sábado, 31 de outubro de 2015

REDE JOVEM - Antídoto contra o Pecado



A “REDE JOVEM - NOVA DIMENSÃO”, realizou na noite deste sábado, 31/10/2015, um culto especial que reuniu não apenas a juventude da igreja, como também muitos amigos e irmãos da cidade de Estiva Gerbi, para juntos louvar ao Senhor pelas vitórias alcançadas e agradece-lo pelo sustento de suas poderosas mãos. Diariamente, somos bombardeados com setas inflamadas do inimigo e ameaçados com armadilhas e ciladas satânicas que intentam laçar nossos pés e nos fazer decair da fé. Muitas são as oportunidades que o mundo oferece e apetitosos são os pratos que compõem a mesa do banquete oferecido aos jovens pelo nosso adversário transvestido em luz. Assim sendo, cada dia na presença do Senhor é uma grande vitória e cada vez que dizemos “NÃO” ao “pecado”, mais do que um grande passo rumo ao céu, é uma prova que Deus está ao nosso lado, nos fortalecendo contra a tentação.

Logo, participar de um culto onde jovens louvam, exaltam e testificam o nome do Senhor, é motivo de sobra para júbilos de alegria, pois mesmo numa sociedade corrupta e decrépita, muitos jovens e adolescentes ainda escolhem estar na presença de Deus. E nesta noite maravilhosa, jovens levitas e promissores ministros ocuparam a santa tribuna para cantar e testemunhar as grandes obras do pai.  Além do coral Nova Dimensão, a reunião ainda contou a participação especial do Grupo El Shaday (Assembleia de Deus Belém – Estiva Gerbi), cujo líder, Ezequiel dos Santos, foi o encarregado de ministrar a Palavra do Senhor.

Baseado no relato de Genesis 3, o mensageiro da noite nos trouxe uma palavra de aconselhamento, alertando a juventude da igreja sobre os perigos do pecado. No Jardim do Éden, Adão e Eva viviam em comunhão com Deus, desfrutando dos inúmeros prazeres disponibilizados a eles pelo bondoso Criador. Apenas uma proibição foi feita ao casal, que era exatamente jamais comer o fruto do “Conhecimento do Bem e do Mal”. Satanás, astuto desde o princípio, usou uma serpente para ludibriar Eva, e assim, induzi-la a desobediência. Tentada pelas promessas de poder e sabedoria, a mulher se deixou seduzir pelas possibilidades oferecidas p, experimentado pela primeira vez o sabor adocicado do pecado. Em seguida, Adão fez o mesmo.

Mais a doçura deixada na boca, logo se tornou amarga no estomago. Oprimidos pela culpa e expostos pela vergonha, o casal desobediente perdeu o direito de habitar no paraíso, perdeu o vínculo diário com o Senhor e iniciou um processo de finitude de dias. O pecado é um caminho sem volta para o fim.

Ainda hoje, a Serpente continua à espreita, buscando novas vítimas com inclinação ao engodo. Infelizmente, esta fraqueza é inerente a humanidade, e se não estivermos em comunhão com Cristo, podemos sim cair com facilidade na lábia do adversário. Nosso adversário se camufla nas sombras, esperando o momento oportuno para nos atacar. Ele aproveita nossos momentos de solidão, para descobrir nossas fraquezas, transformando-as em suas armas mais eficazes. Ele é incansável, ardiloso, sutil e impiedoso neste intento. Não cessa suas investidas enquanto não nos ver caídos ao chão.

Em nosso favor, surge a Cruz de Cristo, onde foi vertido o sangue inocente do filho de Deus, poderoso antidoto contra o pecado. É se refugiando em Jesus que o cristão se protege do mal. E dando ouvidos a voz do Senhor que o homem resiste as tentações. É sendo obediente aos preceitos de nosso Pai que nos fortalecemos contra o ardil das trevas. É nos sujeitando a Deus que vencemos ao Diabo.

A obediência é nossa maior arma. O Sangue de Cristo nos garante a vitória! Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno (I João 2:14). 



Informe Gospel Nº 70 - A Mensagem da Cruz

O Evangelho é em sua essência, simples, prático e muito eficiente. Mas os homens estão tentando complicar. Hoje, um dos desafios ao crente está em preservar a fé cristã diante de um mun­do pós-moderno que se manifesta com a penetração de uma falsa mensagem cristã. Esta leva seus adeptos a acreditar na prosperidade, quando afirma que a cura de um dente cariado deve ser evidenciada, não com a cura da dor, mas com a presença do ouro; que o pecado nem sempre é culpa do desejo do homem caído, mas de uma entidade maligna, que deve ser rejeitada para alcançar o conforto. Enfim, verifica-se, em diversas tendências que se apresentam como cristãs, o esfriamento da fé, priori­zando o conforto e o prazer. Estamos esquecendo de simplificar as coisas, é pregar um Evangelho que passe primeiro pela Cruz.
A Edição Nº 70 do Informe Gospel traz uma palavra pastoral reflexiva, que nos propõem um retorno a “Mensagem da Cruz”. É preciso retornar as origens, voltar ao primeiro amor e reencontra a fé escondida sobre os escombros da modernidade. Nosso informativo traz ainda a agenda e os aniversariantes do mês, o testemunho de nosso irmão Eduardo Silva (um encontro com Jesus), o humor gospel, datas comemorativas, um editorial sobre a composição da bandeira do Brasil, homenagens e todas as informações dos principais eventos que farão de NOVEMBRO um mês de grandiosos reencontros. O Informe Gospel de novembro poderá ser retirado gratuitamente a partir deste sábado, 31/10/2015, em nosso templo sede na Rua Silvio Aurélio Abreu, 595, Jd. Florestal – Estiva Gerbi SP.

Vídeo - Aniversariantes de Outubro



Nossa homenagem aos aniversariantes do mês de outubro




sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Bebendo veneno para outro morrer



Não perdoar, é cometer um lento e doloroso suicídio espiritual, pois a mágoa guardada no coração é uma semente produtiva que germina com rapidez e alastra suas profundas raízes destruindo os alicerces da fé, da paz e da esperança. Segundo o poeta e dramaturgo inglês Willian Shakespeare, guardar rancor é como beber veneno esperando que outra pessoa morra. Em outra definição interessante, a mágoa é descrita como uma pedra incandescente que alguém segura em suas mãos esperando o momento de jogá-la em seu desafeto.

Na edição Nº 13 do Informe Gospel (fevereiro 2011), o Pr. Wilson Gomes traça uma analogia ainda mais impactante sobre esta questão, fazendo menção de um terrível castigo da antiguidade. No antigo Egito, um assassino condenado era atado a sua vítima, testa a testa, olho a olho, boca a boca, mão a mão, abdômen a abdômen, e assim, deixado para morrer também. O mau cheiro, a carne putrefata e os vermes passavam de um corpo para o outro, numa morte lenta, agonizante e desesperadora. O mesmo processo acontece quando não conseguimos perdoar.... Amarramo-nos a um defunto, nos alimentamos de podridão e morremos espiritualmente. Muitos estão acariciando a própria mágoa, amargurando os seus dias, desenvolvendo câncer de alma e alimentando maus espíritos com seu rancor. Se autodenominam vítimas, mas estão voluntariamente amarradas a um cadáver, onde já não é possível identificar quem está mais “podre” diante de Deus e dos homens. Perdoar é libertar-se deste flagelo, respirar ar puro e voltar a viver.


