terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A Glória Permanente


Escrevendo aos crentes de Corinto, Paulo expõe claramente a questão da cegueira espiritual dos judeus e o que está reservado para todos aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus.  Até hoje o mundo relata os fatos acontecidos no Egito na época de Moisés. São feitos maravilhosos que todos conhecemos, e mesmo não os tendo visto, sabemos que foram reais ao ponto de anuncia-los geração após geração.

Parece que nossos antepassados vivenciaram um sonho quando lemos as páginas da Sagrada Escritura. Porém, de forma ousada, Paulo nos afirma que toda essa glória não passava de uma sombra do que ainda aconteceria em nossos dias, que o que Deus deseja derramar sobre seus filhos é superior a tudo o que já aconteceu no passado, e que esteve contido na época de Moisés porque deveria acontecer nos dias da igreja. Paulo classifica os milagres de Moisés como transitórios, e nos revela que sobre a igreja existe uma glória permanente (II Coríntios 3:7-12). 

É difícil imaginar ou até mesmo crer que realizaremos coisas grandiosas que irão superar as obras de Moisés, mas é o que a Bíblia nos revela. Sendo assim, corramos para os braços do Espírito Santo, pois Ele tem todas as respostas para nossas indagações e para esta geração perversa que nos rodeia.

II Coríntios 3:11, Paulo é taxativo ao afirmar: - “Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece (II Coríntios 3:11). O tempo do verbo nesta passagem é crítico: “o que se desvanecia”. Paulo o escreveu num período histórico de sobreposição de eras.

Nesse tempo os judaizantes desejavam que os cristãos voltassem a viver sob o jugo da Lei, que mesclassem as duas alianças. Paulo está dizendo: “por que voltar ao que é temporário e que se desvanece?”, vivam na glória da nova aliança que é cada vez maior. A glória da Lei é apenas a glória da história passada, enquanto a glória da nova aliança é a glória da experiência presente. Deus preparou algo grandioso para nossos dias, mas o véu da revelação ainda está encoberto para muitos.

A glória permanente tem um alvo específico e primordial - “Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (II Coríntios 3:18). Paulo nos revela que toda essa glória tem como objetivo nos tornar em imagem e semelhança de Deus, ou seja, parecidos com Jesus.

Lá no Éden o homem se desfigurou perdendo a semelhança: no calvário, Cristo tomou de volta o que foi perdido (Lucas 19:10; II Coríntios 15:45-48); e o alvo final do cristianismo é que todos os filhos de Deus se tornem semelhantes a Ele no dia do encontro (I João 3:2). SE fizermos tudo e não nos tornaremos semelhantes a Cristo toda a nossa vida terá sido em vão. Desde a criação, Deus revelou seu poder a humanidade. Ao reconstruir o mundo do caos, Ele usou apenas a Sua Palavra e tudo passou a existir.

Milagres, sinais e maravilhas são uma credencial da igreja, eles não podem em hipótese alguma andarem distantes. Uma igreja sem o sobrenatural não passa apenas de mais uma religião. Se começamos no sobrenatural, terminaremos nele. Acreditemos no poder dessa palavra! O Senhor reservou todo o seu melhor para esses últimos dias da igreja, o próprio Jesus nos revelou ser possível realizar grandes feitos. O princípio ainda é o mesmo: a santidade, a fé, e a separação de tudo aquilo que se chama pecado. Deus ainda é o mesmo e ainda realiza grandes feitos (Hebreus 13:8).


Fonte: EBD

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Marcas de um verdadeiro adorador


 As marcas que identificam o verdadeiro adorador estão gravadas no espírito, na alma e no corpo do adorador. O espírito do homem é a sede do Espírito Santo, possibilitando a manifestação do Deus trino.

Na conversão do pecador, o seu espírito se torna o depósito da presença de Deus, trazendo a ele, a possibilidade do retorno ao estado de comunhão com os céus. Nesse momento, um rio de águas vivas passa a fluir do interior do homem. Esse rio é a glória do Deus criador que passa a transformar o interior do homem.

