domingo, 18 de outubro de 2015

O pecado e a redenção


Livremente inspirado na ministração realizada pelo Pr. Wilson Gomes na Celebração da Santa Ceia do Senhor em 18/10/2015.

A definição básica de pecado no grego é “hamartia”, e significa: “errar o alvo”. Pecar é, basicamente, desvincular-se do propósito original de Deus. Existem certas atitudes que se opõem a forma como Deus instruiu aos seus escolhidos a agirem, o que caracteriza uma desobediência direta a um mandamento divino, incorrendo em pecado.

Com o pecado não se brinca. Quem está sob a pressão da tentação deve se resguardar orando, resistindo ou até mesmo fugindo, dependendo da natureza da tentação.  O pecado praticado, antes já foi um simples pensamento. A linha que divide o pensamento e a ação é exatamente o desejo, o que faz dela tênue e muito frágil. Quando Jesus disse em Mateus 5:17, que veio não para abolir a Lei, mas para cumpri-la, ele deixou muito claro em seu sermão que o grande ponto falho daquela legislação era apenas ser punitiva com a “ação” do indivíduo, mas que agora, deveríamos também coibir maus pensamentos e extirpar desejos ruins, ou seja, Jesus nos ensinou a cortar a árvore do mal pela raiz, e não apenas evitar seus frutos. O pecado externo começa internamente, e assim devemos policiar com rigoroso zelo nossas emoções. Existem algumas atitudes que são fundamentais para que o cristão possa encarar tais pecados e evitá-los, a saber: prudência na conduta pessoal, oração, vigilância e momentos devocionais consistentes para resistir as astutas ciladas do diabo (Efésios 6:11).

Originalmente, homem foi criado imagem e semelhança de Deus, envolto em inocência e pureza, mas acabou se deixando contaminar pela influência de Satanás.  O agente contaminante é o pecado, que deturpa nossos conceitos e vontades, escravizando a alma numa condição pecaminosa. O problema com o pecado, é que embora seu efeito aprazível é tênue e efêmero, suas consequências repercutem na eternidade.   Desde o primórdio da criação, a “morte” foi estipulada como sendo a “paga” pelo pecado, tornando como regra universal o fato que toda alma cometesse pecado deveria morrer (Romanos 6:23 / Ezequiel 18:20). O pecado constrói uma barreira entre criatura e Criador, sendo que este muro define a separação eterna entre Deus e homem. Este distanciamento perpétuo pode ser definido como sendo a “morte definitiva”, que em muito excede a morte física. Em relação ao pecado, não há negociação ou salvo-conduto, não existe margem interpretativa ou abertura de exceção. Pecado é sempre pecado e o preço por ele cobrado é a morte, impreterivelmente. Porém, existe um mecanismo habilmente engendrado pelo próprio Deus que tem a capacidade de quebrar o ciclo vicioso pecado-morte, e derrubar a barreira da separação entre homem e Deus. Para isto, um inocente precisa morrer no lugar do pecador.

Mas quem em sã consciência daria a própria vida (ou a vida do único filho) em benefício de alguém que é essencialmente mal e pernicioso? “Porém, Deus comprova seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido em nosso benefício quando ainda andávamos no pecado” (Romanos 5:8). Cristo riscou a cédula da nossa dívida com seu próprio sangue, e este sacrifício perfeito, quando aliado a fé do indivíduo, não apenas neutraliza a sentença de morte, como também assegura a vida eterna. Na cruz, Cristo levou sobre si nossas transgressões, pagou o preço do resgate, e nos redimiu de nossas culpas, sentenças e acusações: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”.  (Colossenses 2:14-17). Deus jamais se omite em relação ao pecado, mas quando aceitamos o sacrifício de Cristo e nos submetemos a sua multiforme graça. O caminho para o céu é aberto novamente e podemos vislumbrar a Shekná de Deus.

É preciso confessar ao Pai nossas culpas, aceitar humildemente sua correção e mudar nossa postura espiritual. É fundamental que nos sentamos plenamente perdoados por Deus, pois somente assim poderemos passar para o próximo passo. Se Deus já te perdoou, perdoe-se também. Não viva remoendo o passado ou revivendo erros antigos. Também não se engane achando que estará livre da lei da semeadura, pois daquilo que se planta, cedo ou tarde experimentará os frutos. Aprenda com os erros passados e literalmente, faça limonada com os limões azedos. Se não podemos escolher os frutos que colhemos hoje, podemos escolher as sementes que plantaremos a partir de agora. Resolva-se com esta verdade, e prepare hoje um amanhã melhor do que o hoje que você preparou ontem. Finalmente, busque o perdão de todos os que foram atingidos pelo seu pecado. O homem se revela nobre ao reconhecer seu erro, e se dignifica ao tentar corrigi-lo. Feito este processo, estaremos justificados diante do Senhor.

Deus escolhe não se lembrar de nossas transgressões, sepultando os nossos pecados no mar. O que antes era para nós uma sentença de morte, em Cristo se torna um convite para vida, redigido em amor e selado com a graça. Nisto deve sempre exultar nossa alma, em louvores de júbilo e preces de gratidão. 

Felizes os que lavam as suas vestes, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas (Apocalipse 22:14).




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