Perdão é um gesto de grandeza, é um ato que exige riqueza de alma e caráter. Ao mesmo tempo em que existe o sacrifício pelo mal perdoado, amontoa-se galardão pela decisão espiritual tomada. Se Jesus Cristo é o médico que cura almas, ao liberarmos perdão, nos tornamos instrumentos de sua honra e poder. Para perdoar verdadeiramente, primeiro é preciso buscar uma força que só existe no amor do próprio Deus. Somente alguém que se sente plenamente amado pelo Senhor tem condições de perdoar voluntariamente, mesmo que não haja “justiça” humana nisto. O perdão é essencial para todos aqueles que desejam entrar no Reino dos Céus, pois nossos pecados só são perdoados, mediante a nossa capacidade de perdoar (Mateus 18:23-35). Quando perdoamos as ofensas daqueles que nos tem ofendido, então temos nossas ofensas também perdoadas, e o perdão provindo de Deus fecha um ciclo glorioso de milagres, curando as feridas, sem nem ao menos, deixar cicatrizes para trás. 



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

EBD - Judas Iscariotes, um apóstolo dominado pela carne


Texto Áureo
I Coríntios 10:11
Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.

Verdade Aplicada
Existem pessoas que começam bem, mas terminam mal. O importante não é como começamos, mas como iremos terminar a nossa trajetória nesta vida.

Textos de Referência
Atos 1:16-19

Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério.
Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.
E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.



Quem era Judas Iscariotes?

Judas Iscariotes é, sem dúvidas, um dos mais enigmáticos personagens de todo cânon sagrado. Citado sempre por último na listagem dos doze discípulos, nada sabemos sobre sua vocação e muito pouco de sua vida foi revelado pelos evangelistas. O nome, “Judas” significa “abençoado”, e é um dos mais comuns no Novo Testamento onde encontramos pelo menos “sete” homônimos. O fato de Judas ser identificado como “Iscariotes” pode significar sua posição política na sociedade judaica como membro do partido dos sicários, uma ramificação dos zelotes. A grande maioria dos estudiosos acredita que este termo na verdade nos revele a naturalidade de Judas, que seria oriundo de Cariotes ou Kerioth, um lugarejo perto de Hebrom e muito próximo da Judéia, local mais provável de seu primeiro encontro com Jesus. Porém, tudo o que se falar sobre as origens de Judas Iscariotes tramitará no âmbito das especulações, pois todas as citações referentes a ele nos quatro evangelhos apontam apenas seu declínio espiritual, que culminou no famoso ato da traição. Os Evangelhos de Mateus e Marcos fazem menção da ganância de Judas e sua forma materialista de enxergar o ministério do Cristo. Lucas, por sua vez, relata que as ações extremadas de Judas foram motivadas por Satanás, que literalmente, “entrou nele” (Lucas 22:3). João vai ainda além, pois não só ratifica a influência satânica sobre o discípulo renegado, como também aponta seu desvio de caráter ao identifica-lo como um ladrão (João 12:6).

Com este histórico, Judas se tornou um “ícone da maldade”, uma personificação pulsante da falsidade e da traição. No folclore brasileiro, o chamado “sábado de aleluia” (pós “sexta-feira da paixão”) é marcado pela “Malhação de Judas”, onde um boneco é amarrado pelo “pescoço”, surrado e queimado numa demonstração de aversão aos atos do discípulo traidor. Esta tradição, remonta a portugueses e espanhóis, e se espalha ainda hoje pela América Latina. Entre muitas comunidades cristãs da Alemanha, é expressamente proibido citar o seu nome, e em alguns dicionários, o verbete “Judas” tem entre seus significados expressões como “falso amigo” ou “traidor”. Porém, apesar de todo o ódio popular demostrado por ele, Judas Iscariotes tem sim uma legião de simpatizantes. No século II, uma comunidade gnóstica redigiu o controverso “Evangelho de Judas”, que foi encontrado recentemente  no Egito. Escrito em copta e datado com mais de 1700 anos, o manuscrito aponta Judas como um herói, pervertendo a narrativa dos evangelhos canônicos. Ali, Judas é apresentado como o mais próximo discípulo de Jesus e o único a compreender a verdade sobre ele. Cristo então teria revelado para Judas que estava “preso” em um corpo carnal, e informa ao seu discípulo que o mesmo estava destinado a ser superior aos demais homens, pois seria o responsável por “sacrificar o corpo que o vestia”. Assim, todo o plano tramado por Judas, na verdade era uma ordenança do próprio Cristo, que culminaria em sua morte e “libertação”. Assim, a atitude de Judas não teria sido uma traição, mas sim um ato de devoção e fé.

Este argumento não só contradiz os evangelhos canônicos, como vai na contramão de tudo que a Bíblia diz sobre Deus e Jesus, devendo ser refutado com veemência. Outros escritos apócrifos justificam o ato de Judas como sendo uma tentativa de iniciar a revolução política tão desejada pelos judeus.  Segundo esta teoria, Judas acreditava que quando Jesus estivesse cercado pelos soldados romanos, finalmente se revelaria como o grande Messias, que livraria Israel da opressão estrangeira. Se de fato esta fosse a intenção de Judas, demostraria o quão distante ele estava de compreender os ensinamentos de Jesus, que apontavam para o Reino de Deus, e não se detinha em questões materiais. Neste emaranhado de suposições, o que sabemos com certeza sobre Judas, é que este homem foi escolhido por Jesus para ser um de seus discípulos de confiança (sendo o tesoureiro do grupo), e que ao invés de adentrar na dimensão espiritual proposta por Cristo, se ateve a questões mesquinhas e efêmeras, dando com isso, lugar a Satanás.  Entrou para a história como um traidor que não podendo suportar as consequências de seus atos, se esqueceu do quanto era amado e tirou a própria vida. Seu remorso desesperançado e seu coração tomado pelas trevas, se quer cogitaram a possibilidade de encontrar o perdão absoluto que emanaria da cruz. Judas se deixou dominar pela carne, dando ouvidos a voz do maligno. E estas vozes soavam tão alto, que ele mal conseguiu ouvir as últimas palavras ditas por Jesus a ele no momento em que deu o famoso beijo da traição: -  Meu amigo! (Mateus 26:50).


A enigmática vocação de Judas

Judas foi o escolhido por Jesus para ser um dos doze. Desfrutava da comunhão, expulsava demônios e curava os enfermos (Marcos 6:7). Mas, seu coração foi vencido por Satanás, passando da condição de herói à de vilão (Lucas 22:3). Judas foi um privilegiado. Ele fez parte do seleto grupo escolhido por Jesus. Mas durante a sua caminhada algo terrível aconteceu. Judas passou a roubar, tornou-se ganancioso e foi contado como o maior traidor da história. Um fator nos é obscuro no Novo Testamento é o momento da vocação de Judas como discípulo de Jesus, visto que seu nome figura sempre o último nas listas apostólicas, como que em repúdio à sua vergonhosa carreira (Mateus 10:4). Acredita-se que o traidor tenha conhecido Jesus quando este anunciava o Evangelho pela Judeia. Talvez ele estivesse nas proximidades do Jordão na ocasião do batismo de Jesus. É possível também que Judas tenha sido despertado e atraído pela fama de Jesus. Ou até mesmo, que tenha conhecido o Mestre ao buscar um de seus milagres. Todas essas suposições são plausíveis. Porém, as Escrituras não nos fornecem o registro do momento em que Judas foi vocacionado como discípulo, apenas que era um dos doze (Mateus 10:4 / João 6:70).  Não é fácil entender como pessoas boas e com um futuro tão promissor, de repente, se tornaram tão contrárias e tão negativas a seus próprios credos. Judas ainda é para nós um enigma.