A nova vida é manifestada, para logo em seguida, ter a sua alma atingida por esse turbilhão das águas que jorram do trono do Deus eterno. A alma é o centro das emoções do homem, e é bem ali, no antro das emoções, que a ação do Espírito Santo vem gerar mudanças profundas, radicais, pois esta locação que foi contaminada pelo queda do homem lá no Jardim, precisa passar por uma rígida e profunda transformação. Quando a Bíblia fala de coração do homem, literalmente ela está falando da alma do homem.

Essa alma tem sede de Deus, ansiedade descrita no Salmo 42:2: - “Minha alma tem sede de Deus, quando irei e me verei perante a face de Deus?” 

Todo verdadeiro adorador tem sede de Deus, tem sede pela presença de Deus, tem sede pela palavra de Deus, tem sede da justiça de Deus. Logo entendemos que para ser um verdadeiro adorador, a alma do homem precisa ser marcada por essas características básicas citadas acima. Por fim, vem o corpo. O corpo manifesta as características do Espírito Santo no espírito do homem, e também manifesta as características da alma renovada pela presença de Deus no espírito do homem. Sendo assim o corpo do adorador deve transmitir a glória do Deus Eterno.

Existem muitos versículos indicados para complementar este tema de grande valor instrutivo, mas, um deles tem me chamado a atenção. A leitura do texto de Neemias 8: 8-12 é fenomenal. O livro da lei é lido a todo povo em plena praça e todos tinham ouvidos abertos e atentos para ouvir ao livro da lei. A comoção foi estrondosa pois quando Esdras abriu o livro, "Oh! Glória”, todos se puseram em pé. Logo após a leitura o povo adorou ao Senhor com o rosto em terra. Esdras, Neemias e os levitas, disseram a todo povo: - “Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus”. 

Aqui fica explícito uma das grandes marcas que caracterizam um verdadeiro adorador: O desejo de restauração pela Palavra do Senhor. O desejo ardente pela lei do seu Deus é a marca mais visível na vida de quem é adorador. Como estamos necessitando de Neemias e Esdras nessa geração. Homens e mulheres amantes da lei do Senhor Jesus. Homens e mulheres impregnados por uma paixão avassaladora, que os arrebatam a um nível tão profundo que nada mais tem importância, a não ser, trazer o coração do povo a se render ao Senhorio de Cristo e do seu Reino.

Os pontos salientes destacados nos próximos tópicos são de um valor incalculável para nós que desejamos ser verdadeiros adoradores do Deus Eterno. Primeiro. A marca da verdade. A importância de ser verdadeiro é indispensável principalmente quando o assunto é conosco. Se queremos atrair a glória de Deus para nós e depois espalhar entre as pessoas e ver os resultados? É preciso vasculhar o nosso enganoso coração (Jeremias 17:9). O nosso coração é perverso, é enganoso. Só Deus pode sondar, perscrutar o nosso coração. Precisamos encarar essa verdade.

Infelizmente não são poucos os filhos de Deus que caem no conto da carochinha do enganoso coração. Se acham auto-suficientes, os dono do poder, os senhores de suas vidas, os “sabe” tudo e etc..

Muitos são os que não querem enxergar as suas mazelas, suas mentiras, seus enganos. Mas, a verdade é que todos nós sabemos que temos que fazer o que é certo fazer, e o que é certo fazer? O certo a fazer é: Reconhecer firmemente que somos totalmente dependentes de Deus e nessa firmeza buscar nos humilhar aos seus pés, tomarmos coragem de abandonar as ilusões de nosso coração enganoso e nos aproximar da cruz. Pois Deus conhece a verdade do íntimo de cada um de nós.  Muitas vezes a verdade de nossa vida não é a verdade de nossa voz. Falamos muito e não fazemos nada.

As pessoas dizem ser, mas entre o dizer e o fazer, eis a questão. É necessário rever muitas coisas em nós. Pois corremos sérios perigos em tentarmos viver sobre o comando do enganoso coração. A marca da verdade deve ser nossa bandeira, nosso brasão, nosso lema e nossa divisa.

Em segundo lugar temos a marca da excelência. Ser excelente é ser diferente. É sobressair é saber se diferenciar do normal, do comum e do banal. Fazer as coisas com experiência é deixar a marca da glória do Senhor Jesus dominar o ambiente, é deixar que Deus seja exaltado. E enfim a marca da paz é Jesus.

