domingo, 13 de agosto de 2017

EBD - Missões no Antigo Testamento


Texto Áureo
Jeremias 1.7
Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás.

Verdade Aplicada
Missões é doutrina bíblica. Não se trata de modismo ou fruto da criatividade da Igreja.

Textos de Referência
Isaías 6.5-8

Então, disse eu: Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!
Mas um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado.
Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.


Sementes de Bondade

Muitos enxergam o Antigo Testamento como um texto retrogrado, arbitrário e incoerente com a realidade do mundo moderno. Mas, para todos aqueles que se dedicam a uma leitura sistemática e responsável destes livros milenares, verdades eternas choram de suas páginas amareladas e castigadas pelo tempo. É ali, através dos relatos de patriarcas, visões, poemas, cânticos e profecias, que entendemos com clareza o caráter de Deus. Enquanto muitos estudiosos se voltam a discussão de um Deus iracundo, vingativo e destruidor, através da revelação do Espírito Santo, conseguimos entender as motivações do Criador por de trás de suas ações mais drásticas: Amor. Deus ama o ser humano, e desde o Éden, tem se dedicado em trazer a humanidade de volta para si, mesmo que para isso, por vezes, seja preciso agir com severidade e rigor. Embora seja difícil a assimilação, a grande verdade, é que Deus permitiu a morte de gerações inteiras, para com isso, dar aos povos uma chance de recomeços. Oportunidades de voltar a fazer o que era certo. Deus sempre agiu visando a redenção do homem. E, infelizmente, a redenção sempre esteve ligada ao derramamento de sangue. Por causa disto, é comum encontramos pessoas que transformam as páginas no Antigo Testamento em roteiros para filmes de terror, sem entender que ele é de fato, uma ode ao amor eternal do Criador.

Devemos ter consciência que amor e justiça são atributos da personalidade de Deus. Ambos agem de forma simbiótica, não havendo possibilidade de uma prevalecer sobre a outra. Deus é bom porque é justo, e é justo porque é bom. Ele estabeleceu diretrizes que indicam ao homem o caminho a ser seguido rumo ao destino por Ele planejado antes da fundação do mundo. Uma estrada certeira que conduz a salvação, onde não há erro e nem dolo. Infelizmente, o homem sempre escolhe atalhos (Jeremias 29:11).  Estas decisões erradas da humanidade, jamais irão alterar o plano original de Deus, mas, certamente, aceleraram um processo imediato de intervenção, seja para bem ou para mal.

Quando lemos os primeiros capítulos de Gêneses, testemunhamos o declínio moral e espiritual da humanidade. Nos dias de Noé, vemos Deus se confrontando com a terrível realidade dos homens que se tornaram maus e inconsequentes. Corromperam-se, e neste processo, corromperam a terra também. Era preciso uma intervenção, que possibilitasse uma chance de recomeço.  A tragédia do dilúvio, neste caso, era apenas uma consequência das próprias ações da humanidade. A sentença de que o pecado atrairia a morte sobre o mundo, já tinha sido lavrada no Éden, conforme registrado em Gênesis 2:17. Logo, Deus estava em seu total direito de tomar para si as vidas que lhe eram devidas em decorrência da calamidade pecaminosa que havia se espalhado pelo mundo. O dilúvio apenas “adiantaria” o processo. 

Mesmo assim, o Senhor ansiava encontrar arrependimento na humanidade, e por 120 anos, as portas da arca foram mantidas abertas para quem desejasse entrar. A escolha entre o “barco” e as “águas” foi tomada pelo homem, e não por Deus.
De qualquer forma, o plano original estava mantido.  Os desígnios de Deus convergiam para que a terra fosse povoada a partir de uma família, e neste caso, Deus mantém sua estratégia, apenas substituindo Adão por Noé. Muda-se os personagens, mas a história, do ponto de vista eterno, continua inalterável. Numa linguagem figurada, podemos dizer que Deus não mexeu no tabuleiro, apenas reposicionou as peças.

Os leitores mais atentos entendem que o “arrependimento sentido por Deus” por ter criado o homem, fala de sua tristeza pela condição humana. E este, foi de fato, o marco para um recomeço, onde o "sangue" que clamava na terra foi “lavado.”  Uma nova semente de bondade estava sendo plantada através de Noé. As gerações seguintes cometeram os mesmos erros de seus antepassados, mas, cumprindo a promessa feita de retardar a destruição, Deus investiu ao longo da história em novos começos. Em Abraão, Ele iniciou Israel (uma nação para ser modelo). Em Jesus, iniciou a Igreja (um povo santo e separado para ser luz do mundo). Futuramente, iniciará em Cristo, um reino perfeito de paz e felicidade permanente, descrito nos últimos capítulos de Isaías. Apocalipse 21:1 nos fala de um novo céu e uma nova terra, já que o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia mais. O plano divino chegará ao seu ápice. Neste dia, a porta da arca estará definitivamente fechada, mas, hoje, as “comportas” ainda estão escancaradas.

Se na antiguidade, a arca foi o meio proporcionado por Deus afim de que os que cressem escapassem da morte, hoje, essa “saída” é Jesus. Ele é a arca onde devemos nos refugiar, e esta é a mensagem que devemos pregar, independente de quem a escute e aceite.


