Texto
Áureo
Lucas 15:10
Assim vos digo que há
alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
Verdade
Aplicada
Existem pessoas que
somente acendem a luz quando se dão conta de que perderam algo de valor. A
perda pode revelar as trevas que imergem as nossas vidas.
Textos de Referência
Lucas 15:4, 6-8
Que homem dentre vós,
tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove
e não vai após a perdida até que venha a achá-la?
E, chegando à sua casa,
convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei
a minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim
haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa
e nove justos que não necessitam de arrependimento.
Ou qual a mulher que,
tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa,
e busca com diligência até a achar?
Achados e Perdidos
O capítulo
15 de Lucas pode muito bem ser chamado de “Achados e Perdidos”. Jesus estava
sendo duramente criticado pelos religiosos de sua época em decorrência da
proximidade que mantinha com “publicanos e pecadores”, quando lhes propôs uma
série de parábolas sobre desencontros e encontros. Um pastor dedicado que perde
sua ovelha, uma dona de casa descuidada que não consegue encontrar seu
“talismã” e um pai amoroso que vê seu filho lhe dar as costas em direção ao
mundo. Todos estes personagens viveram momentos de tristeza em decorrência de
suas percas, mas não se conformaram em viver com a ausência daquilo que fora
perdido. Ao perceber que uma de suas ovelhas havia se desgarrado, o bom pastor
conduziu sua grei para a segurança do aprisco e saiu pelas campinas e valados
procurando sua ovelhinha querida. Ele subiu montanhas, desceu por vales,
caminhou entre espinheiros chamando insistentemente pelo nome de sua protegida.
Finalmente a encontrou no final de um penhasco, presa num arbusto, vitimada
pela queda. Ferida, a ovelha estava condenada à morte certa, porém o pastor não
mediu esforços para resgatá-la. Ele verteu balsamo em suas feridas, a pôs
carinhosamente sobre seus ombros e voltou para casa com júbilo e alegria, pois
havia reencontrado alguém que lhe era precioso.
A segunda história é sobre uma mulher que se desespera ao dar conta que
havia perdido uma moeda de valor emocional inestimável. Ela acenda as lâmpadas,
move toda a mobília e varre toda a casa procurando sua dracma, e quando
finalmente a moedinha é encontrada, a mulher chama suas amigas e promove uma
festa de celebração.
O último
relato é sobre um pai e seus dois filhos. Eles formavam uma família feliz que
vivia em plena harmonia, até que o mais novo deles decide abandonar o lar para
conhecer o mundo. Com o coração pesaroso, o velho homem entrega ao seu caçula,
a parte da herança que lhe era de direito, e vê, com lágrimas nos olhos, seu
filho afastar-se rumo a uma vida de sonhos coloridos e enganosos. Enquanto o
moço vivia inconsequentemente, gastando todos os bens que herdou; o pai
mantinha plantão constante no portão da casa, com os olhos fixos na estrada,
certo que um dia o seu filho iria voltar. Com o passar do tempo, o dinheiro
acabou, e o pródigo se viu sozinho no mundo, desamparado e sentindo muita fome.
Quando chegou ao fundo do poço, decidiu voltar para casa e pedir ao pai que o
contratasse com um empregado, e com este pensamento, começou a trilhar o
caminho de volta. Quando ainda estava longe de casa, o pai, que ainda aguardava
no portão, o avistou e correu ao seu encontro, abraçando e beijando
carinhosamente o filho. Ele ordenou a seus criados que dessem um banho no moço,
cortassem seu cabelo e aparassem sua barba. Deu a ele roupas limpas, sapatos
novos e pôs em seu dedo o anel da família. Então, o pai convocou uma festa para
comemorar aquele esperado reencontro.... Seu filho estava perdido, mas foi
achado. Estava morto e reviveu.
Com estas
histórias, Jesus queria ensinar aos seus ouvintes o valor das pequenas coisas,
que a grande maioria sequer pode perceber. O que é uma ovelha entre outras cem?
