quinta-feira, 10 de março de 2016

EDB - A melhor idade na presença de Deus



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 11
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Cp. Lucas Passareli Gomes


Texto Áureo
Jó 15:10
Também há entre nós encanecidos e idosos, muito mais idosos do que teu pai.

Verdade Aplicada
A Palavra de Deus alimenta e estimula o respeito pelos mais velhos.

Textos de Referência
Josué 14.9-11

Então Moisés naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será tua, e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir ao Senhor meu Deus.
E, agora, eis que o Senhor me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos há agora, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, agora, eis que já hoje sou da idade de oitenta e cinco anos.
E, ainda hoje, estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair, e para entrar.


Os benefícios da Terceira Idade
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Nascemos com data de validade. Isto é um fato. Poucas são as certezas de nossa existência, e a mais concreta delas é que, por mais longa e bem vivida que seja, um dia a vida chega ao fim. Alguém já definiu a existência como sendo “um pacote que a parteira envia ao coveiro”. De fato, começamos a envelhecer no exato momento em que nascemos, e esta é uma estrada para a qual não existe retorno. Em Gêneses 6:3, ainda nos primórdios da existência humana, a vida de uma pessoa foi datada com 120. Séculos depois, Moisés abaixa consideravelmente esta expectativa: A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos” (Salmo 90:10). Muitas são as situações que colaboram para o aumento ou diminuição da expectativa de vida de um individuo, como por exemplo, seus hábitos alimentares, condições biológicas e o ambiente onde vive. Assim, enquanto em países com maior desenvolvimento proporcionam condições para uma vida mais longa, áreas de pobreza ou conflito, expõem seus moradores aos risco de uma morte precoce. Em Mônaco, na Europa, a expectativa de vida é de 89 anos, já na subdesnvolvida Republica de Chade , na África Equatorial,  espera-se que o indivíduo morra antes de completar 50 anos. Segundo um relatório emitido em 2015 pela CIA (Central Intelligence Agency), o Brasil ocupa a 129ª posição no ranking mundial de expectativa de vida: 73,5 anos. Estudos apresentados pelo IBGE (Instituto de Geografia e Estatística) são ainda mais otimistas, indicando que o brasileiro, em média, quase chega aos 75 anos. Estas estatísticas apontam para o fato que estamos vivendo “mais” e “melhor”, e indicam um crescimento exponencial de idosos no país, uma população que  chegará a 30 milhões  de pessoas já na próxima década.

Desde 2003, o “Estatuto do Idoso” está em vigor no Brasil, garantindo que aqueles que chegaram à “terceira idade”, tenham assegurados seus direitos constitucionais, bem como uma série de benefícios conquistados com muita luta. Mesmo assim, a “consciência coletiva” ainda é deficiente em reconhecer muitos aspectos da lei, e infelizmente, somos uma nação que ainda desrespeita seus idosos, ofendo a lei, a ética e a Bíblia.  Diversas culturas ao redor do mundo honram seus anciões, pois entendem que a sabedoria por eles adquirida ao longo dos anos, são pedras que pavimentam o caminho dos mais jovens. No Japão, o aniversário de um idoso é festejado como data solene. O "Dia do Respeito ao Idoso" (Keiro No Hi), é feriado nacional. A consideração a uma pessoa de idade avançada é tamanha, que em terras nipônicas, ter mais de 60 anos é considerado motivo de orgulho e oblação. O país possui hoje a maior população centenária do mundo, já que atualmente, mais de 30 mil japoneses ultrapassaram a marca de um século de vida, sendo motivo de honra e orgulho para suas famílias.  No Brasil, a realidade é bem diferente, pois apesar de haver uma proteção legal para o idoso, ele acaba sendo desrespeitado, humilhado e desprezado, tanto pela sociedade, quanto por seus entes queridos. Com isso, muitos se retraem, caem no ostracismo, e ainda vivos, já consideram a vida como encerrada. Segundo a Bíblia, a velhice é um momento de beleza unica , onde o acumulo de experiências e o amadurecimento paulatino proporciona oportunidades singulares, seja vivendo a própria vida, ou na generosidade de ensinar outros a vivê-la com mais intensidade.