Expansão e Abrangência  
Pb. Bene Wanderley

Como já temos visto no transcorrer das lições anteriores, “ a obra missionária” é um propósito que está no coração de Deus desde a eternidade. E como bem já sabemos, o primeiro Missionário foi o próprio Deus. Na lição aqui estudada, iremos expandir este conceito. Temos em Gêneses 1:27-28, a revelação bíblica de nossa criação. O texto é claro quando diz, que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, e ali mesmo lhe agraciou com a bênção de ser fecundo, isto é, com o poder de multiplicação. Deus disse ao primeiro casal: - Multiplicai-vos, encham a terra, sujeitai-vos e a dominai. Que coisa gloriosa é a missão do homem sobre a terra. Deus planejou para o homem um futuro maravilhoso e grandioso. Deus, deu ao homem poder de multiplicar, de dominar e de reinar. Isso está no cerne do homem.

Dentro desta perspectiva bíblica, fica impossível ignorar, que a vontade de Deus é que os homens sejam multiplicadores. Multiplicar é o propósito primordial de Missões. Isto tem tudo a ver com o próprio Deus, pois Ele mesmo é um ser infinito. Não se pode enumerar as suas maravilhas, é incalculável o número dos seus dias. Quando Deus começa seu relacionamento com o homem, fica bem claro o que Deus espera da humanidade. Expansão e abrangência. Chegamos então a um momento de clareza em entendimento, de que a “Missão” é o ato e o poder de multiplicar. É o dom que Deus deu para o homem, e o que Ele espera de sua igreja. Esse é o ponto de partida do Antigo Testamento, como base das Missões segundo Deus.

Em seguida Gêneses 3, encontramos a a segunda base de "Missão" no Antigo Testamento. Neste texto, Deus vem à procura do homem já decaído, o chamando pelo nome, mesmo sabendo onde ele estava. Neste texto está explícito o coração Missionário de Deus.  Missão é ir justamente onde se encontra os pecadores, e mesmo sabendo de seu triste estado, estar dispostos a busca-los com carinho e amor. Deus poderia ir direto ao esconderijo onde o homem estava, mas veja como Deus age em relação ao homem perdido. Ele chama o homem, ele vai em busca dele e espera a resposta deste mesmo homem. Esse é um dos princípios básicos da obra missionária.

Em Gêneses 3: 14-15, Deus declara o plano de resgate de todos os homens, estabelecendo um tempo onde viria um “outro homem” que definitivamente iria desfazer, aniquilar, destruir, esmiuçar as obras do mal. No transcorrer dos séculos Deus trabalhou, influenciou e transformou homens e mulheres, com o fim único de salvar os pecadores de seus delitos e pecados. Vemos isso nos registros do Antigo Testamento, na vida de muitos homens e mulheres que Deus levantou com o único propósito; trazer o homem de volta para um relacionamento com ele.

O Antigo Testamento está repleto de ação missionária, desde Adão até a chegada do Messias. Os relatos e fatos são claros. Com a chegada do Cristo, as escrituras são esclarecidas de forma magnânima e com uma proeza espetacular. As formas que Jesus Cristo dá aos seus dias terrestres é o cumprimento exato do Antigo Testamento em forma de seu ministério. Em Jesus Cristo vemos o Deus de Gêneses andando, se movendo, se relacionando com os homens, se manifestando como um de nós. Temos uma missão como igreja; dar sequência a obra missionaria de Deus.

Material Didático

Revista Jovens e Adultos nº 104 - Editora Betel
Evangelismo, Missões e Discipulado – Lição 7
Missões no Antigo Testamento
Comentarista: Bp. Oídes José do Carmo












Introdução
Enfatizaremos nesta lição, assim como os missiólogos e escritores dos séculos XX e XXI, que o Antigo Testamento é a base para a atividade missionária da Igreja entre todas as nações e povos do mundo.

1. O planejamento de Missões.

É praticamente impossível compreender a obra missionária no contexto histórico do Antigo Testamento sem o entendimento correto do plano da redenção estabelecido desde o princípio.

1.1.         Conceito de Missões no Antigo Testamento.

Como temos estudado nas lições anteriores, desde o princípio, a Bíblia revela a missão de Deus (Missio Dei), por intermédio do povo separado por Deus, para alcançar todo o mundo, por causa do amor de Deus, para restaurar a Sua criação ao propósito original. Tal revelação passa pela benção e orientação ao primeiro Casal (Gn 1.27-28), pelo Criador perguntando pelo primeiro homem após a queda, a promessa feita e a providência divina (Gn 3.9, 15, 21), e por tantos que foram chamados, vocacionados e enviados pelo Senhor Deus, denunciando o pecado, anunciando o juízo divino, convocando ao arrependimento e revelando a vinda do Messias, o Salvador Jesus Cristo, para consumar o plano divino de salvação (2Pe 2.5; Jd 14; Sl 22; Is 53).