Quanto esforço é valido fazer por uma única moeda? Que tipo de recepção merece
um filho rebelde e ingrato? Na matemática divina, uma ovelha encontrada vale
mais que o mundo inteiro perdido, uma moeda pode equivaler a um tesouro e o
filho pregresso merece ser coberto de amor e carinho. Numa visão espiritual, a
ovelha desgarrada, a dracma perdida e o filho prodigo representa o homem em suas
idas e vindas. Como a ovelha, as vezes nos perdemos pelas distrações presentes
no caminho. Como a moeda, em alguns momentos somos deixados num canto e por lá
ficamos esquecidos. Porém, na maioria das vezes, somos como o pródigo, que por
escolha própria se embrenha mundo afora, perdendo-se por decisão consciente. Jesus, por sua vez, é o bom pastor que sai ao
encontro da ovelha perdida, dando a sua vida por ela (João 11:10). Ele é capaz
de mover céus e terra para nos encontrar quando estamos imersos em ostracismo e
estagnação (Isaías 43:3-7). Ele é o pai amoroso que espera ansioso o retorno de
todo filho que se afastou (João 6:37). E se Cristo está tão empenhado no
resgate daquele que se perdeu, porque não podemos também buscar com zelo os
valores por nós perdidos?
A dracma perdida
Embora o capítulo 15 de
Lucas trate três verdades de salvação em uma mesma parábola, destacaremos aqui
apenas a busca diligente da dracma perdida e suas verdades para o nosso
cotidiano. A moeda encontrava-se perdida em casa, não por vontade própria, mas
pela falta de cuidado ou desatenção de sua dona. Muitas coisas podem se perder,
mas perder-se dentro da própria casa implica na possibilidade da alma, preciosa
aos olhos de Deus, estar com a salvação comprometida. Segundo o Dr. G. Campbell
Morgan, as mulheres daquela época costumavam usar acima das sobrancelhas uma
tiara chamada “semedi”. Era feita de moedas que por si mesmas tinham muito
pouco valor (para utilizar a moeda como joia, sua superfície deveria ser
raspada, o que reduzia seu valor ou anulava a moeda completamente). A tiara
significava noivado ou casamento. Sendo ou não monetariamente valiosa, estava acima
de qualquer preço para a mulher que a usava. A moeda tinha valor sentimental e
era um objeto elegante. Poe esta razão, a mulher a procurou com zelo e fez uma
busca completa. Estava ansiosa para recuperar o que tornava perfeito o
simbolismo que usava na testa (Lucas 15:8-9 / I Coríntios 12:31). Está muito
claro na busca incessante dessa mulher a importância dada àquilo que havia se
perdido. Mesmo que não tivesse valor algum para os demais, para ela era
importante e valioso, por isso, foi à procura de seu precioso bem. A busca por
algo perdido pode ser demorada, mas a satisfação de recuperá-lo pode ser
contagiante.
Jesus utiliza a perda de
uma mulher para expressar o amor de Deus por uma alma perdida. Ele nos faz
entender que se uma mulher fazia todo o possível para achar uma moeda de
pequeno valor, Ele iria muito mais além (Mateus 6:26). A ideia central é trazer
de volta para si mesmo os pecadores perdidos, cujas almas valem muito mais do
que uma simples moeda de prata. A parábola é reveladora e afirma que existe uma
alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende (Lucas 15:10).
Jesus apresenta o entusiasmo daquela mulher para expressar como se sente diante
da recuperação de uma alma perdida e chama a atenção para que possamos sentir o
mesmo. A mulher representa um quadro do zelo divino, que procura o que se
perdeu e o recupera. Na parábola da dracma perdida é a menor moeda que se
perde. Deus é comparado com a mulher que se preocupa em procurar o que se
perdeu, não importando o seu valor. Ela tinha nove moedas e se empenha ainda em
procurar a outra. Acende a lâmpada, varre a casa e procura diligentemente. Ela
faz uma verdadeira faxina, não deixa um só canto sem ser revistado em busca da
pequena moeda que se perdeu. Quando a encontra, reúne as amigas e pede que se
alegrem com ela. No versículo 10, Jesus afirma: “De igual modo há júbilo diante
dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:10).
Os judeus entendiam que
se um homem se arrastasse diante de Deus, implorando misericórdia, este poderia
alcança-la (Lucas 1:50 / Romanos 11:32). Porém, jamais foram capazes de
conceber um Deus que saísse em busca dos pecadores. Nesta parábola se revelam
duas coisas interessantes: a alegria por um pecador arrependido e o amor
divino, que se estende mesmo antes de o pecador se arrepender. Nenhum fariseu
jamais tinha sonhado com um Deus assim. Em contrapartida, estudiosos judeus
admitiram ser isto algo absolutamente novo que Jesus ensinou aos homens a
respeito de Deus, que Ele realmente procura os homens e quer acha-los (Lucas
19:10). Segundo a cultura judaica, uma jovem estava acostumada a poupar durante
anos para juntar suas dez moedas, porque esse toucado equivalia virtualmente ao
anel de bodas. Quando o obtinha, era efetivamente dela e não podia tirar para
pagar dívidas. Buscá-la era o que qualquer mulher faria se tivesse perdido seu
anel de bodas.
