mais úteis no mundo moderno, e não há mais abertura para novos aprendizados. Não é verdade. Deus tem desígnios especiais para cada geração, e propósitos específicos para cada fase de nossa vida. A velhice na mão de Deus ganha ares de juventude, se renova em força, tornando-se profícua e abençoadora: Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam (Isaías 40:29-31). Em Deus, a “terceira idade” nada mais é do que à hora de voltar a sonhar (Ageu 2:17).
Dizemos que alguém jovem é “cheio de vida”. Esta é uma afirmação teórica, pois não sabemos nada sobre o amanhã, e em qual esquina a brevidade dos dias nos cercará. Porém, se afirmamos que um idoso é “cheio de vida”, estamos apenas constatando uma verdade já comprovada pelos anos. As rugas em sua pele são como mapas registrando os caminhos trilhados. Enquanto o jovem está tentando descobrir quem é e para onde vai, o ancião tem domínio de si experiência para indicar qual é estrada menos perigosa. Provérbios 20:29 nos diz que a glória do jovem esta na sua força, mas a beleza da idoso, é exatamente seu cabelo branco. A maioria dos teólogos entende que na Bíblia, uma geração corresponde a 70 anos. Ainda no último século, sociólogos determinavam que uma geração durava cerca de 25 anos. Hoje, em decorrência do avanço da tecnologia, especialistas dizem que a passagem de uma geração para outra acontecesse a cada 10 anos. No ano 2000, a sociologia identificou o nascimento da “Geração Z”, e em 2010, assistiu espantada o surgimento da chamada “Geração Alfa”. Com tantas transformações, o idoso se sente cada vez mais deslocado e desnecessário. Suas habilidades não são mais úteis no mundo moderno, e não há mais abertura para novos aprendizados. Não é verdade. Deus tem desígnios especiais para cada geração, e propósitos específicos para cada fase de nossa vida. A velhice na mão de Deus ganha ares de juventude, se renova em força, tornando-se profícua e abençoadora: Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam (Isaías 40:29-31). Em Deus, a “terceira idade” nada mais é do que à hora de voltar a sonhar (Ageu 2:17).
Os idosos são exemplos
para os jovens
A
Palavra de Deus está repleta de exemplos que mostram o quanto os idosos são uma
verdadeira bênção para os mais jovens. Calebe se destacou em todas as fases da
sua vida. Quando jovem, superou o cativeiro do Egito; na meia idade, venceu as
dificuldades do deserto e, na velhice, foi em busca dos seus sonhos (Josué 14:10-11).Noé
tinha 600 anos quando o dilúvio veio sobre a Terra (Gêneses 7:6). Ele construiu
a arca, ajuntou os animais e pregou para as pessoas na sua época (II Pedro 2:5).
Por temer a Deus, Noé, junto com sua família, sobreviveu ao dilúvio. Ele
tornou-se o pai de todas as pessoas que vivem na Terra atualmente. Mesmo bem idoso,
Noé permaneceu fiel ao Senhor. Sua fé e determinação produziram benefícios que
são vistos até o dia de hoje e merecem ser imitados por servos de Deus de todas
as idades (Hebreus 11:7). A Bíblia ensina que a velhice é bênção de Deus. Um
Salmo 91, muito conhecido até daqueles que não são convertidos ao Senhor Jesus,
nos diz que o Senhor fartará com “abundância de dias e nos mostrará a sua
salvação”. Os versículos 14 a 16 deste salmo mostram que esta bênção da
longevidade é para aqueles que vivem sua vida debaixo do “esconderijo do
Altíssimo e à sombra do Onipotente”.
O
Eterno Deus ordenou que Abrão saísse de sua terra aos 75 anos (Gêneses 12:1-2).