É importante aproveitar a presente lição para enfatizar a necessidade dos discípulos de Jesus Cristo em conhecer as Escrituras como um todo. Missões é doutrina bíblica. Não se trata de modismo ou fruto de estudos teológicos, ou resultado da criatividade da liderança eclesiástica. Assim como não é um plano divino somente criado no tempo do Novo testamento. Portanto, é fundamental considerar o princípio hermenêutico de conhecer plenamente as Escrituras. Constataremos, então, que a atividade missionária tem sua origem na natureza de deus e não na natureza da Igreja. O professor de teologia na Universidade de Birmingham, J.G. Davis, Escreveu que Deus é “um ser centrífugo”. O Deus revelado na Bíblia é o Deus Missionário.

1.2.         Princípios da obra missionária.

No Antigo Testamento encontra-se os princípios básicos da atividade missionária. O próprio Jesus Cristo frequentemente relacionava a Sua identidade e missão às Escrituras Sagradas do Antigo testamento. Após Sua ressurreição, Ele revela aos discípulos que tanto Seu sofrimento, Sua morte e Sua ressurreição, como atividade missionária da Igreja – “pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados em todas as nações” (Lc 24.46-47) -, já estavam previstos nos escritos do Antigo Testamento.

Alguns dos principais missionários que podem ser destacados: as Escrituras Sagradas, em sua totalidade, revelam a ação global de Deus para salvar a humanidade; o propósito último da criação de todas as coisas: a glória de Deus (Sl 19.1; Is 43.7); o alcance é mundial (Gn 3.15; Is 53); Deus chama, capacita e envia seres humanos na atividade missionária – Abraão, José, Moisés, profetas, etc. – (Is 6.8; Jr 1.7). Refletindo nos princípios bíblicos encontrados no Antigo Testamento que norteiam a obra missionária, aprendemos, como escreveu John Stott, “a interpretar cada texto à luz de tudo é a parte, à luz do todo”.

1.3.         O texto bíblico usado por Pedro e Paulo.

Há a tendência de pensar sobre atividade missionária como uma tarefa estabelecida a partir da Grande Comissão (Mt 28.18-20). Contudo, com base em textos bíblicos que registram as palavras dos apóstolos Pedro e Paulo, Missões é um assunto bíblico que está presente nas Sagradas Escrituras muitos séculos antes do registro do Evangelho de Mateus. A exposição de jesus cristo mencionada em Lucas 24.44-47 foi tão impactante que nos registros das mensagens dos apóstolos, quando estes queriam enfatizar que o plano divino de salvação era para todos os homens (não apenas os judeus), não constam as palavras da Grande Comissão, mas, sim, o chamado “verso misterioso”: Gênesis 12.3. Os apóstolos, Pedro e Paulo o citaram, respectivamente (At 3,25-26; Gl 3.8).

É possível que, pelo fato de estarem atuando num contexto de conflito com os religiosos judeus, Pedro e Paulo não tenham citado as palavras de Jesus da Grande Comissão. Mas, estrategicamente, mencionaram um texto do Antigo Testamento, que era conhecido dos Seus oponentes. Contudo, o uso de Gênesis 12.3 por parte da Igreja Primitiva é indicação clara de que o Novo Testamento é continuação do propósito original do Deus Missionário. Na epístola aos Gálatas, Paulo pontua a ligação existente entre a aliança abraâmica e o Evangelho proclamado por ele (Gl 3.6-9, 13-16).

2.          A contínua ação do Deus Missionário.

Mesmo nos períodos mais longínquos e sombrios da história, o Deus Missionário sempre teve na terra Suas testemunhas.

2.1. Revelação Geral e Revelação Especial.
Interessante que a própria natureza é uma testemunha, conforme encontramos em Atos 14.15-17 e Romanos 1.18-21. O Deus Missionário se revelou. É possível conhece-Lo. Deus testemunha, por meio da criação, Sua providência, Seu cuidado, Seu amor e da Sua própria imagem nos seres humanos. Esta revelação é identificada nos estudos teológicos como a Revelação Geral. A Revelação Especial contém os mandamentos, o plano divino de salvação, as Escrituras Sagradas, a pessoa de Jesus Cristo.

Muitos foram chamados por Deus para testemunhar a Revelação e tornar conhecido a Revelação Especial: Raabe (Js 2.9-11); Abel (Hb 11.4); Enoque (Gn 5.22,24); Noé (Gn 6.8-9), chamado “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5); José, que além de ser testemunha do Senhor no Egito (Gn 39.9; 40.8; 41.16), foi o instrumento de Deus para preservar os descendentes de Abraão (Gn 45,5-8).

2.2. O Evangelho anunciado a Abraão.

É interessante ressaltar que o próprio Deus “anunciou primeiro o evangelho a Abraão” (Gl 3.8). A mensagem divina das boas-novas anunciava que Abraão seria abençoado e que a bênção alcançaria “todas as nações”. Aqui encontramos a continuidade da revelação do plano divino de salvação: a semente da mulher (Gn 3.15) viria por intermédio da descendência de Abraão. Mais adiante, Deus repete a promessa a Isaque (Gn 26.1-5).