Dizemos que alguém jovem é “cheio de vida”. Esta é uma afirmação teórica, pois não sabemos nada sobre o amanhã, e em qual esquina a brevidade dos dias nos cercará. Porém, se afirmamos que um idoso é “cheio de vida”, estamos apenas constatando uma verdade já comprovada pelos anos. As rugas em sua pele são como mapas registrando os caminhos trilhados. Enquanto o jovem está tentando descobrir quem é e para onde vai, o ancião tem domínio de si experiência para indicar qual é estrada menos perigosa. Provérbios 20:29 nos diz que a glória do jovem esta na sua força, mas a beleza da idoso, é exatamente seu cabelo branco. A maioria dos teólogos entende que na Bíblia, uma geração corresponde a 70 anos. Ainda no último século, sociólogos determinavam que uma geração durava cerca de 25 anos. Hoje, em decorrência do avanço da tecnologia, especialistas dizem que a passagem de uma geração para outra acontecesse a cada 10 anos. No ano 2000, a sociologia identificou o nascimento da “Geração Z”, e em 2010, assistiu espantada o surgimento da chamada “Geração Alfa”. Com tantas transformações, o idoso se sente cada vez mais deslocado e desnecessário. Suas habilidades não são mais úteis no mundo moderno, e não há mais abertura para novos aprendizados. Não é verdade. Deus tem desígnios especiais para cada geração, e propósitos específicos para cada fase de nossa vida. A velhice na mão de Deus ganha ares de juventude, se renova em força, tornando-se profícua e abençoadora: Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam (Isaías 40:29-31). Em Deus, a “terceira idade” nada mais é do que à hora de voltar a sonhar (Ageu 2:17).


Os idosos são exemplos para os jovens

A Palavra de Deus está repleta de exemplos que mostram o quanto os idosos são uma verdadeira bênção para os mais jovens. Calebe se destacou em todas as fases da sua vida. Quando jovem, superou o cativeiro do Egito; na meia idade, venceu as dificuldades do deserto e, na velhice, foi em busca dos seus sonhos (Josué 14:10-11).Noé tinha 600 anos quando o dilúvio veio sobre a Terra (Gêneses 7:6). Ele construiu a arca, ajuntou os animais e pregou para as pessoas na sua época (II Pedro 2:5). Por temer a Deus, Noé, junto com sua família, sobreviveu ao dilúvio. Ele tornou-se o pai de todas as pessoas que vivem na Terra atualmente. Mesmo bem idoso, Noé permaneceu fiel ao Senhor. Sua fé e determinação produziram benefícios que são vistos até o dia de hoje e merecem ser imitados por servos de Deus de todas as idades (Hebreus 11:7). A Bíblia ensina que a velhice é bênção de Deus. Um Salmo 91, muito conhecido até daqueles que não são convertidos ao Senhor Jesus, nos diz que o Senhor fartará com “abundância de dias e nos mostrará a sua salvação”. Os versículos 14 a 16 deste salmo mostram que esta bênção da longevidade é para aqueles que vivem sua vida debaixo do “esconderijo do Altíssimo e à sombra do Onipotente”.

O Eterno Deus ordenou que Abrão saísse de sua terra aos 75 anos (Gêneses 12:1-2). Ele obedeceu e só depois de 25 anos viu a realização da promessa do Senhor (Gêneses 21:2-5). Ele morou em tendas e como estrangeiro durante o restante de sua vida (Gêneses 12:4 / Hebreus 11:8-9). A perseverança do patriarca Abraão teve forte influência na vida do seu filho Isaque, que permaneceu toda a sua existência (180 anos), como estrangeiro em Canaã. A base da perseverança de Isaque era sua fé na promessa de Deus feita aos seus pais e que, mais tarde, o próprio Deus se encarregou de reforçar (Gêneses 26:2-5). Os idosos que servem lealmente ao Senhor podem ter uma influência saudável sobre os membros de sua família (Provérbios 22:6). A velhice traz muitos desafios e algumas perdas. Ocorrem alterações no sistema circulatório, sistema respiratório, sistema digestivo e sistema nervoso. A função renal diminui, os hormônios se alteram, diminui a tolerância a glicose, diminuem os anticorpos, a capacidade de coordenação e o controle muscular. Há retardo nas funções mentais com perda de memória recente e de curto prazo. Salomão se deparou com esta realidade e aconselhou aos jovens a lembrar sempre do Criador (Eclesiastes 12:1).

