quinta-feira, 3 de março de 2016

EBD - Superando os conflitos no lar


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 10
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley


Texto Áureo
Cantares 8:7
As muitas águas não poderiam apagar este amor nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam.

Verdade Aplicada
Quando as crises no casamento são identificadas e não há omissão para tratá-las nem para deixar que se acumulem, fica mais fácil superá-las.

Textos de Referência
Efésios 5:24-25; 28; 33

De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Assim, também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.


Enfrentando conflitos com sabedoria
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Em Provérbios 11:14, Salomão escreveu que o sucesso de uma instituição depende de seus conselheiros, pois é exatamente no confrontamento de ideias, que as resoluções mais sábias são discernidas.   O casamento é de fato, a instituição mais antiga da terra, sendo a célula mãe da qual se origina a família. Casamentos bem estabelecidos são como alicerces sobre os quais se sustentam todos os pilares de um lar. Logo, o “conselho” que se reúne para debater as questões relevantes desta instituição sagrada, deve ser formado exclusivamente por “marido” e “mulher”, sem a priorização de argumentos terceirizados. Ninguém conhece melhor a intimidade de um casal do que eles mesmos.  É até possível formar conceitos sobre a relação de alguém, e a partir daí tirar alguma conclusão unilateral. Porém, por mais criteriosa que seja a análise, ela se mostrará falha e insustentável, pois um casamento só é plenamente entendido, se for vivido diariamente, sentindo o latejar das emoções na própria pele. A sabedoria brejeira do povo brasileiro já nos ensina que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Ninguém esta apto a julgar um casamento que não seja o seu, pois não “convive” com aquele casal entre quatro paredes, não conhece o âmago da relação e nem as individualidades minimalistas de cada um dos cônjuges. Casamento precisa de auto- avaliação, auditoria interna e muita reunião de pauta para entender “causas e efeitos”. Somente os dois. Olhos nos olhos. Verdade contra verdade.

Podemos dizer que existem dois tipos de verdades. A primeira, é a “verdade absoluta”, para a qual não existe questionamento. A segunda, é a “verdade individual”, formada pelas ideologias, crenças e convicções pessoais de cada indivíduo. Geralmente, ela esta equivocada. Não é por que um dos cônjuges pensa de determinada maneira, que o outro pensará da mesma forma também. Existem sim divergências, afinal, num casamento, temos o “um” formado por “dois”, que trilharam caminhos diferentes antes de se unirem numa só estrada. Assim, cada um traz para a relação a sua visão de mundo, sua ética pessoal e seu próprio senso de justiça. Cada cônjuge tem a “sua verdade”, e infelizmente (ou felizmente), existem poucas pessoas no mundo com disposição para renunciar sua convicção em prol da certeza alheia. Essa diferença não é um defeito do casamento. Pelo contrário, ela agrega valores ao matrimônio e enriquece a relação, pois um pode (e deve) aprender diariamente com o outro. Um casamento onde marido e mulher compartilham suas verdades distintas, e buscam em oração, alinhá-las a vontade de Deus, estará a meio passo do sucesso familiar.

No sentido prático, no contexto idealizado por Salomão, “CONSELHO” é uma reunião onde pessoas que possuem conhecimento de causa e domínio intelectual sobre determinado assunto, expõem suas idéias, aspirações e analises, buscando um senso comum  que seja benéfico a todos os envolvidos. Diálogo, comunicação, entendimento e renúncia. Muitos são os mecanismos disponibilizados ao casal para que contornem suas diferenças e superem seus conflitos. Se drenarmos um rio, veremos que seu leito é repleto de pedras, valas e elevações. Em teoria, estes seriam obstáculos para a fluidez das correntes. Mas na prática, não são. Os rios não se deixam intimidar pelos obstáculos em seu caminho. Eles simplesmente avançam, contornando rochas e preenchendo lacunas com suas próprias águas. Um casamento que está firmando em Deus, sendo construído diariamente com afeto, carinho, respeito, franqueza e verdade absoluta, se parece com um rio caudaloso que segue seu fluxo rumo ao mar. As pedras ainda estão ali, mas não interferem em seu curso. Ele tem tanto conteúdo em si, que consegue compensar qualquer desnível, e até mesmo as fendas mais profundas, de modo que as falhas “geográficas” não atrapalhem sua fluidez... Os conflitos são inerentes ao casamento. E natural que estejam lá. Mas o casal sábio busca seu caminho de modo a ultrapassar suas próprias barreiras, sem deixar que elas atrasem sua chagada a um futuro de glória. Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece; e pelo conhecimento se encherão as câmaras com todos os bens preciosos e agradáveis (Provérbios 24:3-4).