Como explicar o desequilíbrio pessoal de Judas, se ele durante três longos anos testemunhara tanto as riquezas dos ensinamentos quanto a sublimidade dos milagres realizados por Jesus? Judas possuía profundas convicções de que Jesus não era um mentiroso, nem tampouco um impostor (Mateus 26:1-2). Alguns expositores afirmam que Judas se decepcionou e, por esse motivo, traiu o Mestre. Esperava um Messias de acordo com a ideologia de seu povo e, no princípio, até se admirou dele. Porém, essa admiração passou com o tempo e assim, o vendeu para os judeus. Mesmo que esses fatos sejam apreciados, a Bíblia nos diz que Satanás entrou em Judas e isso encerra toda e qualquer especulação. Onde Satanás penetra até as maiores convicções da verdade se deterioram (João 10:10 / Lucas 22:3). Merece ser destacado, que por alguma razão, Satanás entrou em Judas, mas não em Pedro. Jesus deixou bem claro que Satanás também queria Pedro (Lucas 22:31). Houve algo de maneira como esses homens aceitaram a Jesus que fez a diferença em sua vida. Suas características eram quase as mesmas. No entanto, o que aconteceu com cada um foi muito diferente. Tanto Pedro como Judas falharam com Jesus. Todavia, Pedro continuou a receber a promessa da vida eterna, enquanto Judas continuou a receber a promessa de destruição eterna.

Se Jesus sabia que Judas iria traí-lo, por que o chamou? Deus nunca obrigará ninguém a servi-lo ou obedecê-lo. Ele dá as opções e nós tomamos as decisões (Deuteronômio 30:19). Não somos robôs ou máquinas sem capacidade de pensar ou agir. Ele nos fez seres inteligentes e racionais, Ele deu a cada um de nós a capacidade de escolha (livre arbítrio). Até mesmo quando Ele nos escolhe e comissiona, deixa a nosso critério a fidelidade ou a traição. Temos a capacidade de observar o mal e dele não fazer parte. Ninguém nasce perdido, ninguém nasce obrigado a fazer o que não quer, todos fazem suas opções. Jesus não se enganou a respeito de Judas. Foi Judas quem se enganou a respeito de Jesus (João 6:70 / 13.24-30). Judas era um privilegiado e podemos afirmar que ele andava com Deus (João 1:14). Judas caminhou lado a lado com a verdade (João 14:6). Mas, infelizmente, temos que admitir: Judas era uma farsa. Ele possuía todos os meios legais para ser verdadeiro e andar com Jesus foi o maior privilégio que possuiu em vida (Mateus 13:17).


Quando o profano vence o santo

A Bíblia nos fornece a resposta da transformação radical no caráter de Judas: a entrada de Satanás em sua vida (Lucas 22:3). O que nos resta agora é procurar por onde Satanás penetrou; qual parte de sua vida não estava selada e por onde Satanás encontrou legalidade para atuar e destruir sua vida. Satanás entrou e essa declaração diz tudo. É difícil acreditar como uma pessoa que dormia ao lado de Cristo se deixou possuir inteiramente por Satanás, Mas, infelizmente, esta é a única palavra que explica uma traição tão absurda como a de Judas. Quando Satanás penetra em uma vida, nada mais é como antes. E ele só precisa de uma pequena brecha para entrar (I Pedro 5:8). Primeiro, ele matou as certeiras convicções de Judas, depois, roubou sua simplicidade e santidade, e, por fim, conduziu Judas ao extremo de eliminar a própria vida (João 10:10). Satanás é o pivô de toda e qualquer desgraça no mundo em que vivemos. Ele é ardiloso e desfigurado e aquele que se torna seu escravo não demora a praticar as mesmas ações de seu caráter (João 8:44). Talvez nos perguntemos como pode ser isto possível, mas é extremamente isso que a Bíblia está nos ensinando. Por mais influenciadoras que sejam as pessoas, para o bem ou para o mal, nós podemos escolher copiá-las ou não. Deus jamais interferirá no livre-arbítrio de Suas criaturas.

Judas esteve aos pés de Jesus vivendo um verdadeiro clima celestial. Quando Jesus proferia suas parábolas, ele fazia parte do grupo que as compreendia (Mateus 13:11). Mas a verdade não criou raízes em sua vida como na de seus companheiros (João 14:6). Da mesma maneira Satanás tramou na eternidade, ele seduziu Judas a tramar na Terra. O diabo não se firmou no céu ao lado de Deus e Judas não se firmou na Terra ao lado de Jesus. Judas mentia, roubava e tramava contra o Mestre. Ele, desde o princípio, também não se firmou na verdade. Em vez de se tornar semelhante a Cristo, Judas personificou o diabo (João 8:44).

João denuncia que Judas era ladrão. Jesus sabia, mas talvez esperasse que Judas caísse em si e tomasse uma posição quanto àquilo que minava sua vida espiritual (João 12:6). É certo que entre os doze deveria surgir o traidor, mas não significava que fosse Judas (João 13:21). Mas foi exatamente esse que Satanás conquistou, alimentando sua fútil ganância pelo dinheiro e foi por dinheiro que ele vendeu seu mestre (Mateus 26.14-16). É interessante, mas ele vendeu a única pessoa que poderia comprá-lo. Judas jamais permitiu que os ensinamentos de Jesus moldassem seu caráter. Mesmo convivendo diariamente com a verdade, ele conseguia viver de mentira! Mesmo andando com a vida, ele se mantinha morto. Estando ele andando no caminho, ainda assim se desviou dele. Quando Maria, irmã de Lázaro, derrama um vaso de nardo puro ungindo os pés de Jesus, Judas fica extremamente contrariado e contesta a atitude de Maria. Jesus o repreende porque conhecia o seu coração e a intenção de ambos. Ao condenar Maria, Judas pensava apenas em si mesmo, não nos nobres. Seu discurso traía seu coração. Mais tarde, entregaria Jesus por 30 moedas de prata. O preço da traição foi dez vezes menor que o valor do perfume de Maria. O maior erro de Judas não foi a traição, mas sua incapacidade de reconhecer suas próprias limitações, de aprender com Jesus que os maiores problemas do homem estão na caixa de segredos de sua personalidade. Judas não se perdoou por trair Jesus. Tanto que não achou saída e, ao invés de sincero arrependimento, sentiu remorso. Mostre aos alunos que a palavra de Deus sempre nos ordena escolher a vida e Judas escolheu (Deuteronômio 30:19). Porém, jamais se enquadrou nas verdades que essa vida produz. Seu maior problema foi não deixar que a verdade penetrasse e desfizesse todo o mau-caratismo de sua alma pecadora (Mateus 12:43- 45). Ele apenas viveu a esfera do sucesso, sem nunca tratar o que lhe traria fracasso.


A Raiz do Mal

O apóstolo Paulo nos advertiu que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e que por cobiçarem o dinheiro, muitos desviaram-se da fé, atormentando-se com muitos sofrimentos (I Timóteo 6:10). Dinheiro é uma coisa boa, e possui-lo de modo nenhum caracteriza-se como um pecado. O problema começa quando nosso coração é aprisionado por ele (Mateus 6:21). Judas era um bom administrador, tanto que foi escolhido pelos demais discípulos para ser o tesoureiro do grupo. Por ele passavam os ganhos e os custos financeiros do ministério de Jesus. Como o volume de dinheiro que transitava nos cofres “apostólicos” era baixo, Judas demostrava habilidade de gerenciamento, provendo verbas para alimentação, hospedagem e para as obras de caridade realizadas pelo grupo. Porém, a maior virtude de Judas também era sua maior fraqueza. Ele mudou o foco de seu ministério, inverteu as prioridades e passou a valorizar o “ter” mais que o “ser”. Seu comportamento tornou-se inadequado, sua interpretação era questionável e seu julgamento, digno de repreensão. Ele enxergava os valores sem se atentar para as intenções, e isto começou a corroê-lo de dentro para fora, abrindo uma brecha espiritual para que Satanás lançasse seus dardos inflamados (Efésios 6:6). Enquanto os demais discípulos se desprendiam do mundo material e adentravam passo a passo o Reino dos Céus, Judas fazia um caminho inverso, afastando-se do espiritual e abraçando as coisas da terra. Com suas próprias mãos, Judas abria a porta de seu coração para o mal, e seu amor ao dinheiro, foi também a raiz de sua ruína.