Ele obedeceu e só depois de 25 anos viu a realização da promessa do Senhor (Gêneses
21:2-5). Ele morou em tendas e como estrangeiro durante o restante de sua vida
(Gêneses 12:4 / Hebreus 11:8-9). A perseverança do patriarca Abraão teve forte
influência na vida do seu filho Isaque, que permaneceu toda a sua existência
(180 anos), como estrangeiro em Canaã. A base da perseverança de Isaque era sua
fé na promessa de Deus feita aos seus pais e que, mais tarde, o próprio Deus se
encarregou de reforçar (Gêneses 26:2-5). Os idosos que servem lealmente ao Senhor
podem ter uma influência saudável sobre os membros de sua família (Provérbios
22:6). A velhice traz muitos desafios e algumas perdas. Ocorrem alterações no
sistema circulatório, sistema respiratório, sistema digestivo e sistema
nervoso. A função renal diminui, os hormônios se alteram, diminui a tolerância
a glicose, diminuem os anticorpos, a capacidade de coordenação e o controle
muscular. Há retardo nas funções mentais com perda de memória recente e de
curto prazo. Salomão se deparou com esta realidade e aconselhou aos jovens a
lembrar sempre do Criador (Eclesiastes 12:1).
Com
110 anos, José deu uma ordem a respeito dos seus ossos (Gêneses 50:25 / Hebreus
11:22). Sua atitude foi um raio de esperança para o povo de Israel durante os
anos de escravidão que se seguiram após sua morte, dando-lhes a certeza de que
a libertação viria. Baseado nesse ato de fé que Moisés, aos 80 anos, levou os
ossos de José para fora do Egito (Êxodo 13:19). Vale ressaltar também que o
próprio Moisés foi uma fonte de conselhos maduros e de sabedoria para o jovem
Josué (Êxodo 24:12-18; 32:15-17 / Números 11:28). Com essa injeção de ânimo e
influência poderosa, Josué e Calebe motivaram seus irmãos na fé durante a
conquista da Terra Prometida (Josué 14:6-13). Moisés tinha 80 anos quando
começou o seu ministério de libertação do povo do Egito. Arão tinha 83 quando
começou seu ministério com Moisés. Calebe, aos 85 anos, com ousadia conquistou
seu espaço na Terra Prometida. Os idosos em Israel eram considerados pela sua
sabedoria (Deuteronômio 32:7).
Ouvir, aprender e praticar
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley
Em tempos tão “incertos”
como são os de hoje, é de suma importância para nós, que inevitavelmente estamos
a caminho da “maturidade”, refletir sistematicamente sobre os poucos anos de
vida que nos é oferecido. A grande verdade, é que nossa mente não foi (ou não
está), projetada para a velhice. Não muito gostamos de falar (e nem mesmo pensar) sobre a velhice, principalmente se formos "o tema" em questão. Muitos
chegam a entender a idade avançada como algo ruim, uma doença que precisa ser
evitada. Isso acontece porque, por vezes, julgamos sermos melhores, maiores e
mais sábios do que aquele que nos criou com estas características, um ser divino
que sabe exatamente o que faz e nada pode lhe deter quando determina algo a
nosso respeito. Falamos muito, mas na pratica, vivemos pouco nossas próprias convicções,
renegando em vida muito daquilo de cremos e somos. Este tema tão necessário
abrange três aspectos de suma importância, pois “todos” viveremos a realidade
da velhice na própria pele, e pra quem não desejar “experimentar” a terceira
idade, a única saída é exatamente a morte. Logo, é preciso “ouvir”, “aprender”
e “praticar”.
O primeiro passo é ouvir.
Tiago nos diz em sua carta, que todo homem esteja pronto para ouvir e seja tardio
para falar (Tiago 1: 19). Precisamos ouvir mais de Deus. Termos ouvidos abertos
para as coisas do Espírito. Essa geração está seriamente afetada pela surdez
espiritual. Só querem falar, falar, falar, mas não ouvem. Ao estudarmos a
história de Israel (o povo de Deus), compreendemos através dos relatos bíblicos,
que a causa das misérias e desgraças que sobrevieram contra aquela nação, foi exatamente
por não ouvirem as ordens do seu Deus. Eles desprezaram a lei do Senhor e
viraram as costas para o Deus que os havia libertado do Egito. O preço foi alto
e o sabor amargo. Enfrentaram penas duríssimas por sua falta. Um povo que se
faz de surdo a voz do Senhor clama por ruína. Estamos presenciando uma “infestação” de
homens malignos dentro de nossas igrejas, exatamente como Paulo antecipou em
seu aconselhamento ao jovem Timóteo: Pregues a palavra, instes a tempo e fora
de tempo, redarguas, repreensão, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Por que virá tempos em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscência (II
Timóteo 4.2-3). Este tempo chegou, mas não podemos nos intimidar (ou conformar)
com as ameaças do mau. Devemos falar a
verdade quer escutem ou deixe de ouvir. A melhor idade começa hoje, quando
pavimentamos um caminho de luz na estrada que iremos caminhar.