Não existe casamento perfeito

Os obstáculos que se opõem ao casamento são vencidos quando o casal se une e entrega nas mãos do Senhor Deus todas as preocupações, confiando na sua poderosa e maravilhosa intervenção. Em todas as parcerias, sociedades e associações existem conflitos. Onde se reúnem no mínimo duas pessoas já existem problemas de relacionamento. O importante é adquirir a capacidade de resolver as situações conflitantes para apaziguar e amenizar um desfecho que poderia ser traumático. O casamento não é diferente. Muitas situações surgem e precisamos aprender a lidar com todas elas, sob pena de perder o nosso convívio familiar. Por isso, o casamento não é perfeito, porque somos seres humanos sujeitos a falhas. No entanto, não podemos desistir de caminhar rumo à perfeição. O que mantém o casamento não é capacidade de não brigar. O sustento de um matrimônio honroso é a capacidade do casal dialogar e chegar a um acordo. É a capacidade do casal se arrepender de uma coisa feita de forma errada. É a capacidade do casal se reconciliar. É a capacidade do casal se perdoar. Os conflitos entre os cônjuges existem normalmente. Imaginamos que no casamento não há lugar para discórdia, discussões, mas só mar de rosas, lua de mel, alegria e harmonia. Porém, infelizmente, a realidade é outra, pois são pessoas de diferentes personalidades buscando objetivos comuns. São características individuais de personalidade, pontos de vistas diferentes, valores de referência. O que é essencial para um cônjuge pode ser supérfluo para outro. Todos nós passamos por conflitos, mas para identificá-los e tratá-los, nem todos têm as habilidades. O objetivo desta lição é ajudar os cônjuges a superar as dificuldades e as tempestades que se levantam contra o casamento. Com inteligência e sabedoria tudo pode ser solucionado, sem desestruturar o casamento. Destaque para achar a solução dos conflitos de forma civilizada, procurando conservar o casamento e zelando pela continuidade da família, é o nosso permanente dever e o nosso grande desafio. Sempre existe a capacidade de tornar o nosso casamento bem-sucedido. Precisamos ter apenas o desejo de procurar constantemente o seu aperfeiçoamento.

O que mantém o casamento não é a capacidade de resolver todos os problemas. É a capacidade de superar os conflitos, mesmo que não chegue a um acordo satisfatório. É a capacidade de conviver com os problemas, mesmo com aqueles que aparentemente não tenham solução. É a capacidade de aceitar as imperfeições um do outro. É a capacidade de aceitar o cônjuge sem remodelá-lo, sem querer modificá-lo. É a capacidade de entender que errar é humano. Conflitos existem desde que o mundo é mundo, desde o Jardim do Éden, desde a primeira família criada por Deus, com um jogando a culpa no outro. Achar a solução e conservar firme, zelando pela preservação da harmonia no casamento, é o nosso dever e o nosso grande desafio, pois é uma instituição de Deus. Conflitos existem também entre os irmãos. Varias são as situações encontradas na Palavra de Deus: a inveja de Caim, lavrador da terra, contra a oferta de Abel, pastor de ovelhas (Gêneses 4:1-8); a incompreensão do irmão mais velho com o filho pródigo (Lucas 15:25-32); a vingança de Absalão contra Amnom por causa de sua irmã Tamar (II Samuel 13:23-33). Também precisamos adquirir a capacidade de resolver os problemas conflitais entre os nossos filhos.

O que mantém o casamento não é a capacidade de satisfazer todos os desejos do cônjuge. É a capacidade de diagnosticar as prioridades buscando solução. É a capacidade de mostrar que nem tudo é possível. É a capacidade de se fazer entender diante do sim e do não. Um casamento abençoado não aparece do nada. Ele é construído passo a passo com a graça de Deus. O casamento feliz é resultado de renúncias e concessões de ambas as partes. O casamento consolidado é aquele que os cônjuges evitam atitudes que possam abalar a sua estrutura, principalmente palavras ofensivas e críticas negativas (Provérbios 15:1; 18:21).


Não fuja das responsabilidades
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley


Superar conflitos existentes no relacionamento familiar, é um desafio para essa geração onde tudo virou descartável, até mesmo coisas que antes eram de grande valor, como por exemplo, o casamento. Pessoas que juram manter a integridade no casamento até que a morte os separe, e ousam ser leais a esta promessa, estão cada vez mais escassas de se encontrar. A vida agitada, a supervalorização do ”EU”, a modernidade e a pratica do “amor livre”, fazem as pessoas quererem viver cada vez mais sem responsabilidades. Estes são fatores determinantes para a triste realidade que estamos vendo nos relacionamentos conjugais hodiernos. Mas o que queremos mostrar através dessa lição tão importante, é que apesar das muitas dificuldades que existem no relacionamento familiar, ainda é possível viver em harmonia e paz dentro de um lar genuinamente cristão. Em primeiro lugar é preciso compreender que não existe casamento perfeito e nem final feliz do tipo “contos de fada”. Existe sim, pessoas que se uniram por amor e obediência a Santa Palavra de Deus, e que juraram no altar viverem juntos em toda e qualquer circunstâncias. Mas o problema de muitos casamentos (principalmente de cristãos), é a falta de planejamento pré casamento. Os relacionamentos de hoje são feitos de forma errada, as pessoas não procuram avaliar antecipadamente os aspectos que realmente importam, tomam decisões sem planejamento, se envolvem pela aparência e interessados em possíveis vantagens que possam obter com aquela relação. E quando se vêem em dificuldades, logo acham que a unica solução possível é o divorcio, e então, o casamento chega ao fim.

Pessoas imaturas que não se prepararam para os desafios do amanhã, terão problemas sérios não só nos relacionamentos, mas em todas as áreas da sua vida. O casamento requer muita responsabilidade, e ainda mais equilíbrio mental e espiritual para enfrentar os desafios da rotina diária.  Saber que o casamento não é perfeito, é um ponto chave para vencer tais desafios. É preciso desenvolver a consciência de que seu cônjuge tem limitações e  imperfeições variadas, pois assim como você, também é um ser humano com seus muitos problemas, dificuldades e falhas. Para que o relacionamento familiar venha resistir aos vários conflitos existentes, se faz necessário um sacrifício de ambos os lados, exercendo a misericórdia, a paciência e o amor. E o AMOR é indispensável.

Os desafios devem ser enfrentados com coragem e fé. Saber que tudo na vida tem solução e que temos um Deus que nos ajuda nas nossas fraquezas. Correr dos problemas não resolverá nada, só acrescentará mais sofrimentos e desgaste mental. Por tanto deve haver um esforço para manter o equilíbrio emocional dentro do lar. Precisamos urgente em nossas igrejas trabalhar a mente dos nossos jovens para os desafios de viver uma vida à dois. A falta de ensino nessa área é de uma deficiência assustadora em diversas comunidades cristãs, pois temos muitos eventos na igreja para “entreter” as pessoas, mas temos pouco para ajudar as famílias em seus desafios. Procuramos muitas alternativas para preencher o vazio existente nos "outros", mas pouco fazemos para preencher de valores as nossas famílias. Então, o que (e como) fazer? Já estamos no caminho agora, ensinando (e aprendendo) junto as famílias. Dizendo que é possível vencer e superar os desafios da caminhada familiar.
Lembre-se que mesmo não existindo casamento perfeito, é possível viver um casamento maravilhoso. Nele, os cônjuges devem respeitar os limites do seu parceiro. Não somos iguais, temos diferenças e elas devem ser respeitadas, principalmente em relação a mulher, que é segundo a Bíblia, o vaso mais sensível. Muitos casamentos têm se desfeito por falta de respeito aos limites que cada um tem. Saber discernir as situações que nos cercam é uma habilidade valiosa. Saber conduzir seu lar e resolver os problemas existentes no casamento num ambiente de paz, abre as portas para muitas vitórias e venturoso crescimento. Crescer juntos com as experiências de ambos é recompensador, e trará resultados que repercutiram pelas próximas gerações. A superação dos desafios de um casamento fortalece os cônjuges espiritualmente e os mantém alicerçados nos padrões bíblicos de moralidade. Meu conselho aos casais, e aos candidatos ao matrimonio (namorados e noivos), é o mesmo: prepare- se esmeradamente, para esse momento tão lindo e abençoador. E depois de  julgar já estar “preparado”, se prepare ainda mais...  Entre nessa arca sem medo e sem reservas, acreditando em Deus que os guiará até o fim, lhes dará força e coragem para vencer todos os desafios.

É preciso aceitar os limites do cônjuge

Todas as pessoas possuem limites físicos, intelectuais, emocionais e psicológicos. Limites são linhas demarcatórias que dizem até onde podemos avançar. É o fim das nossas capacidades, quando não temos forças suficientes para seguir em frente. Entenda que isto é normal no ser humano. Exigir mais do que a pessoa possa oferecer é uma insensatez. Desenvolva a capacidade de reconhecer o valor do cônjuge. É a capacidade de elogiar cada progresso conquistado pelo cônjuge. É a capacidade de reconhecer todos os dotes da pessoa amada. É a capacidade de não criticar pelo progresso em que demora a chegar. É a capacidade de esperar pelo desenvolvimento do cônjuge, e compreender que às vezes nunca chegará, pois na vida algumas coisas mudam, outras não. A Palavra de Deus ensina que o elogio edifica o casamento, mas a crítica (a negativa e não a construtiva) destrói (Provérbios 31:30 / Cantares 4:7-10). Infelizmente, muitos cônjuges só sabem reclamar. Para eles, nada está bom ou do jeito que gostam. É preciso ter em mente que isso frustra o parceiro, pois, por melhor que seja realização de algo, nunca estará à altura do que o outro espera. O hábito de elogiar certamente mudará a rotina do casal para melhor. Não deve ser algo superficial ou artificial, puramente porque tem que fazer, mas com sinceridade e verdade, como uma maneira de incentivar e mostrar para o outro que você acredita em seu potencial.

É a capacidade de atender às necessidades íntimas do cônjuge dentro de um padrão aceitável por ambos. É a capacidade de entender que não é a quantidade, mas a qualidade do relacionamento que se torna mais importante e saudável. É a capacidade de compreender quando o cônjuge não está bem e precisa de um tempo. Podem surgir ocasiões em que os parceiros conjugais concordem em abster-se por algum tempo das relações normais a fim de se entregarem mais devotamente à oração e o jejum (I Coríntios 7:5). No entanto isso é patentemente excepcional. Normalmente, cada um pertence ao outro de modo tão completo que o apóstolo Paulo chamou essa negação do corpo de um ato de “fraude”. A interrupção das relações íntimas dentro do matrimonio, mesmo com santo propósito, só pode ser feita com mútuo consentimento.

