sexta-feira, 31 de julho de 2015

Vídeo Comemorativo: Aniversariantes de Julho

Homenagem da Secretaria Eclesiástica aos aniversariantes do mês de Julho.






Uma mulher sábia e sua serva corajosa


Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era muito respeitado e honrado pelo seu senhor, pois por meio dele o Senhor dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro ficou leproso. Ora, tropas da Síria haviam atacado Israel e levado cativa uma menina, que passou a servir à mulher de Naamã. Um dia ela disse à sua senhora: "Se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra" (II Reis 5:1-3)


Pouco sabemos sobre estas duas mulheres, apenas que uma era a devotada esposa de Naamã e que a outra não passava de uma serviçal com origem israelita e pouca idade. Mas existe aqui uma lição valiosa sobre nunca negar quem na verdade somos. Não existem maiores detalhes sobre a menina deportada, mas o texto evidencia que ela conhecia muito bem a sua história, sua gente e o local de sua origem. Da cozinha daquela grande casa, ela podia acompanhar o sofrimento de seus senhores devido a doença de Naamã, observava o vai e vem dos médicos com diagnósticos cada vez mais pessimistas e os momentos de fraqueza daquele que era um herói nacional. Segundo a Bíblia, embora não fosse um servo do Deus Verdadeiro, Naamã era um homem bom e íntegro e isso comoveu o coração daquela menina, que se sentia impelida a fazer algo em favor de seu patrão e sabia como ajudar. Porém, sua posição de serviço não lhe proporcionava voz ativa naquela casa, e o fato de se manter calada era uma garantia de evitar se envolve-se em problemas futuros.

E agora? Omitir-se e ficar na zona de conforto ou expor-se perigosamente para ajudar o próximo? Aquela menina escolheu o caminho que poderia lhe trazer consequências terríveis em caso de engodo, e reportando-se a sua senhora, garantiu que em Samaria, havia um profeta que poderia curar seu marido. A esposa de Naamã entra nesta história na exata posição descrita em Provérbios 14:1: “A mulher sábia edifica o seu lar”, e se apressa em anunciar as boas novas. Embora suas esperanças tenham sido castigadas por decepções e suas forças para lutar cada dia estejam mais escassas, aquela mulher decide agarrar-se a um novo fio de fé e encoraja seu marido a buscar ajuda no lugar mais improvável: uma cidade subjulgada. Mas o que levou a esposa do general Naamã a confiar tão cegamente nas palavras de uma criança? O pragmatismo dirá que foi o desespero, porém há uma possibilidade que melhor se enquadra nesta história: TESTEMUNHO.
A mulher acreditou na menina, pois as palavras daquela pequena serva eram dignas de confiança. Sua postura como israelita, mesmo em uma terra estrangeira não passava despercebida, ao ponto da “primeira dama” de um dos maiores exércitos daquele tempo ter certeza absoluta que a menina sabia exatamente o que estava falando. Falar com propriedade. Crer no que prega. Viver a própria mensagem. Esse é o segredo dos maiores ganhadores de alma. As vezes o que somos grita tão alto que nossas palavras são abafadas e nosso testemunho se torna a essência de nossa mensagem, afinal como já dizia Agostinho: "Pregue o Evangelho, se precisar use palavras".




quinta-feira, 30 de julho de 2015

EBD: O milagre do perdão



Texto Áureo
Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.
João 20:23

Verdade Aplicada
A pessoa incapaz de perdoar destrói a ponte pela qual ele mesma deveria passar.

Textos de Referência
Lucas 7.44-47

E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me desta água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas e os enxugou com os cabelos de sua cabeça.
Não me deste ósculo, mas está, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés.
Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento.
Por isso, te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.


Um gesto de devoção

Os evangelhos narram duas histórias distintas que de tão semelhantes chegam a confundir até mesmo leitores atentos. Ambas falam sobre mulheres que demonstraram sua gratidão pelo amor do Cristo através do emblemático gesto de “ungir” seus pés com perfumes caríssimos. Mateus 26:2-13 e Marcos 14:3-9 registram a ação da mulher que durante um jantar realizado em Betânia, na casa de Simão, o “Leproso” (pai de Judas Iscariotes, e que fora curado por Jesus de sua lepra), se aproxima de Jesus tendo nas mãos um vaso de alabastro (material semelhante ao gesso). Ela se ajoelha em frente a Jesus e começa a derramar em seus pés um caríssimo perfume feito de “nardo puríssimo” para depois enxugar o precioso líquido com os próprios cabelos. Os discípulos se indignaram com a cena, pois entendiam que aquela era uma atitude dispendiosa, já que o dinheiro ali empregado, poderia ser doado aos pobres. Segundo a avaliação de Judas, tesoureiro do grupo, o valor ali desperdiçado era de aproximadamente 300 denários, cerca de R$ 15.000. Ao ver a postura reprobatória de seus seguidores, Jesus os exorta dizendo que aquele era um gesto único de amor, acalentando seu coração para enfrentar a própria morte, e que o mesmo, ecoaria pela posteridade. Além disto, Jesus lembrou os discípulos que eles ainda teriam muito tempo para exercer a generosidade para com necessitados, porém, muito brevemente seriam privados de sua companhia.  João 12:1-8 também registra esta mesma história, mas desta vez, nos é revelado o nome da mulher generosa: Maria, irmã de Lázaro.

Lucas 7:36-50 nos conta uma história muito parecida, porém, em um cenário diferente. Muito antes do famoso “Jantar de Betânia”, uma outra mulher também se lançou aos pés de Jesus para ungi-lo com perfume. Não sabemos o seu nome e nem sua origem, pois a única referência dada pelo evangelista é que se tratava de uma “pecadora”. É provável que este fato específico tenha acontecido na Galileia, enquanto Jesus participava de um jantar na casa de Simão, o “Fariseu”. Num ambiente repleto de pessoas muito ligadas a religiosidade judaica, em nome do amor e movida por íntima gratidão, uma mulher de péssima reputação social, rompe com as conveniências, adentra a casa de um homem muito religioso, não se detém diante de monções reprovadoras e caminha determinada, com os olhos fixos em Jesus. Humildemente, ela se nega a ficar diante do Messias, e se colocando atrás de Jesus, abraça seus pés e se põem a beija-los, para logo em seguida, começar a chorar. Ao perceber que suas lágrimas estão molhando os pés do Senhor, ela passa e enxugá-los com seu cabelo, e então, derrama sobre eles, sem nenhuma reserva, o perfume de aroma delicioso que trazia consigo, ungindo os pés de Jesus.