Satanás identificou a fraqueza de Judas e a potencializou. Da mesma forma, o inimigo ainda hoje tem rondado nossas vidas procurando nossas “brechas” afim de identificar nossa maior fraqueza e usá-la para “abrir” a porta de nosso coração, dando-lhe entrada.  Paulo lista em Gálatas 5:16-21, uma série de dezesseis obras praticadas na carne que podem servir como um tapete vermelho de boas-vindas para Satanás. São sementes com potencial para gerar florestas malignas em nossa existência e nos afastar progressivamente de Deus. E ninguém está isento deste atentado massivo do inferno. São elas: PORNÉIA (imoralidades sexuais), AKATHARSIA (maus pensamentos), ASELGIA (paixões, desejos e lascívia), EIDOLATRIA (idolatria a espíritos, coisas, objetos, crenças ou pessoas), PHARMAKÉIA (feitiçaria, espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de substâncias e matérias em rituais obscuros), ECTHRA (inimizades extremas que geram forte antipatia e consequentemente produzem intenções e até ações hostis), ERIS (brigas, porfias, oposição e lutas por superioridade), ZELOS (sentimentos revanchistas que buscam sempre a competição, ressentimento, infelicidade gerada pelo sucesso do outro), THUMOS (ações decorrentes da ira), ERITHÉIA (batalhas e pelejas movidas pela ambição, pela ganância e pela cobiça do poder), DICHOSTASIA (divisões de um grupo em sub-grupos, dissensões que acabam  formando conluios egoístas que destroem a unidade de uma comunidade ou organização), HAIRESIS  (heresias que se caracterizam quando alguém introduz na congregação ensinos sistemáticos sem respaldo na Palavra de Deus, criando inverdades doutrinarias e confusões teológicas), FTHONOS (antipatia ressentida contra outra uma pessoa que possui algo que não temos e queremos, sendo  popularmente chamada de inveja), PHONOS (homicídio ou assassinato), METHE (descontrole das faculdades físicas e mentais por consumo de bebida embriagante) e KOMOS, que são os excessos aos quais podemos nos expor.

As obras da carne (do grego – SARX) são oriundas de uma natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, que infelizmente continuam no cristão mesmo após sua conversão, tornando-se o arqui-inimigo de seu Espírito (Romanos 8:6-13). Aqueles que se deixam controlar por tais impulsos carnais não poderão entrar no Reino de Deus. Exatamente por este motivo, tal natureza carnal precisa ser resistida e mortificada, o que só será possível mediante uma intensa batalha espiritual que o crente trava contra seus próprios instintos pela força do Espírito Santo. O apóstolo Paulo foi bastante severo ao afirmar que aquele que participa dessas atividades iníquas, perderá sua salvação e não terá parte com Cristo (Gálatas 5:21, I Coríntios 6:9). É necessário eliminar de nossas vidas qualquer vestígio de tais obras, nos enraizando na videira que é Cristo, afim de produzir frutos dignos de arrependimentos. Judas se deixou dominar pela carne e encontrou um fim trágico que o catapultou para uma eternidade obscura. Que trilhemos o caminho inverso ao deste malfadado discípulo, abrindo mão do mundo pelo céu, escancarando nosso coração para Cristo e fechando definitivamente as portas para Satanás.


Quando o enganador é enganado

Durante muito tempo, Judas foi alimentado pelo sucesso de estar ao lado da maior figura em destaque de sua época. Mas não o entendeu, não assimilou seus ensinamentos e se deixou vencer pela cobiça (João 12:6). Porém, ao cair em si e ver o quanto estava errado, Judas ainda poderia ir ao Mestre, mas o peso de sua traição e a acusação do inimigo contra si foi tão grande que a única porta que encontrou para escapar foi a da morte (Mateus 27:5 / João 10:9).   Ludibriado por Satanás, Judas abriu mão da única pessoa que poderia perdoá-lo e ajuda-lo (I João 14:6). Judas vendeu Jesus por trinta moedas que jamais usou. Sua ficha só caiu quando as moedas estavam em suas mãos. Ele até tentou desfazer o negócio, pois entendeu que aqueles religiosos eram falsos e enganadores, mas eles pioraram sua situação dizendo: “Que nos importa? Isso é contigo” (Mateus 27:4). Satanás age assim. Ele usa pessoas para nos influenciar nas áreas que nos domina e depois, quando erramos, ele usa esse erro para nos envergonhar e nos escravizar. O texto diz que Judas se arrependeu (Mateus 27:3), mas infelizmente, ele foi buscar abrigo em pessoas que eram piores que ele. As aparências podem nos enganar. Judas era apóstolo por fora, mas por dentro era um ladrão. Façamos uma varredura em nossas almas e deixemos Cristo nos transformar. Judas não terminou mal por falta de oportunidade, mas por falta de caráter.

Não podemos esquecer que iremos colher o que semeamos, seja bom ou mau (Gálatas 5:16). Judas recebeu o prêmio de sua insanidade (Atos  1:17-18ª). É isso que o inimigo promove na vida daqueles que se deixam seduzir por ele. Não existe recompensa alguma na traição. O galardão da iniquidade é a perda total da moralidade. Judas não ficou com Jesus, não usufruiu o dinheiro e sequer teve apoio dos judeus (Mateus 27:3-5). O único prêmio recebido por Judas foi a morte, a recompensa destinada a todos aqueles que fazem opção pelo pecado (Romanos 6:23ª). A Bíblia diz que, caindo do precipício (acredita-se que era mais pesado que o galho, onde tentou se enforcar), rebentou-se ao meio e suas entranhas se derramaram corpo afora (Mateus 27:5 /  Atos 1:18).

Em Provérbios 30:19, Agur nos fala sobre o caminho da cobra na penha. Uma representação de um coração duro (penha – pedra), onde a cobra (Satanás) passeia livremente. A cobra é um animal debilitado de visão e, para se orientar usa a língua como um sensor. Essa saliva deixa um odor que marca o território onde passou. Para retornar, ela se guia por esse odor e, se o local por onde passou estiver limpo, ela jamais encontrará o caminho de volta. Judas foi escolhido por Jesus, mas foi Satanás que entrou em sua vida. Por que? Ele não limpou o terreno de sua alma. Havia nele uma marca de Satanás, a mentira, e foi por aí que Satanás não somente retornou, mas tomou posse dele por inteiro (Mateus 12:43-45). Satanás se acha dono de nosso corpo e mestre em nossas vidas. Observe o que Jesus diz em Mateus 12.43-45. Ele afirma que o diabo sempre volta pelo mesmo lugar e, ao voltar traz consigo sete espíritos piores que ele, entrando, torna pior a vida de quem é dominado. Todavia, só entrará se a casa estiver desocupada. Não podemos ser omissos quanto a essa verdade. Tomemos o exemplo de Judas, que cuidou de tudo, menos em proteger sua própria vida. Seu coração não esteve reto e sua integridade foi minada pelo diabo.