Em segundo lugar,
precisamos aprender. Jesus em suas palavras proclamou em alto e divino som: aprendei
de mim, que sou humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas
(Mateus 11:29). Jesus nos convida a “ir” até ele e aprender “Dele”. O Cristo é
o nosso modelo, nosso guia, nosso farol e nossa âncora. É dele (e com ele) que
temos “tudo” a aprender. Jesus é o exemplo a ser seguido por quem deseja tomar
parte em seu Reino Eternal. Não basta apenas olhar para a vida de nosso Senhor
e admira-la, é preciso seguir seus passos e pisar em suas pisadas. Isaías 53 é
uma verdadeira cartilha para o Cristão, pois esmiúça quem é de fato o “Cristo”,
e tudo o que Ele fez por nós... Somos sarados pelas suas pisaduras. Aprender
com Jesus é fundamental, pois embora tenha morrido jovem para os padrões da
terra, com apenas 33 anos, Ele ressuscitou e sua existência é de Eternidade em
Eternidade, Senhor do tempo e Ancião de Dias (Daniel 7:13).
Por ultimo, mas não menos
importante, é preciso fechar o ciclo e colocar em pratica tudo o que se
aprendeu. . Ouvir, aprender e praticar.
Por em prática absolutamente tudo aquilo que nós é ensinado por Jesus. Se formos
praticantes daquilo que ouvimos e aprendemos de nosso Senhor, não haverá
limites em nosso servir a Deus. E o Senhor não está limitado ao tempo, a coisa
ou pessoas. Basta nos colocarmos nas mãos (e a disposição) de Deus para logo vivermos
o seu agir. A Bíblia nos dá grandes exemplos de homens e mulheres que foram
usados com poder e autoridade, mesmo tendo sua idade já bastante avançada: Noé,
Abraão, Sara, Moisés, Josué e outros tantos exemplos virtuosos que não mediram
esforço em fazer uma grande obra para Deus, sem usar “o tempo” ou “a idade”
como desculpa para se esquivar do chamado. Infelizmente, muita igreja tem
desprezado os seus "velhos", não lhes dando atividades nos departamentos eclesiásticos,
ignorando sua “bagagem de vida” e os deixando em situação de ostracismo e total
abandono. Deus quer nos ensinar através de pessoas com mais experiências, que
viveram e sobreviveram a situações dramáticas, perderam tudo (ou quase tudo) e
se levantaram das cinzas. Servir a Deus
não tem idade e nos preparamos para uma velhice produtiva, exatamente quando
aprendemos sobre a vida com aqueles mais velhos e sábios que nós.
A Bíblia, a Igreja e o
Idoso
É
importante compreender que as Sagradas Escrituras fazem questão de mencionar a
idade daqueles que falecem em adiantada velhice, tamanha a sua relevância. O
Senhor ordenou ao povo de Israel, por intermédio de Moisés, que os anciãos
fossem extremamente respeitados (Levíticos 19:32). Ao instruir o jovem Timóteo,
o apóstolo Paulo certamente tinha essa ordenança guardada em seu coração (I Timóteo
5:1). Por outro lado, o imprudente rei Roboão não levou em consideração o sábio
conselho dos anciãos para diminuir a carga tributária e, então, provocou a
divisão do reino de Israel (I Reis 12:1-15). Os idosos devem ser apreciados por
sua experiência (Provérbios 20:29). Sem dúvida alguma, os jovens podem aprender
lições valiosas da vida dos idosos (Salmos 71:18). Os familiares têm a
obrigação de proporcionar bem-estar para seus idosos (I Timóteo 5:8). Segundo o
teólogo Alfons Auer, respeitar aos pais compreende quatro pontos: pôr em
prática os modelos de vida tomados por eles e transmiti-los por sua vez a à
geração seguinte: garantir-lhes a assistência material e um espaço social na
enfermidade e na velhice; se, no processo de deterioração de suas forças
morais, mentais e físicas, aparecerem o endurecimento egocêntrico, ou o espírito
da tradição ou outras necessidades, é necessário aceita-las com paciência; uma
comunidade assim corresponde com o projeto de vida de uma comunidade cujo
centro se situa em Deus.
