quinta-feira, 15 de outubro de 2015

EBD - A importância de buscar com zelo os valores perdidos


Texto Áureo
Lucas 15:10
Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.

Verdade Aplicada
Existem pessoas que somente acendem a luz quando se dão conta de que perderam algo de valor. A perda pode revelar as trevas que imergem as nossas vidas.

Textos de Referência
Lucas 15:4, 6-8

Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la?
E, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque  achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?


Achados e Perdidos

O capítulo 15 de Lucas pode muito bem ser chamado de “Achados e Perdidos”. Jesus estava sendo duramente criticado pelos religiosos de sua época em decorrência da proximidade que mantinha com “publicanos e pecadores”, quando lhes propôs uma série de parábolas sobre desencontros e encontros. Um pastor dedicado que perde sua ovelha, uma dona de casa descuidada que não consegue encontrar seu “talismã” e um pai amoroso que vê seu filho lhe dar as costas em direção ao mundo. Todos estes personagens viveram momentos de tristeza em decorrência de suas percas, mas não se conformaram em viver com a ausência daquilo que fora perdido. Ao perceber que uma de suas ovelhas havia se desgarrado, o bom pastor conduziu sua grei para a segurança do aprisco e saiu pelas campinas e valados procurando sua ovelhinha querida. Ele subiu montanhas, desceu por vales, caminhou entre espinheiros chamando insistentemente pelo nome de sua protegida. Finalmente a encontrou no final de um penhasco, presa num arbusto, vitimada pela queda. Ferida, a ovelha estava condenada à morte certa, porém o pastor não mediu esforços para resgatá-la. Ele verteu balsamo em suas feridas, a pôs carinhosamente sobre seus ombros e voltou para casa com júbilo e alegria, pois havia reencontrado alguém que lhe era precioso.  A segunda história é sobre uma mulher que se desespera ao dar conta que havia perdido uma moeda de valor emocional inestimável. Ela acenda as lâmpadas, move toda a mobília e varre toda a casa procurando sua dracma, e quando finalmente a moedinha é encontrada, a mulher chama suas amigas e promove uma festa de celebração.

O último relato é sobre um pai e seus dois filhos. Eles formavam uma família feliz que vivia em plena harmonia, até que o mais novo deles decide abandonar o lar para conhecer o mundo. Com o coração pesaroso, o velho homem entrega ao seu caçula, a parte da herança que lhe era de direito, e vê, com lágrimas nos olhos, seu filho afastar-se rumo a uma vida de sonhos coloridos e enganosos. Enquanto o moço vivia inconsequentemente, gastando todos os bens que herdou; o pai mantinha plantão constante no portão da casa, com os olhos fixos na estrada, certo que um dia o seu filho iria voltar. Com o passar do tempo, o dinheiro acabou, e o pródigo se viu sozinho no mundo, desamparado e sentindo muita fome. Quando chegou ao fundo do poço, decidiu voltar para casa e pedir ao pai que o contratasse com um empregado, e com este pensamento, começou a trilhar o caminho de volta. Quando ainda estava longe de casa, o pai, que ainda aguardava no portão, o avistou e correu ao seu encontro, abraçando e beijando carinhosamente o filho. Ele ordenou a seus criados que dessem um banho no moço, cortassem seu cabelo e aparassem sua barba. Deu a ele roupas limpas, sapatos novos e pôs em seu dedo o anel da família. Então, o pai convocou uma festa para comemorar aquele esperado reencontro.... Seu filho estava perdido, mas foi achado. Estava morto e reviveu.

Com estas histórias, Jesus queria ensinar aos seus ouvintes o valor das pequenas coisas, que a grande maioria sequer pode perceber. O que é uma ovelha entre outras cem? Quanto esforço é valido fazer por uma única moeda? Que tipo de recepção merece um filho rebelde e ingrato? Na matemática divina, uma ovelha encontrada vale mais que o mundo inteiro perdido, uma moeda pode equivaler a um tesouro e o filho pregresso merece ser coberto de amor e carinho. Numa visão espiritual, a ovelha desgarrada, a dracma perdida e o filho prodigo representa o homem em suas idas e vindas. Como a ovelha, as vezes nos perdemos pelas distrações presentes no caminho. Como a moeda, em alguns momentos somos deixados num canto e por lá ficamos esquecidos. Porém, na maioria das vezes, somos como o pródigo, que por escolha própria se embrenha mundo afora, perdendo-se por decisão consciente.  Jesus, por sua vez, é o bom pastor que sai ao encontro da ovelha perdida, dando a sua vida por ela (João 11:10). Ele é capaz de mover céus e terra para nos encontrar quando estamos imersos em ostracismo e estagnação (Isaías 43:3-7). Ele é o pai amoroso que espera ansioso o retorno de todo filho que se afastou (João 6:37). E se Cristo está tão empenhado no resgate daquele que se perdeu, porque não podemos também buscar com zelo os valores por nós perdidos?