O mistério morte de Judas

Muitas pessoas ficam incomodadas com a aparente discrepância nos relatos bíblicos sobre a morte de Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus. Isto porque o texto de Mateus 27:5 diz claramente que ele “se enforcou”, enquanto Lucas, relata em Atos 1:18, que Judas “caiu de um penhasco e seu corpo partiu ao meio”.  Assim sendo, qual a versão correta deste acontecimento trágico? Por que existe divergência nos relatos desses escritores?  O primeiro ponto a ser esclarecido é que os evangelhos foram escritos em períodos diferentes, em línguas diferentes e para destinatários diferentes. A obra literária de Mateus, foi baseada em suas lembranças e memórias, já que testemunhou os acontecimentos em loco, participando em primeira pessoa da história. Como escreveu seu evangelho para os judeus, entre os anos 50 e 60 da era cristã, usou o aramaico, uma língua própria de seu povo. Já Lucas, não foi um participante direto do ministério de Cristo, e nem sequer conheceu Jesus. Ele era um médico grego respeitado de seu tempo, e se converteu ao cristianismo através da pregação apostólica, se tornando um dos mais fiéis seguidores de Paulo. Didático e erudito, Lucas elaborou dois estudos sobre as origens desta nova “religião”, sendo que no primeiro ele se focou na história do próprio Jesus (Evangelho de Lucas), e no segundo, registrou os primeiros anos da igreja recém estabelecida (Atos dos Apóstolos). Escreveu seus textos por volta do ano 70 dc, utilizando o idioma grego (uma língua falada em praticamente todo o mundo conhecido da época), e entregou seu relato para os gentios.

O segundo ponto a ser entendido é o local conhecido como “Aceldama” ou “Campo de Sangue”. Esta propriedade ficava localizada em Jerusalém, ao lado de um lixão público conhecido por Geena, para onde era levado todo o lixo da cidade, bem como as imundícias provenientes da limpeza realizada após os sacrifícios de animais. Agora, o fato mais relevante sobre este campo, é exatamente sua geografia, pois se tratava de um penhasco rochoso. Neste lugar também era encontrado um tipo de argila vermelha muito utilizado por oleiros, e daí talvez tenha se originado de fato seu nome. A história por traz da compra deste lugar é tão interessante quanto o fato ali ocorrido. Mateus, testemunha ocular dos acontecimentos, conta que após a traição contra Jesus, Judas foi tomado por um remorso imensurável, e desesperado, correu até os príncipes dos sacerdotes e aos anciões judeus, e tentou devolver o dinheiro que recebera, e com isso impedir a morte de seu mestre. Em prantos ele jogou as moedas de prata na direção daqueles homens, enquanto se lamentava dizendo: - “Pequei, traindo o sangue inocente”. Porém, este gesto não comoveu aos líderes religiosos de Israel, que em resposta apenas disseram: - “O que isso nos importa?”. Vendo que não havia mais meios de remediar seu erro, Judas saiu dali e se enforcou. Então os príncipes dos sacerdotes chegaram à conclusão que era ilícito depositar aquele dinheiro no cofre de ofertas do templo, pois estava sujo de sangue, e após deliberaram, compraram com aquela quantia um lugar chamado “campo do oleiro”, e o transformaram em um cemitério para estrangeiros, posteriormente, o local recebeu o nome de “Campo de Sangue” (Mateus 1:1-8). Lucas, por outro lado, não vivenciou os acontecimentos, e portanto registrou o ocorrido, de acordo com as informações colhidas em suas pesquisas. Assim, ele menciona em Atos 1:16-19, parte de um dos primeiros sermões de Pedro após a morte de Jesus, provavelmente recontado por um de seus entrevistados que esteve presente no dia: -  Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.

Juntando os dois relatos, é fácil a compreensão do histórico de compra daquela propriedade. Judas de fato morreu ali e o local foi comprado pelos líderes religiosos judeus que o transformaram em uma área de sepultamentos. Entretanto, o dinheiro usado nesta compra, de fato pertencia a Judas Iscariotes, logo, subjetivamente (e na interpretação de Pedro), ele era de fato, o dono do lugar. Quanto a causa da morte, não existe discrepância entre os textos, mas sim mudança na perspectiva do narrador. Podemos então dizer que Mateus trata do suicídio, e Lucas descreve as consequências deste ato. Judas de fato, correu até o “Campo do Oleiro” e se enforcou. Considere que nos arredores de Jerusalém, por questões geográficas e histórias, não existiam árvores de grande porte para viabilizar um suicídio, e portanto, ele provavelmente precisou escolher uma árvore pequena, mas que estivesse à beira de um penhasco. Amarrou uma corda (ou algo semelhante) nesta árvore, atou-a também em seu pescoço e se lançou para baixo. Aparentemente, a corda se rompeu ou o galho quebrou, de modo que o corpo de Judas despencou de uma altura considerável, e se arrebentou nas rochas abaixo. Outra possibilidade é que a expressão “se precipitando de cabeça para baixo”, seja um termo médico usado por Lucas para “inchação”, ou ainda, que o cadáver tenha inchado, arqueado a cabeça e em decorrência do calor, caído por terra.


Conclusão

O que Judas tanto cobiçou não teve valor algum quando esteve em seu poder. Esta pode ser a surpresa de muitas pessoas que se deixam enredar pelos desvarios da própria alma. Judas começou bem, mas terminou muito mal. O importante não é como começamos, mas como iremos terminar.



Participe da EBD deste domingo, 01/11/2015, e descubra você também os segredos para uma vida de fé e atitudes

Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 97 - Editora Betel
Comentarista: Pr. José Fernandes Correia Noleto
Maturidade Espiritual 
Lição 5

Comentários Adicionais (em azul):
Pb. Miquéias Daniel Gomes




quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Quarta Forte Jovem com Pb. Miquéias Daniel Gomes



Quando Paulo embarcou para seu julgamento em Roma, tudo parecia maravilhosamente bem. Embora fosse um “prisioneiro”, o apóstolo se sentia honrado desta condição, pois o desejo de evangelizar as nações era o combustível de sua vida, e se aquele era o jeito de falar de Jesus aos romanos, ele estava feliz e realizado (II Timóteo 3:16 / Efésios 3:1). Paulo zarpou de Cesaréia sob a custódia do centurião Júlio, onde se estabeleceu uma simpatia reciproca. Entre os companheiros de viagem também estavam seus amigos Lucas e Aristarco, mantendo o apostolo num ambiente quase familiar.  Ao chegarem em Sidom, foi permitido a Paulo que visitasse alguns cristãos da cidade, dos quais recebeu muito carinho e algumas provisões.  A viagem prosseguiu por Chipre, Cilicia, Panfília e Lícia. Nesta última parada, Júlio achou por bem transferir seus passageiros para um navio cargueiro que ia para a Itália, abarrotado de trigo. A partir daí, a viagem começou a ficar bem complicada, já que o navio cruzou a rota de um vendaval, e a intensidade dos ventos limitava drasticamente a velocidade do navio.

Quase se arrastando, a embarcação é direcionada para a costa de Creta, onde usa a ilha como um escudo contra o vendaval. Dali, eles conseguem aportar em uma cidade receptiva, com um novo bem promissor: Bons Portos. Mas este seria o último alento da viagem. Antes de zarparem da cidade, uma reunião é realizada para decidir a viabilidade da jornada, já que aquela não era uma estação propícia para se lançar em alto mar. Entre os consultados está o próprio Paulo, que se dirigindo aos responsáveis pela viagem advertiu: - Senhores, vejo que esta viagem será muito trabalhosa, com danos e prejuízos, não apenas da carga e da embarcação, mas também de nossas própria vidas (Atos 27:10).