O senhor da paz, dele vem a paz que excede todo entendimento. Nessa paz temos a confiança de que nada pode nos separar do Deus eterno. Essa marca deve ser expressa na vida do verdadeiro adorador. Num meio de tantas ideologias a paz de Jesus Cristo deve permear nossas mentes. Pois temos a mente de Cristo. (I Coríntios 2:16).


Pb. Bene Wanderley

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A oração no século da indiferença


A atualidade é marcada por ser a era da indiferença. Em tempos assim, orar é revolucionário, pois, se a oração revela nossas preocupações com os outros, quando oramos por nossos irmãos, quebramos as garras da indiferença e afirmamos pertencer ao Corpo de Cristo. Existem três qualidades essenciais para a experiência da oração.

Primeiro, amor uns pelos outros. A natureza do amor de Cristo é sua segurança de ser amado pelo Pai, que o torna livre para amar os homens sem medo e sem reservas.

Segundo, o desprendimento das coisas terrenas. Quando oramos “seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”, desejamos desde já experimentar as realidades eternas aqui. Nossos afetos são transformados. Desejamos mais as coisas que refletem a imagem de Cristo em nós.

Terceiro, o exercício da verdadeira humildade. A humildade nasce das duas compreensões básicas.

A primeira diz respeito a Deus e a segunda a nós mesmos. É fundamental compreender diante de quem estamos e a quem dirigimos nossas orações, e quem somos nós diante de Deus. A humildade nos faz reconhecer que não temos nada de nós mesmos e que tudo o que temos são dádivas de Deus (Romanos 8:32).

Se a indiferença se transforma em regra, o conceito de comunidade agoniza. A oração destrói o edifício da indiferença porque nos coloca no lugar: dependentes de Deus e dos outros. Quando nossos afetos se mostram desordenados, a oração também se nos mostra confusa. A carência nos afetos torna-nos egocêntricos na oração. Não há receitas para a oração.

Uma das armas responsáveis pelo declínio da oração nos nossos dias é a tentação da receita. Muitos livros são lançados sobre “como orar”, “sete passos para a oração que Deus responde”, “faça a oração que move a mão de Deus”, e muitos outros nessa infeliz linha. Influenciados pelas lógicas do comércio, esquecemos que orar é conversar com Deus, não comprar um produto qualquer.

O homem pós-moderno julga-se seu próprio deus. Quando tudo é feito para o meu próprio prazer, então sou o deus de minha própria vontade. Contudo, ao orar, estou enfatizando a verdade de que não sou um deus – tenho necessidades, carências. Dirijo-me a um ser maior do que eu. Esse confronto que a oração propõe ao meu ego quebra a arrogância e me torna – ou devolve – a condição original. Como o homem, no século da indiferença, não consegue existir por conta própria, a oração despedaça seu mundo autoconfiante. Esse confronto é um passo para a consciência do quebrantamento.

Quando a adoração tem esses elementos: quebrantamento, contrição e carência honesta, transforma-se numa melodia da graça de Deus nesses tempos de distâncias dos corações.

Atualmente, a correria tem afastado muita gente do lugar da oração. Influenciados pela sociedade da pressa, muitos perderam a maravilha de passar tempo em oração. O relógio da pós-modernidade não suporta esperar. As pessoas acham que se perderem algum tempo, diminuirão seus ganho, perderão oportunidades. O sucesso vem antes da espiritualidade.

A oração de Moisés precisa ser feita pela massa pós-moderna: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” (Salmo 90:12). Se perdermos essa certeza em relação à vida de oração, estaremos condenados a uma vida insana de correrias e cansaço. Quando aprendermos a dádiva da oração como ingrediente indispensável para a existência feliz e segura, poderemos descansar.

Quando oramos, evoluímos da simples expressão de nossa vontade para a abertura mais profunda de nossa dimensão íntima, secreta, discreta e particular. Ser adorador sem oração é como ser pescador e odiar o mar.

Fonte: EBD

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

EBD - A geração que fracassou na Terra da Promessa



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 102 - Editora Betel
Aprendendo com as Gerações Passadas - Lição 09
Comentarista: Pr. Manoel Luiz Prates

 











Comentários Adicionais

Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Abdenego Alves Wanderley












Texto Áureo
Eclesiastes 1:4
Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.