A dracma perdida

Embora o capítulo 15 de Lucas trate três verdades de salvação em uma mesma parábola, destacaremos aqui apenas a busca diligente da dracma perdida e suas verdades para o nosso cotidiano. A moeda encontrava-se perdida em casa, não por vontade própria, mas pela falta de cuidado ou desatenção de sua dona. Muitas coisas podem se perder, mas perder-se dentro da própria casa implica na possibilidade da alma, preciosa aos olhos de Deus, estar com a salvação comprometida. Segundo o Dr. G. Campbell Morgan, as mulheres daquela época costumavam usar acima das sobrancelhas uma tiara chamada “semedi”. Era feita de moedas que por si mesmas tinham muito pouco valor (para utilizar a moeda como joia, sua superfície deveria ser raspada, o que reduzia seu valor ou anulava a moeda completamente). A tiara significava noivado ou casamento. Sendo ou não monetariamente valiosa, estava acima de qualquer preço para a mulher que a usava. A moeda tinha valor sentimental e era um objeto elegante. Poe esta razão, a mulher a procurou com zelo e fez uma busca completa. Estava ansiosa para recuperar o que tornava perfeito o simbolismo que usava na testa (Lucas 15:8-9 / I Coríntios 12:31). Está muito claro na busca incessante dessa mulher a importância dada àquilo que havia se perdido. Mesmo que não tivesse valor algum para os demais, para ela era importante e valioso, por isso, foi à procura de seu precioso bem. A busca por algo perdido pode ser demorada, mas a satisfação de recuperá-lo pode ser contagiante.

Jesus utiliza a perda de uma mulher para expressar o amor de Deus por uma alma perdida. Ele nos faz entender que se uma mulher fazia todo o possível para achar uma moeda de pequeno valor, Ele iria muito mais além (Mateus 6:26). A ideia central é trazer de volta para si mesmo os pecadores perdidos, cujas almas valem muito mais do que uma simples moeda de prata. A parábola é reveladora e afirma que existe uma alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende (Lucas 15:10). Jesus apresenta o entusiasmo daquela mulher para expressar como se sente diante da recuperação de uma alma perdida e chama a atenção para que possamos sentir o mesmo. A mulher representa um quadro do zelo divino, que procura o que se perdeu e o recupera. Na parábola da dracma perdida é a menor moeda que se perde. Deus é comparado com a mulher que se preocupa em procurar o que se perdeu, não importando o seu valor. Ela tinha nove moedas e se empenha ainda em procurar a outra. Acende a lâmpada, varre a casa e procura diligentemente. Ela faz uma verdadeira faxina, não deixa um só canto sem ser revistado em busca da pequena moeda que se perdeu. Quando a encontra, reúne as amigas e pede que se alegrem com ela. No versículo 10, Jesus afirma: “De igual modo há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:10).

Os judeus entendiam que se um homem se arrastasse diante de Deus, implorando misericórdia, este poderia alcança-la (Lucas 1:50 / Romanos 11:32). Porém, jamais foram capazes de conceber um Deus que saísse em busca dos pecadores. Nesta parábola se revelam duas coisas interessantes: a alegria por um pecador arrependido e o amor divino, que se estende mesmo antes de o pecador se arrepender. Nenhum fariseu jamais tinha sonhado com um Deus assim. Em contrapartida, estudiosos judeus admitiram ser isto algo absolutamente novo que Jesus ensinou aos homens a respeito de Deus, que Ele realmente procura os homens e quer acha-los (Lucas 19:10). Segundo a cultura judaica, uma jovem estava acostumada a poupar durante anos para juntar suas dez moedas, porque esse toucado equivalia virtualmente ao anel de bodas. Quando o obtinha, era efetivamente dela e não podia tirar para pagar dívidas. Buscá-la era o que qualquer mulher faria se tivesse perdido seu anel de bodas.