Como aquela seria uma longa viagem, o centurião Júlio deu mais crédito as palavras do piloto e do mestre do navio, que insistiram para que a viagem fosse retomada com imediatismo, pois queriam chegar ao porto de Fênix antes que o inverno agitasse permanentemente o mar. Aproveitando-se da calma momentânea das águas, a tribulação se lança ao mar rapidamente, e tudo parecia estar indo muito bem, até que a embarcação foi apanhada pela fúria do tufão “Euro-Aquilão” vindo do nordeste de Creta. Com o navio sendo açoitado pelas ondas e arrastado sem direção pelo vento, logo a tripulação percebe que a embarcação não é párea para a natureza. Afim de aliviar o peso do barco, eles começam a se desfazer das cargas, e para não ficarem ao sabor dos ventos, se livraram da armação do velame do navio. Durante dias nenhum daqueles homens viu o sol e nem as estrelas, e desencorajados, deixaram de se alimentar, perdendo por completa as esperanças. Paulo descobriu que os tripulantes do navio tramavam abandonar o barco em um bote, deixando os “prisioneiros” para traz. Imediatamente comunicou o fato a Júlio, que tomou medidas disciplinares para que todos trabalhassem em conjunto. No 14º dia de tormenta, Paulo insistiu para que todos se alimentassem, pois, o navio se perderia, mas as pessoas seriam salvas (Atos 27:21-26).

Após a refeição, os homens avistaram uma praia, e se livrando do resto da comida para aliviar a embarcação, tentaram levar o já fragilizado barco rumo a terra seca. Porém, no meio do caminho, o navio se chocou com um recife, encravando a quilha na areia. Com o impacto, a embarcação se desfragmentou, sendo varrida pelas ondas. Como era usual entre a guarda romana, os soldados decidiram assassinar seus prisioneiros para que não houvesse fuga, porém, Paulo intercedeu. Júlio então ordenou que todos se agarrassem em alguma parte dos destroços, para que pudessem chegar a praia nadando. Para surpresa geral, todos alcançaram a terra firme com vida. Nestas situações, muitos se perguntam o porquê Deus tira nossos pés do navio e põem em nossas mãos apenas uma parte dos destroços. Simples... É que o “NAVIO” afunda, mas os “DESTROÇOS” não. São eles que te levarão até a praia. Deus tem seus meios de trabalhar e não cabe a nós entende-los, mas sim vive-lo. Se houver naufrágio, se agarre ao destroço, nade como nunca e siga o fluxo das águas... Deus conhece a geografia do mar, e sempre haverá uma praia por perto.

Quem milita na obra do Senhor, e se sujeita a vontade de Deus (mesmo que isso signifique naufragar), sempre enfrentará a fúria do inimigo. Para Paulo, ao chegar na praia de Malta,  ela se manifesta na forma de uma serpente mortífera, temida pelos moradores locais, que furtivamente escondida entre os galhos secos, ataca a mão do apóstolo, que mais uma vez estava sendo usada em prol do próximo.  A víbora que atacou Paulo era tão venenosa, que os habitantes de Malta, conhecedores dos efeitos de sua picada, ao verem as algemas nas mãos do apóstolo, julgaram que Paulo era um “assassino” por receber tamanha punição. Então, esperaram para vê-lo “inchar e morrer”. Nada disso aconteceu. Paulo simplesmente a jogou no fogo, mais uma vez transformando a expectativa da morte terrena em esperança de vida eterna. Aos servos do Senhor, as melhores oportunidades vão aparecer habilmente disfarçadas em problemas insolúveis e dificuldades insuperáveis. Precisamos aprender a transformar tragédias em oportunidades, finais em recomeços e ensinar as pessoas a lição mais importante que já aprendemos... A porta de saída deste ciclo de caos e a mesma que dá entrada a um novo mundo de oportunidades: JESUS CRISTO.

E foi com uma palavra inspirada neste grande livramento do apóstolo Paulo, que o Pb. Miquéias Daniel Gomes, abrilhantou a Quarta Forte deste dia 28/10/2015, realizada pela REDE JOVEM. Fomos lembrados que Deus traçou uma rota de viagem para nossa vida, é que por vezes, somos pegos indo na direção oposta. Então, para nos trazer para o centro de sua vontade, Deus usa as ferramentas que tem a mão, que por vezes são os ventos e as ondas. Mas não se preocupe. O barco se perde, mas nossa vida é salva pelo Senhor!



Artigos - Malefícios do uso do salto alto


Élita Pavan
(Estudante de Fisioterapia)

Usado pela grande maioria das mulheres, o sapato de salto alto, sempre representou para elas, um item indispensável sinônimo de sofisticação e elegância. No entanto, apesar da beleza e encanto que ele exerce sobre as pessoas do sexo feminino, profissionais especializados revelam que ele pode causar vários danos à saúde das pessoas, que o usam com frequência. 

As mais vaidosas justificam seu uso como um sacrifício pela beleza, já que apesar da dor, ninguém resiste a um belo par de saltos altos. Muitas mulheres dizem que depois de tanto tempo usando, o corpo se acostuma e já não sentem mais dor. Porém o costume é o grande vilão da história.

O uso frequente de sapatos de salto provoca o encurtamento nos músculos da parte de trás da perna, além de danos na coluna (aumentam as chances de se desenvolver quadros de lordose lombar), dores nos joelhos, causam a “fascite plantar” por causa do impacto e do uso prolongado. Outro problema muito comum causado pelos saltos altos é a entorse, as famosas “viradas de pé”, muito comuns entre as mulheres.
        

Principais Problemas do Salto Alto

De acordo com médicos ortopedistas, o salto alto do sapato, causa uma sobrecarga nos ligamentos dos pés, pernas e tornozelos, e nos tendões. Cada pé do indivíduo, tem vinte e oito ossos, que são responsáveis pela formação de articulações, mantidas por vários ligamentos e músculos.

 Quando a mulher usa o salto alto, ela coloca quase todo o seu peso, na parte da frente do pé e dedos, região conhecida como ante pé, causando uma pressão muito intensa na ponta dos pés. Por outro lado, não há uma mobilidade adequada atrás da perna, e com o calcanhar alto, o tendão-de-Aquiles se encurta, podendo surgir em decorrência disso, um problema conhecido como tendinite. Por isso, os profissionais desaconselham o uso do salto alto o dia todo.





Outras Regiões do Corpo Afetadas

Outras áreas do corpo da pessoa, além dos pés e dedos podem ser comprometidas com o uso do salto alto, por exemplo, joelhos e coluna. No caso dos joelhos, pela flexão que tem de ser feita todo o tempo, em que a mulher está usando o salto alto, pode ocorrer a condromalácia patelar, que nada mais é do que a dor causada pelo desgaste das articulações, que é provocado por ele ficar flexionado.

Outra região afetada é a região lombar, pela lordose que o salto alto provoca, com a alteração do centro da gravidade do corpo, e em casos extremos pode haver o surgimento de sérios problemas na coluna, como por exemplo, as hérnias de disco.

Então devemos jogar todas as sandálias e sapatos de salto alto fora?
- Não! - diz a fisioterapeuta.

"A mulher pode, sim, usar saltos, desde que esses não sejam os seus sapatos do dia a dia. O melhor é intercalar: naqueles dias em que não for andar muito, o salto está liberado, porém, quando o dia for muito agitado, opte por um tênis", sugere.

Outra dica é escolher os modelos mais confortável de sapatos, como por exemplo a modelo plataforma que causa menos danos já que é o único que deixa todo o pé na mesma altura.




Filme - Em seus passos, o que faria Jesus? II – O Carpinteiro

“O que faria Jesus em seu lugar?” Esta simples pergunta que dá enredo a esta comovente trama, mas deveria ser o meio de encontrarmos resposta para todos os dilemas da vida .  