Com 110 anos, José deu uma ordem a respeito dos seus ossos (Gêneses 50:25 / Hebreus 11:22). Sua atitude foi um raio de esperança para o povo de Israel durante os anos de escravidão que se seguiram após sua morte, dando-lhes a certeza de que a libertação viria. Baseado nesse ato de fé que Moisés, aos 80 anos, levou os ossos de José para fora do Egito (Êxodo 13:19). Vale ressaltar também que o próprio Moisés foi uma fonte de conselhos maduros e de sabedoria para o jovem Josué (Êxodo 24:12-18; 32:15-17 / Números 11:28). Com essa injeção de ânimo e influência poderosa, Josué e Calebe motivaram seus irmãos na fé durante a conquista da Terra Prometida (Josué 14:6-13). Moisés tinha 80 anos quando começou o seu ministério de libertação do povo do Egito. Arão tinha 83 quando começou seu ministério com Moisés. Calebe, aos 85 anos, com ousadia conquistou seu espaço na Terra Prometida. Os idosos em Israel eram considerados pela sua sabedoria (Deuteronômio 32:7).


Ouvir, aprender e praticar
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley

Em tempos tão “incertos” como são os de hoje, é de suma importância para nós, que inevitavelmente estamos a caminho da “maturidade”, refletir sistematicamente sobre os poucos anos de vida que nos é oferecido. A grande verdade, é que nossa mente não foi (ou não está), projetada para a velhice. Não muito gostamos de falar (e nem mesmo pensar) sobre a velhice, principalmente se formos "o tema" em questão. Muitos chegam a entender a idade avançada como algo ruim, uma doença que precisa ser evitada. Isso acontece porque, por vezes, julgamos sermos melhores, maiores e mais sábios do que aquele que nos criou com estas características, um ser divino que sabe exatamente o que faz e nada pode lhe deter quando determina algo a nosso respeito. Falamos muito, mas na pratica, vivemos pouco nossas próprias convicções, renegando em vida muito daquilo de cremos e somos. Este tema tão necessário abrange três aspectos de suma importância, pois “todos” viveremos a realidade da velhice na própria pele, e pra quem não desejar “experimentar” a terceira idade, a única saída é exatamente a morte. Logo, é preciso “ouvir”, “aprender” e “praticar”.

O primeiro passo é ouvir. Tiago nos diz em sua carta, que todo homem esteja pronto para ouvir e seja tardio para falar (Tiago 1: 19). Precisamos ouvir mais de Deus. Termos ouvidos abertos para as coisas do Espírito. Essa geração está seriamente afetada pela surdez espiritual. Só querem falar, falar, falar, mas não ouvem. Ao estudarmos a história de Israel (o povo de Deus), compreendemos através dos relatos bíblicos, que a causa das misérias e  desgraças que sobrevieram contra aquela nação, foi exatamente por não ouvirem as ordens do seu Deus. Eles desprezaram a lei do Senhor e viraram as costas para o Deus que os havia libertado do Egito. O preço foi alto e o sabor amargo. Enfrentaram penas duríssimas por sua falta. Um povo que se faz de surdo a voz do Senhor clama por ruína.  Estamos presenciando uma “infestação” de homens malignos dentro de nossas igrejas, exatamente como Paulo antecipou em seu aconselhamento ao jovem Timóteo: Pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreensão, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Por que virá tempos em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscência (II Timóteo 4.2-3). Este tempo chegou, mas não podemos nos intimidar (ou conformar) com as ameaças do mau. Devemos falar  a verdade quer escutem ou deixe de ouvir. A melhor idade começa hoje, quando pavimentamos um caminho de luz na estrada que iremos caminhar.

Em segundo lugar, precisamos aprender. Jesus em suas palavras proclamou em alto e divino som: aprendei de mim, que sou humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas (Mateus 11:29). Jesus nos convida a “ir” até ele e aprender “Dele”. O Cristo é o nosso modelo, nosso guia, nosso farol e nossa âncora. É dele (e com ele) que temos “tudo” a aprender. Jesus é o exemplo a ser seguido por quem deseja tomar parte em seu Reino Eternal. Não basta apenas olhar para a vida de nosso Senhor e admira-la, é preciso seguir seus passos e pisar em suas pisadas. Isaías 53 é uma verdadeira cartilha para o Cristão, pois esmiúça quem é de fato o “Cristo”, e tudo o que Ele fez por nós... Somos sarados pelas suas pisaduras. Aprender com Jesus é fundamental, pois embora tenha morrido jovem para os padrões da terra, com apenas 33 anos, Ele ressuscitou e sua existência é de Eternidade em Eternidade, Senhor do tempo e Ancião de Dias (Daniel 7:13).