O Valor de uma alma

O astrofísico norte americano Greg Laughlin, calculou o preço material do planeta Terra em cerca de 5 quatrilhões de dólares. Agregue a este número o valor monetário correspondente a cada um dos mais de 7 bilhões de indivíduos do planeta e teríamos um resultado praticamente impossível de calcular. Pois bem, nem mesmo toda esta imensurável fortuna, sequer, chega perto ao valor de uma única alma diante de Deus (Mateus 16:26). Isto porque o valor de uma alma é medido pelo Senhor em sentimentos, sendo manifesto num amor que nem mesmo a distância entre céus e Terra pode mensurar (Salmo 103:11). A Bíblia menciona a raríssima possibilidade de alguém se compadecer de uma pessoa muito boa, ao ponto de dar a vida do próprio filho por ela. Talvez existam pessoas que mereçam um ato de amor tão extremado, e até mesmo uma alma tão altruísta capaz de tamanho beneplácito. Mas o amor de Deus pelo homem é demostrado no fato que ELE nos deu a vida de seu próprio filho quando ainda éramos maus e pecadores, imerecedores de qualquer compaixão (Romanos 5:8). Desde então, esse grandessíssimo amor só faz aumentar, potencializado ainda mais pela graça e pela misericórdia que emana do trono divino.  Deus nos ama e deseja um relacionamento intenso e verdadeiro com cada um de nós. Feliz é o homem que aceita esse favor e mergulha sem reservas no oceano infindo desse amor, cujas correntezas nos levam rumo a uma eternidade de paz e felicidade.  Obviamente, como em todo relacionamento é necessário que se façam concessões, e mesmo Deus não nos devendo nenhum favor, é Ele quem voluntariamente se mostra tolerante aos nossos deslizes. Deus se dispõem a perdoar todas as nossas ofensas, afrontas e pecados, nossos rompantes de preciosismo e hedonismo, nossas lamúrias desmedidas e nossos desatinos sem precedentes. Todas as manhãs Deus renova sua misericórdia sobre nossa vida e nos dá uma chance de vivermos um dia de cada vez, ou invés de simplesmente nos fulminar e do barro recriar um homem melhorado.

Deus convive com nossas imperfeições mesmo sendo perfeito. Ele nos ama com intensidade apesar de nossas prostituições espirituais. Deus continua nos aceitando de volta mesmo depois de virarmos as costas para Ele centenas de vezes. Deus é longânimo, compassivo e terno no trato com o homem, dando a ele inúmeras chances e recomeços diários. Em decorrência de nossa teimosia, muitas vezes Deus precisa usar de recursos drásticos para chamar nossa atenção e nos direcionar de volta ao caminho, logo, sua mais severa e punitiva ação nada mais é que um grito de amor. O elo fraco desta relação está exatamente no ser humano. Débil, dúbio e corrompido pelo pecado, negligenciamos a fidelidade divina, escarnecemos o sacrifício vicário de Cristo e deixamos Deus num plano secundário de nossa vida. Nada fazemos para justificar tamanho amor, mas esta realidade terrível não impede que Deus nos ame incomensuravelmente. E em decorrência deste amor, somos atraídos para seus braços e aprendemos a amar. Embora pecadores, a santidade de Deus nos inicia num processo continuo de santificação. Mesmo imperfeitos, a perfeição divina nos aponta o caminho para se chegar a estatura de varão perfeito. Em nossos abundantes pecados superabunda a graça de Deus e nossa pequenez é compensada pela grandiosidade do Altíssimo, pois o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas.