Preocupado
com a boa reputação da Igreja e com o avanço do Evangelho, o apóstolo Paulo
instrui a Tito quanto aos mais idosos na comunidade cristã (Tito 2:2-5). Ele
encoraja os homens idosos a serem constantes e sadios na fé. Quanto às mulheres
idosas, Paulo aconselha a serem sérias no seu viver e não caluniadoras. O
apóstolo incentiva as irmãs idosas a serem mestras no bem e professoras das
mais novas. Vale ressaltar que não se trata aqui da instrução formal, mas que o
conselho e encorajamento das irmãs idosas às mais novas se dê pela palavra e
pelo exemplo. É admirável quando os idosos realizam esse importante trabalho de
aconselhamento, de ensino, de transição, para que os mais novos saibam como
fazer e por que fazer. A Igreja tem responsabilidades especiais com os idosos
(I Timóteo 5:16). Todos foram criados à imagem e semelhança de Deus. O idoso
não pode ser visto como fardo e sim como bênção. O idoso tem que ser visto como
exemplo de vida sacrificial pelos seus. A sabedoria adquirida pelo idoso tem
que ser valorizada. É papel da Igreja cuidar de maneira integral dos seus idosos
e olhar para o ser humano vendo sua integridade: corpo, alma e espírito. A
igreja tem que ter um olhar para apoiar o idoso nas suas dimensões: biológica,
as condições funcionais de seus órgãos e sistemas vitais através da educação
para o envelhecimento saudável; psicológica, para apoiá-los na sua capacidade
de adaptação frente às mudanças e desafios que a nova fase oferece; social,
conhecendo suas expectativas sociais a respeito de si mesmo ou do ambiente em
que convive.
A
Igreja possui um grande número de idosos acima de sessenta anos e, assim como
possui ministério específico com crianças, jovens e adultos, precisa criar o
ministério próprio para os idosos. Tem que ser um ministério que se preocupe e
se comprometa com a atenção e cuidado, buscando formas e métodos que
correspondam ás suas necessidades e expectativas espirituais, sociais,
psicológicas e biológicas. Um ministério que promova a independência,
participação, atenção, realização pessoal e dignidade. Sabendo que o idoso
ainda pode contribuir com sua família, igreja e sociedade, porque a Bíblia
valoriza o idoso (Salmo 92:12-15). Graças ao avanço das ciências e da
tecnologia, a expectativa de vida tem aumentado nas últimas décadas. O IBGE
(Instituto de Geografia e Estatística) divulgou em 2013 que a expectativa de
vida no Brasil passou para 74,9 anos para ambos os sexos. Até o ano 2025, o
Brasil será a sexta maior população idosa do mundo com 32 milhões de pessoas.