Por ultimo, mas não menos importante, é preciso fechar o ciclo e colocar em pratica tudo o que se aprendeu.  . Ouvir, aprender e praticar. Por em prática absolutamente tudo aquilo que nós é ensinado por Jesus. Se formos praticantes daquilo que ouvimos e aprendemos de nosso Senhor, não haverá limites em nosso servir a Deus. E o Senhor não está limitado ao tempo, a coisa ou pessoas. Basta nos colocarmos nas mãos (e a disposição) de Deus para logo vivermos o seu agir. A Bíblia nos dá grandes exemplos de homens e mulheres que foram usados com poder e autoridade, mesmo tendo sua idade já bastante avançada: Noé, Abraão, Sara, Moisés, Josué e outros tantos exemplos virtuosos que não mediram esforço em fazer uma grande obra para Deus, sem usar “o tempo” ou “a idade” como desculpa para se esquivar do chamado. Infelizmente, muita igreja tem desprezado os seus "velhos", não lhes dando atividades nos departamentos eclesiásticos, ignorando sua “bagagem de vida” e os deixando em situação de ostracismo e total abandono. Deus quer nos ensinar através de pessoas com mais experiências, que viveram e sobreviveram a situações dramáticas, perderam tudo (ou quase tudo) e se levantaram das cinzas.  Servir a Deus não tem idade e nos preparamos para uma velhice produtiva, exatamente quando aprendemos sobre a vida com aqueles mais velhos e sábios que nós.


A Bíblia, a Igreja e o Idoso

É importante compreender que as Sagradas Escrituras fazem questão de mencionar a idade daqueles que falecem em adiantada velhice, tamanha a sua relevância. O Senhor ordenou ao povo de Israel, por intermédio de Moisés, que os anciãos fossem extremamente respeitados (Levíticos 19:32). Ao instruir o jovem Timóteo, o apóstolo Paulo certamente tinha essa ordenança guardada em seu coração (I Timóteo 5:1). Por outro lado, o imprudente rei Roboão não levou em consideração o sábio conselho dos anciãos para diminuir a carga tributária e, então, provocou a divisão do reino de Israel (I Reis 12:1-15). Os idosos devem ser apreciados por sua experiência (Provérbios 20:29). Sem dúvida alguma, os jovens podem aprender lições valiosas da vida dos idosos (Salmos 71:18). Os familiares têm a obrigação de proporcionar bem-estar para seus idosos (I Timóteo 5:8). Segundo o teólogo Alfons Auer, respeitar aos pais compreende quatro pontos: pôr em prática os modelos de vida tomados por eles e transmiti-los por sua vez a à geração seguinte: garantir-lhes a assistência material e um espaço social na enfermidade e na velhice; se, no processo de deterioração de suas forças morais, mentais e físicas, aparecerem o endurecimento egocêntrico, ou o espírito da tradição ou outras necessidades, é necessário aceita-las com paciência; uma comunidade assim corresponde com o projeto de vida de uma comunidade cujo centro se situa em Deus.

Preocupado com a boa reputação da Igreja e com o avanço do Evangelho, o apóstolo Paulo instrui a Tito quanto aos mais idosos na comunidade cristã (Tito 2:2-5). Ele encoraja os homens idosos a serem constantes e sadios na fé. Quanto às mulheres idosas, Paulo aconselha a serem sérias no seu viver e não caluniadoras. O apóstolo incentiva as irmãs idosas a serem mestras no bem e professoras das mais novas. Vale ressaltar que não se trata aqui da instrução formal, mas que o conselho e encorajamento das irmãs idosas às mais novas se dê pela palavra e pelo exemplo. É admirável quando os idosos realizam esse importante trabalho de aconselhamento, de ensino, de transição, para que os mais novos saibam como fazer e por que fazer. A Igreja tem responsabilidades especiais com os idosos (I Timóteo 5:16). Todos foram criados à imagem e semelhança de Deus. O idoso não pode ser visto como fardo e sim como bênção. O idoso tem que ser visto como exemplo de vida sacrificial pelos seus. A sabedoria adquirida pelo idoso tem que ser valorizada. É papel da Igreja cuidar de maneira integral dos seus idosos e olhar para o ser humano vendo sua integridade: corpo, alma e espírito. A igreja tem que ter um olhar para apoiar o idoso nas suas dimensões: biológica, as condições funcionais de seus órgãos e sistemas vitais através da educação para o envelhecimento saudável; psicológica, para apoiá-los na sua capacidade de adaptação frente às mudanças e desafios que a nova fase oferece; social, conhecendo suas expectativas sociais a respeito de si mesmo ou do ambiente em que convive.