O Deus missionário estava atento aos descendentes de Abraão que há mais de quatrocentos anos estavam no Egito. A Bíblia registra: “e clamaram; e o clamor subiu a Deus” (Êx 2.23). O Senhor Deus ouviu o clamor e “lembrou-se do seu concerto” (Êx 2.24). A partir daí, Deus age para libertá-los. Vai ao encontro de Moisés e o envia ao Egito para tirá-los dali e conduzi-los à terra que prometeu aos descendentes de Abraão (Gn 15.13-16). A manifestação do poder de Deus no Egito, no deserto e na travessia do Jordão foram verdadeiros testemunhos não apenas para Israel, mas também para as demais nações (Js 2.9-11).

2.3. A ação missionária na Terra Prometida.

Raabe, que acolheu os espias em sua casa, na cidade de Jericó, é um exemplo de pessoas que não era descendente de Abraão, mas, ao ouvir sobre os atos do poderosos de Deus, declarou: “porque o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo da terra” (Js 2.11). A misericórdia e o amor de Deus alcançaram ela e todos que estavam em sua casa. Ela conta na genealogia de Jesus Cristo (Mt 1.5), e na galeria de heróis da fé (Hb 11.31). Afinal, a promessa feita a Abraão tem alcance mundial: “todas as famílias da terra”.

Os exemplos de Raabe e também de Rute, a moabita (Rt 1.16), que após conviver com sua sogra fez a conhecida declaração de fé, servem de ilustração para a mensagem do Salmo 67, um dos muitos salmos com mensagem missionária: “Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe... Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as nações a tua salvação” (Sl 67.1-2). Este salmo lembra a promessa abraâmica e como a bênção alcançará pessoas de todos os povos e nações, por intermédio da fé (Gl 3.7-9).

3.          Israel a nação missionária.

O projeto divino para Israel como nação escolhida por Deus foi que como tal pudesse exercer um papel missionário no mundo.

3.1.         Israel, a nação testemunha.

Encontramos em Êxodo 19.4-6 que o propósito de Deus ao libertar Israel do Egito era que o povo se aproximasse dEle e fosse povo exclusivo dEle, sacerdotal e santo. Assim seria um povo separado para adorar a Deus e, então, fazer conhecido o caminho e a salvação do Senhor entre todos os povos, para que todos louvem e temam ao Deus todo-Poderoso (Sl 67). O apóstolo Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, identifica a Igreja com as mesmas características e responsabilidades atribuídas a Israel (1Pe 2.9). É preciso que cada discípulo de jesus Cristo conheça e viva estes chamado e vocação.

Devemos atentamente observar o que disse o apóstolo Paulo acerca de nossa eleição e do tropeço de Israel: “E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: de Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (Rm 11.12, 25, 24-26).

3.2.         Ação missionária dos profetas.

Autor da salvação e da obra missionária, Deus levantou profetas, homens que dEle recebiam diretamente uma mensagem de juízo ou despertamento para que o povo se voltasse para Sua presença (Am 3.7). Talvez a história do profeta Jonas seja um dos principais referenciais missionários do Antigo Testamento, por constar o mandato do Deus Missionário ao povo escolhido com relação a outro povo. Uma introdução à Grande Comissão entregue por Jesus Cristo à Igreja (Mt 28.18-20).

O Deus de Israel é também o Deus de Nínive, mas o profeta Jonas procurou fugir de Deus e da missão recebida. Ainda não tinha compreendido que Deus havia escolhido Israel para ser Seu instrumento, atraindo a adoração de todos os povos à Sua glória. E nós?

3.3.         O reino de Judá disperso e exilado.

A infidelidade trouxe o juízo de Deus ao reino de Judá. Os habitantes foram exilados na Babilônia e apenas os pobres dentre o povo foram deixados na terra de Judá (Jr 30.1-10). Foi nesse período que, sem a adoração no templo, os judeus fundaram sinagogas em muitos lugares, para não perderem a sua cultura e adoração. Jesus reconheceu o zelo missionário dos fariseus, mas reprovou sua hipocrisia (Mt 23.15). Foi a partir dessas sinagogas que Paulo fundou várias igrejas cristãs em vários países.

Importante ressaltar que até durante o cativeiro de Judá ocorreu atividade missionária, por intermédio de judeus tementes a Deus, como os profetas Ezequiel e Daniel. Vide os testemunhos pagãos (2Cr 36.22-23; Dn 2.46-47; 6.25-27). Assim como, também, as sinagogas (“lugares de reunião”) contribuíram para disseminar, entre os judeus nascidos na dispersão e os habitantes das cidades em centenas de regiões fora da Palestina, as promessas divinas de restauração, a fé monoteísta dos judeus, os feitos poderosos de Deus ao longo da história e a expectativa da vinda do Messias, o Salvador do mundo. O próprio Jesus Cristo anunciava a chegada do Reino de Deus nas sinagogas. As sinagogas atraíam também os gentios, que eram despertados pela exposição das Sagradas Escrituras.

Conclusão.

O antigo Testamento está repleto de princípios bíblicos e registros de atividades missionárias. Deus já estava agindo para tornar conhecido Seu plano de salvação em toda a terra. Que cada discípulo de Cristo esteja consciente da responsabilidade de prosseguir com a obra missionária nesta geração.



