quinta-feira, 25 de setembro de 2014

EBD: Jesus, o modelo inigualável de liderança


Texto Áureo
Eis aqui o meu servo, que escolhi o meu amado, em quem a minha alma se compraz. “Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios”. 
Mateus 12:18

Verdade Aplicada
Jesus Cristo é o modelo mais perfeito para aqueles que desejam sucesso na vida e em sua liderança.

Textos de Referência
Isaías 42:1-7
Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito.
Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.
Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela. 
Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.


Jesus, um líder presente até na ausência

Estar presente até mesmo na ausência. Esta é sem dúvida a faceta mais impressionante da liderança de Jesus. Obviamente, esta condição só foi alcançada com uma visão estratégica, aprimorado treinamento espiritual, constante incentivo ao desenvolvimento pessoal e intervenções pontuais para direcionar ou redirecionar seus sucessores ministeriais aqui na terra. Jesus foi capaz de enxergar um “Reino” onde todos só viam uma pequena semente de mostarda, e assim cultivou a terra e regou a jovem planta para que ele crescesse e desse fruto além do que se esperava dela (Mateus 13:31-32). Enquanto esteve junto de seus pupilos, o Mestre os conduziu firmemente pela mão, guiando os seus passos.  Ao longo de três intensos anos, eles andaram com Cristo. Dormiram sobre o mesmo teto, comeram da mesma porção, caminharam os mesmos caminhos, conheceram as mesmas pessoas, frequentaram as mesmas festas... Olhavam para os olhos do próprio Mestre enquanto bebiam da fonte de seu inesgotável saber. Viram os lírios se vestirem com tal elegância que excedia aos reis. Contemplaram as aves se refestelando em seu banquete matinal. A visão de cada um se voltou para a cidade edificada sobre a rocha e sentiram seus olhos doeram com a ideia da lasca de uma madeira enterrada ali. Descobriram que a felicidade está nas pequenas coisas, que ser é muito mais importante que ter. Quantos preconceitos tiveram que vencer para jantar junto aos pecadores. Aprenderam que o zelo é primordial, mas que o amor e a misericórdia suplantam as convenções e são as bases que sustentam a fé. Cada ensinamento, cada palavra de vida eterna chegou primeiro aos seus ouvidos, receberam afago e carinho. Desfrutaram da beleza que há na correção feita em amor e da doçura existente numa severidade empática. Homens privilegiados com um chamado exclusivo e pessoal, testemunhas oculares de cada milagre, participantes de cada página da mais bela história já registrada. Tinham motivos de sobra para crer, mas por um instante duvidaram, pois aparentemente seu Mestre tinha ido embora numa viagem sem retorno e agora eles estavam sozinhos, a mercê da própria sorte. O caminho fora interditado, a verdade tinha sido sepultada e a vida estava morta. O sepulcro frio e escuro só conteve Jesus por três dias. Um Cristo vivo e radiante aparece a Maria Madalena e ordena: - Vá e diga aos outros que eu ressuscitei! Mas chegando ao túmulo aqueles homens nada veem além de um lugar vazio... Tão vazio quanto seus lúgubres corações.

Um grupo desfalcado se reúne as portas fechadas, onde embora “juntos” sentem-se em total solidão. Medo, frustração e decepção são os sentimentos que imperam entre eles, mas de repente, sem avisos prévios o Mestre se faz presente – A minha Paz vos dou!  - Que momento de felicidade... Jesus estava de volta... Diferente, é verdade, mas ainda assim o mesmo Messias amável e benigno que conheciam tão bem. Outra vez Jesus os visita, quando todos, sem exceção, estão reunidos, mas então, como alguém que já não se importa mais, Jesus parece ter se afastado de vez. Embora fossem eles os escolhidos, ainda não estavam preparados. Criam, mas não confiavam. Foram devidamente instruídos, mas não estavam capacitados. Aqueles eram homens especiais, escolhidos pelo próprio Cristo, pois havia dentro de cada um potencial para pavimentar a estrada do evangelho que se estenderia pela posteridade, mas sem alguém para pegá-los pelas mãos e conduzi-los constantemente, com certeza, iriam errar o caminho. Bastaram poucos dias sem uma manifestação corpórea do Jesus ressuscitado para que seus discípulos perdessem o foco prioritário de sua missão espiritual, tirassem da aposentadoria suas redes e se lançassem ao mar para uma boa noite de pescaria.  É comum ao homem que se sente longe de Deus seguir seus próprios instintos, confiar em suas habilidades naturais e tomar decisões por conta própria. Assim sendo, Pedro, Tomé, Natanael, Tiago, André, João e outro discípulo não identificado, decidem que é hora de voltar aos velhos hábitos, retornar as origens e se dedicarem a uma atividade mais prática, num mundo que eles conheciam muito bem. Ali na imensidão azul se sentiam grandes, importantes, senhores da situação, líderes de suas próprias vidas, e afinal de contas, pra que se preocupar em pescar homens se existem tantos peixes disponíveis no mar?
É claro que nestas circunstâncias os resultados não seriam os melhores, e apesar dos seus muitos esforços, nenhum peixe se apanhou. Ao romper do dia, quando retornavam frustrados e decepcionados (pois até o mar os abandonara), avistaram junto à praia alguém que os perguntou se a pescaria tinha sido produtiva:

- Ei, vocês! Estou com fome, tem aí no barco alguma coisa que possamos comer?
- Quem dera... A noite foi difícil meu amigo. Na verdade nem um único peixe conseguimos apanhar – Respondeu Pedro.
- Por que vocês não jogam as redes novamente? Mas desta vez joguem para o lado direito do barco, e com certeza os peixes estarão lá – Orientou a homem que estava na praia.

