A casa está repleta de pessoas que
ouvem atentamente as palavras do Mestre. Sempre que Jesus visitava a cidade de Betânia
ele usava a sala de seus amigos (Maria, Marta e Lázaro) como templo. A jovem
Maria está atenta às palavras do Senhor, mas sua irmã Marta está atarefada com
seus muitos afazeres, afinal, os maiores sermões de Cristo sempre são
finalizados com uma bela refeição, e ali há muita gente para se alimentar.
Marta corre de um lado a outro;
temperando a carne, cortando a cebola, colocando água para ferver... O suor já
desce pelas suas têmporas e o cansaço já começa a incomodar. Ela passa pela
sala e avista Maria sentada calmamente, imersa em cada palavra. É perfeitamente
entendível a revolta dela com sua irmã – “Eu aqui me matando de trabalhar para
atender toda esta gente e aquela folgada nem pra me ajudar! ”. Num surto de indignação, Marta se
dirige a sala e descarrega sua frustração em... Jesus. – “Mestre, o Senhor não está
incomodado com o fato de Maria ficar aqui sentada sem nada fazer, enquanto eu
me mato de trabalhar? Mande que ela vá me ajudar na cozinha agora mesmo!”
Jesus em sua brandura interpela Marta dizendo: - “Martinha querida do meu coração... Você tem trabalhado demais ultimamente. Tem tentado fazer mil coisas ao mesmo tempo, mas na verdade pouquíssimas coisas são realmente importantes, e Maria escolheu a que mais importa”.
Muitos sermões têm se dedicado a censurar Marta por ter ficado na cozinha enquanto a mensagem era pregada na sala, mas repare que não é esta a atitude censurada por Jesus... Ele recrimina Marta por tentar retirar Maria da sala e não por ela mesma (Marta) estar na cozinha... Isto porque se não houvesse alguém trabalhando enquanto outros apenas ouviam, não haveria um jantar delicioso esperando por eles após o culto...
No Reino de Deus, para que muitas “MARIAS” possam desfrutar plenamente da ministração, algumas “MARTAS” precisam estar atarefadas na cozinha... O importante é que tudo seja feito “por” e “para” Jesus e não visando glórias e reconhecimentos pessoais. Este era o erro de Marta, colocar o seu trabalho acima da necessidade da alma, coisa que Maria não se negava a fazer.
Em nossa vida eclesiástica, às vezes somos como Maria, apenas apreciando e sendo servida na sala de jantar; mas às vezes (e muitas vezes) seremos Martas, suando a camisa na cozinha, preparando essa mesma janta. A beleza é que a voz do Mestre é tão poderosa, que pode muito bem ser ouvida até mesmo detrás de um fogão. Mas é preciso que Martas e Marias estejam com os corações abertos...
Bom Final de Semana!
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