Não
perdoar, é cometer um lento e doloroso suicídio espiritual, pois a mágoa
guardada no coração é uma semente produtiva que germina com rapidez e alastra
suas profundas raízes destruindo os alicerces da fé, da paz e da esperança.
Segundo o poeta e dramaturgo inglês Willian Shakespeare, guardar rancor é como
beber veneno esperando que outra pessoa morra. Em outra definição interessante,
a mágoa é descrita como uma pedra incandescente que alguém segura em suas mãos
esperando o momento de jogá-la em seu desafeto.
Na
edição Nº 13 do Informe Gospel (fevereiro 2011), o Pr. Wilson Gomes traça uma
analogia ainda mais impactante sobre esta questão, fazendo menção de um
terrível castigo da antiguidade. No antigo Egito, um assassino condenado era
atado a sua vítima, testa a testa, olho a olho, boca a boca, mão a mão, abdômen
a abdômen, e assim, deixado para morrer também. O mau cheiro, a carne putrefata
e os vermes passavam de um corpo para o outro, numa morte lenta, agonizante e
desesperadora. O mesmo processo acontece quando não conseguimos perdoar....
Amarramo-nos a um defunto, nos alimentamos de podridão e morremos
espiritualmente. Muitos estão acariciando a própria mágoa, amargurando os seus
dias, desenvolvendo câncer de alma e alimentando maus espíritos com seu rancor.
Se autodenominam vítimas, mas estão voluntariamente amarradas a um cadáver,
onde já não é possível identificar quem está mais “podre” diante de Deus e dos
homens. Perdoar é libertar-se deste flagelo, respirar ar puro e voltar a viver.
Perdão
é um gesto de grandeza, é um ato que exige riqueza de alma e caráter. Ao mesmo
tempo em que existe o sacrifício pelo mal perdoado, amontoa-se galardão pela
decisão espiritual tomada. Se Jesus Cristo é o médico que cura almas, ao
liberarmos perdão, nos tornamos instrumentos de sua honra e poder. Para perdoar
verdadeiramente, primeiro é preciso buscar uma força que só existe no amor do
próprio Deus. Somente alguém que se sente plenamente amado pelo Senhor tem
condições de perdoar voluntariamente, mesmo que não haja “justiça” humana
nisto. O perdão é essencial para todos aqueles que desejam entrar no Reino dos
Céus, pois nossos pecados só são perdoados, mediante a nossa capacidade de
perdoar (Mateus 18:23-35). Quando perdoamos as ofensas daqueles que nos tem
ofendido, então temos nossas ofensas também perdoadas, e o perdão provindo de
Deus fecha um ciclo glorioso de milagres, curando as feridas, sem nem ao menos,
deixar cicatrizes para trás.
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