No longa metragem “Em seus passos, o que faria Jesus? II – O Carpinteiro” (The Woodcarver) vamos conhecer a história de Matthew Stevenson, rapaz de 15 anos que vive em meio às turbulências naturais da adolescência e às dificuldades enfrentadas na vida por ser fruto de um lar desfeito. Frustrado pelas constantes brigas protagonizadas por seus pais, Matthew decide de maneira imprudente vingar-se de ambos ao destruir todo o trabalho realizado por seu pai na restauração de uma Igreja. O jovem tem a chance de se redimir pelo dano causado ao participar do conserto da Igreja vandalizada, junto a um habilidoso e solitário carpinteiro, o Ernest Otto. O convívio entre os dois mostra de forma marcante o quanto uma amizade inesperada e verdadeira pode ser valiosa para a reconstrução não apenas da estrutura da Igreja, mas essencialmente de suas vidas. O filme apresenta uma mensagem enriquecedora sobre superação, ideal para família e fortalecimento na Palavra de Deus. Confira essa emocionante história de que tudo é possível quando existem fé, esperança e amigos queridos



terça-feira, 27 de outubro de 2015

Biografia - George Muller




Deus freqüentemente escolhe homens comuns, homens que costumavam zombar da fé ou homens que exigiram muita paciência por sua relutância em voltar-se para Deus e obedecer a Seu chamado. George Muller foi um destes.  Nascido em 1805 na Prússia (parte da Polônia atualmente), quando jovem costumava roubar e mentir, segundo ele mesmo quase não houve pecado no qual ele não tivesse caído.  Aos 20 anos de idade, tornou-se cristão depois de visitar uma pequena reunião em uma casa. Sua conversão foi dramática e ele abandonou de vez seus hábitos pecaminosos. Em 1829 foi a Londres para fazer um treinamento na Sociedade Londrina para a Promoção do Cristianismo entre os Judeus (hoje conhecida como Church Mission to the Jews). 

Um dos muitos aspectos fascinantes da vida de George Muller é que ela ilustra com muita simplicidade o poder de Deus.  George Muller recebeu aproximadamente R$ 395.250.000,00 em resposta a orações sem jamais ter pedido ofertas. Se isto tivesse ocorrido há dois ou três mil anos, os céticos iriam sem dúvida questionar a autenticidade deste fato. Como ocorreu no final do século dezenove, com registros modernos e evidência factual, tais fatos não podem ser negados.  O aspecto mais significante dos 93 anos de vida de George Müller na terra foi sua obediência absoluta à vontade de Deus. O fato de o Espírito de Deus ter transformado um jovem rebelde e pecaminoso em tal homem de Deus certamente nos renova a esperança. 

Em 1830 ele casou-se com Mary Grooves, que se tornou uma verdadeira companheira e sustentáculo nos anos seguintes.  Em 1834 ele fundou o Instituto de Conhecimentos das Escrituras, que existe até hoje, sempre respeitando o princípio que ele mesmo impôs de nunca depender de patrocínios, nunca fazer apelos por ofertas e nunca contrair dívidas.  Ele também orava diariamente pela conversão de pessoas; e orou durante cinquenta anos por algumas pessoas, mostrando sua fé e confiança em Deus. Todas as suas orações eram registradas em livros, com a data do começo da petição, o pedido a Deus, a data da resposta e como Deus respondeu.  Existe o registro de cerca de 50 mil orações de George Müller respondidas por Deus. 

Como a epidemia de cólera aumentou dramaticamente o número de órfãos naqueles dias, em 1835 Müller sentiu o chamamento de Deus para abrir um orfanato totalmente pela fé, pois não tinha recursos financeiros para isto.  Em 1870 já eram cinco orfanatos com mais de 2.000 crianças.  São muitas as histórias marcantes de respostas à oração. Uma delas sucedeu quando ao levantarem pela manhã, não haver nenhum pedaço de pão para as crianças, Müller ordenou que mesmo assim as crianças dessem graças a Deus pelo alimento e ficassem esperando.  Minutos depois um carroceiro bateu à porta, dizendo que sua carroça havia quebrado ali na frente e se queriam ficar com o carregamento de pães que estava levando para outros lugares. Assim as crianças e os demais irmãos glorificaram o Senhor por mais um de seus extraordinários feitos. Toda a vida e obra de Müller atestam a fidelidade e a graça provedora de Deus. 

George Müller era um homem comum, mas sua fé inegável e confiança total em Deus e seu amor a Ele têm o mesmo impacto no mundo hoje do que quando ele morreu em 1898.  Sua vida continua sendo uma inspiração para todos aqueles que entregaram sua vida para Deus. E para todos nós continua sendo mais uma daquelas "vidas que marcaram...". Ele foi além da maioria deles em sua política quanto ao dinheiro. Por exemplo: ele não aceitava ofertas quando saia para pregar, temendo dar a impressão que pregava por dinheiro. Quando ele rejeitava as ofertas, as pessoas algumas vezes queriam pô-las a força dentro do seu bolso, então ele fugia. Um homem "lutou" com Müller até que ele aceitasse o dinheiro que o mesmo queria lhe dar! 

Durante seus primeiros anos, Müller começou a desenvolver convicções sobre oração e fé, que proporcionaram a base para poderosas demonstrações da provisão de Deus. Além de pedir a Deus por comida e fundos pessoais, ele frequentemente orava com crentes enfermos até ficarem curados. Um biógrafo observa que "quase sempre suas orações eram respondidas, mas em algumas ocasiões não eram". Nesses casos, Müller continuava orando sobre estes assuntos ou pessoas, por anos. Além de trabalhar com Henry Graik na capela Bethesda, uma moderna igreja situada no coração de Bristol, Müller começou a sentir preocupação pelas massas de crianças órfãs, abandonadas, que estavam em toda parte, na Inglaterra do século 19. Em 1834, com Craik, ele fundou a "Scriptural Knowledge Institution for Home and Abroad" - SKI ("Instituição do Conhecimento Bíblico para a Pátria e Estrangeiro"), que continua até hoje. Seus objetivos eram: 1) estabelecer Escolas diárias, Escolas dominicais e Escolas para adultos onde as Escrituras fossem ensinadas; 2) distribuir Bíblias; 3) ajudar o serviço missionário. 

Durante a vida de Muller, o SKI proporcionou educação para muitos milhares de crianças e adultos, que de outro modo não poderiam ter ido à escola. Distribuiu milhares de Novos Testamentos, Bíblias e folhetos evangelísticos a preços reduzidos, em muitas línguas. Enviou o equivalente moderno de muitos milhões de dólares para missionários nacionais e estrangeiros. Durante um período de dois anos, Müller quase sustentou sozinho Hudson Taylor e 30 de seus colegas missionários na China. 

As maiores obras pelas quais Müller é lembrado – e deve ser guardado na memória que ele foi também um líder de igreja por excelência – são os orfanatos. Nestes, e em todo o seu trabalho, Mary Groves Müller manteve-se firme ao seu lado.  Milhares de pais morreram na epidemia de cólera de 1834. Os poucos medicamentos e conhecimentos médicos precários, condições sociais ruins e leis trabalhistas infames multiplicavam os órfãos. Essas crianças infelizes tentavam sobreviver nas ruas, ou eram obrigadas a submeter-se às péssimas condições das oficinas de trabalho. Charles Dickens disse que os órfãos eram "desprezados por todos e ninguém se compadecia deles". As casas para órfãos do Estado eram poucas e quase não existiam as particulares. Todas elas serviam apenas às crianças das famílias de classes mais altas. Pobreza, crime e prostituição aguardavam o resto. 

