Da Redação:
Nabote provavelmente aprendeu a
andar embaixo daquelas parreiras. Seus pais cultivaram aquela terra e agora ele
cuidava de cada cacho como se fosse um filho seu. Aquela fazenda era parte da
sua vida e cada uva ali colhida, cada taça de vinho ali produzida, faziam parte
que quem ele era, e definiam a sua posição neste mundo. Homem e terra estavam intrinsicamente
ligados, fundidos numa mesma essência. Não podemos mensurar sobre o tamanho da
propriedade, mas podemos avaliar a sua importância para Nabote. Aquela vinha
era a sua herança e o seu legado.
Porém olhos cobiçosos se
voltaram para aquela terra, e o poderoso Rei Acabe desejou profundamente
possui-la, a fim de transformá-la em um local frívolo, que ostentasse sua necessidade
narcisista pelo bel prazer. Com este intento em seu coração, o monarca procurou
por Nabote e lhe fez uma oferta pela propriedade, e lhe contou seus planos de
destruir a plantação, para em seu lugar erigir um belo jardim. A ideia de ver
suas preciosas uvas sendo destruídas soou ofensiva aos ouvidos de Nabote, e ele
simplesmente recusou a oferta. Mas o rei insistiu em sua proposta, dando a
Nabote a chance de colocar qualquer preço em sua terra, ou então escolher qualquer
outra propriedade do reino em troca de seu pedacinho de chão.
A possibilidade de um negócio
lucrativo balançou o coração de Nabote, e por pouco ele não se desfez de sua
vinha. Mas consciente, lembrou-se de sua história, de cada gota de suor
absorvida por aquele chão, de cada vez que ouviu seu nome por entre as
parreiras, e movido por uma profunda convicção, pediu graças ao Senhor para não
ceder as tentações do vil metal, e então voltando-se para o Rei, declarou:
“Não,
eu nunca poderia vender essa terra porque se trata de uma herança dos meus
antepassados, já de há muitas gerações. Deus não me permite.”
Acabe foi para casa
abatido e indignado. Não queria comer e se trancou no quarto, jogado sobre a
cama, com a cara virada para a parede. Logo, sua perversa esposa Jezabel,
indagou o marido sobre tamanho abatimento. E então, Acabe, lamurioso e com lágrimas
nos olhos, lhe contou sobre a negativa de Nabote. Jezabel disse ao
marido que se levantasse e seguisse sua vida, pois ela mesma iria cuidar deste
caso. Colocou- se então a escrever uma série de cartas, em nome de Acabe, com o
selo real, e endereçou-as aos líderes da cidade de Jezreel, onde vivia Nabote.
Nelas ordenava que fosse feito uma proclamação por toda a cidade, para que a
população jejuasse e orasse. Depois, Nabote deveria ser chamado para um “depoimento”,
e duas testemunhas falsas deveriam ser pagas para acusa-lo de blasfêmia. Então,
ele deveria ser executado. Os chefes municipais obedeceram àquelas instruções.
Convocaram uma reunião, acarearam Nabote com dois meliantes, os quais, sendo
gente sem consciência, o acusaram de ter amaldiçoado Deus e o Rei. Nabote foi
arrastado para fora da cidade e apedrejado até morrer, e logo Jezabel foi
avisada do ocorrido. Porém, uma coisa não puderam tirar de Nabote: sua honra. Ele
morreu com dignidade, dono de sua herança e defendendo seu legado com a própria
vida
Quando a Rainha soube do
ocorrido, correu para Acabe e lhe informou que as terras que tanto desejava agora
estavam sem dono, e que o Rei deveria ir imediatamente para lá, tomar posse da
vinha. Porém, o Senhor enviou o seu profeta para o mesmo local, e ao ver Elias,
o Rei se irritou profundamente com o seu mais ferrenho opositor:
-
Ah, meu inimigo... Você sempre aparece em meu caminho!
A palavra vinda do
todo poderoso através do profeta foi dura, revelando toda a justiça de Deus em relação
a herança legitima de seus filhos:
“Vim
aqui para te dar a conhecer a maldição que Deus põe sobre ti, porque te
vendeste para fazeres o que é mau perante o Senhor.21/24 O Senhor trará
grande mal sobre ti e te varrerá para longe; não deixará que um só dos teus
descendentes masculinos sobreviva! Deus destruirá a tua família, como o fez com
a de Jeroboão e a do rei Basha, porque acendeste a sua ira muitíssimo, e
levaste todo o Israel a pecar. O Senhor também me disse que os cães de Jezreel despedaçarão
o corpo da tua mulher Jezabel. Os membros da tua família que morrerem na cidade
serão comidos pelos cães e os que morrerem no campo serão devorados pelos
abutres.”
Quando Acabe ouviu estas profecias, rasgou a roupa
que trazia vestida, cobriu-se com um saco com que até dormia, jejuou, regressou
para seu palácio, e andava profundamente humilhado. Não existe registro que o
Rei tenha de fato tomado posse da terra de Nabote, afinal, o que é seu, o
inimigo não vai tirar.
Guarde sua herança. Proteja
o seu legado. Não venda a sua essência. Morra, mas não abra mão do que Deus deu
para você. Este foi o conselho de Deus que recebemos na Quarta Forte deste dia
17/09/2014, através da instrumentalidade do Ev. Lucas Gomes. Baseado no texto de I Reis 21, o homem de Deus
ministrou sobre o valor de nossa herança espiritual, e que não devemos abrir
mão dela por maior que seja o valor oferecido. Todos os presentes ainda
receberam uma poderosa oração de nosso presbitério, e ouviram palavras proféticas
através do Pr. Wilson Gomes, do Pr. Luiz Carlos Candido e do Pr. Adriano Silva.
Para finalizar o trabalho, o Ev. Luvas Gomes declarou:
Quer comprar minha
vinha? Ofereça algo que valha mais que o sangue de Jesus.
Caso contrário, não
tem negócio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário