A graça de
Deus é multiforme e se manifesta “para” o homem e “no” homem de diversas
maneiras. Em I Coríntios 12:4-11, o apostolo Paulo escreveu: Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é
o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a
manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um
pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a
palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a
profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de
línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito
opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
Já em Efésios
4:10-11, uma gama de ministérios distintos é apresentado: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de Cristo.
Mas ainda que
existam diversidades de ministérios, todos, sem exceção, precisam estar
sustentados por três pilares erigidos e moldados pela fidelidade, sem os quais
nenhum obreiro será bem sucedido ministerialmente: sua família, sua igreja e sua vocação.
Família: A fidelidade e o cuidado com a família estão no
centro da preocupação de Paulo. O apóstolo adverte os obreiros a cuidarem de
sua própria família. Chega, inclusive, a afirmar que se alguém não cuida dos
seus e, principalmente, dos da sua família, este negou a fé e é pior que os
incrédulos (I Timóteo 5:8). De acordo com Donald Guthrie, o lar é considerado o
local onde se faz o treinamento dos líderes cristãos. A vida e os serviços
cristãos devem começar na família. Sendo assim, os obreiros devem ser irrepreensíveis
em sua vida e no seu casamento, de modo a amar sua esposa e a trata-la com
carinho e respeito. Paulo diz que a conduta dos filhos é de responsabilidade
dos pais (Tito 1:6). John Stott defende seriamente o pensamento de que os pais
são os responsáveis pela crença e pelo comportamento de seus filhos (Provérbios
22:6). Vale ressaltar que, infelizmente, para os pais cristãos cujos filhos se
desviam na fé ou dos princípios morais, a dor é bem mais intensa.
Igreja: A Igreja
é o corpo espiritual de Cristo e que também tem sua perspectiva institucional,
que funciona através da vivência comunitária. Somos todos membros do mesmo
corpo, buscamos a unidade e vivemos a mesma esperança cristã (I Coríntios
12:26-27). De modo que desejamos o aperfeiçoamento dos santos para Deus,
devemos responder com fidelidade à Igreja. Essa fidelidade envolve várias
dimensões: fidelidade à liderança, fidelidade nas relações institucionais,
fidelidade nas contribuições (dízimos e ofertas), fidelidade na participação da
vida diária da Igreja, conforme Paulo escreve aos Coríntios: “Ora, além disso,
o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.” (I
Coríntios 4:2).
Vocação: O ministro deve atender fielmente às recomendações
bíblicas (Tito 1:5-9). Ele deve estar consciente de que sua vocação
ministerial, quanto à sua função, responsabilidade, atuação na sociedade e
relacionamentos com sua liderança e liderados, deve ser pautada pela
fidelidade. É necessário que cada obreiro seja transparente e sincero tanto no
ministério da igreja local quanto em sua vida particular, ou seja, seu lar.
Essa fidelidade inclui compromisso com reuniões ministeriais, pontualidade,
assiduidade nos cultos e programações da igreja.
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