Duas mulheres movidas por sentimentos muito parecidos, que testemunharam de forma pratica e incontestável o quão maravilhoso é mergulhar sem reservas no oceano da Graça. Voluntariamente elas escolheram a melhor parte, e entenderam que não existe lugar mais desejável para se estar, do que os pés de Jesus. A virtuosa Maria de Betânia, tinha motivos explícitos para tamanha devoção. Movida pelo amor que sentia por Jesus, seu mestre e amigo, ela aproveita a estadia do Cristo em sua cidade, para através da entrega de seu bem mais precioso, agradecer ao Messias por ter trazido seu irmão Lázaro de volta para vida, e involuntariamente, entra para a história como a mulher que ungiu Jesus e o preparou para enfrentar a cruz e o sepulcro. A pecadora anônima não tinha motivos aparentes que justificasse sua atitude, e também não temos qualquer evidência que Jesus tenha curado alguém de sua família. Mas ali, naquele momento sublime, o Cristo olha além das aparências e descortina o coração daquela mulher. Ela estava grata pelo maior de todos os milagres... Tinha encontrado Salvação. Com seu gesto, Maria agradeceu a Jesus pelo dom da vida. A pecadora agradecia por ter encontrado a própria Vida e o perdão para seus pecados.


Entendendo o conceito do perdão

Perdoar é a decisão moral de remover o ódio abrigado em nosso próprio coração. Jesus não disse que perdoar seria uma tarefa fácil. Se aprendermos a orar pelos nossos inimigos, então poderemos fazer todo o restante (Mateus 5:44). Todo ser humano é falho, imperfeito e sujeito a erros. Mais cedo ou tarde isso acontecerá. E quando acontecer, o que faremos? Como agiremos? Consertaremos ou deixaremos como está? Perdoar é possível e, se aprendermos o que significa, tanto evitaremos quanto iremos reparar sérios transtornos. Para os rabinos, uma pessoa deveria ser perdoada no máximo até três vezes e, se houvesse transgressão na quarta, o tal deveria ser castigado. Eles se agarravam ao conceito de Amós. “Por três transgressões e por quatro” (Amós 1:3, -13; 2:1-6). Não se podia imaginar que um homem fosse mais piedoso do que Deus. Dessa maneira, se limitava o perdão a três ofensas. O que Jesus ensinou a Pedro sobre perdoar setenta vezes sete coloca um fim em regras humanas, demonstrando claramente que o perdão é possível e que não existe limite para se perdoar toda e qualquer ofensa (Mateus 18:22). A falta de perdão além de produzir danos irreparáveis à nossa alma, ainda nos torna inimigos de Deus (Mateus 6:15). O ato de perdão da parte de Deus não consiste em negar pura e simplesmente a falta do homem. É preciso entender que Ele não age como se ela não existisse. Todavia, Ele põe fim em uma situação perfeitamente conhecida. Deus, o autor do perdão, atua em pleno conhecimento de causa e em plena soberania. Em Sua misericórdia e paciência, Ele se recusa a executar um julgamento merecido e concede um adiamento da sentença do homem. Perdoar para Deus é simplesmente colocar um fim em uma situação.

Uma lição que percorre todo o Novo Testamento é que o homem deve perdoar para ser perdoado (João 20:23). Quem não perdoa a seu próximo, não pode pretender que Deus o perdoe. “Bem-aventurados os misericordiosos”, disse Jesus, “porque eles alcançarão misericórdia” (Mateus 5:7). Depois de ensinar Sua oração aos homens, Jesus ampliou uma das petições nela contida: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15). Merece ser especialmente ressaltado o ensinamento do apóstolo Tiago: ”O juízo é sem misericórdia para com aquele que não usa de misericórdia” (Tiago 2:13). O perdão humano e o divino devem andar lado a lado. O religioso tem uma mente muito aguçada para identificar pecados na vida do próximo e condená-lo pelos seus atos. Porém, os pecados da religiosidade não estão na aparência, mas no fundo do coração, no oculto das intenções. Ao contrário do que Simão julgara, os atos daquela mulher não consistiam em carícias contagiosas de uma mente impura, mas sim no derramamento de amor sincero de uma mulher arrependida. Emocionada, ela reconheceu sua condição de pecadora, humilhou-se e demonstrou sua devoção lavando, beijando e ungindo os pés do Senhor, dando a Ele toda a honra merecida.

No ano de 1999, o Dr. Fred Luskin criou o projeto da universidade de Stanford para o perdão. Ele visava o impacto das emoções negativas, como raiva, mágoa e ressentimento no sistema cardíaco, causados pela ausência do perdão. Luskin descreve o perdão como sendo uma forma de se atingir a calma e a paz, tanto com o outro quanto consigo mesmo. Ele afirma que o perdão reduz a agitação que leva a problemas físicos; reduz o estresse que vem de pensar em algo doloroso e que não pode ser mudado; limita a ruminação que leva o sentimento de impotência que reduz a capacidade de alguém cuidar de si mesmo. A conclusão do seu projeto foi a seguinte: pedir perdão produz cura (Salmo 31:10, 32:1- 3; 38:3). Segundo o Dr. Luskin, o perdão reconhece o mal, mas permite que o prejudicado siga com a vida. Às vezes, perdoar significa reconciliar, outras vezes, abrir mão de um relacionamento. Quando duas pessoas entendem que criaram uma situação desconfortável, o perdão encontra o lugar.