Verdade Aplicada
A pior tragédia para uma geração é viver alienada de Deus, andando por seus próprios caminhos.

Textos de Referência
Juízes 2:6-8, 10

E, havendo Josué despedido o povo, foram-se os filhos de Israel, cada um à sua herdade, para possuírem a terra.
E serviu o povo de Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué e viram toda aquela grande obra do Senhor, a qual ele fizera a Israel.
Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, da idade de cento e dez anos.
E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel.

Introdução
Dentro da totalidade do plano eterno de Deus, a vida é um sopro, curta demais para tudo realizar. Cada geração desempenha sua parte na realização deste projeto e cada uma depende da outra para concluí-lo.


A conquista de Canaã
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Após a conquista de Jericó, o general Josué conduziu os hebreus para uma série de vitórias memoráveis. Antes, porém, n cidade Ai, os israelitas aprenderam uma grandiosa lição sobre a fidelidade e a obediência como requisitos para as conquistas. Um homem chamado Acã, escondeu em sua tenda despojos de Jericó, algo que tinha sido terminantemente proibido pelo Senhor. A desobediência trouxe para a nação uma derrota vergonhosa diante da pequena Ai. Josué clamou ao Senhor tentando entender o motivo de tamanho fracasso. Deus respondeu a Josué, que enquanto existisse no seio da nação “coisas roubadas e condenadas”, eles não teriam condições de vencer nenhum inimigo (Josué 7:10-13). Erro detectado e corrigido, a cidade de Ai não pode meais resistir aos hebreus. Para que o mesmo erro não se repetisse, Josué ergueu altares de renovação, onde o povo oferecer sacrifícios e se dedicou ao estudo da lei. (Josué 8:30-35).

Num descuido estratégico, Josué selou um acordo de paz e cooperação com os Gibionitas. Quando Gibeom foi atacada por uma coalizão de cinco reinos do centro- sul de Canaã, Isarael foi acionado para lutar ao lado dos Gibionitas. Deus interveio na batalha, enviando uma chuva de pedras sobre os inimigos. Apavorados, os cinco reis, tencionavam usar a escuridão da noite que se aproximava, para imprimir fuga. Foi neste momento que Josué fez sua famosa oração ordenando que sol e lua não se movesse no céu. Hoje sabemos que naquele dia, a “terra” parou seu movimento de rotação. Sem dúvidas, o mais portentoso dos milagres já realizados até hoje (Josué 10:14). Os israelitas não apenas derrotaram a coalisão de exércitos, como também conquistaram todo o sul de Canaã.

Amedrontados com o poderio de Israel, 31 nações do norte juntaram suas forças para derrotar os hebreus. O gigantesco exército possuiu um arsenal incontável, e muitos carros de guerra. Porém, a batalha aconteceu numa região pantanosa chamada “Águas de Meron”. A grande coalisão se viu atolada no lamaçal, e mais uma vez, Israel triunfou de forma miraculosa (Josué 11:6). Nos próximos sete anos, Josué liderou os hebreus em diversas campanhas militares, e sempre saiu vitorioso de suas principais batalhas.

Quando chegamos em Josué 13, encontramos o general com a idade bastante avançada. Havia muitas terras a se conquistar, porém, ele mesmo, já não tinha forças para combates intensos. Josué, então, decide descentralizar o comando. Ele decide repartir o território de Canaã, onde cada israelita recebeu por herança um quinhão da terra. O general instruiu que cada tribo lute pelo território que recebeu, já que muitas regiões ainda estavam sobre domínio dos cananeus. Enquanto alguns líderes tribais acataram esta instrução, e lutaram bravamente por seus territórios (Josué 14:12), outros optaram por coabitar com os povos nativos, se conformando com pequenas porções de terra. E este se tornou um problema gravíssimo.