O Valor de
uma alma
O astrofísico norte americano Greg Laughlin,
calculou o preço material do planeta Terra em cerca de 5 quatrilhões de dólares.
Agregue a este número o valor monetário correspondente a cada um dos mais de 7
bilhões de indivíduos do planeta e teríamos um resultado praticamente impossível
de calcular. Pois bem, nem mesmo toda esta imensurável fortuna, sequer, chega
perto ao valor de uma única alma diante de Deus (Mateus 16:26). Isto porque o
valor de uma alma é medido pelo Senhor em sentimentos, sendo manifesto num amor
que nem mesmo a distância entre céus e Terra pode mensurar (Salmo 103:11). A Bíblia
menciona a raríssima possibilidade de alguém se compadecer de uma pessoa muito
boa, ao ponto de dar a vida do próprio filho por ela. Talvez existam pessoas
que mereçam um ato de amor tão extremado, e até mesmo uma alma tão altruísta
capaz de tamanho beneplácito. Mas o amor de Deus pelo homem é demostrado no
fato que ELE nos deu a vida de seu próprio filho quando ainda éramos maus e
pecadores, imerecedores de qualquer compaixão (Romanos 5:8). Desde então, esse
grandessíssimo amor só faz aumentar, potencializado ainda mais pela graça e
pela misericórdia que emana do trono divino. Deus nos ama e deseja um relacionamento
intenso e verdadeiro com cada um de nós. Feliz é o homem que aceita esse favor
e mergulha sem reservas no oceano infindo desse amor, cujas correntezas nos
levam rumo a uma eternidade de paz e felicidade. Obviamente, como em todo relacionamento é
necessário que se façam concessões, e mesmo Deus não nos devendo nenhum favor,
é Ele quem voluntariamente se mostra tolerante aos nossos deslizes. Deus se
dispõem a perdoar todas as nossas ofensas, afrontas e pecados, nossos rompantes
de preciosismo e hedonismo, nossas lamúrias desmedidas e nossos desatinos sem
precedentes. Todas as manhãs Deus renova sua misericórdia sobre nossa vida e
nos dá uma chance de vivermos um dia de cada vez, ou invés de simplesmente nos
fulminar e do barro recriar um homem melhorado.
Deus convive com nossas imperfeições
mesmo sendo perfeito. Ele nos ama com intensidade apesar de nossas
prostituições espirituais. Deus continua nos aceitando de volta mesmo depois de
virarmos as costas para Ele centenas de vezes. Deus é longânimo, compassivo e
terno no trato com o homem, dando a ele inúmeras chances e recomeços diários.
Em decorrência de nossa teimosia, muitas vezes Deus precisa usar de recursos
drásticos para chamar nossa atenção e nos direcionar de volta ao caminho, logo,
sua mais severa e punitiva ação nada mais é que um grito de amor. O elo fraco
desta relação está exatamente no ser humano. Débil, dúbio e corrompido pelo
pecado, negligenciamos a fidelidade divina, escarnecemos o sacrifício vicário
de Cristo e deixamos Deus num plano secundário de nossa vida. Nada fazemos para
justificar tamanho amor, mas esta realidade terrível não impede que Deus nos
ame incomensuravelmente. E em decorrência deste amor, somos atraídos para seus
braços e aprendemos a amar. Embora pecadores, a santidade de Deus nos inicia
num processo continuo de santificação. Mesmo imperfeitos, a perfeição divina
nos aponta o caminho para se chegar a estatura de varão perfeito. Em nossos
abundantes pecados superabunda a graça de Deus e nossa pequenez é compensada
pela grandiosidade do Altíssimo, pois o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas
fraquezas.