Amor e Perdão

O religioso Simão estava começando a ver Jesus com outros olhos. Seu interesse em ouvir as palavras do Mestre nos leva a crer que a sementinha do Reino de Deus dava sinais de brotar em seu coração. Mas ao assistir a cena da pecadora ungindo os pés de Jesus, ficou tão abalado, que sua infante fé, minguou como manteiga no fogo. Em seus pensamentos Simão conjecturava que não havia qualquer possibilidade de Jesus ser de fato um profeta, pois um homem dotado da revelação divina, teria discernimento para compreender o quão pecadora aquela mulher era, e assim, jamais permitir que a mesma o tocasse. Jesus, ciente dos pensamentos de seu anfitrião, educadamente pede que o mesmo lhe de permissão para contar uma história.  O Mestre discorre sobre dois homens endividados, cujos bens estão empenhorados ao mesmo credor. Um deles está negativado em mais de RS 25.000,00, e ele não tem a menor condição de pagar. Já dívida do outro, embora também seja alta e o pagamento esteja muito atrasado, é 10 vezes menor. O credor, porém, decide perdoar ambas as dívidas, e manda notificar aos envolvidos, que nenhum deles lhe deve se quer um centavo. Então, Jesus questiona a Simão sobre qual dos homens deveria mostrar mais gratidão, e em resposta, ouve o obvio: Aquele que devia mais. O Mestre, concorda com o raciocínio de Simão e completa dizendo: - Desta vez, seu julgamento está correto.... Mas deixe-me te explicar uma coisa...

É neste ponto que fica explícito o abismo que separa a liberdade cristã encontrada na graça e o legalismo pragmático implícito na religiosidade. Aquela mulher, despida de moralidade hipócrita e desarmada das formalidades sociais, se torna um exemplo a ser seguido por cada cristão. Simão é lembrado que no momento da recepção de Jesus em sua casa, nem mesmo um beijo no rosto (tão inerente a cultura da época) lhe foi dado pelo anfitrião, mas a mulher, desde o momento que chegou, não parava de beijar seus pés. Simão também não tinha oferecido uma vasilha com água para que seus convidados lavassem as mãos (outro ritual relevante naquela sociedade), mas a “pecadora” lavou seus pés com lágrimas. Simão não ofereceu um único pedaço de pano para que Jesus enxugasse o suor de seu rosto, mas a mulher enxugava seus pés com os próprios cabelos. Simão, não disponibilizou uma única gota de óleo para ungir a cabeça de Jesus... A pecadora verteu o mais caro dos perfumes para ungir seus pés. E por que tamanha diferença? Jesus é taxativo ao afirmar: - Quem foi perdoado sabe amar...

Que verdade reveladora. A posição social e religiosa de Simão, de nada valia para Jesus, que enxergava o amago de seu coração, preconceituosos e carregado de pecados. Simão se vestia de espiritualidade, mas dentro de si estava repleto de traumas e culpas. Ele não se sentia amado, e com isso, não conseguia externar amor, oferecendo as pessoas em sua volta um julgamento rancoroso e hospitalidade omissa. Ele convidou Jesus para entrar em sua residência, mas não em sua vida, recepcionando o “Salvador do Mundo” como apenas mais um dos muitos frequentadores de sua casa. A pecadora encontrou em Jesus alívio para sua alma. O Mestre não entrou em sua casa, mas se tornou “Senhor” da sua existência e tudo se fez novo. Jesus não era apenas mais “um homem” em sua vida, Ele era o “único” capaz de transformar para sempre sua história. E Jesus o fez. Ela se sentiu amada e perdoada, e isso a deu força para amar em abundância: Os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama (Lucas 7:47). Jesus passa uma borracha no passado tão condenável daquela mulher, e lhe oferece uma página em branco para recomeçar sua história, e a aconselha para “não” errar outra vez: -  Vai e não peques mais... A tua fé te salvou.


A importância do perdão

Jesus contou a história de um servo que devia uma impagável soma em dinheiro a seu senhor, o qual havia sido perdoado. Todavia, esse homem perdoado, não perdoou a dívida de outro que lhe devia uma irrisória quantia, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida (Mateus 18:30). A primeira dívida superava o valor do resgate de um rei. O contraste entre as dívidas era esmagador. O que está em jogo aqui não é o valor da dívida, mas o perdão. E o que se deve destacar é que nada do que temos que perdoar se pode comparar em forma vaga ou remota com o que nos perdoou. Fomos perdoados de uma dívida que está além de todo pagamento, porque o pecado do mundo provocou a morte do próprio Filho de Deus e, Sendo assim, devemos perdoar como Deus nos perdoou, caso contrário, não podemos esperar encontrar misericórdia alguma. Jesus conectou a ação do rei com a ausência de perdão e o resultado foi desastroso para aquele homem ganancioso (Mateus 18:32-35). Por reter o perdão, aquele homem foi entregue aos atormentadores, ou verdugos. O termo utilizado é o mesmo para designar” demônios”. Ou seja, uma pessoa que retém mágoas e não libera o perdão é uma pessoa que nunca terá paz, será sempre atormentada.

João Batista, o precursor de Jesus Cristo, preparou o caminho do Senhor com a mensagem do arrependimento, ou seja, a mensagem do perdão divino sobre todo aquele que desejasse viver uma nova vida de paz (Mateus 3:1-2). A primeira mensagem de Jesus foi: “Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Marcos 1:15). A dívida humana para com Deus era gigantesca e Jesus veio a esse mundo para quitar essa dívida. Paulo nos afirma que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados...” (II Coríntios 5:19). Deus nos deu o seu “Shalom”, que em sua raiz etimológica significa: “pagar as dívidas”. Alguns eruditos traduzem como “paz”. No entanto, paz é para quem não tem dívidas e quem tem dívida não tem “Shalom” (Atos 3:19).

A grandeza do perdão deve ser vista pela grandeza do pecado que Deus perdoa num momento único. Paulo nos afirma que a cédula de acusação contra nós foi cravada na cruz (Colossenses 2:14). Nossa sentença estava escrita, mas por seu infinito amor e graça, o Senhor levou para a cruz essa sentença. À medida que Seu sangue ia escorrendo através do madeiro, todas as acusações contrárias a nós foram sendo riscadas. Ali, naquela cruz, estava em um só homem a sentença de todos os homens, até mesmo, os que ainda viriam a existir. Agora não existe mais condenação, o sangue de Jesus apagou tudo. Quando o inimigo olha para a cédula, ele vê o sangue. No entanto, quando nós olhamos para o sangue, entendemos que temos paz e somos livres (Romanos 8:1-3 / Hebreus 10:14). Ressalte para eles que muitos foram pegos pelo pecado e postos em desespero e aflição. Se estes tivessem a segurança de que seria possível, de algum modo, evitar as consequências de seu pecado, com certeza, voltariam atrás de suas ações indevidas. Porém, o verdadeiro arrependimento significa não somente estar aflito pelas consequências de seu pecado, mas também odiar o pecado em si.