Quando nós entregamos de corpo e alma a um relacionamento profundo e sincero com nosso Deus, embora ainda revestidos de corruptibilidade, somos feitos herdeiros de Deus, co-herdeiros em Cristo, e esta é uma promessa garantida pela fidelidade de Deus. Ainda seremos humanos, propensos ao erro e ao fracasso, mas estaremos abrigados embaixo das asas do Altíssimo, e ali protegidos, não estaremos a mercê do mal. Ainda haverá dias de tempestade, mas Deus nos dará asas para voar acima dela. Ainda existirá fornalhas, mas Deus estará conosco no meio das chamas e elas não nos queimarão. Ainda haverá rios e mares para serem atravessados, mais Deus nos conduzirá pelas águas, e ainda que submersos, não nos afogaremos. Não há valores humanos que possam descrevem o valor de nossa alma aos olhos de Deus. Por nós, o dono do universo se limitou a uma vida na terra, o Senhor do tempo passou nove meses no ventre de uma mulher, o Rei da Vida, morreu numa cruz vertendo até a última gota de seu sangue por nós. Preciosa graça que nos amarra com cordas de amor (Oséias 11:4)


As descobertas de uma procura

Ao notar que uma dracma havia se perdido, a mulher deixa todos os seus afazeres e se aplica diligentemente encontrar a moeda perdida (Lucas 15:8-9). É nesse momento que ela acende a luz, varre a casa e incessantemente a busca até que encontre.  Nosso século trouxe mudanças generalizadas à sociedade. Vivemos o período mais complicado de todos os tempos já vividos até agora. É o século do conhecimento, porém, de forma alarmante e assustadora, é também o século da mistura, de modo que muitos valores se perderam dentro da própria Igreja (casa). Quando temos como normais as coisas que a Palavra denuncia como pecado. Então, é hora de fazer um exame rigoroso de nossa profissão de fé e buscar onde caiu nosso machado, porque, certamente, o juízo virá (II Reis 6:5-6 / Mateus 3:10). A mulher tinha nove moedas, mas sabia que estaria incompleta caso não encontrasse a que se perdeu. Precisamos reaver os valores que se perderam com o tempo em nossas vidas. A parábola trata acerca do que se perdeu dentro da própria casa; fala de algo interno, de vida espiritual, de uma dimensão que ficou para trás e que deve ser procurada diligentemente até que se encontre (Hebreus 6:1).

O texto nos fala de uma revelação progressiva, onde um sentimento de perda é seguido por uma atitude em recuperar o que se perdeu. Mas essa mulher faz algo interessante no cominho da busca, ela acende a lamparina (candeia – uma representação da vida espiritual). A verdade espiritual é que a perda pode ser a fagulha que acende uma lamparina apagada (João 12:36 / Efésios 5:8). Ou seja, essa mulher estava em trevas e somente se deu conta de que havia perdido algo de valor. A mesma luz que lhe ajudou a encontrar a dracma perdida, lhe ajudou a encontrar-se consigo mesma (Isaías 9:2). A primeira atitude de alguém que procura algo é iluminar ao máximo o ambiente para enxergar da melhor forma possível. O candelabro é um sinal no mundo espiritual. Jesus disse que Ele é o candeeiro de ouro que anda no meio da Igreja, na nossa casa, dentro de nós (Apocalipse 1:12-15). Onde existe a luz de Deus e as trevas não podem entrar, fazer visitação. E o que a luz faz? Revela a sujeira. Quando a luz é acesa, e uma busca diligente se inicia, muitas sujeiras que estavam escondidas começam a aparecer. O desejo de Deus é que tiremos da nossa vida tudo que não O agrada e isso só é possível se nos voltarmos aos princípios da Palavra. A luz da Palavra de Deus arrancará da sua vida todas as trevas e o conduzirá por um lugar seguro.

Logo que acendeu a candeia, essa mulher viu o que jamais poderia ver enquanto estava em trevas. Sua casa estava desarrumada (Lucas 15:8b / I Pedro 2:5). A aplicação espiritual aqui é a visão que temos de nós mesmos quando somos confrontados com a luz da verdade. Nesse caso, a luz mostrou para essa mulher a condição de sua casa e também onde estava o que havia perdido (Jó 12:22 / II Samuel 22:29). Existe um tesouro dentro de cada um de nós e o inimigo sabe muito bem dessa verdade. Por isso, a ideia é nos cegar o entendimento, nos fazer insatisfeitos, misturar os conceitos santos com os profanos e nos fazer desistir de nós mesmos. A missão do inimigo é matar, roubar e destruir. Todavia, a proposta do Senhor é uma vida abundantemente e plena para todos os seus (João 10:10). Explique para eles que a casa desarrumada representa uma vida espiritual sem alicerces, ou mesmo sem propósitos. Acender a luz denota que ainda é possível uma recuperação. Além disso, encontrar o que se perdeu e se alegrar indica uma transformação precedida por um gozo que deságua em compartilhar com outros a bênção recebida.