Neste trimestre, estudaremos sobre a missão primordial da Igreja! As treze lições enfocarão evangelismo, missões e discipulado. Será uma oportunidade para lembrar que a responsabilidade no cumprimento da missão não está restrita aos pastores, missionários e evangelistas, mas, sim, que pertence a todo discípulo de Cristo (Mt 28.19-20). Trata-se de continuar a obra iniciada por Jesus Cristo, que estava prevista desde o princípio. Ainda há povos, tribos e nações não alcançados pelo evangelho de Jesus. E, mesmo no Brasil, muitos são os desafios para cumprirmos o mandamento do Senhor, em diversos ambientes e com diferentes grupos sociais. Para aprender como alcança-los, participe neste domingo, 13 Agosto de 2017 da Escola Bíblica Dominical.


sábado, 5 de agosto de 2017

EBD - Deus, o Autor de Missões


Texto Áureo
I João 4.9
Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos”.

Verdade Aplicada
Logo no início da Bíblia encontramos que o Deus Criador é um Deus missionário, interessado em abençoar todas as famílias da terra.

Textos de Referência
João 20.19-22

Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!
E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.
Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.



O sentido de tudo
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Deus não tem amor. Ele é a própria personificação do amor. Graça, misericórdia, justiça, verdade, fidelidade e tantas outras virtudes louváveis estão inseridas em seu caráter. E quando o Deus Criador, investiu seu talento na criação do homem, destinou para ele, o “crème de la crème” de seus atributos. Somos amados pelo nosso Deus, com um amor perfeito que excede o entendimento das mentes mais promissoras da humanidade. Desde os primórdios do tempo, quando o homem traiu a confiança de seu Criador e cedeu a tentação da serpente, Deus tem se dedicado em tempo integral, buscando se reaproximar da humanidade. Do Gêneses ao Apocalipse, enxergamos o mover do Senhor em prol desta ambição sagrada. Os patriarcas, juízes, profetas, apóstolos, ministros, pastores, evangelistas e mestres, só existem para transmitir a mensagem do Senhor, que em resumo, nada mais é que um convite ao arrependimento, que por sua vez, é a chave que abre as portas dos céus para o homem.

Nada faz o coração de Deus pulsar tão forte quanto um pecador que se arrepende. O universo ainda existe, para testemunhar este evento miraculoso. Deus não move uma única peça no tabuleiro da existência, sem que a motivação seja aproximar-se da humanidade, restaurar o homem para si. A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como objetivo principal expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os pecadores e salvando todos os que haviam se perdido (João 1.14). A submissão de Jesus em concretizar o plano de salvação designado por Deus implicou-o a tornar-se humano. Deus entre os homens, para que os homens se achegassem a Deus.

Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados da humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa forma, Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito, imaculado, realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o Criador (II Coríntios 5:18,19).

E hoje, a Igreja é a ferramenta máster da vontade de Deus. Somos continuadores da obra de Cristo, apregoando a Salvação pela fé no sacrifício vicário do Filho do Homem. Deus moveu céus e terra para nós dar esta oportunidade. Jesus, por sua vez, trocou a glória pela cruz, deixando a morte tripudiar da vida, afim de nos dar condições para sermos salvos. E fomos agraciados pela misericórdia, abraçados por esta graça. Deus nos revelou seu amor de maneiras inquestionáveis e profundas. O Senhor se sacrificou para corrigir erros que nós cometemos. Ele nos abriu as portas do paraíso, as quais fechamos com as próprias mãos no jardim.

E cabe a cada um de nós, como Igreja do Senhor, sermos leais a vontade de Deus. Ele nos deu os meios, e as condições, para sermos sua voz na terra, convidando todas as pessoas deste mundo, a também experimentarem de seu amor. Que sejamos leais a este propósito, pois somente assim, a vida de fato, terá um sentido pleno para existir.


Deus – o Missionário Primaz
Pb. Bene Wanderley

Deus é um Missionário. Este é o tema que vejo em relação a nossa lição. A cada semana estamos sendo bombardeados com exímias verdades bíblicas que nos move para uma tomada de postura em relação ao chamado da Igreja. Os acontecimentos atuais, nos fazem enxergar a urgência que se pede dos filhos de Deus, no sentido de despertarem do sono da negligência no qual estamos adormecidos. Se o próprio Deus, se encarregou de criar na eternidade um plano de salvação para os homens, então, porque nós, a Igreja de Jesus Cristo não fazemos nossa parte neste plano? Por que deixamos de buscar os perdidos? Sei que a resposta em muitas mentes está aflorada, já outros, simplesmente nem fazem ideia do que estou falando. A verdade é que sabemos quase tudo sobre missão e não praticamos absolutamente nada! Haja visto tudo que Deus preparou nas eternidades passadas, ou já manifestou em Cristo, estamos em alta dívida com as almas dos perdidos. Estamos nos orgulhosos de sermos milhões de evangélicos no país. E eu pergunto: E os outros milhões que se perdem a cada dia, na nossa cidade, nossa rua, nosso trabalho, nas praças, becos, vielas? O que fazemos? Precisamos entender de fato que Deus é o Autor de Missões, e que o seu coração pulsa por Missões. Deus, é o ser Missionário.