O maior de todos os milagres

Consideravelmente, o perdão é o maior de todos os milagres. Nele está contido o ingresso para a salvação e esta é precedida quando o perdão é estabelecido. Pois, sem ele não há reconciliação. Vejamos alguns motivos dessa graça divina (Efésios 2:8-9). Por mais que venhamos interpretar um milagre como estupendo ou glorioso, cada milagre realizado por Deus tende a nos atrair para Sua presença, causando em nossas vidas outro ainda maior que é o da salvação (Lucas 10:20). Uma pessoa pode ser curada de câncer e morrer afastada da presença de Deus. Mesmo que ressuscite, ira morrer outra vez. E se, após ressuscitar, morrer desviado da presença de Deus? O maior milagre que as pessoas receberam da parte de Jesus foi: “a tua fé te salvou”. Houve o perdão e com ele a salvação (Mateus 9:22 / Marcos 5:34; 10:52 / Lucas 7:50; 17:9). O perdão é um mandamento bíblico ordenado por Jesus Cristo. Os efeitos do perdão são benéficos tanto para quem é perdoado. O objeto do perdão pode ser uma mágoa, um pecado, um sentimento de culpa, um prejuízo sofrido, uma palavra maldosa, uma atitude infeliz, uma omissão, uma traição – enfim, coisas que fazemos ou deixamos de fazer no dia adia. Quando estas coisas são tratadas com o “detergente” divino do perdão, milagres podem acontecer em nossa vida. Ressalte para eles que Jesus Cristo tem competência. Autoridade e autonomia para perdoar (Lucas 5:17-26). O perdão é uma ação que transcende à matéria e atua no campo espiritual, onde nossos olhos físicos não conseguem perscrutar.

Qual é o motivo de nossa alegria como cristãos? Qual de nós não se alegraria ao realizar milagres extraordinários em nome de Jesus? Os discípulos, assim como cada um de nós, também foram tentados a colocar o motivo de suas alegrias no sucesso ministerial (Lucas 10:19-20). Mas Jesus lhes disse que maior que tudo isso era ter o nome escrito no livro da vida, e por quê? Porque se fizermos tudo e não estivermos reconciliados com Deus, de nada adiantou tanto esforço (Mateus 16:26 / Lucas 9:25). Quando lemos Mateus 7:22-23, ficamos perplexos com a declaração feita por Jesus, porque o que adiantou tantos sinais se o maior deles seria estar em paz com Deus? A âncora da nossa alegria deve descansar não no que adquirimos aqui, mas no que nos foi reservado na eternidade (Mateus 5:12).

Vivemos em um mundo abarrotado de novidades e informações, onde a ciência predomina e a tecnologia produz coisas que até duvidamos ser possíveis. Em meio a toda essa gama de informações e novidades que nos envolvem, muitas vezes nos esquecemos de nós mesmos. De como seria tão maravilhoso se pudéssemos viver sem amarguras, ressentimentos, culpas, temores e sem estar constantemente cometendo mesmos erros. Mas isso não é uma utopia, é uma realidade. Pedir perdão para muitos é sinal de fraqueza, para nós é a prova da quantidade de amor que recebemos de Deus (Lucas 7:47). Perdoar é libertar e ser livre. Quem não sabe perdoar é porque não entende a verdade da cruz, ou nunca realmente experimentou o gozo de ser perdoado (Mateus 18:32-35). Os sentimentos de tristeza, de culpa, de vergonha, de rejeição e de humilhação escravizam alguns ao passado e obstruem o futuro. Até mesmo depois de as lembranças desaparecerem ou serem reprimidas, muitos descobrem dentro de si reações negativas e prejudiciais que inexplicavelmente os impulsionam a não avançar. Assim, permitem que Satanás utilize o passado, impedindo-os de usufruir no presente a presença de Deus e de um serviço eficaz. A pior coisa que pode acontecer a uma pessoa que não tem paz com outra é deparar-se com a mesma. O lugar fica pequeno, o dia praticamente termina e a alegria se vai tão repentinamente que tudo o que parecia estar bem termina em ira e tristeza. O perdão nos ajuda não somente a nos livrarmos disto, mas a ser livres, e seguir em frente. Nunca é tarde para dizer: “eu errei, me perdoe, vamos tentar outra vez”. O perdão é a ajuda do Espírito Santo para nos livrarmos de todo sentimento ruim, seja ele qual for. Através do perdão, somos libertos, livres e com condições de seguir em frente. Nunca é tarde para reconhecer os erros, pedir perdão é recomeçar. O perdão é remissão de uma dívida. É paz e alegria no coração.


Um ato de fé e sacrifício

Perdoar é antes de mais nada um ato de Fé, logo, palavras são risíveis para explicar a sua capacidade miraculosa. Quem perdoa, inocenta o transgressor de sua culpa, mesmo que a afronta sofrida tenha causado danos irreparáveis. Quando Jesus revelou aos seus discípulos a necessidade de se perdoar uma mesma afronta 490 vezes ao dia, imediatamente eles pediram ao Senhor que a fé lhes fosse aumentada (Lucas 17:3-5). Para se liberar o perdão é necessário romper com vínculos perniciosos do passado, confrontar conceitos pré-estabelecidos e renunciar as próprias convicções, tornando o ato de perdoar em uma atitude de sacrifício e abnegação. Poderíamos comparar a afronta sofrida por alguém como sendo um profundo corte na própria carne, uma ferida aberta e exposta, que não se fecha em decorrência das impurezas que se alocam ali. O perdão é como um bálsamo curador, que tem o poder de purificar e curar ao mesmo tempo, cicatrizando a ferida. Seria utópico imaginar que após este processo, a afronta sofrida seja completamente esquecida por quem a vivenciou, mas quando o perdão é genuíno, essa lembrança não passa de uma mera cicatriz, que embora esteja ali evidenciando que aquele local específico foi ferido no passado, hoje não causa desconforto, não incomoda mais, já não dói e nem sangra.