Quando nós entregamos de corpo e alma
a um relacionamento profundo e sincero com nosso Deus, embora ainda revestidos
de corruptibilidade, somos feitos herdeiros de Deus, co-herdeiros em Cristo, e
esta é uma promessa garantida pela fidelidade de Deus. Ainda seremos humanos,
propensos ao erro e ao fracasso, mas estaremos abrigados embaixo das asas do
Altíssimo, e ali protegidos, não estaremos a mercê do mal. Ainda haverá dias de
tempestade, mas Deus nos dará asas para voar acima dela. Ainda existirá
fornalhas, mas Deus estará conosco no meio das chamas e elas não nos queimarão.
Ainda haverá rios e mares para serem atravessados, mais Deus nos conduzirá
pelas águas, e ainda que submersos, não nos afogaremos. Não há valores humanos
que possam descrevem o valor de nossa alma aos olhos de Deus. Por nós, o dono
do universo se limitou a uma vida na terra, o Senhor do tempo passou nove meses
no ventre de uma mulher, o Rei da Vida, morreu numa cruz vertendo até a última
gota de seu sangue por nós. Preciosa graça que nos amarra com cordas de amor (Oséias
11:4)
As descobertas de uma procura
Ao notar que uma dracma
havia se perdido, a mulher deixa todos os seus afazeres e se aplica
diligentemente encontrar a moeda perdida (Lucas 15:8-9). É nesse momento que
ela acende a luz, varre a casa e incessantemente a busca até que encontre. Nosso século trouxe mudanças generalizadas à
sociedade. Vivemos o período mais complicado de todos os tempos já vividos até
agora. É o século do conhecimento, porém, de forma alarmante e assustadora, é
também o século da mistura, de modo que muitos valores se perderam dentro da
própria Igreja (casa). Quando temos como normais as coisas que a Palavra
denuncia como pecado. Então, é hora de fazer um exame rigoroso de nossa profissão
de fé e buscar onde caiu nosso machado, porque, certamente, o juízo virá (II Reis
6:5-6 / Mateus 3:10). A mulher tinha nove moedas, mas sabia que estaria
incompleta caso não encontrasse a que se perdeu. Precisamos reaver os valores que
se perderam com o tempo em nossas vidas. A parábola trata acerca do que se
perdeu dentro da própria casa; fala de algo interno, de vida espiritual, de uma
dimensão que ficou para trás e que deve ser procurada diligentemente até que se
encontre (Hebreus 6:1).
O texto nos fala de uma
revelação progressiva, onde um sentimento de perda é seguido por uma atitude em
recuperar o que se perdeu. Mas essa mulher faz algo interessante no cominho da
busca, ela acende a lamparina (candeia – uma representação da vida espiritual).
A verdade espiritual é que a perda pode ser a fagulha que acende uma lamparina
apagada (João 12:36 / Efésios 5:8). Ou seja, essa mulher estava em trevas e
somente se deu conta de que havia perdido algo de valor. A mesma luz que lhe
ajudou a encontrar a dracma perdida, lhe ajudou a encontrar-se consigo mesma
(Isaías 9:2). A primeira atitude de alguém que procura algo é iluminar ao
máximo o ambiente para enxergar da melhor forma possível. O candelabro é um
sinal no mundo espiritual. Jesus disse que Ele é o candeeiro de ouro que anda
no meio da Igreja, na nossa casa, dentro de nós (Apocalipse 1:12-15). Onde
existe a luz de Deus e as trevas não podem entrar, fazer visitação. E o que a
luz faz? Revela a sujeira. Quando a luz é acesa, e uma busca diligente se
inicia, muitas sujeiras que estavam escondidas começam a aparecer. O desejo de
Deus é que tiremos da nossa vida tudo que não O agrada e isso só é possível se
nos voltarmos aos princípios da Palavra. A luz da Palavra de Deus arrancará da
sua vida todas as trevas e o conduzirá por um lugar seguro.
Logo que acendeu a
candeia, essa mulher viu o que jamais poderia ver enquanto estava em trevas.
Sua casa estava desarrumada (Lucas 15:8b / I Pedro 2:5). A aplicação espiritual
aqui é a visão que temos de nós mesmos quando somos confrontados com a luz da
verdade. Nesse caso, a luz mostrou para essa mulher a condição de sua casa e
também onde estava o que havia perdido (Jó 12:22 / II Samuel 22:29). Existe um
tesouro dentro de cada um de nós e o inimigo sabe muito bem dessa verdade. Por
isso, a ideia é nos cegar o entendimento, nos fazer insatisfeitos, misturar os
conceitos santos com os profanos e nos fazer desistir de nós mesmos. A missão
do inimigo é matar, roubar e destruir. Todavia, a proposta do Senhor é uma vida
abundantemente e plena para todos os seus (João 10:10). Explique para eles que
a casa desarrumada representa uma vida espiritual sem alicerces, ou mesmo sem
propósitos. Acender a luz denota que ainda é possível uma recuperação. Além
disso, encontrar o que se perdeu e se alegrar indica uma transformação
precedida por um gozo que deságua em compartilhar com outros a bênção recebida.