Quando o homem pecou no Jardim do Éden, Deus não o desprezou. Deus, não ficou indiferente em relação ao homem. Ele, simplesmente, mesmo sabendo da real situação pecaminosa dos pais da humanidade, Ele sai aos campos em busca do homem. É como se Deus andasse pelas avenidas, ruas e praças do Éden, em busca do homem que acabara de cair. É algo maravilhoso, comtemplar como Deus - o Criador, vai em busca da criatura feita à sua imagem e semelhança. É como se Ele negasse em aceitar que o homem, a obra prima feita por suas mãos, estivesse para sempre em escuridão total. O coração Missionário de Deus bate na velocidade de seu eterno Amor, e ali mesmo, no Éden, Deus estabelece o seu projeto de restauração do homem.

A Bíblia nos traz a narrativa de todo o percurso de Deus na história, nos dando as informações sobre esse grande projeto, e de como Ele espera de cada homem que já foi alcançado por seu Amor, se transforme num agente da sua graça. Precisamos parar de repetir a frase conhecida e proferida em toda parte "Missão está no coração de Deus", e perguntarmos a nós mesmos: Missão está no meu coração? Que está no coração de Deus, isso é inegável, mas, precisamos saber se está no nosso também. Missão não é obra de homens, nem de instituição humana. Nenhum homem nessa terra pode se auto declarar dono ou idealizador da obra missionária. Ela foi gerada pelo próprio Deus Criador.

Esta lição é muito forte e creio que haverá um mover genuíno do desejo missionário em nós. Deus deseja que nos levantemos para fazermos o que temos que fazer. Cada ponto desta lição nos traz conhecimentos importantes que, se atentarmos, seremos grandemente enriquecidos no nosso espírito, e assim sairemos em busca dos perdidos. A criação revela o grande Amor do Criador quando Deus vem em busca da criatura feita por suas mãos, a própria natureza vivencia esse ato do Criador quando Deus faz vestimentas de pele para que o homem não estivesse nú. Esta veste já simbolizava a obra redentora de Jesus Cristo, que vestiria o homem de sua justiça. Por certo esta pele era de um cordeiro, que também simboliza o sacrifício da cruz. Então temos um Deus que manifestou ali no Éden o seu grande e maior desejo: Restaurar o homem.

No decorrer da história Deus sempre se apresenta como O Grande Missionário. O grande projeto Missionário de Deus é trazer o homem de volta para si. Com a queda, o homem se afastou totalmente de Deus, e só através de uma grande obra evangelizadora, está comunhão que um dia foi quebrada, poderá ser trazida de volta. Então, Deus intensifica seu a convocação de sua igreja para a Obra Missionária, como a única ponte de acesso pela qual a humanidade deve passar. Que Deus nos ajude a fazermos essa tão grandiosa obra.


Material Didático

Revista Jovens e Adultos nº 104 - Editora Betel
Evangelismo, Missões e Discipulado – Lição 6
Deus, o Autor de Missões
Comentarista: Bp. Oídes José do Carmo















Introdução
Desde a eternidade, Deus traçou um plano de redenção para toda a humanidade. Seu plano sempre foi abençoar as famílias da terra. Por isso, Ele nos convoca e nos comissiona a realizar essa missão (Gn 12.3).

1. Deus, o missionário por excelência
O anuncio do Evangelho não se iniciou no tempo do Novo Testamento: “Deus...anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti” (Gl 3.8). Assim, a missão de salvar o mundo foi idealizada por Deus.

1.1. A criação revela o amor do Criador
O mesmo Deus que chamou Abraão criou os céus e a terra, e, como clímax de Sua obra, trouxe à existência a raça humana, pois o ser humano foi feito à imagem de Deus para refletir a glória de Deus no mundo (Gn 1.27). É digno de nota que o Senhor Deus criou, abençoou e deu ordens e instruções sobre a vida na terra (Gn 1.27-28; 2.16-17).

Encontramos na Bíblia que Deus capacitou e ordenou ao primeiro casal: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei aterra...” (Gn 1.28). Abençoou para que enchesse a terra! Assim, cada ser humano possui a mesma origem e desfruta da mesma dignidade. Não há um povo superior a outro. O novo cântico, registrado em Apocalipse 5.9, diz: “Compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação”.

1.2. A missão começa com Ele
Deus, além de Criador, tem um pleno envolvimento com Sua obra. Mesmo após ter se rebelado contra Deus e, assim, ter sido alvo do julgamento divino, o ser humano continua desfrutando da manifestação da graça e da misericórdia de Deus. Após a queda, Deus continua agindo em direção ao homem: “ouviram a voz do Senhor...pela viração do dia” (Gn 3.8). Aí está Deus como o primeiro missionário, tomando a iniciativa de ir até o ser humano caído, mostrando-lhe o seu erro (desobediência), a insuficiência das tentativas humanas diante das consequências do pecado (vestes de folhas de figueira) e fazendo o primeiro anuncio do Evangelho (Gn 3.15).