Deus havia ordenado que os cananeus fossem exterminados da terra (Josué 9:24, 11:11). O Senhor sabia que as nações cananeias seriam um câncer corroendo Israel. Idolatrias, prostituições e iniquidades estavam inseridos na cultura de Canaã, até então, formada por pequenos estados independentes e sem governo centralizado. Cada um fazia o que lhe parecia bem, e ninguém temia ao Deus de Israel. Era preciso limpar a terra deste mal. Obviamente, se um cananeu se arrependesse, seria poupado, assim como aconteceu com Raabe em Jericó. Agora, com povos pagãos convivendo do “outro lado da cerca”, Israel estava exposto a todo tipo de contaminação espiritual. Sem perceber, a nação estava alimentando com a própria mão, a serpente que mais tarde, iria lhe picar.


Fidelidade de um e o sucesso de outro

Por mais poderosa e consagrada que seja uma geração, ela é insuficiente para dar conta de todo o trabalho dessa grande seara. A geração pós-Josué jamais compreendeu que o plano de Deus se concretiza de maneira progressiva através de gerações. Uma das maiores discussões de nosso planeta está em como aprender a conviver com as mudanças de nossa geração que passa, outra surge com novos desafios. Por exemplo, em alguns países, existem leis que aprovam os casamentos de pessoas do mesmo sexo (I Timóteo 4:1-3). Muita coisa ilegal nas gerações passadas, está sendo legalizada. Outro fato alarmante é que há aproximadamente cinquenta anos, o sexo entre jovens e não-casados era visto como desonroso, mas, hoje em dia, tornou-se comum, onde muitos jovens têm se tornado pais cada vez mais cedo.

Infelizmente, os dias atuais estão marcados pela irresponsabilidade daqueles que deveriam ser o reflexo da glória do Senhor e responsáveis pela expansão do Reino de Deus aqui na terra. É bem verdade que esse mau comportamento pode causar danos às futuras gerações.

A história de Josué terminou maravilhosamente bem. Ele viveu cento e dez anos e sua geração foi fiel a Deus e cumpriu tudo que com o tempo se permitiu (Juízes 2:7-8). Porém, em meio a tanto sucesso, a seguinte geração pouco herdou da herança espiritual de seus pais. Nos dias de Josué houve muitas conquistas, mas não todas. O que restava deveria ser concluído pelos filhos daquela geração. Não somente morreu Josué e sua geração, morreu também seu legado. A seguinte geração, além de não conhecer a Deus, ainda desconheceu o legado de seus antepassados (Juízes 2:7).

Na verdade, não é que eles não conheceram. Eles sabiam, mas nunca tiveram uma experiência marcante como a de seus pais. Eles nasceram numa terra farta, jamais foram escravos, tiveram a mão forte do Senhor a guia-los, mas fracassaram em seu legado. Cada geração precisa ter seu encontro pessoal com o Senhor Deus, pois a salvação é individual.

Desde a saída do Egito, o Senhor tinha um propósito para o Seu povo. Deus não queria que perecessem no deserto. Eis sua vontade: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19:5-6).

Sabe o que significa um tesouro especial? É aquilo em que Deus põe sua total atenção, Seu cuidado, seu amor. Os filhos de Israel foram escolhidos para andar com Deus (Isaías 41:9). Mas não era somente isso. Eles deveriam ser também para Deus um reino de sacerdotes e nação santa. Deus não os chamou somente para lhes conferir as riquezas de Sua graça. O Senhor dos Exércitos contava com eles para que cumprissem um propósito. A missão de Israel era primeiro conhecer intimamente a Deus e depois revelar esse conhecimento para as nações (Êxodo 19:5). Vale a pena ressaltar que um tesouro, além de ser a maior conquista de um rei, é também algo que exige segurança e cuidados especiais para que os inimigos não o levem. Ser tesouro do Eterno Deus é ter um grande valor e uma grande proteção.


O perigo da auto-sufiencia
Comentário Adicional
Pb. Abdenego Alves Wanderley

Biblicamente falando, não é tarefa fácil falar sobre uma geração. Confesso, que, mergulhar neste extenso e complexo tema, é uma grande aventura. A complexidade, na verdade, está nas várias interpretações teológicas sobre o assunto. A Bíblia fala deste tema de Genesis à Apocalipse, já que uma geração de conecta a outra, e os eventos se contextualizam. E a Bíblia, embora seja uma leitura agradável e edificante, não é simples literatura. As várias linhas de interpretação bíblica, por vezes, se divergem entre si. Sendo assim, a complexidade vem de nós mesmos, que não damos uma devida atenção aos textos e contextos bíblicos.