O que mantém o casamento não é a capacidade de subjugar o cônjuge, mas sim a capacidade de entender que não se amarra uma pessoa com cadeados, correntes, trancasse e algemas. No entanto, se mantém com amor e carinho. É a capacidade de compreender que a pessoa amada é um ser humano, que vive de emoções, tem carências afetivas, precisa de atenção e destaque. É a capacidade de saber que a grosseria é o câncer que devora o amor. É a capacidade de não praticar o ciúme doentio que apaga a felicidade. É a capacidade de confiar na pessoa amada e não suspeitar mal. Para solucionar os conflitos familiares, há a necessidade de se admitir a culpa quando houver o erro. Aceitar a flexibilidade, sempre ceder e não ser rígido demais, renunciar posições radicais. Evitar as críticas, pois, infelizmente, os elogios se esquecem, mas as críticas acabam sendo levadas para o resto da vida. Devem-se evitar exageros, não dar valor ao problema além da sua magnitude ou “fazer tempestade em copo d’água”. Exercer o perdão, não só de boca, mas mostrando as atitudes de uma pessoa que perdoou e que não joga na cara, nem fala mal.


Amor profícuo e transformador
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes
                    
Quando lemos o livro de Oséias, observamos Deus usando o casamento de seu profeta para ilustrar o tipo de relacionamento que buscava com seu povo. Gômer não era a imagem da esposa ideal, muito pelo contrário, insistia numa vida de libertinagem e luxúria, sendo atraída constantemente para amores efêmeros e ilusórios. Mãe relapsa e esposa infiel, nada naquela mulher justificava o amor de seu marido. Mesmo assim, Oséias a amava intensamente, e lutava com todas as forças que possuía para salvar seu casamento. O esforço do marido não passava desapercebido por sua esposa, que tinha sim consciência de como estava sendo injusta com aquele homem bom. Mesmo assim, ela optou por abandonar sua casa e buscar deleites em braços que rapidamente deixaram de abraçá-la. Desemparada e vivendo em miséria, Gômer foi surpreendida pelo amor de seu marido mais uma vez, já que ele se dispôs a pagar um alto preço, trazendo a de volta para casa, e a livrando definitivamente de suas dívidas profanas. O grande amor de seu marido constrangeu Gômer a uma mudança radical em sua vida. Por um longo período, sua fidelidade foi colocada à prova, confirmando a transformação de seu caráter (Oséias 3:3). Pela narrativa, fica subentendido que ela finalmente passou a ser uma esposa amorosa, uma mãe dedicada e uma serva do Senhor. O amor prevaleceu sobre todas as imperfeições morais e fraquezas de caráter. Amor capaz de transformar.

Obviamente, nenhum casamento deve chegar aos extremos vividos por Oséias e Gômer, para finalmente experimentar o poder transformador do amor. Deus usou a vida conjugal do profeta como uma metáfora para a condição moral de Israel, dominada por um espírito de prostituição. Mesmo assim, Deus amava profundamente seu povo e estava disposta a pagar um alto preço por seu resgate, desde que, a “esposa infiel” estivesse disposta ao arrependimento. Tropeçar e cair faz parte da natureza humana. O perigo da queda é tão presente em nossa caminhada, que em I Coríntios 10:12, Paulo nos alertou a não sermos demasiadamente seguros de nossa posição, e estando de pé, cuidar-se para não cair.  Mas se a queda acontecer, ainda não é o fim. O amor é profícuo até mesmo quando o erro acontece, a mentira se revela ou decepção bate na porta. Ele aponta o caminho para a restauração. Por amar, nos arrependemos e, por amor somos perdoados. Arrependimento e perdão são matérias primas celestiais que constroem (e reconstroem) os mais belos relacionamentos e as mais verdadeiras histórias de amor. Jó 14:7 diz: Mesmo que a árvore seja cortada, tombar e cair.... Ainda que suas raízes apodreçam no solo e seu tronco morra no chão.... Há esperança para ela.... Ao cheiro das águas ela brotará outra vez e seus ramos se renovarão.... Ela voltará a frutificar, pois renascerá como se fosse uma planta nova!

