Moisés já
estava na montanha à quarenta dias quando os israelitas concluíram que seu
líder havia morrido, e sua morte anulava as possibilidades de comunicação com o
“Deus” que não se podia ver. Recorreram então ao segundo em comando, afim de
que ele tomasse alguma atitude para acalmar o povo que começava a se amotinar.
Na visão de alguns dos principais da congregação, era necessário que um “deus”
fosse introduzido no acampamento, afim de guiar os Israelitas pelo restante do
caminho. Arão toma então uma medida controversa, e pede aos israelitas que doem
seus pendentes e brincos de ouro como matéria prima, e após derreter o material
aurifico no fogo, fazendo uso de um buril, forjou um bezerro. Ao ver aquela
imagem, muitos israelitas puseram-se a declarar que aquele sim, era o “deus”
que os libertara da escravidão, muito provavelmente, influenciados pelas
referências pagãs de Ápis (um Deus com aspectos de touro) e Hathor (deusa com
aspecto de vaca). Ao presenciar esta bizarra cena, Arão edifica um altar diante
da imagem, e clama ao povo: - “Amanhã será festa ao Senhor. ”
Por melhor que
fossem as intenções, o povo se enveredou por um caminho tortuoso, oferecendo
holocaustos e ofertas pacíficas para sua nova divindade. Na manhã seguinte,
houve muita celebração pelo bezerro de ouro, onde o povo comeu, bebeu e se
fartou. Mas logo a situação ficou descontrolada, e a festa se transformou em
uma orgia espiritual, onde muitos israelitas tiraram as próprias vestes, e
agora, literalmente “pelados”, se entregavam a danças e rituais. Foi neste
momento que a ira do Senhor se ascendeu, e Deus decidiu exterminar aquele povo
desobediente. Moisés precisou intervir com urgência.
O pedido dos
israelitas não significava necessariamente que esses indivíduos estivessem
rejeitando ao Senhor, eles queriam Deus, mas um Deus de acordo com o que suas
mentes imaginavam (Êxodo 32:1). A demora de Moisés foi o perfeito álibi para
que o povo retrocedesse seu coração de volta ao Egito. Inquietos pela ausência
do líder visível, que há quarenta dias estivera no monte, eles se uniram para
fazer um pedido especial a Arão, o responsável na ausência de Moisés.
O que você
faria se seu pastor sumisse sem dar notícias durante quarenta dias? O povo
esperou e ao fim de quarenta dias se desesperançou. Ao verem o monte a fumegar,
o ruído dos trovões e os relâmpagos sob a montanha, concluíram que Moisés havia
morrido (Êxodo 20:18; 32:1). Na verdade, eles não podiam ficar para sempre
parados no deserto. O povo queria saber a quem seguir e em que acreditar. Sem
respostas, eles pedem a Arão que confeccione um deus para que adorem. Eles tinham
um pensamento coreto, mas com a leitura errada. Seus corações nunca
compreenderam quem era realmente o Deus a quem estavam servindo. É possível
criar uma imagem de deus segundo nossa própria imaginação. Para Moisés, o
Senhor era um amigo íntimo que falava face a face. Para eles, o Senhor era
apenas um deus que poderia ser trocado por qualquer outro caso não atendesse
seus desejos.
Como é fácil o
coração carnal se afastar da verdadeira adoração a Deus! Quando Arão notou a
que ponto as pessoas estavam indo, tentou dar um jeitinho de controla-las
erigindo um altar diante da imagem e proclamando uma festa ao Senhor. De onde
terá vindo sua inspiração? É provável que Arão tenha tentado copiar o Touro
Ápis, símbolo da força e da fecundidade, que era cultuado no Egito. O final
desta história obviamente foi marcado por tragédia e muita morte (Êxodo 32:28)
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