Não perdoar, é cometer um lento e doloroso suicídio espiritual, pois a mágoa guardada no coração é uma semente produtiva que germina com rapidez e alastra suas profundas raízes destruindo os alicerces da fé, da paz e da esperança. Segundo o poeta e dramaturgo inglês Willian Shakespeare, guardar rancor é como beber veneno esperando que outra pessoa morra. Em outra definição interessante, a mágoa é descrita como uma pedra incandescente que alguém segura em suas mãos esperando o momento de jogá-la em seu desafeto. Na edição Nº 13 do Informe Gospel (fevereiro 2011), o Pr. Wilson Gomes traça uma analogia ainda mais impactante sobre esta questão, fazendo menção de um terrível castigo da antiguidade. No antigo Egito, um assassino condenado era atado a sua vítima, testa a testa, olho a olho, boca a boca, mão a mão, abdômen a abdômen, e assim, deixado para morrer também. O mau cheiro, a carne putrefata e os vermes passavam de um corpo para o outro, numa morte lenta, agonizante e desesperadora. O mesmo processo acontece quando não conseguimos perdoar.... Amarramo-nos a um defunto, nos alimentamos de podridão e morremos espiritualmente. Muitos estão acariciando a própria mágoa, amargurando os seus dias, desenvolvendo câncer de alma e alimentando maus espíritos com seu rancor. Se autodenominam vítimas, mas estão voluntariamente amarradas a um cadáver, onde já não é possível identificar quem está mais “podre” diante de Deus e dos homens. Perdoar é libertar-se deste flagelo, respirar ar puro e voltar a viver.


Perdão é um gesto de grandeza, é um ato que exige riqueza de alma e caráter. Ao mesmo tempo em que existe o sacrifício pelo mal perdoado, amontoa-se galardão pela decisão espiritual tomada. Se Jesus Cristo é o médico que cura almas, ao liberarmos perdão, nos tornamos instrumentos de sua honra e poder. Para perdoar verdadeiramente, primeiro é preciso buscar uma força que só existe no amor do próprio Deus. Somente alguém que se sente plenamente amado pelo Senhor tem condições de perdoar voluntariamente, mesmo que não haja “justiça” humana nisto. O perdão é essencial para todos aqueles que desejam entrar no Reino dos Céus, pois nossos pecados só são perdoados, mediante a nossa capacidade de perdoar (Mateus 18:23-35). Quando perdoamos as ofensas daqueles que nos tem ofendido, então temos nossas ofensas também perdoadas, e o perdão provindo de Deus fecha um ciclo glorioso de milagres, curando as feridas, sem nem ao mesmo, deixar cicatrizes para trás. 



Participe da EBD deste domingo, 02/08/2015, e descubra você também o maravilhoso poder de Jesus Cristo e o segredo do sucesso apostólico.

Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 96 - Editora Betel
Comentarista: Pr. Abner de Cássio Ferreira
Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento 
Lição 5

Comentários Adicionais (em verde):
Pb. Miquéias Daniel Gomes




quarta-feira, 29 de julho de 2015

Quarta Forte Jovem


Julho foi sem dúvidas um mês muito especial para nossa igreja, marcando o início de uma renovação espiritual entre os jovens de nossa comunidade. Deus tem se movido de forma especial, pois tem encontrado liberdade para trabalhar. Porém, é necessário que como igreja de Cristo, não cessemos nossas mãos do labor, e estejamos preparados para a tempo e fora de tempo, levar a mensagem do Evangelho aos cansados e oprimidos. Com o propósito de “agregar” para “expandir”, a QUARTA FORTE se uniu a REDE DE JOVENS NOVA DIMENSÃO para realizar neste dia 29/07/2015, nossa primeira QUARTA JOVEM, com o tema “POR AMOR E POR ALMAS”.

E Deus se agrada da união de seu povo, ainda mais se o objetivo for proclamar o ano aceitável do Senhor a um mundo tão carente de paz. E neste intuito, dezenas de jovens de diversas faixas etárias comparecerem em nossa Sede Regional para louvar Altíssimo ao pôr tudo que Ele tem feito, e ser exortado pelo Senhor em busca de excelência. O trabalho contou com a participação especial da Missão Jovem (Igreja Missão Novo Cântico – Mogi Guaçu SP) ), que trouxe um unção especial em seu louvor, e ainda nos proporcionou um grandioso aprendizado por meio do trabalho evangelístico do Pr. José Luiz. O coral Nova Dimensão também cantou a força do povo de Deus quando está sob a direção do Senhor, e vários jovens testificaram sobre o agir de nosso Deus na vida do homem que se dispõem a viver por Cristo, vivenciando uma celebração de renovo, com muita unção e batismo com o Espírito Santo.

O preletor convidado desta noite abençoada foi o Pr. Elson Aquino, que baseado no texto de Marcos 5:22-36, discorreu sobre algumas ações necessárias para que um milagre aconteça.  A filha de Jairo, um importante líder religioso de Israel, estava sofrendo de um mal que culminaria em sua morte. Ele então partiu ao encontro de Jesus, implorando pela intervenção do Cristo, e assim, sua filha foi trazida de volta para vida. E o que aprendemos com este fato?

- Jairo depositou sua fé na pessoa certa.
- Jairo se humilhou na presença do Cristo.
- Jairo andou lado a lado com Jesus e teve que respeitar o tempo e o jeito de trabalhar do Mestre.
- Jairo se deixou ser conduzido por Jesus.
- Jairo precisou resistir aos inimigos de sua fé.
- Jairo expulsou a incredulidade de sua casa.
- Jairo viveu o milagre.


Deus abençoe a REDE JOVEM e a QUARTA FORTE por esta linda parceria. Que venham muitas outras.




Filme: O Último Espírito

O Último Espírito” (The Last Sin Eater) é mais uma produção Fox Faith, lançada originalmente em 2007 , dirigida por Michael Landon Jr, com belíssimas atuações de Henry Thomas, Louise Flechter Anna Cullimore Decker e Liana Liberato. Com uma forte temática evangelística, o longa tem agradado ao público cristão de todo o mundo com sua surpreendente forma de apresentar Jesus, o único caminho, verdade e vida.