Só estamos vivos, porque Deus é misericordioso. Seu amor nos abraça mesmo quando nos vestimos com mantos recobertos de espinhos. O Todo Poderoso “sangra” por sua “esposa”. No Salmo 103, o salmista declara que Deus conhece nossa estrutura, sabe que somos pó, e por isso, tem misericórdia de nós... Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor se compadece de mim e de você. O amor de Deus independe de nossas qualidades e não diminui por causa de nossas imperfeições. Ele continua de braços abertos, esperando que retornemos aos seus braços. Deus nos acompanha com olhos ternos em nossos mais vergonhosos momentos, e com voz amável nos convida ao arrependimento (Oséias 14:2). Tanto a história literal de Oséias, quanto a metáfora empregada por Deus para com Israel, tem uma valiosa lição a ensinar a todos que se propõem a viver sobre os laços do matrimônio: o meu amor deve ser maior que os erros de meu cônjuge. O escritor C.S Lewis certa vez escreveu: - “O cristão não é uma pessoa que jamais erra, e sim, alguém capacitado a se arrepender, reerguer-se, e começar de novo depois da queda.” Que Deus nos ajude a ser a mão que, caso seja necessário, esteja estendida para ajudar quem amamos a se levantar do chão.  


Os problemas não podem 
se avolumar

É preciso conscientizar-se da necessidade de não deixar os problemas se acumularem no casamento, a ponto de se tornarem maiores do que o marido e a mulher. É preciso resolver os conflitos e as crises enquanto elas são poucas, pequenas e recentes. O que mantém o casamento não é a capacidade de apagar a própria personalidade. É a capacidade de renunciar por livre e espontânea vontade a alguma posição radical e egoísta. É a capacidade de repensar coisas que eram feitas individualmente e passar a fazê-las a dois sempre com um objetivo comum. É a capacidade de aceitar acordo para harmonia e sucesso, pois não andarão dois juntos se não estiverem de acordo (Amós 3:3). É a capacidade de compreender que o pessoal continua existindo, mas nunca ao ponto de atrapalhar o mútuo. Os casados precisam estabelecer acordos dentro do relacionamento matrimonial, respeitando a individualidade de cada um, mas sempre visando o bem coletivo.

O que mantém o casamento é a capacidade de manter a família e o cônjuge debaixo dos princípios da Palavra de Deus. É a capacidade de transformar o lar num cantinho do céu. É a capacidade de conduzir a família à igreja e mantê-la congregando. Os conflitos entre pais e filhos devem ser vistos como choque de gerações. Aliás, o que para os pais, às vezes, era um absurdo, impraticável e, às vezes era tido como pecado, hoje, após uma compreensão melhor das Sagradas Escrituras, é uma atitude normal entre os filhos. A adaptação é racional, o equilíbrio e o discernimento devem ser vistos com “bons olhos”. O entendimento espiritual dos filhos tem outra postura com respeito à igreja. Atualmente, eles não aceitam receber goela abaixo as questões dos costumes sem as devidas explicações. “O não pode” não é aceito mais sem se explicar “o porquê? ”. Estamos vivendo uma geração de filhos que procuram respostas para tudo.

O que mantém o casamento não é a capacidade de manter a beleza física o tempo todo. É a capacidade de entender que os anos passam e a nossa beleza física diminui consideravelmente (I Pedro 1:24). É a capacidade de compreender que o corpo esbelto e escultural da época de namoro, noivado e recém-casado, não dura para sempre. É a capacidade de cuidar do corpo da melhor forma possível e não relaxar, como muitos, infelizmente, fazem. É a capacidade de se produzir dentro de sua faixa etária e ficar atraente para o seu cônjuge. É a capacidade de fazer com que a beleza interior, que é a mais importante, se sobressaia (I Pedro 3:3-3). Para superar as crises no casamento a oração é a chave para estancar, a Palavra de Deus é a bússola para direcionar, a igreja é o refúgio para estar e o pastor é o conselheiro espiritual e matrimonial para ajudar.

Conclusão


Precisamos refletir sobre o nosso casamento antes que ele venha a naufragar. O casamento não é uma simples experiência nem tem prazo de validade. É uma aliança entre duas pessoas para o resto da vida. Qualquer fama ou sucesso que venha colocar em risco o casamento deve ser repensado pelos cônjuges.




Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 06 de março de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás.




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