Maturidade, experiência e confiança
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley
A maturidade vem com os
anos de vida e com as experiências vividas. Assim, é preciso valorizar os nossos anciões e
anciãs. Devemos ensinar os mais novos a
terem respeito e uma elevada estima pelos mais velhos. Gosto muito dos salmos
de Davi, pois em todos os seus escritos vemos uma certeza do cuidado de Deus,
desde a fecundação até o dia da nossa morte. Davi tinha uma percepção clara do
cuidado do Senhor em todas as fases da vida. Deveríamos falar mais em nossas
igrejas sobre a brevidade da vida (em todos os seus aspectos), principalmente
sobre a velhice. Davi escreveu salmos em quase todas as fases da vida, e temos no Salmo 71, um reflexo
exato do homem que confia totalmente em Deus, mesmo com a idade avançada. Logo
em suas palavras iniciais, Davi manifesta sua confiança em Deus. Depois pede
que o Senhor o livre por sua justa justiça, e segue mostrando sua total
dependência do Senhor. Cada linha deste escrito inspirado é repleto de
ensinamentos sobre nossa postura para com Deus. Nos versos cinco e seis, Davi
exclama: - Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança
desde a minha mocidade. Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és
aquele que me tiraste do ventre de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.
Meu Deus! Quanta
sabedoria nessas palavras. Essa certeza e segurança, vem das décadas andando lado
a lado com o Senhor. Davi aprendeu ao longo dos anos, lições maravilhosas e
vivenciou coisas grandiosas e profundas. Pessoas maduras e seguras em suas
convicções, são necessárias nas linhas de frente de nossas comunidades cristãs.
Aqui não há desprezo pelos mais jovens,
pois eles também são dotados de muito valor (I Timóteo 4:12), inda que
infelizmente, muitos já não prezam por uma
vida reta e justa diante de Deus. Alguns têm desprezado as coisas de Senhor,
levando uma vida dupla na igreja, seguindo os seus pensamentos mundanos e
vivendo longe dos propósitos de Deus pra suas vidas.
Por outro lado,
encontramos também pessoas em tenra idade que se dedicam ao Senhor com devoção
de coração e mente. Independentemente da idade, precisamos buscar em Deus, o
algo a mais que sempre nos falta. Precisamos nos envolver com a palavra pura e
verdadeira, temos que rever muitas coisas em nossa liturgia, buscando
apresentar ao Senhor um culto perfeito e racional. Se quisermos vencer todos os obstáculos em
nosso caminho, se faz necessário um retorno aos princípios régio das escrituras. Talvez tenhamos ainda
muito para aprender com aqueles que julgamos ultrapassados!
Três níveis de
compreensão
Diante
de uma realidade cada vez mais frequente, o desafio do ministério com idosos é
trabalhar com três níveis de compreensão. O primeiro é a compreensão para o idoso. Trata-se
da educação para o envelhecimento, levando-os a refletir sobre algumas questões
como: Qual a visão do seu auto envelhecimento? O que o envelhecimento significa
para você? Com que idade alguém se torna “velho”? Como fazer para que os anos
acrescentados de esperança de vida transcorram com uma qualidade de vida mais
satisfatória? Como você pode ajudar os outros a envelhecerem com mais sucesso? O
talento do idoso tem que ser aproveitado. O idoso tem necessidade de se sentir
útil. Davi, quando idoso, orava a Deus que não o desamparasse até que pudesse
anunciar a força e o poder do Senhor à sua geração e às vindouras (Salmo 71:18).O segundo nível é a compreensão do
idoso.Para isso, é necessário quebrar paradigmas da sociedade em geral
quanto ao envelhecimento. Combater intensamente o preconceito contra os idosos,
permitindo-lhes manter sua independência, reconhecer sua autonomia para tomar suas
decisões e reafirmar a sua dignidade, respeito, valor e reconhecimento. Temos
vários exemplos na Bíblia de envelhecimento ativo: a profetisa Ana, filha de
Fanuel, uma viúva de quase 84 anos, que não se afastava do templo, servindo a
Deus em jejuns e orações de noite e de dia. Dava graças a Deus e falava dele
aos que esperavam a redenção em Jerusalém (Lucas 2:36-38). Simeão, homem justo
e temente a Deus, que esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava
sobre ele. Porque vivia em amor, esperança e fé, ele não desistiu do seu sonho,
da revelação recebida e da promessa de ver o Salvador e contemplar a salvação
antes de morrer (Lucas 2:25-32).