A Igreja possui um grande número de idosos acima de sessenta anos e, assim como possui ministério específico com crianças, jovens e adultos, precisa criar o ministério próprio para os idosos. Tem que ser um ministério que se preocupe e se comprometa com a atenção e cuidado, buscando formas e métodos que correspondam ás suas necessidades e expectativas espirituais, sociais, psicológicas e biológicas. Um ministério que promova a independência, participação, atenção, realização pessoal e dignidade. Sabendo que o idoso ainda pode contribuir com sua família, igreja e sociedade, porque a Bíblia valoriza o idoso (Salmo 92:12-15). Graças ao avanço das ciências e da tecnologia, a expectativa de vida tem aumentado nas últimas décadas. O IBGE (Instituto de Geografia e Estatística) divulgou em 2013 que a expectativa de vida no Brasil passou para 74,9 anos para ambos os sexos. Até o ano 2025, o Brasil será a sexta maior população idosa do mundo com 32 milhões de pessoas.


Maturidade, experiência e confiança
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley

A maturidade vem com os anos de vida e com as experiências vividas. Assim, é preciso valorizar os nossos anciões e anciãs. Devemos ensinar os mais novos a terem respeito e uma elevada estima pelos mais velhos. Gosto muito dos salmos de Davi, pois em todos os seus escritos vemos uma certeza do cuidado de Deus, desde a fecundação até o dia da nossa morte. Davi tinha uma percepção clara do cuidado do Senhor em todas as fases da vida. Deveríamos falar mais em nossas igrejas sobre a brevidade da vida (em todos os seus aspectos), principalmente sobre a velhice. Davi escreveu salmos em quase todas as  fases da vida, e temos no Salmo 71, um reflexo exato do homem que confia totalmente em Deus, mesmo com a idade avançada. Logo em suas palavras iniciais, Davi manifesta sua confiança em Deus. Depois pede que o Senhor o livre por sua justa justiça, e segue mostrando sua total dependência do Senhor. Cada linha deste escrito inspirado é repleto de ensinamentos sobre nossa postura para com Deus. Nos versos cinco e seis, Davi exclama: - Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade. Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste do ventre de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.

Meu Deus! Quanta sabedoria nessas palavras. Essa certeza e segurança, vem das décadas andando lado a lado com o Senhor. Davi aprendeu ao longo dos anos, lições maravilhosas e vivenciou coisas grandiosas e profundas. Pessoas maduras e seguras em suas convicções, são necessárias nas linhas de frente de nossas comunidades cristãs.  Aqui não há desprezo pelos mais jovens, pois eles também são dotados de muito valor (I Timóteo 4:12), inda que infelizmente, muitos já não prezam por  uma vida reta e justa diante de Deus. Alguns têm desprezado as coisas de Senhor, levando uma vida dupla na igreja, seguindo os seus pensamentos mundanos e vivendo longe dos propósitos de Deus pra suas vidas.

Por outro lado, encontramos também pessoas em tenra idade que se dedicam ao Senhor com devoção de coração e mente. Independentemente da idade, precisamos buscar em Deus, o algo a mais que sempre nos falta. Precisamos nos envolver com a palavra pura e verdadeira, temos que rever muitas coisas em nossa liturgia, buscando apresentar ao Senhor um culto perfeito e racional.  Se quisermos vencer todos os obstáculos em nosso caminho, se faz necessário um retorno aos princípios régio das escrituras. Talvez tenhamos ainda muito para aprender com aqueles que julgamos ultrapassados!