Assim, logo no início da história da humanidade registrada na Bíblia, encontramos a base para nossa missão cristã. O ser humano, criado para refletir a glória de Deus, se rebela contra o Seu Criador e, como consequência, vem a morte e a separação de Deus, necessitando de salvação e de reconciliação com Deus. O Deus Missionário toma iniciativa, vai ao encontro do ser humano caído, providencia vestes adequadas e anuncia a vinda do Salvador, que, mesmo sendo ferido na cruz, esmagaria a cabeça da serpente. Deus está tão envolvido que nomeia o homem, enche-o de amor, lhe revela o plano e caminha ao Seu lado, dando-lhe suporte para que a missão tenha êxito. O verdadeiro espírito missionário deve encarnar o amor divino, mesmo nas mais diversas formas da realidade humana, pois o preconceito prejudica o cristão. Devemos conhecer o que o amor de Deus é capaz de realizar e anunciar Jesus Cristo ao pecador, para que este confesse não somente como Salvador, mas para que viva em pleno relacionamento com Ele (Êx 3.10; Mt 28.20).  

1.3. Um projeto elaborado desde a eternidade
Encontramos na Bíblia que o plano de salvação não é um projeto de última hora, para resolver um problema inesperado. Trata-se de um propósito de Deus, desde o princípio da criação (Ef 3.9), que, em Sua soberania, decidiu revelar ao homem de forma gradual. Por isso, o apóstolo Paulo chama de “mistério”. A salvação está no coração de Deus “antes da fundação do mundo” (1Pe 1.20). Após o primeiro anúncio (Gn 3.15), o plano foi revelado no decorrer da história até a vinda de Jesus Cristo, o Salvador (1Pe 1.18-20; Ap 13.8).

Assim as “túnicas de peles” (Gn 3.21), providenciadas por Deus para o primeiro casal, passando por cada cordeiro sacrificado ao longo do Antigo Testamento, vemos uma prefiguração de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Como escreveu o apóstolo Paulo, o Senhor Deus, o Deus missionário, agiu conforme o Seu Eterno propósito, que realizou por intermédio de Cristo Jesus (Ef 3.11). 

2. Missões em vários aspectos
Em Seu grande projeto de redenção, o Criador fixou tempos e estações para cumpri-lo (At 1.7). É perceptível que, ao longo da história, o processo divino de “tornar a congregar em Cristo todas as coisas” (Ef 1.10) vai sendo conduzido de acordo com a soberania de Deus.

2.1. O processo ascendente de Missões
Encontramos na Bíblia que o desejo de Deus em relacionar-se com pessoas foi manifesto na criação. Por isso, fez o ser humano à Sua imagem. Vemos assim que o propósito da missão é tornar a trazer o homem distante de Deus para a comunhão com o Seu Criador. Com  a entrada do pecado na vida humana inicia-se uma alienação progressiva em relação ao propósito para qual foi criada (Gn 4.11). Contudo, num contexto de degradação moral e espiritual, Deus chama um homem e promete que, por intermédio de sua descendência, abençoaria todas as famílias da terra (Gn 12.1-3).

Todo o Antigo Testamento é a preparação e a revelação gradativa acerca do cumprimento desta promessa: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho...” (Gl 4.4). A bênção prometida a Abraão chega a todos por Jesus Cristo (Gl 3.14). Hoje a Igreja tem a missão de tornar conhecido a todos os homens o plano divino de salvação (Mt 28.18-20). Em Apocalipse 5.9, vemos registrada a concretização do anseio e plano missionário de Deus, quando os salvos de “toda tribo, e língua, e povo, e nação” estarão entoando um novo cântico ao Criador, Cumprindo, assim, a finalidade principal do ser humano: glorificar a Deus!

2.2. Cristo, a figura central
A Bíblia, a palavra de Deus revela o Senhor Jesus Cristo como o Messias prometido, a figura central em todas as dispensações. Ele é a pessoa principal de toda a pregação e ensino. Ele aparece figurado: nas vestimentas de pele com que o Senhor vestiu a Adão e Eva, sua mulher (Gn 3.21); no carneiro imolado em lugar de Isaque (Gn 22.13-14); no cordeiro pascoal sacrificado na saída dos filhos de Israel do Egito: na nuvem que guiava os israelitas de dia e na coluna de fogo que os aquecia a noite. Enfim, Jesus é o centro da Bíblia. O próprio Jesus fez questão de falar que as Escrituras testificavam dEle (Jo 5.39). E, para que não houvesse dúvidas, o Pai confirmou Seu ministério, para que todos nEle cressem (Jo 8.14-18).

Jesus Cristo é a pessoa na história que cumpriu a maior missão já existente. Ele mesmo afirmou que veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Cristo consolidou Sua missão quando: morreu na cruz, ressuscitou ao terceiro dia, aniquilou o poder da morte e do pecado, e conquistou para todos nós o direito da vida eterna. Após sua ascensão. Ele nos deixou seu legado: a missão de difundir o plano de salvação para todas as nações (Mt 28.18-20).

2.3. Bíblia, o alicerce
Na Bíblia encontramos a revelação de tudo quanto necessitamos e precisamos saber para a prática da obra missionária. Sem a Palavra de Deus, é impossível a evangelização do mundo. Nela encontramos que e nossa a responsabilidade da proclamação do plano divino de salvação, o poder e a capacitação para cumprirmos a missão, e a mensagem a ser anunciada. Quanto mais convictos estiverem os discípulos de Jesus Cristo acerca da autoridade da Bíblia, maior será o comprometimento com a obra missionária. O próprio registro da mensagem em formato de livros tinha um propósito missionário (Jo 20.30-32).