Em busca dos valores perdidos
Temos perdido muitos
valores em nossos dias, principalmente dentro da comunidade cristã (Efésios 2:11-12).
Precisamos agir como essa mulher e vasculhar nossas vidas até encontrarmos
esses valores. Só entende o significado da luz aquele que dela precisa; e só se
alegra com o que achou aquele que reconhece seu valor. Não existe um ser humano que dê os primeiros
passos para o pecado sem que seu coração o advirta; porém, se pecar de forma
constante, chega o momento em que deixa de preocupa-lo (Mateus 6:23). Aquilo
que uma vez fizemos com medo, vacilando e com repugnância, converte-se em
hábito. Nesse caso, não podemos culpar a ninguém exceto a nós mesmos se
chegarmos a essa situação. À medida que o tempo passa, nosso coração pode
chegar a embotar-se e para que isso não ocorra devemos estar sempre vigilantes
(Efésios 5:11). Trevas significam morte e era essa nossa condição antes de nos
tornarmos participantes da luz divina (Efésios 2:1). Para melhor compreensão da
importância da luz, vale lembrar dos diversos apagões que já ocorreram em nosso
país. A primeira vez que fazemos algo mau, fazemo-lo com um coração tremente e
as vezes dolorido. Cada vez que o repetimos, a sensação é menor, até que no
final podemos fazê-lo sem escrúpulos. O pecado tem um poder terrivelmente
endurecedor (Jeremias 17:23).
É muito comum dar
importância às coisas que não temos e, quando as adquirimos, geralmente elas
parecem não ter mais tanto valor. O valor de muitas coisas pode ser relativo.
Por exemplo: o valor da honestidade nada significa para uma pessoa desonesta.
Todavia, existem coisas simples que são de inestimável valor para os outros. A
dracma que foi perdida não era tão valiosa assim; ela correspondia ao salário
de um dia de um trabalhador braçal. Mas para essa mulher representava o que ela
tinha de mais valioso no momento. Por isso, se esforçou tanto em encontrá-la. O
foco desta parábola é o valor. A lição que precisamos aprender é a valorização
das coisas em nossas vidas, principalmente as espirituais, que são inegociáveis
(I Coríntios 2:11 / 9:11). A dracma perdida possui um valor espiritual: a
fidelidade. A dracma representava uma aliança. Toda mulher casada usava um
enfeite na testa, tipo de um colar, formado por dez moedas de prata e uma moeda
maior no centro. Perder a dracma significava colocar em risco a sua
descendência, pois a dracma era um sinal profético. Era um sinal de perpetuação
de geração. Muitas pessoas perderam muitas coisas valorosas na vida, mas hoje é
o seu dia de achar a dracma, porque a sua vida e a sua casa receberão a limpeza
de Deus.
Uma
pessoa com perdas não tem alegria. Mas uma pessoa alegre é sempre contagiante.
Ao encontrar o que se perdeu, ela se alegrou e compartilhou da alegria com suas
amigas e vizinhas (II Coríntios 1:3-4). O primeiro estágio dessa mulher é
solitário e desesperançoso, mas ela não desiste, acende a luz, varre a casa
cuidadosamente busca até encontrar. O detalhe está em procurar no lugar certo e
nunca desistir até que encontre. Alguns têm sobre si o selo do Rei, mas,
comparados a essa mulher, rolaram para um canto escuro, em meio à poeira e o
entulho. Bom seria que estivéssemos todos mais desejosos de, ajoelhados
vasculharmos o chão para encontrar o perdido! As nove contas de um colar são
inúteis se estiver faltando a décima. Cristo não pode ficar satisfeito enquanto
a derradeira moeda não for achada (Isaías 59:1 / I Timóteo 1:15).