Na lição em estudo é inegável a influência de gerações antigas sobre as novas gerações. Na lição passada, vimos Josué liderando uma geração conquistadora e cheia de fé; aqui estamos nós, testemunhando uma geração fracassada, porque não olhou para a geração passada. Não aprendeu com seu passado histórico.

Gosto muito de um verso bíblico que nos faz refletir sobre o que estamos estudando, Provérbios 22.28: - "Não desloque os marcos ou limites dos antigos que teus pais ficaram". A geração da conquista desprezou as obras de Deus que foram realizadas na vida de seus pais. Eles tinham uma história escrita pelo dedo de Deus. Mas, decidiram seguir seus próprios caminhos.

O maior fracasso dessa geração hodierna, é justamente, levar estampada no peito a autoconfiança, a soberba e o orgulho. Quando deixamos de olhar para o nosso Deus, a tendência é cair em poço fundo cheio de escuridão, vazio de vida e gelado pela presença da morte espiritual. O mal que fez aquela geração pós Josué fracassar, foi a autoconfiança em si mesmo e achar que uma vez de posse da benção, não precisava de Deus. Temos que tomar cuidado pois todos nós estamos na mira desse mal.


Por que fracassa uma geração?

O fracasso da terceira geração foi simplesmente viver com Deus sem achar que deveria conhecê-Lo. É possível comer o maná e jamais entender seu significado. É possível estar no templo sem Deus no coração. O relacionamento com Deus deve ser contínuo para conhecê-Lo e entender Sua Palavra. A terceira geração nasceu livre, em uma terra abundante. Eles não precisavam esperar uma porção diária, como seus pais no deserto (Deuteronômio 8:7-10). Por esse motivo, relaxaram quanto à atenção que deveriam ter em relação à comunhão com Deus e a consciência de serem seus dependentes dEle, resultando, assim, em tragédia e ruína. Essa geração não teve experiências significativas com Deus. Consequentemente, nunca chegou a ter consciência de sua necessidade de Deus. Eles deveriam recordar que seus pais foram salvos de uma escravidão que eles nunca experimentaram (Deuteronômio 8:11-14). Todavia, seu maior engano foi imaginar que não precisavam tanto de Deus quanto seus pais precisaram.

O Eterno Deus falava e o menino Samuel não entendia. Assim acontece com muitas gerações (I Samuel 3:6-7). É importante entender que aqueles que foram libertos de uma vida escrava, que viveram escravizados por toda sorte de pecados, sabem muito bem o valor da salvação (Salmo 116:16).

Nascemos com um propósito todo especial designado por Deus (Jeremias 1:5). Viver apenas para si e para os próprios deleites empobrece a nossa existência (João 4:36-38). Deus não nos chamou para olhar para trás e criticar ou desfazer o que foi feito antes, mas, sim, para dar continuidade e seguir adiante com o plano, buscando constante aperfeiçoamento para melhor cumprirmos a missão dada por Deus (Efésios 4:12), preparando outras gerações para que possam ir adiante de nós e alcancem o que não pudemos alcançar (Salmo 145:4).

A evolução da ciência e as principais descobertas da atualidade não aconteceram do dia para a noite. Elas são fruto do trabalho de pessoas que praticamente se anularam e renunciaram a uma vida normal, para dedicarem-se integralmente às gerações posteriores. Eles sabiam que as futuras gerações dependiam inteiramente de seu árduo trabalho. Muitos morreram e nada viram, outros deram seguimento e concluíram com êxito a tarefa que lhes fora confiada (Tiago 2:18, 22).

A geração da terra fértil não precisava de forma alguma entrar por caminhos desconhecidos, não precisavam cometer os mesmos erros, pois seus pais eram seus espelhos (Deuteronômio 8:1). Qual o maior tesouro que uma geração pode deixar para outra? O conhecimento de Deus, foi exatamente esse quesito que essa geração desperdiçou. Como é importante ter um histórico de vida com Deus em uma família. Hoje famílias inteiras estão sendo dizimadas. Casamentos estão desmoronando. O mundo vive um desequilíbrio social progressivo e a única coisa que pode frear o mal é um retorno à Palavra de Deus. O conhecimento de Deus vai além de saber que Ele existe, mas reside no fato de conhecer e obedecer à Sua Palavra (Oseias 4.6).