Ao longo da história, vemos a Igreja estimulando a leitura, aquisição e disseminação da Palavra de Deus como instrumento valioso para que o ser humano conheça o amor divino e Seu plano de salvação. A partir da firme convicção da interação entre a Bíblia e a obra missionária é que as diversas agências e sociedades bíblicas têm enfatizado a importância da tradução e distribuição da Palavra de Deus alcançarem proporções cada vez maiores.

3. Missões e a trindade
Um dos textos bíblicos que enfatiza o trabalho do Deus Trino na obra missionária é o que registra a ordem de Jesus Cristo: “...ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Assim, cada Pessoa da Trindade está envolvida no envio, no comissionamento, na capacitação e na promoção da ação missionária.

3.1. A participação de Deus Pai
O conferencista em Missões, Robert E. Speer, declarou: “É no próprio ser e caráter de Deus que a base mais profunda do esforço missionário deve ser encontrada”. É importante que esta ênfase teocêntrica seja destacada em Missões, pois, como o apóstolo Paulo registrou na epístola de Efésios, somos abençoados, escolhidos, redimidos “para louvor e glória da sua graça...”; “...para louvor da sua glória...” (Ef 1.3-14). Deus Pai nos criou para que relacionássemos com Ele. Após o pecado, agiu para que ocorresse a reconciliação.

Assim desde o princípio, a obra missionária é a missão de Deus (“Missio Dei”). Ele enviou Abraão, Jose, Moisés, os profetas e Jesus Cristo, o Salvador (Jo 3.16-17; 6.38; 20.21).

3.2. A participação de Jesus Cristo
Em Jesus Cristo encontramos a realização plena da ação missionária de Deus Pai. Enviado pelo Pai, veio para “servir e dar a sua vida em resgate de muitos”, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Mc 10.45; Fp 2.6-8). Ele é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento desde Gênesis 3.15. Assim, Jesus Cristo é o modelo no cumprimento da missão: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21). Após Sua ressurreição, Ele abre o entendimento dos discípulos para compreenderem as escrituras (Lc 24.25) e mostra-lhes que já estava previsto no Antigo Testamento a Sua vinda, que padeceria, ressuscitaria e que “...em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações” (Lc 24.46-47). Ele declara: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18), antes de lançar a chamada Grande Comissão.

O senhorio de Jesus Cristo é universal, logo a missão também é universa; “todas as nações”. Ele não somente comissionou, mas prometeu estar com os Seus discípulos. A presença de Jesus Cristo, que tem todo o poder, é a garantia de que a missão alcançará êxito. Ele é a mensagem. A missão e a mensagem são cristocêntricas. Em uma ocasião, um hindu questionou o Dr. E. Stanley Jones: “O que o cristianismo oferece que não encontramos em nossa religião?”. Então, ele respondeu: “Jesus Cristo”.

3.3. A participação do Espírito Santo
O Espírito Santo atua na história desde o princípio: “o Espírito de Deus se movia” (Gn 1.2). Atuou na criação (Jó 33.4; Sl 104.30). Continua atuando até hoje. Por todo o período do Antigo testamento vemos a ação do Espírito santo na vida de tantos que foram chamados e enviados por Deus, capacitando-os para o cumprimento da missão. Logo no início do Novo testamento lá está o Espírito Santo agindo em Maria para a encarnação de jesus Cristo, enchendo Isabel, mãe de João Batista, e, depois, ungindo o próprio Messias (Lc 1.35, 42; 3.22). Pelo Espírito Santo, jesus Cristo se ofereceu como sacrifício (Hb 9.14). O próprio Jesus Cristo prometeu que o Espírito Santo estaria sempre conosco (Jo 14.16).

As últimas palavras de Jesus Cristo antes da ascensão foram sobre o Espírito Santo e Sua atuação na vida dos Seus discípulos, capacitando-os para a proclamação do Evangelho da salvação “até os confins da terra” (At 1.8). Lemos no livro de Atos o Espírito Santo não apenas capacitando, mas dirigindo a obra missionária (At 4.31; 13.2; 16.6-7). Portanto, o Espírito Santo e a missão não podem ser separados. Ele é um Espírito Missionário.

Conclusão
Considerando que o Deus Trino e Uno se revela como Missionário, desde o princípio, e que, em Sua soberania, decidiu vocacionar homens nascidos de novo para cumprir a missão de tornar conhecido o plano de salvação para a humanidade, é imprescindível que a Igreja priorize tal atividade.



Neste trimestre, estudaremos sobre a missão primordial da Igreja! As treze lições enfocarão evangelismo, missões e discipulado. Será uma oportunidade para lembrar que a responsabilidade no cumprimento da missão não está restrita aos pastores, missionários e evangelistas, mas, sim, que pertence a todo discípulo de Cristo (Mt 28.19-20). Trata-se de continuar a obra iniciada por Jesus Cristo, que estava prevista desde o princípio. Ainda há povos, tribos e nações não alcançados pelo evangelho de Jesus. E, mesmo no Brasil, muitos são os desafios para cumprirmos o mandamento do Senhor, em diversos ambientes e com diferentes grupos sociais. Para aprender como alcança-los, participe neste domingo, 06 Agosto de 2017 da Escola Bíblica Dominical.