A felicidade encontrada no Evangelho
A palavra “EVANGELHO” significa literalmente “Boa Notícia” ou “Boas
Novas”. Porém, mas do que trazer alegria e esperança, esta “novidade” vinda
diretamente dos céus traz para a vida do ser humano uma verdadeira
“transformação”. Não uma mudança superficial ou uma mera adaptação a um
estilo religioso de vida, mas sim uma guinada de 180º que começa no interior do
coração humano e se expande progressivamente por sua alma, espírito e corpo,
até levar o indivíduo ao padrão de homem perfeito, estabelecido e personificado
em Cristo. Esse é um processo longo e contínuo que só será completado
quando o nosso corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, no exato
momento que encontrarmos o Senhor nos ares. Mas até lá, cabe a cada um se
entregar sem reservas a esta “transformação” espiritual que o Evangelho de
Jesus Cristo tem o poder de efetuar. Esta transformação começa pela liberdade
de todas as amarras que nos prendem ao passado pecaminoso ou então ao legalismo
que nos veste com trajes de religiosidade enquanto nossas intenções estão
distantes dos desígnios de Deus. E esta liberdade nasce do conhecimento –
“Conhecereis a VERDADE e a VERDADE vós libertara” (João 8:32). Jesus é esta
verdade libertadora, e, portanto, é inadmissível que o cristão continue
amarrado em traumas e pendências pretéritas. Quando o homem tem um encontro
real com o Salvador, uma mudança genuína acontece, pois, o sangue de Cristo
suplanta toda maldição e o amor que abunda na cruz, lança fora todo o medo.
Jesus é poderoso o suficiente para arrebentar cordas e destruir grilhões e fará
isso na vida de qualquer pessoa que realmente o receba como o Messias. Ele
apaga nosso passado e nos orienta rumo a um futuro glorioso.
O problema de grande parte da cristandade é exatamente viver um
Evangelho superficial, onde muito se fala, mas pouco se vive. Jesus está
presente nas falas, mas omitido nas ações. É muito sermão e pouca experiência.
Fachada sem comprometimento. Jesus quer promover mudanças, mas muitas pessoas
estão conformadas com suas vidinhas medíocres e acomodadas em sua redoma
legalista, pouco propensas para viver uma transformação verdadeira. E
esta é a grande questão: Queremos viver o Evangelho em sua plenitude ou
continuar na mediocridade de uma religião vazia com um cristo genérico? Para
ser livre, é preciso encontrar a Verdade, e isto basicamente significa viver
uma experiência pessoal e verdadeira com Jesus. Não “aceitar” Jesus de forma
ritualista como é tão usual hoje em dia, mas sim “entregar-se” completamente à
Jesus, permitindo que ele seja o Senhor absoluto de sua vida. Andar com Ele.
Pensar como Ele. Ser como Ele.
Este tipo de desenvolvimento só é possível se pautado ponto a ponto no
manual de instrução que verbaliza o passo a passo de uma vida cristocêntrica: A
Bíblia. É nela que Jesus se revela e se torna um modelo de como cada cristão
precisa agir e pensar. Renegar a Bíblia é como rejeitar o próprio Cristo, e
“abandonar” as escrituras em um canto da estante é “exilar” Jesus no limbo de
nosso coração. Quer ser livre? Leia a Bíblia e encontre o Jesus que nela
está. O encontrou? Permita que Ele seja o centro de sua vida. Jamais baseia sua
fé apenas no que é dito por homens. Confira em loco o que Jesus tem a dizer
sobre cada tema. Seus discursos, ensinamentos e ações estão explicitados nas
escrituras, e a liberdade virá quando você tiver a capacidade de assimilar cada
uma dessas linhas, e interpreta-las com imparcialidade e comprometimento
pessoal. Procure pela dracma perdida e a ache no seu próprio coração. Seja
transformado pelo poder da Palavra... Seja liberto pelo poder de Jesus... Viva
de boas (e transformadoras) notícias...
Conclusão
Aprendemos nesta lição
que a vida espiritual pode ser imersa nas trevas sem que nos demos conta de
como estão desarrumadas nossas vidas. Contudo, é preciso uma busca diligente e
uma boa varredura para que os valores perdidos com o tempo possam ser
recuperados e colocados em seu devido lugar.
Participe da EBD deste domingo, 18/10/2015, e descubra você também os segredos para uma vida de fé e atitudes
Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 97 - Editora Betel
Comentarista: Pr. José Fernandes Correia Noleto
Maturidade Espiritual
Lição 3
Comentários Adicionais (em azul):
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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