O propósito do nosso Deus é que sempre sigamos adiante. O que teríamos hoje se os cientistas que sequer conhecemos não assumissem a responsabilidade de dar continuidade às pesquisas? O que seria de nós? Eles viveram para uma missão. É isso que Deus também espera de nós (João 15:16).


O tempo dos juízes
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Moisés teve o cuidado de preparar um sucessor. Josué, infelizmente não. Em seu último discurso, Josué diz uma frase memorável, que muitos a descontextualizam como sempre uma promessa de Deus, mas não é: - Eu e minha casa serviremos ao Senhor! Aqui, Josué está aconselhando os israelitas, e afim de os inspirar, afirma que toda a sua família, decidiu servir ao Senhor integralmente. Por outro, lado, o contexto nos deixa claro, que Josué estava sendo omisso quanto aos caminhos que a nação tomava: - Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. (Josué 24:15).

Ao descer da montanha e assistir a terrível celebração do bezerro de ouro, Moisés destruiu a imagem, e eliminou os líderes daquela rebelião espiritual. O próprio Josué liderou o apedrejamento de Acã. Agora, ele lava suas mãos e deixa que cada um tome suas próprias escolhas. Ele e sua casa serviria a Deus. O que os outros fariam, já não era sua responsabilidade. E o que os israelitas fizeram? Tudo o que era mal aos olhos do Senhor. A desobediência encontrada no livro de Josué, dá origem ao Livro de Juízes, que se fosse um filme, teria censura de 18 anos, tamanha carnificina ali encontrada.

Josué morreu sem deixar um sucessor. Cada tribo passou a tomar suas próprias decisões. É neste período histórico de 325 anos que surgem os juízes tribais. Eles se levantavam para livrar o povo dos seus opressores ou resolver disputas, mantendo a justiça. Neste tempo, Israel fazia o que era mal aos olhos do Senhor, e como consequência, era subjugado por alguma nação estrangeira. Em meio ao sofrimento, a nação se arrependia de seus pecados, clamava ao Senhor, e Deus levantava um homem dotado de grande fé, que livrava a nação das mãos inimigas. E o ciclo se arrastou por séculos. Ao todo, Israel teve 14 juízes, sendo que alguns deles, julgaram simultaneamente em regiões diferentes. Foram juízes em Israel: Otniel, Eude, Sangar, Debora, Gideão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdon, Sansão, Eli e Samuel.

Casamentos miscigenados, corrupção moral, imoralidades, injustiça social. Muitos foram os fatores que atraíram a fúria de Deus contra Israel. Suas mãos se valeram de muitos chicotes estrangeiros, tais como a Mesopotâmia, Moabe, Midiã e Filisteia. Diversos nações poupadas pelos hebreus no livro de Josué, formaram coalisões militares que os afligiram por décadas no livro de Juízes. Se num relato somos apresentados a desobediência do povo, no outro, conhecemos suas consequências. O ciclo dos juízes se findou em Samuel, o autor de uma celebre frase que ilustra bem esta verdade: - Obedecer é melhor que sacrificar (I Samuel 15:22).


Uma geração pode afetar a outra

O que semeia para o futuro uma geração que vive sem Deus? Problemas, somente isso. Dessa geração que apenas viveu para si, desfrutando de uma terra fértil, surgiu uma geração problemática, imatura e incrédula, que Deus se compadecia e enviava um libertador a cada período de tempo, mas eles nunca se firmavam porque, infelizmente, não possuíam, como seus antepassados, uma vida com Deus (Juízes 21:25). O descompromisso e a insensatez da geração da terra fértil fizeram parte do DNA da geração da época dos juízes (Lamentações 5:7-17). Se observarmos a história dos grandes avivamentos, veremos que muito dos trabalhos feitos, por grandes homens e mulheres de Deus hoje não passam de lembranças. Muitos locais se tornaram em mercados, museus e até ferrovias. Em muitos outros, o que podemos encontrar são ruínas e uma lembrança de que um dia o Senhor esteve presente ali.