Três níveis de compreensão

Diante de uma realidade cada vez mais frequente, o desafio do ministério com idosos é trabalhar com três níveis de compreensão. O primeiro é a compreensão para o idoso. Trata-se da educação para o envelhecimento, levando-os a refletir sobre algumas questões como: Qual a visão do seu auto envelhecimento? O que o envelhecimento significa para você? Com que idade alguém se torna “velho”? Como fazer para que os anos acrescentados de esperança de vida transcorram com uma qualidade de vida mais satisfatória? Como você pode ajudar os outros a envelhecerem com mais sucesso? O talento do idoso tem que ser aproveitado. O idoso tem necessidade de se sentir útil. Davi, quando idoso, orava a Deus que não o desamparasse até que pudesse anunciar a força e o poder do Senhor à sua geração e às vindouras (Salmo 71:18).O segundo nível é a compreensão do idoso.Para isso, é necessário quebrar paradigmas da sociedade em geral quanto ao envelhecimento. Combater intensamente o preconceito contra os idosos, permitindo-lhes manter sua independência, reconhecer sua autonomia para tomar suas decisões e reafirmar a sua dignidade, respeito, valor e reconhecimento. Temos vários exemplos na Bíblia de envelhecimento ativo: a profetisa Ana, filha de Fanuel, uma viúva de quase 84 anos, que não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações de noite e de dia. Dava graças a Deus e falava dele aos que esperavam a redenção em Jerusalém (Lucas 2:36-38). Simeão, homem justo e temente a Deus, que esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava sobre ele. Porque vivia em amor, esperança e fé, ele não desistiu do seu sonho, da revelação recebida e da promessa de ver o Salvador e contemplar a salvação antes de morrer (Lucas 2:25-32).

Compreensão com o idoso. Nesse estágio é necessário preparar e capacitar àqueles que desejam atuar no ministério com a melhor idade para que os reconheçam, honrem, integrem e os envolvam com as demais gerações (intergeracionalidade). É necessária a formação de um  grupo de convivência para a melhor idade, objetivando um envelhecimento saudável e de forma integral, isto é, bio-psico-social-espiritual para os idosos. Para isso, devemos ter em mente alguns objetivos específicos: proporcionar aos idosos a oportunidade de formação e fortalecimento de amizades e o desenvolvimento do companheirismo; criar oportunidades de compartilhar e valorizar experiências vividas; possibilitar o aprendizado de novas habilidades, ampliando o interesse pelo mundo à sua volta; proporcionar alternativas para utilização das novas e antigas habilidades (voluntariado e remunerado); oferecer atualização de conhecimentos; criar oportunidades para a realização de passeios, viagens e excursões; proporcionar momentos de reflexão a respeito do processo de envelhecimento; proporcionar capacitação física e recreativa através do lazer, atividades lúdicas, sociais e culturais; despertar e reforçar princípios cristãos que permitam uma vivência mais significativa e feliz.

Algumas propostas para que haja um envelhecimento saudável são: desenvolver intercâmbio de gerações, favorecendo o convívio e troca de experiências com outras faixas etárias; desenvolver ações que possibilitem uma melhor convivência familiar; incentivar o exercício da cidadania e o acesso às políticas públicas, direitos e benefícios voltados para a melhor idade; informar sobre serviços destinados à melhor idade, com custos baixos e fácil acesso.


Promessas inerentes a 
Terceira Idade
Comentário Adicional:
Lucas Passareli Gomes

Todas as coisas viventes nascem, crescem, amadurecem, se reproduzem, envelhecem e morrem (Eclesiastes 3:2). Todos nós esperamos um dia também envelhecer.  Mas será que um idoso pode ter uma vida feliz e frutífera, mesmo em meio ao caos social e as injustiças sofridas por eles em todas as esferas da sociedade moderna?  O que a Bíblia diz sobre a velhice?  Que promessa pode observar   para a terceira idade? Conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que vive, a época em que uma pessoa é considerada na “Terceira Idade” pode variar. Mas o que queremos mostrar é que, independente de cultura, você pode aproveitar essa etapa de vida. A Terceira Idade é uma fase da vida, que, por cultura ou falta de esclarecimento, acaba sendo vista com olhos tortos, como um período cinza e sem graça na existência humana. Mas existem pequenos detalhes que fazem desta etapa um leque de cores, de onde é possível resgatar a felicidade, o entusiasmo, o gosto pela vida que se recria a cada dia nessa desconhecida, porém iminente, fase da vida. Afinal, envelhecer é redescobrir uma vida nova a cada dia! A terceira idade é uma etapa da vida pela qual se espera que todo indivíduo um dia passe. Estar ou ser da terceira idade nos transforma em pessoas diferentes, com angústias e anseios mais pertinentes que a todo o resto de uma sociedade que vive em completa desigualdade, desolação e concentrada em um novo tempo diferente do qual passamos. Mas nos torna também iguais, como seres humanos que somos repletos de sentimentos e verdades que desejam ser expostas nos momentos certos.