Baseado no livro homônimo da premiada americana Francine Riversa, o filme conta a história de uma garota chamada Cadi Forbes e a sua incessante procura pela remissão de um pecado. O pano de fundo da trama é a cidade norte-americana de Appalchia de dois séculos atrás, em 1850.

A menina de 10 anos se sente responsável pela morte da irmã. Para tentar tirar este peso da consciência, sai à procura de um homem religioso que tem a capacidade de "absolvê-la" da culpa. Porém, enquanto busca a redenção, Cadi descobre um misterioso segredo que vai dividir sua família e a comunidade do vilarejo onde vive.




terça-feira, 28 de julho de 2015

Informe Gospel Nº 67 - Edição de Dia dos Pais

Agosto já está aí trazendo mais uma grande quantidade de eventos e celebrações para lá de especiais. E a edição Nº 67 do nosso Informe Gospel chega detalhando tudo isto para você.

Como não poderia deixar de ser, dedicamos uma grande parte de nosso periódico para homenagear os pais, este homens valorosos, reis, profetas e sacerdotes de nossos lares, que além das páginas do informe, terão destaque nos trabalhos especiais do mês. E as mulheres não ficaram de fora, pois vem aí o 18º Congresso de Mulheres, e a data também está em evidência. E ainda tem Culto da Saudade, Viagem da Independência, Rede Jovem, Agenda de Agosto, Humor Gospel, Datas Comemorativas e muito mais...

Na seção “História de Nossa Gente”, iremos testificar sobre o “Deus que Salva e Livra da Morte”, num relato impactante do irmão Lucas Passareli e a Palavra Pastoral com um chamado para a união no texto “Sopa de Pedras. ”

Nosso informativo começa a ser distribuído nesta quarta-feira, e pode ser retirado gratuitamente em nossa Sede Regional na Rua Silvio Aurélio Abreu, 595, Jardim Florestal – Estiva Gerbi.

Biografia: Katharina Von Bora


Uma das figuras femininas mais importantes da Reforma Protestante do Século XVI foi, sem dúvida, Katharina Von Bora. Não que ela tenha praticado qualquer grande ato heróico, se envolvido pessoalmente em grandes controvérsias ou sido martirizada em virtude da sua fé. No dizer de um de seus biógrafos: “ela não escreveu nenhum livro nem jamais pregou um único sermão, mas seu inestimável auxílio possibilitou que seu marido fizesse tudo isso como poucos na história da igreja.” Estamos falando da Sra. Lutero.

Katharina nasceu em 1499, filha de um nobre alemão que passava por dificuldades financeiras. Aos 3 anos de idade, perdeu sua mãe, e seu pai a levou para estudar na escola do convento Beneditino, onde vivia sua tia Madalena Von Bora. Aos 9 anos, entrou para o convento propriamente dito, tornando-se freira aos 16 anos de idade. Quando Lutero fixou as suas famosas 95 teses nos portões da Capela de Wittenberg, Katharina estava com 18 anos de idade. Entretanto, ela e outras freiras do convento ouviram falar do ensino bíblico de Lutero, e crendo no que ele pregava, desejaram abandonar a clausura. Escreveram a seus pais, mas eles não tomaram nenhuma atitude no sentido de libertá-las. Decidiram então escrever a Lutero, tendo a carta sido redigida pela própria Katharina. Quando o reformador tomou conhecimento do fato, encorajou um amigo negociante a ajudá-las a escapar. Esse homem, Leonardo Koppe, ia frequentemente ao convento, levando alimentos e todo tipo de mantimentos para abastecer o mosteiro, e uma noite em 1523, ajudou-as a fugir, transportando as 12 noviças em um barril de peixes! Muitas retornaram às suas famílias. Lutero procurou auxiliar a todas, ajudando-as a encontrar moradias, maridos e empregos. Dois anos após a fuga, todas haviam seguido seu destino, exceto Katharina, que morou por um curto período de tempo na casa do pintor Lucas Cranach, autor de seu famoso retrato.

Em 1524, com a aprovação e recomendação de Lutero, Katharina foi cortejada por um dos alunos de Wittenberg, mas seu pai se opôs ao casamento. Neste mesmo ano, Lutero arrumou-lhe um novo pretendente, o Pastor Glatz, mas ela recusou-se a desposá-lo. Ela costumava dizer: “Só me casarei com o Dr. Lutero ou com alguém muito parecido com ele”. Lutero ria ao ouvir isso, pois apesar de, já àquela altura, condenar o celibato, não tinha intenção de casar-se: “nunca farão com que eu me case!”, afirmou ele. Alguns garantem que ele chegou a interessar-se por outra ex-freira, Ave Von Schonfeld, mas o relacionamento parece não ter prosperado.

Porém, gradualmente, tanto pela convivência, como por insistência dos seus amigos e seu pai, Lutero acabou propondo casamento à Katharina. Eles ficaram noivos em 13 de junho de 1525 e casaram no dia 25 de junho daquele mesmo ano, ou seja, doze dias depois! A decisão parece ter causado surpresa, pois o próprio Melanchthon, escrevendo a um amigo, declarou: “Inesperadamente, Lutero desposou Bora sem querer mencionar seus planos ou consultar seus amigos”. Muitos foram contra o casamento, pelos motivos mais variados. Primeiramente porque, àquela altura, ainda não se admitia que os religiosos contraíssem matrimônio: tratava-se de um escândalo! Segundo, pela grande luta que o reformador vinha travando contra Roma: na condição de herege e proscrito, sua vida estava em constante perigo. Outra razão era a diferença de idade: quando casaram, Lutero estava com 42 anos e Katharina com 26! Ela também sofreu difamações pela união com o reformador, mas, felizmente, o casamento ocorreu e eles viveram felizes por cerca de 21 anos, até a morte do reformador. São curiosos alguns escritos de Lutero sobre esse período inicial de sua vida matrimonial. Escrevendo a um amigo ele declarou: “Existem algumas coisas com as quais precisamos nos acostumar no primeiro ano de casamento; o sujeito acorda de manhã e encontra um par de tranças postiças no travesseiro, onde antes não havia nada!” Entretanto, após um ano de casado, escreveu: “Minha Kathe é, em tudo, tão dedicada e encantadora que eu não trocaria minha pobreza pelas maiores riquezas do mundo”. E mais tarde: “Não há na terra um laço tão doce, nem uma separação mais amarga como a que ocorre num bom casamento”. Finalmente, é bem conhecida sua declaração: “Não há relação mais bela, mais amável e mais desejável, nem comunhão e companhia mais agradável do que a de marido e mulher num casamento feliz”.