Não devemos apenas ter o Senhor Deus como amigo, devemos apresentar esse amigo, devemos apresentar esse amigo aos necessitados, àqueles que precisam. Mais do que nunca, a Igreja, a Noiva de Jesus Cristo, deve ser atuante e, por onde passar, deve deixar a marca da presença do Senhor. É importante destacar que os sucessos e fracassos das gerações passadas são placas sinalizadoras para a nossa caminhada (Pv 22.28).

Josué viveu bem e alcançou sucesso em suas conquistas. Mas existe um fator que deveria ser apreciado no tempo de sua gestão. Josué recebeu uma capacitação da parte de Moisés, mas não há registros de ter preparado outro líder para dar seguimento à obra que realizara (Deuteronômio 34:9). A obra feita pela geração de Josué avançou bastante, mas ainda havia muito a fazer. A palavra que descreve esse tempo é: “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Juízes 21:25).

Quando não se conhece ao Senhor, o que existe são apenas ideias e intenções humanas. E os resultados são sempre ruína e destruição espiritual. Uma árvore jamais produz fruto para si. Ela jamais irá desfrutar do próprio fruto. Seu fruto é sempre para outrem. Assim também somos nós. Não somos um fim em nós mesmos. Se em nossa morte nossa influência não se perpetuar, logo, o que tínhamos como sucesso, será esquecido de todos (Isaías 61:1-4). É importante ressaltar que a apostasia dos filhos de Israel durante o período dos juízes é muito mais repreensível quando vista através das grandes obras feitas pelo Senhor, o Deus Eterno. Grandes privilégios envolvem grandes responsabilidades.

A geração da época dos juízes de Israel era tão problemática que até os seus libertadores eram oscilantes (Juízes 2:16-19). Durante quatrocentos anos, tudo o que havia de Deus era uma lembrança. Deus até os socorria de tempos em tempos, mas quando morria um juiz o povo caia na mesma desgraça. A primeira grande tarefa de um salvo não é conhecer o que o Senhor é capaz de fazer, mas quem é o Senhor que o salvou (Oseias 13:4; Jeremias 9:24). Toda a desgraça se deu porque essa geração não conheceu ao Senhor. Esse foi o motivo de seu fracasso. Deus é Deus de aliança, de comunhão e não somente o doador de bênçãos.

A aliança com o Eterno Senhor Deus é a base para uma vida frutífera e feliz (Isaías 33:6). Leia Juízes 2.19 e veja esse versículo como o retrato de um povo que renunciou ao compromisso com o Senhor: “Porém sucedia que, falecendo o Juiz, tornavam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e encurvando-se a eles; nem do seu duro caminho”. Vemos no livro de Juízes os princípios que regeram o relacionamento do Senhor Deus com os filhos de Israel durante quase dois séculos. Podemos observar que houve um ciclo repetitivo de quatro fases neste período: Apostasia, servidão, súplica e livramento. A nação israelita abandonou o Senhor, crime que envolvia a deslealdade a seus antepassados e esquecimento voluntário das poderosas obras que o Senhor realizara em seu benefício, especialmente o livramento do Egito. Todas as comprovações de suas tradições deveriam ter assegurado a fidelidade do povo, mas, ao contrário, voltaram-se para os deuses dos povos no meio dos quais haviam chegado, cuja religião parecia estar mais diretamente voltada para a prosperidade do povo.

Conclusão

A geração pós-Josué não obteve o resultado esperado porque deixou o Senhor e serviu a deuses estranhos. Aprendemos nesta lição que mesmo estando no lugar em que Deus nos colocou, corremos o risco de perder a bênção e comprometer o sucesso das futuras gerações.




Em sua infinita bondade e misericórdia, Deus criou um plano de salvação para a humanidade e cada geração desempenha seu papel para que este plano se torne conhecido em seu tempo. Quando uma geração não cumpre o seu propósito, os prejuízos são incalculáveis. Devemos ser espelhos para as próximas gerações, isto é, através das nossas atitudes anunciar as grandezas do Senhor, mostrando a necessidade constante de termos um relacionamento íntimo e profundo com Deus. Para uma maior compreensão desta verdade, participe neste domingo, 26 de fevereiro de 2017, da Escola Bíblica Dominical.