Compreensão com o idoso. Nesse
estágio é necessário preparar e capacitar àqueles que desejam atuar no ministério
com a melhor idade para que os reconheçam, honrem, integrem e os envolvam com
as demais gerações (intergeracionalidade). É necessária a formação de
um grupo de convivência para a melhor idade, objetivando um
envelhecimento saudável e de forma integral, isto é,
bio-psico-social-espiritual para os idosos. Para isso, devemos ter em mente
alguns objetivos específicos: proporcionar aos idosos a oportunidade de
formação e fortalecimento de amizades e o desenvolvimento do companheirismo;
criar oportunidades de compartilhar e valorizar experiências vividas;
possibilitar o aprendizado de novas habilidades, ampliando o interesse pelo
mundo à sua volta; proporcionar alternativas para utilização das novas e
antigas habilidades (voluntariado e remunerado); oferecer atualização de
conhecimentos; criar oportunidades para a realização de passeios, viagens e
excursões; proporcionar momentos de reflexão a respeito do processo de
envelhecimento; proporcionar capacitação física e recreativa através do lazer,
atividades lúdicas, sociais e culturais; despertar e reforçar princípios
cristãos que permitam uma vivência mais significativa e feliz.
Algumas
propostas para que haja um envelhecimento saudável são: desenvolver intercâmbio
de gerações, favorecendo o convívio e troca de experiências com outras faixas
etárias; desenvolver ações que possibilitem uma melhor convivência familiar;
incentivar o exercício da cidadania e o acesso às políticas públicas, direitos
e benefícios voltados para a melhor idade; informar sobre serviços destinados à
melhor idade, com custos baixos e fácil acesso.
Promessas inerentes a
Terceira Idade
Comentário Adicional:
Lucas Passareli Gomes
Todas as coisas viventes
nascem, crescem, amadurecem, se reproduzem, envelhecem e morrem (Eclesiastes
3:2). Todos nós esperamos um dia também envelhecer. Mas será que um
idoso pode ter uma vida feliz e frutífera, mesmo em meio ao caos
social e as injustiças sofridas por eles em todas as esferas da sociedade
moderna? O que a Bíblia diz sobre a velhice? Que promessa pode
observar para a terceira idade? Conforme a cultura e
desenvolvimento da sociedade em que vive, a época em que uma pessoa é
considerada na “Terceira Idade” pode variar. Mas o que queremos mostrar é que,
independente de cultura, você pode aproveitar essa etapa de vida. A Terceira
Idade é uma fase da vida, que, por cultura ou falta de esclarecimento, acaba
sendo vista com olhos tortos, como um período cinza e sem graça na existência
humana. Mas existem pequenos detalhes que fazem desta etapa um leque de cores,
de onde é possível resgatar a felicidade, o entusiasmo, o gosto pela vida que
se recria a cada dia nessa desconhecida, porém iminente, fase da vida. Afinal,
envelhecer é redescobrir uma vida nova a cada dia! A terceira idade é uma
etapa da vida pela qual se espera que todo indivíduo um dia passe. Estar ou ser
da terceira idade nos transforma em pessoas diferentes, com angústias e anseios
mais pertinentes que a todo o resto de uma sociedade que vive em completa
desigualdade, desolação e concentrada em um novo tempo diferente do qual
passamos. Mas nos torna também iguais, como seres humanos que somos repletos de
sentimentos e verdades que desejam ser expostas nos momentos certos.
O indivíduo da terceira
idade nasce novamente para uma vida cercada de surpresas, pronta para
garantir-lhe novos dias em vários campos. Esta é a época do aparecimento das
doenças imprevisíveis (e outras já esperadas), e isto faz com que nesta fase, as emoções aflorarem com intensidade muito maior. Aproveitar a Terceira
Idade é saber o valor de cada momento que se vive, seja antes, durante ou
depois. Entender que tudo tem uma hora, e cada hora tem seu brilho. E é essa
fase que estamos dispostos a viver, com sabedoria e toda a emoção que nos for
permitida. Afinal, para não envelhecer, só morrendo jovem. Que tristeza é essa
condição de não poder conhecer o mundo em toda a sua grandeza, ao longo de anos
de vivência, de experiências eternizadas em cada marca que levaremos por todos
os anos das nossas vidas.