O príncipe Frederico havia dado de presente a Lutero o prédio do mosteiro agostiniano em Wittemberg, e foi para lá que a família se mudou em 1525. Katharina reformou o mosteiro e o administrou, o que veio a permitir que Lutero gozasse de relativa paz e ordem em sua vida privada. Ela dirigia e administrava as finanças da família, para que ele pudesse dedicar-se às tarefas que essencialmente lhe competiam: escrever, ensinar e pregar. Ela foi uma esposa dedicada e diligente, a quem Lutero freqüentemente se referia como “Kathe, minha patroa (no inglês, my lord)”. Eles tiveram 6 filhos, dos quais 4 sobreviveram até à idade adulta. Além disso, cuidavam de uma parente de Katharina e, em 1529, com a morte da irmã do reformador, mais 6 crianças – agora órfãs – se juntaram à família. Além dos familiares e de um cachorro de estimação, era comum haver mais de 30 pessoas no mosteiro, entre hóspedes, viajantes em trânsito e estudantes (eles costumavam receber estudantes, que pagavam pelos seus estudos, ajudando assim a equilibrar o orçamento doméstico). Desse modo, sua rotina diária era bastante atarefada: ela tinha uma horta, um orquidário, confeccionava material para pescaria, e acabaram, posteriormente, adquirindo uma pequena fazenda onde criavam gado, galinhas e fabricavam cerveja caseira. Ela também gostava de ler e de bordar. Lutero costumava chamá-la de “a estrela da manhã de Wittenberg”, já que diariamente levantava às 4 horas da madrugada para dar conta de suas muitas responsabilidades. Com muita freqüência, o reformador caía enfermo, e Katharina cuidava dele não simplesmente como esposa, mas quase como enfermeira, devido aos grandes conhecimentos médicos que possuía.

Entretanto, sua vida não era somente dedicada a coisas materiais. Seu marido a encorajava em seus estudos bíblicos devocionais e sempre sugeria algumas passagens particulares para que memorizasse. Quando ele se encontrava deprimido, era a sua vez de ajudá-lo: sentava-se ao seu lado e lia a Bíblia para ele, edificando o seu coração. Conta-se que, certa vez, Lutero estava bastante deprimido. Não se alimentava e passava os dias trancafiado em seu quarto. Estava cheio de dúvidas sobre se o que fazia era ou não da vontade de Deus. Katharina vestiu-se de preto e entrou subitamente no aposento. Lutero tomou grande susto, pensando que alguém tinha morrido. Katharina respondeu: “Ao que parece, Deus morreu!” A reação de Lutero foi imediata: levantou-se e saiu do quarto, agradecendo à esposa por fazê-lo retornar à vida.

Em termos de recreação, Lutero gostava de participar de jogos ao ar livre com a família, e também apreciava os jogos de mesa, como o xadrez, além de jardinagem e música. Ele e Katharina eram pais diligentes, “disciplinando seus filhos, em amor”. Seu lar era famoso pela vitalidade e felicidade ali reinantes. Dessa forma, a família do reformador tornou-se um modelo para as famílias cristãs alemãs por muitos anos. Lutero considerava o casamento como a melhor escola para moldar o caráter e a vida familiar um método excelente e apropriado para treinar e desenvolver as virtudes cristãs da firmeza, paciência, bondade e humildade.

Lutero faleceu em 1546, e Katharina ainda viveu por mais 6 anos. Ela chegou a ver seus filhos atingirem a idade adulta, alcançando posições de influência na sociedade, exceto aqueles que morreram na infância, causando grande sofrimento as pais: sua primeira filha (Elizabeth) que morreu aos 8 meses de idade, e a segunda filha (Madalena) que faleceu aos 13 anos. Para termos uma idéia desses sofrimentos, segue um breve relato. Quando Madalena adoeceu gravemente, Lutero orou: “Senhor, eu amo muito a minha filha, mas seja feita a tua vontade”. Ajoelhando-se junto à cabeceira de sua cama, falou: “Madalena, minha menina, eu sei que você gostaria de permanecer aqui com seu pai, e também sei que gostaria de ir encontrar-se com o seu Pai no céu. Ela, sorrindo, respondeu: ‘Sim, papai, como Deus quiser'”. Finalmente, depois de alguns dias, ela faleceu em seus braços, e no seu sepultamento, Lutero disse chorando: “Minha querida e pequena Lena, como você está feliz! Você ressurgirá e brilhará como o Sol e as estrelas… É uma coisa esquisita – eu saber que ela está feliz e em paz, e ainda assim, me sentir tão triste!”

Quanto aos outros filhos, o mais velho (Hans) estudou Direito e tornou-se conselheiro da corte. O segundo (Martin), estudou Teologia. O terceiro (Paul), tornou-se um médico famoso, e a terceira filha (Margareth) casou-se com um rico prussiano. A título de curiosidade: os descendentes de Lutero que ainda vivem, descendem de sua filha Margareth, dentre eles, o ex-presidente da Alemanha, Paul Von Hindenburg. No mesmo ano da morte de Lutero (1546), Katharina deixou Wittenberg e fugiu para Dessau, devido à guerra smalkaldiana e, em 1552, viajou para Torgau, fugindo de uma peste que grassara em Wittenberg. Ela morreu em 20 de dezembro de 1552 na cidade de Torgau.

Escrevendo, certa vez, a um amigo, Lutero disse sobre Katharina: “Minha querida Kate me mantém jovem, e em boa forma também… Sem ela, eu ficaria totalmente perdido. Ela aceita de bom grado minhas viagens e quando volto, está sempre me aguardando com alegria. Cuida de mim nas minhas depressões e suporta meus acessos de cólera. Ela me ajuda em meu trabalho, e acima de tudo, ama a Cristo. Depois Dele, ela é o maior presente que Deus já me deu nesta vida. Se algum dia, vierem a escrever a história de tudo o que já tem acontecido (a Reforma), espero que o nome dela apareça junto ao meu. Eu oro por isso…”.Ao tomar conhecimento dessa declaração, Katharina respondeu:  “Tudo o que tenho feito se resume a simplesmente duas coisas: ser esposa e mãe, e tenho certeza que uma das mais felizes de toda a Alemanha!”.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A Bíblia fala sobre "SEXO"?