O indivíduo da terceira idade nasce novamente para uma vida cercada de surpresas, pronta para garantir-lhe novos dias em vários campos. Esta é a época do aparecimento das doenças imprevisíveis (e outras já esperadas), e isto faz com que nesta fase, as emoções aflorarem com intensidade muito maior. Aproveitar a Terceira Idade é saber o valor de cada momento que se vive, seja antes, durante ou depois. Entender que tudo tem uma hora, e cada hora tem seu brilho. E é essa fase que estamos dispostos a viver, com sabedoria e toda a emoção que nos for permitida. Afinal, para não envelhecer, só morrendo jovem. Que tristeza é essa condição de não poder conhecer o mundo em toda a sua grandeza, ao longo de anos de vivência, de experiências eternizadas em cada marca que levaremos por todos os anos das nossas vidas.

A Bíblia fala, e muito, sobre a velhice. Os antediluvianos tiveram vida longa. Adão, Matusalém e muitos outros foram além dos 500 anos (Gêneses 5:27). Mas com o efeito do pecado e seus males no corpo, alma e espírito, esta expectativa de vida foi muito reduzida. Biblicamente, quando o homem alcança 70 ou 80 anos é considerado “velho e farto de dias” (Salmo 90:10). Mesmo nos tempos bíblicos, as pessoas velhas aparentemente enfrentavam a rejeição e frustrações.  Embora fosse reconhecido que a sabedoria com frequência crescia com a idade (Jó 12:12), é interessante notar que o salmista orou “Agora que estou velho, de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que eu possa falar da tua força aos nossos filhos, e do teu poder às futuras gerações.” (Salmos 71:18). Eclesiastes 12 talvez dê a descrição bíblica mais clara sobre a velhice, onde percebemos a descrição poética do autor ao mostrar a fragilidade do ser humano ao atingir essa idade, que tem como consequência a morte (Eclesiastes 12:6-7).  Mas que mesmo em meio à “vaidade de vaidades”, o idoso pode encontrar significado na vida quando “teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Eclesiastes 12:13). A Bíblia ainda mostra que os velhos devem ser honrados e respeitados por sua sabedoria e experiência (Levíticos 19:32 /  Provérbios 16:31; 20:29); devem ser temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor, na constância; ensinando o que é bom, não sendo caluniadores, nem se excedendo na bebida (Tito 2:2:3) e devem ser honrados como pais, pois a obediência a esse mandamento, trará ao filho a benção da longevidade de vida (Efésios 6:3).

É possível ter uma velhice feliz e frutífera, e podemos ver isso evidenciado na vida dos seguintes servos de Deus. Jó foi sábio e paciente (“Com os idosos está a sabedoria, e na abundância de dias, o entendimento” - Jó 12:12). Jetro se provou um exímio conselheiro (“O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus e leva tu as coisas a Deus” - Êxodo 18:17-19). Zacarias era pleno em espiritualidade (“Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote, chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; o nome dela era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.” - Lucas 1:5-7). Ana se dedicava a oração continua (“E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade, e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” Lucas 2:36-37). Paulo se dedicou ao evangelho até o fim (“Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”. - II Timóteo 4: 6-8).

No Salmo 92:12-15 podemos observar algumas promessas de Deus para a Terceira Idade: “Na velhice ainda darão frutos e crescerá como o cedro do Líbano”. O cedro era uma árvore que se notabilizava por sua beleza e vigor. Ela atingia uma idade muito avançada e ficava prodigiosamente volumosa (Longevidade e produção de frutos). O Salmista continua dizendo que o idoso temente a Deus seria “plantados na casa do Senhor”, pois estando no terreno do templo, essas árvores gozavam seu crescimento e floresciam na presença de Deus (firmeza e perseverança), afim de  anunciar que o Senhor é reto.  Além da saúde, resistência, longevidade, produção de frutos, firmeza, perseverança, o ancião conta com a maior de todas as promessas: saber que o Senhor é a sua rocha . A idade é um mero detalhe, por mais avançada que esteja, pois justo florescerá como a palmeira saudável, capaz de resistir a todas as enfermidades e elementos da natureza, florescendo com  saúde e resistência.

Conclusão


É preciso entender que a contribuição do idoso pode ser valiosíssima no desenvolvimento da família, da Igreja e da sociedade. Seu envelhecimento pode ser caracterizado por atividades produtivas. O que você será quando envelhecer? O que fará quando envelhecer?




Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 13 de março de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás.

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