A Bíblia fala, e muito,
sobre a velhice. Os antediluvianos tiveram vida longa. Adão, Matusalém e muitos
outros foram além dos 500 anos (Gêneses 5:27). Mas com o efeito do pecado e
seus males no corpo, alma e espírito, esta expectativa de vida foi muito
reduzida. Biblicamente, quando o homem alcança 70 ou 80 anos é considerado
“velho e farto de dias” (Salmo 90:10). Mesmo nos tempos bíblicos, as pessoas
velhas aparentemente enfrentavam a rejeição e frustrações. Embora fosse reconhecido que a sabedoria com
frequência crescia com a idade (Jó 12:12), é interessante notar que o salmista
orou “Agora que estou velho, de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para
que eu possa falar da tua força aos nossos filhos, e do teu poder às futuras
gerações.” (Salmos 71:18). Eclesiastes 12 talvez dê a descrição bíblica mais
clara sobre a velhice, onde percebemos a descrição poética do autor ao mostrar
a fragilidade do ser humano ao atingir essa idade, que tem como consequência a
morte (Eclesiastes 12:6-7). Mas que
mesmo em meio à “vaidade de vaidades”, o idoso pode encontrar significado na
vida quando “teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Eclesiastes 12:13). A
Bíblia ainda mostra que os velhos devem ser honrados e respeitados por sua
sabedoria e experiência (Levíticos 19:32 / Provérbios 16:31; 20:29); devem ser
temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor, na constância;
ensinando o que é bom, não sendo caluniadores, nem se excedendo na bebida (Tito
2:2:3) e devem ser honrados como pais, pois a obediência a esse mandamento,
trará ao filho a benção da longevidade de vida (Efésios 6:3).
É possível ter uma
velhice feliz e frutífera, e podemos ver isso evidenciado na vida dos seguintes
servos de Deus. Jó foi sábio e paciente (“Com os idosos está a sabedoria, e na abundância
de dias, o entendimento” - Jó 12:12). Jetro se provou um exímio conselheiro (“O
sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Ouve agora a minha
voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus e
leva tu as coisas a Deus” - Êxodo 18:17-19). Zacarias era pleno em
espiritualidade (“Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote,
chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; o
nome dela era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, vivendo
irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham
filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.” - Lucas
1:5-7). Ana se dedicava a oração continua (“E estava ali a profetisa Ana, filha
de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com
o marido sete anos, desde a sua virgindade, e era viúva, de quase oitenta e
quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações,
de noite e de dia.” Lucas 2:36-37). Paulo se dedicou ao evangelho até o fim (“Porque
eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha
partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz,
me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a
sua vinda”. - II Timóteo 4: 6-8).
No Salmo 92:12-15 podemos
observar algumas promessas de Deus para a Terceira Idade: “Na velhice ainda darão frutos e
crescerá como o cedro do Líbano”. O cedro era uma árvore
que se notabilizava por sua beleza e vigor. Ela atingia uma idade muito
avançada e ficava prodigiosamente volumosa (Longevidade e produção de frutos).
O Salmista continua dizendo que o idoso temente a Deus seria “plantados na casa do Senhor”,
pois estando no terreno do templo, essas árvores gozavam seu crescimento e
floresciam na presença de Deus (firmeza e perseverança), afim de anunciar que o Senhor é reto.
Além da saúde, resistência, longevidade, produção de frutos, firmeza, perseverança,
o ancião conta com a maior de todas as promessas: saber que o Senhor é a sua
rocha . A idade é um mero detalhe, por mais avançada que esteja, pois justo florescerá como a palmeira
saudável, capaz de resistir a todas as enfermidades e elementos da natureza,
florescendo com saúde e resistência.
Conclusão
É
preciso entender que a contribuição do idoso pode ser valiosíssima no
desenvolvimento da família, da Igreja e da sociedade. Seu envelhecimento pode
ser caracterizado por atividades produtivas. O que você será quando envelhecer?
O que fará quando envelhecer?
Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 13 de março de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás.
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