Podemos sem nenhum receio afirmar que a Bíblia é o manual do povo de Deus. Ela estabelece as diretrizes a serem seguidas por aqueles que desejam viver enquadrados na vontade do Senhor, nos norteando em todas as situações da vida. E obviamente, um assunto tão inerente ao nosso cotidiano e vital para a existência humana como o sexo, não ficaria sem detalhadas orientações.  A mais relevante recomendação bíblica em relação ao sexo está registrada em Hebreus 14:4 - “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros”. Este texto deixa muito claro que o sexo praticado dentro do casamento tem a benção de Deus, e que a expressão “leito sem mácula ou puro”, fala diretamente sobre a fidelidade conjugal. Infelizmente, muitos acabam interpretando este texto sob uma ótica legalista, e com isto desenvolvem o conceito de que o “sexo” deve ser “santo”, mas na pratica essa santidade consiste em conotar como pecaminosa qualquer prática sexual que não esteja relacionada à fecundação. Com isto, muitos casamentos se deterioram já que o sexo passa a ser encarado pelos cônjuges como uma “obrigação”, tornando a relação sexual em um ato pesaroso, capaz até mesmo de provocar repulsa e promover culpa. A Bíblia, em nenhum momento condena o prazer sexual dentro do casamento, pelo contrário, ela o apresenta como um presente do criador, que ao presenciar a relação macho e fêmea testificou que aquilo “era muito bom”.
Em I Coríntios 7:3, Paulo aconselha aos casais que nunca privem seu cônjuge do prazer sexual, e em Provérbios 5:18-19, é recomendado que “o homem se alegre com a mulher de sua mocidade (virgindade), que em todo o tempo seja inebriado pelos seios dela e que constantemente se extasie com o seu amor”. E obviamente, aqui, a recíproca também é verdadeira. Em Gênesis 26:8, encontramos mais uma evidência do conceito bíblico para o sexo conjugal.  Quando Isaque peregrinou por Gerar, temendo represálias dos moradores locais, mentiu que Rebeca era sua irmã. Isso despertou o interesse do rei Abmeleque para aquela mulher, que decidiu sonda-la pela janela do quarto. Mas para sua surpresa, presenciou a intimidade do casal, que de acordo com o texto, estavam “brincando”, ou em outras palavras, “se divertindo durante a ato sexual” (versão sociedade bíblica britânica).
Porém, mesmo os cristãos mais liberais entre quatro paredes, ainda são incomodados pela dúvida de quais são os limites do sexo no casamento. Obviamente, esta é uma questão de cunho pessoal, e os parâmetros sobre o que “pode” ou “não pode”, varia de casal para casa, sendo necessário um diálogo efetivo e sincero, para que ambos exponham seus necessidades e limites, afim de chegar a um sendo satisfatório para os dois lados. Para ser abençoado, o sexo precisa ser benéfico para ambos os cônjuges, e qualquer ato que provoque mágoa, culpa ou constrangimento a um deles, deve ser sumariamente abolido. Um excelente exercício para os casais que desejam levar a “Bíblia” para a “cama” é a leitura conjunta e sistemática de Cantares. Este livro gerou muitas controvérsias na história do cristianismo, pois muitos se negavam a aceitar sua espiritualidade, mas hoje já se entende a importância da obra dentro do cânone sagrado. Cantares de Salomão foi escrito por alguém que amava e era amado, falando explicitamente de amor, companheirismo, sexo, romance e poesia. Muitos terapeutas cristãos aconselham que a leitura conjunta seja realizada da seguinte forma: 
Crie uma tabela, associando as metáforas usadas no poema, com os elementos reais a que se refere (Por exemplo, no capítulo 7, Palmeira = corpo / cacho de uva = seios, / vinho = boca). Depois, realize a leitura substituindo a linguagem figurada pela literal, e assim, aprenda a desfrutar de todo o prazer que o sexo pode fornecer, sem fugir das diretrizes bíblicas: “Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e então os teus seios serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração como o das maçãs” Cânticos 7:8.

domingo, 26 de julho de 2015

Culto Especial dos Aniversariantes - Julho


Mais um mês está chegando ao fim, e desta vez levando as férias de muita gente embora. Mas antes de nos despedirmos definitivamente de JULHO, aproveitamos o último final de semana julino para agradecer a Deus pela vida dos aniversariantes deste mês. 
Com júbilo e alegria, nos reunimos na noite deste domingo, 26/07/2015 para um culto abençoado com a participação especial de todos os departamentos da igreja, muito louvor e unção, ministrações poderosas, palavras proféticas, aconselhamento pastoral, e a preleção abençoada do Conferencista Mateus Henrique, que nos presenteou com uma mensagem sobre a importância da PALAVRA na vida do cristão, e a necessidade de viver uma vida enquadrada nos princípios do Evangelho. Uma recomendação valiosa não apenas para os aniversariantes, como para toda a comunidade, já que necessitamos urgentemente resgatar nossa identidade de filhos de Deus, e ganhar almas não apenas com nossas palavras, mas também com nosso testemunho.

E que Deus abençoe a vida de cada irmão que vivenciou mais uma primavera neste já findo mês, derramando sobre todos as mais ricas bênçãos dos céus, e parafraseando o apostolo Paulo, dizemos de todo nosso coração: Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo (Filipenses 1:3-6).


01 - Talita Nascimento
03 - Miquéias Daniel Gomes
06 - Tainara Amanda Martins
08 - Aparecida Maria Garcia
10 - Lucas Passarelli
13­ - José Lino
14 - Ana Clara Santos
15 - Victor Samuel Candido
17 - Marcio Jackson Luiz
19 - Maria Isabel Benedito
20 - Isaías de Jesus Valim
23 - Davi Lucas Sant´Ana
23 - Eliane Alves Machado
23 - Levi Vieira de Jesus
24 - Pedro Sevarolli
28 - Janser Sousa
28 - Rosimary Aparecida da Silva
29 - Mateus Nascimento
31 - Renato Ribeiro Almeida