Muitos fatores convergentes levaram Müller a começar um orfanato: 1) ele estava genuinamente preocupado com os órfãos de Bristol; 2) ele estava cansado de ouvir homens de negócios e operários dizerem que a necessidade financeira e a competição os proibiam de colocar Deus e Seus assuntos em primeiro lugar em suas vidas; 3) ele queria provar que Deus responde às orações e colocar "diante do mundo uma prova de que Deus de modo nenhum mudou. Isto me parecia feito melhor pelo estabelecimento de um orfanato. Devia ser algo que pudesse ser visto ainda que pelos olhos naturais ".  Em 1835, Müller colocou o seu plano diante da igreja de Bethesda. Imediatamente a congregação se uniu para sustentar o empreendimento. Móveis, utensílios, roupas e fundos chegaram. Dali em diante, Bethesda e seu círculo crescente de igrejas permaneceram inteiramente com Müller no cuidado dos órfãos. No começo, eles costumavam alugar casas para as crianças. Muitos crentes de Bethesda trabalhavam por tempo parcial ou integral nos orfanatos. Conheciam os detalhes particulares e as necessidades diárias ligadas a um tão grande projeto. 

Eles também compreendiam a convicção de Müller em não solicitar fundos – ele queria provar que Deus responderia às orações dos crentes. Müller escreveu: "eu não digo que estaria agindo contra os preceitos do Senhor se procurasse ajuda em Sua obra através de pedido pessoal e individual [apelos] aos crentes, mas eu faço assim para o benefício da igreja em geral". Ele era totalmente contrário, todavia, à possibilidade de que algum cristão fizesse apelos financeiros aos descrentes.  Em 1836, Müller abriu a primeira casa, quando ainda não tinha 30 anos de idade. A comida para os órfãos chegava muitas vezes minutos antes da hora de ser servida, embora as crianças nunca soubessem disso. Mais e mais crianças suplicavam a Müller para recebê-las e ele alugava mais casas. Mas essas logo abarrotavam, por isso, em oração e conversa com os cristãos de Bristol, ele decidiu construir um grande e moderno edifício para os órfãos. Este projeto começou em 1845, exatamente quando a tempestade da divisão entre os Irmãos estava se formando em Plymouth. Em 1848, mesmo enquanto Darby estava atacando Müller, o primeiro dos imensos orfanatos estava quase completo. E enquanto a carta de Darby excomungando toda assembléia de Bethesda estava circulando pela Inglaterra e ao redor do mundo, o telhado foi estendido. Enquanto a divisão progredia e os antigos amigos se voltavam contra ele, Müller continuava esperando em Deus por fundos e provisões. 

Em 1870, depois de profundas e repetidas provas de fé, a última das cinco magníficas casas de pedra, para 2.000 órfãos, foi levantada exatamente fora de Bristol, em Ashley Down. Müller maravilhou-se com o que Deus tinha feito naqueles 34 anos, em resposta à fé e à oração. Além de providenciar comida e roupas para muitos milhares de órfãos, ele tinha a responsabilidade de levantar o "ordenado" mensal [salário] para mais de 100 empregados.  As garotas órfãs eram treinadas como empregadas e costureiras, enquanto os rapazes aprendiam vários ofícios. A cada órfão era assegurado um emprego antes de deixar as casas, ou Müller pagava o salário de aprendiz deles ao patrão que os ensinaria uma profissão. Cada órfão saía com um jogo completo de roupas.

Um homem que vivia próximo dos orfanatos disse que "sempre que ele sentia dúvidas sobre o Deus Vivo, vindo a sua mente, ele se levantava e olhava através da noite para as muitas janelas acesas em Ashley Down, brilhando na escuridão como estrelas no céu". Havia um imposto sobre janelas grandes quando Müller construiu os orfanatos, mas ele disse: "nós confiaremos em Deus para o dinheiro do imposto – deixem as crianças ter luz e ar!"  Pessoas por todo o oeste da Inglaterra e ao redor do mundo ficavam sabendo sobre os orfanatos. Também reconheciam o poder e a provisão de Deus que, se tornavam acessíveis em resposta às orações fiéis de Müller e seus amigos. 

Tarde na vida, Müller, que falava sete línguas, viajou para 42 países em "viagens missionárias" e pregou o Evangelho para multidões de milhares. Seu alvo nessas viagens era, de acordo com o propósito de A. N. Groves, e dos Irmãos do início, quebrar as barreiras denominacionais e promover o amor fraternal entre os verdadeiros cristãos. Em três ocasiões visitou os Estados Unidos e Canadá, pregando centenas de vezes e, em quase todas, pessoas vieram a Cristo.  Em 1878, Müller foi convidado para ir à Casa Branca, a fim de falar sobre os orfanatos ao presidente Rutherford B. Hayes. Provavelmente não contou ao presidente Hayes que foi enquanto J. N. Darby estava tentando virar pessoas contra ele que Deus proveu os fundos para as grandes casas de órfãos. 

Müller criou um regulamento fixo em que nem ele nem seus auxiliares jamais deveriam pedir a qualquer indivíduo qualquer coisa em particular, para "que a mão do Senhor pudesse ser claramente vista". Mas ele pedia ao Senhor que movesse pessoas para ofertar. Uma vez, quando um homem fez um grande donativo, Muller, muito satisfeito, visitou-o para agradecer; então mostrou ao homem a anotação em seu diário quando, meses antes, começou a rogar a Deus que aquele homem pudesse dar aquela quantia específica! O historiador Roy Coad observa, todavia, que "a lenda popular" tem escondido um tanto da natureza prática de Müller. "A lenda enfatiza um lado da moeda: a intensidade da confiança de Müller. Muitas vezes o outro lado tem sido esquecido – que os fundos para suprir a necessidade vieram de homens e mulheres que eram co-participantes com Müller de sua fé em Deus".  Müller havia atraído a igreja de Bethesda para dentro dos seus planos do orfanato desde o início.  Uma vez, Charles Dickens apareceu em Ashley Down para "investigar" o que Müller estava fazendo a estes órfãos. Müller deu as chaves para Dickens e mandou um assistente mostrar-lhe qualquer coisa que quisesse ver. Depois da investigação, Dickens disse a Müller que acreditava que os órfãos estavam sendo muito bem cuidados.

George Müller morreu na manhã de 10 de março de 1898, aos 92 anos. Ele participou ativamente, enquanto viveu, em Bethesda e nos orfanatos até o dia anterior da sua morte. Milhares de pessoas lotavam as ruas para ver o cortejo funeral do imigrante alemão que, segundo o jornal The Bristol Mercury, foi "a maior personalidade que Bristol conheceu como cidadão nesta geração". Sete mil pessoas lotaram o cemitério para ver o sepultamento.  O Bristol Evening News escreveu que "na era do agnosticismo e materialismo, ele pôs em prática teorias sobre as quais muitos homens estavam contentes em sustentar uma controvérsia inútil".  O Liverpool Mercury maravilhou-se por causa da provisão para milhares de crianças e perguntou como isto aconteceu. "Müller disse ao mundo que foi o resultado de Oração. O racionalismo de hoje zombará desta declaração. Mas os fatos permanecem, e permanecem para serem explicados. Não seria científico desdenhar das ocorrências históricas quando elas são difíceis de esclarecer. E seria necessário muito truque para fazer os orfanatos em Ashley Down sumir da vista". 

De sua parte, Müller já havia escrito: "eu sei que belo, gracioso e generoso ser Deus é pela revelação que Ele se agradou em fazer de Si mesmo na Sua santa Palavra. Eu acredito nesta revelação. Também sei por minha própria experiência da veracidade disso. Portanto, eu estava satisfeito com Deus. Me regozijava em Deus. E o resultado é que Ele realizou o desejo do meu coração".  George Müller acreditava que Deus faz o mesmo por qualquer um que O busque.  George Muller cuidou de mais de 10.000 órfãos durantes os 63 anos em que decidiu confiar inteiramente em Deus para o atendimento das necessidades. Nem uma única vez deixou Deus de cumprir Sua promessa.