Sem nada a perder, os discípulos jogam as redes e milagrosamente os peixes começam aparecer às dezenas. Corações acelerados com uma grata sensação de “já vi isto antes”. João é o primeiro a entender o que está acontecendo e avisa aos demais: - É ele... É Jesus! Pedro se lança nas águas e em largas braçadas chega à praia antes mesmo do barco. Ali o Mestre os aguarda com pão e peixe assado. Como era seu costume, Jesus alimenta corpo e alma ao mesmo tempo, e enquanto come com eles, os encoraja a serem fortes e perseverantes, pois um novo tempo está para começar. Era chegada a hora dos alunos assumirem o lugar do professor, de discípulos se tornarem apóstolos.

Em volta da fogueira o Mestre tem uma conversa reveladora com Pedro. Está para nascer a maior e mais importante organização da história da humanidade, A IGREJA DE CRISTO. Jesus ascende aos céus, e não mais instruiria seus alunos pessoalmente. Agora eles precisavam caminhar com seus próprios pés, e dar continuidade a obra por Jesus iniciada.  Liderados se tornaram em líderes. O ensinamento de três anos se tornou num fundamento de dois milênios. Alguns poucos homens originaram milhares de almas salvas. Este é o verdadeiro sucesso de uma liderança, e só obterão êxito semelhante, aqueles que inspirarem seu ministério em Jesus.

O maior modelo de liderança será sempre Jesus Cristo. Desde sua anunciação já se previa um Messias com qualidades jamais vistas pelos seres humanos. Jesus Cristo é o homem perfeito, o modelo para uma vida saudável, feliz e vitoriosa. Não existe líder que não deseje ser como Jesus. Nesta lição, veremos três pilares principais sobre os quais a liderança messiânica repousou, os quais nos servem de base para o desempenho do papel de liderança.


Jesus, um líder que servia

Em várias ocasiões, Jesus demonstrou que sua missão e liderança haviam sido delegadas pelo Pai. Era imprescindível, portanto, que as pessoas cressem nele como alguém vindo de Deus. Séculos antes Ele havia sido apresentado de algumas maneiras que cabia àqueles cidadãos judeus observarem e conferir. Isaías profeticamente apresenta o Messias como “ebed Javé” servo do Senhor. Na verdade a expressão servo nos remete para o caráter da missão resgatadora de Jesus (Marcos 10:45). Embora, nos dias atuais, na visão do mundo a ideia de um líder servo não seja agradável, não temos o direito de omitir aos leitores o que a própria Bíblia quer dizer. Por isso, na igreja, se usa muito a expressão “liderança servidora” que comunica uma ideia diferente da proposta mundana. Visto que é a que mais se aproxima daquela determinada por Deus a Jesus, o Messias. Como Ele próprio chegou a dizer: “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mateus 20:28).Jesus sempre amou ser o que era. Talvez o que mais nos frustre seja não saber quem somos ou o que fomos destinados a fazer. Ele era acima de tudo um servo feliz, gostava de ser humano, não vivia a reclamar da vida. e, mesmo sendo Deus, não usou de forma alguma a autoridade que possuía para livrar-se dos momentos difíceis e da missão que portava consigo. Ele foi até o fim, como um filho obediente e como um servo fiel.

O Messias profeticamente foi enviado para o deleite de Deus. Ele é simplesmente um servo obediente que se agrada em cumprir o seu propósito. Esse Servo-Líder foi escolhido e sustentado na sua missão até que todo o seu propósito se cumprisse. Os evangelistas fizeram questão de apontai' esse aspecto messiânico em Jesus, ao registrarem a voz de Deus, demonstrando o seu agrado com relação à pessoa de Jesus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17) Devemos lembrar que, em termos de submissão, não havia diferença entre servo e filho. E Jesus nos ensina tanto a ser filhos quanto servos. Um servo-líder de Cristo deve entender que sua vida existe para o deleite de seu Senhor e não para deleite próprio. Na verdade, grande prazer tem aqueles que obedecem a Deus seja em que aspecto for, principalmente, liderando.