Em busca dos valores perdidos

Temos perdido muitos valores em nossos dias, principalmente dentro da comunidade cristã (Efésios 2:11-12). Precisamos agir como essa mulher e vasculhar nossas vidas até encontrarmos esses valores. Só entende o significado da luz aquele que dela precisa; e só se alegra com o que achou aquele que reconhece seu valor.  Não existe um ser humano que dê os primeiros passos para o pecado sem que seu coração o advirta; porém, se pecar de forma constante, chega o momento em que deixa de preocupa-lo (Mateus 6:23). Aquilo que uma vez fizemos com medo, vacilando e com repugnância, converte-se em hábito. Nesse caso, não podemos culpar a ninguém exceto a nós mesmos se chegarmos a essa situação. À medida que o tempo passa, nosso coração pode chegar a embotar-se e para que isso não ocorra devemos estar sempre vigilantes (Efésios 5:11). Trevas significam morte e era essa nossa condição antes de nos tornarmos participantes da luz divina (Efésios 2:1). Para melhor compreensão da importância da luz, vale lembrar dos diversos apagões que já ocorreram em nosso país. A primeira vez que fazemos algo mau, fazemo-lo com um coração tremente e as vezes dolorido. Cada vez que o repetimos, a sensação é menor, até que no final podemos fazê-lo sem escrúpulos. O pecado tem um poder terrivelmente endurecedor (Jeremias 17:23).

É muito comum dar importância às coisas que não temos e, quando as adquirimos, geralmente elas parecem não ter mais tanto valor. O valor de muitas coisas pode ser relativo. Por exemplo: o valor da honestidade nada significa para uma pessoa desonesta. Todavia, existem coisas simples que são de inestimável valor para os outros. A dracma que foi perdida não era tão valiosa assim; ela correspondia ao salário de um dia de um trabalhador braçal. Mas para essa mulher representava o que ela tinha de mais valioso no momento. Por isso, se esforçou tanto em encontrá-la. O foco desta parábola é o valor. A lição que precisamos aprender é a valorização das coisas em nossas vidas, principalmente as espirituais, que são inegociáveis (I Coríntios 2:11 / 9:11). A dracma perdida possui um valor espiritual: a fidelidade. A dracma representava uma aliança. Toda mulher casada usava um enfeite na testa, tipo de um colar, formado por dez moedas de prata e uma moeda maior no centro. Perder a dracma significava colocar em risco a sua descendência, pois a dracma era um sinal profético. Era um sinal de perpetuação de geração. Muitas pessoas perderam muitas coisas valorosas na vida, mas hoje é o seu dia de achar a dracma, porque a sua vida e a sua casa receberão a limpeza de Deus.

Uma pessoa com perdas não tem alegria. Mas uma pessoa alegre é sempre contagiante. Ao encontrar o que se perdeu, ela se alegrou e compartilhou da alegria com suas amigas e vizinhas (II Coríntios 1:3-4). O primeiro estágio dessa mulher é solitário e desesperançoso, mas ela não desiste, acende a luz, varre a casa cuidadosamente busca até encontrar. O detalhe está em procurar no lugar certo e nunca desistir até que encontre. Alguns têm sobre si o selo do Rei, mas, comparados a essa mulher, rolaram para um canto escuro, em meio à poeira e o entulho. Bom seria que estivéssemos todos mais desejosos de, ajoelhados vasculharmos o chão para encontrar o perdido! As nove contas de um colar são inúteis se estiver faltando a décima. Cristo não pode ficar satisfeito enquanto a derradeira moeda não for achada (Isaías 59:1 / I Timóteo 1:15).


A felicidade encontrada no Evangelho

A palavra “EVANGELHO” significa literalmente “Boa Notícia” ou “Boas Novas”. Porém, mas do que trazer alegria e esperança, esta “novidade” vinda diretamente dos céus traz para a vida do ser humano uma verdadeira “transformação”.  Não uma mudança superficial ou uma mera adaptação a um estilo religioso de vida, mas sim uma guinada de 180º que começa no interior do coração humano e se expande progressivamente por sua alma, espírito e corpo, até levar o indivíduo ao padrão de homem perfeito, estabelecido e personificado em Cristo.  Esse é um processo longo e contínuo que só será completado quando o nosso corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, no exato momento que encontrarmos o Senhor nos ares.  Mas até lá, cabe a cada um se entregar sem reservas a esta “transformação” espiritual que o Evangelho de Jesus Cristo tem o poder de efetuar. Esta transformação começa pela liberdade de todas as amarras que nos prendem ao passado pecaminoso ou então ao legalismo que nos veste com trajes de religiosidade enquanto nossas intenções estão distantes dos desígnios de Deus. E esta liberdade nasce do conhecimento – “Conhecereis a VERDADE e a VERDADE vós libertara” (João 8:32). Jesus é esta verdade libertadora, e, portanto, é inadmissível que o cristão continue amarrado em traumas e pendências pretéritas. Quando o homem tem um encontro real com o Salvador, uma mudança genuína acontece, pois, o sangue de Cristo suplanta toda maldição e o amor que abunda na cruz, lança fora todo o medo. Jesus é poderoso o suficiente para arrebentar cordas e destruir grilhões e fará isso na vida de qualquer pessoa que realmente o receba como o Messias. Ele apaga nosso passado e nos orienta rumo a um futuro glorioso.

O problema de grande parte da cristandade é exatamente viver um Evangelho superficial, onde muito se fala, mas pouco se vive. Jesus está presente nas falas, mas omitido nas ações. É muito sermão e pouca experiência. Fachada sem comprometimento. Jesus quer promover mudanças, mas muitas pessoas estão conformadas com suas vidinhas medíocres e acomodadas em sua redoma legalista, pouco propensas para viver uma transformação verdadeira.  E esta é a grande questão: Queremos viver o Evangelho em sua plenitude ou continuar na mediocridade de uma religião vazia com um cristo genérico? Para ser livre, é preciso encontrar a Verdade, e isto basicamente significa viver uma experiência pessoal e verdadeira com Jesus. Não “aceitar” Jesus de forma ritualista como é tão usual hoje em dia, mas sim “entregar-se” completamente à Jesus, permitindo que ele seja o Senhor absoluto de sua vida. Andar com Ele. Pensar como Ele. Ser como Ele.

Este tipo de desenvolvimento só é possível se pautado ponto a ponto no manual de instrução que verbaliza o passo a passo de uma vida cristocêntrica: A Bíblia. É nela que Jesus se revela e se torna um modelo de como cada cristão precisa agir e pensar. Renegar a Bíblia é como rejeitar o próprio Cristo, e “abandonar” as escrituras em um canto da estante é “exilar” Jesus no limbo de nosso coração.  Quer ser livre? Leia a Bíblia e encontre o Jesus que nela está. O encontrou? Permita que Ele seja o centro de sua vida. Jamais baseia sua fé apenas no que é dito por homens. Confira em loco o que Jesus tem a dizer sobre cada tema. Seus discursos, ensinamentos e ações estão explicitados nas escrituras, e a liberdade virá quando você tiver a capacidade de assimilar cada uma dessas linhas, e interpreta-las com imparcialidade e comprometimento pessoal. Procure pela dracma perdida e a ache no seu próprio coração. Seja transformado pelo poder da Palavra... Seja liberto pelo poder de Jesus... Viva de boas (e transformadoras) notícias...


Conclusão

Aprendemos nesta lição que a vida espiritual pode ser imersa nas trevas sem que nos demos conta de como estão desarrumadas nossas vidas. Contudo, é preciso uma busca diligente e uma boa varredura para que os valores perdidos com o tempo possam ser recuperados e colocados em seu devido lugar.



Participe da EBD deste domingo, 18/10/2015, e descubra você também os segredos para uma vida de fé e atitudes

Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 97 - Editora Betel
Comentarista: Pr. José Fernandes Correia Noleto
Maturidade Espiritual 
Lição 3 

Comentários Adicionais (em azul):
Pb. Miquéias Daniel Gomes

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