Em Isaías 42:1, o próprio Deus dá testemunho sobre o ministério de Jesus: - “Pus sobre ele o meu Espírito”. O Espírito de Deus foi posto sobre o Messias para o serviço. É maravilhosa essa ideia de que um servo-líder de Cristo recebe uma graça adicional, o próprio Espírito de Deus vem habitá-lo, para capacitar-lhe a fazer a sua obra, e liderar na autoridade, e sob a ótica divina. O mais intrigante nisso tudo é que até mesmo Jesus atuou movido pelo Espírito Santo. Observemos agora o que diz Isaías quanto à qualidade do serviço executado por esse servo: “ele promulgará o direito para os gentios” (Isaías 42:1b). O modelo de serviço cristocêntrico contrasta em muito com o modelo de muitas lideranças, que em vez de servir desejam ser servidos. É preciso entender que existem dois tipos de pessoas no que diz respeito a doar: algumas doam para viver, outras vivem para doar. Esses dois tipos de indivíduos não só têm diferentes hábitos de doação, mas também filosofias de vida diferentes. Quem vive para doar sempre está preocupado com a causa e a necessidade, quem doa para viver sempre oferece o suficiente. Jesus era um especialista em viver para doar.


Jesus, um servo que liderava

Toda liderança tem um objetivo e uma maneira de alcançá-lo. Deus se preocupou em revelar riquíssimos detalhes acerca da tarefa messiânica. Todavia, o espaço não permite uma exposição maior, sendo assim, ateremo-nos ao texto profético de Isaías.O profeta anuncia que o servo recebe uma investidura régia, pois é o eleito do próprio Deus. Dos versículos 5 ao 7, fala sobre o próprio Javé como criador. Este se dirige ao servo confirmando sua vocação que é orientada para uma libertação. No corpo da mensagem, vemos que o servo traria justiça às nações, teria um alcance mundial, e seria feita, no entanto, sem barulho e sem violência. Ele procederia de maneira calma e mansa para o estabelecimento da justiça no mundo. Nos dias atuais muitos companheiros de caminhada precisam de compaixão e encorajamento para suportar a carga que é parte de suas vidas e não resistindo desanimam. Algumas pessoas que estão em nosso convívio se parecem com esses pavios fumegantes. Por isso, somos todos convocados para animar e fortalecer mutuamente as canas quebradas e os pavios que se apagam. A lâmpada era um pequeno vaso de barro com óleo, com uma alça para carregá-la e uma mecha de linho mergulhada no óleo de oliva. O texto fala em mecha fumegante se referindo a uma que se estava se apagando. A mensagem se dirigia aos enfraquecidos, a muitos dos que figurativamente eram como a cana. Essas pessoas se pareciam como um pavio fumegante, porque seu último sinal de vida quase já se apagava. Estavam realmente oprimidos e precisando de alguém que os curasse e guiasse suas vidas. Essa foi a missão de Jesus, essa é a missão de cada líder e cristão.

A comunicação messiânica seria sem estardalhaço, porém, cumpriria a sua missão de: “em verdade promulgar o direito”. Não haveria clamor, gritos, voz pública, mas haveria direito outorgado às pessoas. Um líder numa organização eclesiástica se defrontará com o momento em que seu papel não será pregar, gritar e clamar, apenas anunciar o direito em Cristo Jesus das pessoas. São verdades que numa conversa em tom suave aumentam a compreensão e trazem um poderoso efeito nas vidas. Embora a gentileza seja suave, será firme o suficiente para acabar com a desumanidade. Interessante é a expressão “pavio que fumega”. As lamparinas tinham pavios de linho cru, que, com o passar do tempo, passavam a produzir menos chama e mais fumaça. Tornavam-se sem utilidade e incômodo, devendo ser descartados. Precisamos de ferramentas que amolem outras ferramentas que já estão desgastadas com o tempo e sendo postas de lado (Isaías 42:2).

O servir do Messias foi sem agressões, humilhações, e repleto de compaixão. Quem estava quebrado seria restaurado, aquele que estava triste seria consolado, quem estava preso seria livre (Isaías 61:1). O ministério messiânico foi socorrista para os quebrados, e de cuidado para com os que estavam se apagando, com base na verdade e direito divino. Todos estavam condenados, mas Jesus Cristo trouxe em si mesmo o direito ao perdão e a reconciliação plena com Deus (Efésios 2:11-13). Não dá para entender um líder que se apresenta como embaixador de Cristo na terra e vive a pisar, usurpar, humilhar os outros. O líder genuíno traz consigo as características daquele que é seu modelo. Se o modelo for Jesus, veremos o fruto do Espírito. Todavia, se vemos outro comportamento, a fonte da paternidade pode ser outra. O jeito cristocêntrico de liderar é se considerar servo. É demonstrar compaixão e levar o direito dado por Deus pela fé às pessoas carentes de reconciliação. É importante demais ter uma missão, mais ainda é que juntamente com ela se tenha a ética em conduzi-la.


Jesus e a recompensa por seu trabalho

João testifica que Jesus, “O Verbo”, estava presente no princípio, antes mesmo do mundo existir. Ele participou ativamente na criação de todas as coisas, tornando-se o “dono” de todo o universo. Antes da encarnação, Jesus havia vivido  uma eternidade de glória, majestade e poder, sendo honrado e adorado por miríades de anjos e coros celestes. Então, Ele abre mão de todos os privilégios divinos e escolhe habitar entre os homens. O Senhor do tempo se submete ao relógio e o Ancião de Dias, agora tem uma certidão de nascimento. Jesus tinha todo o universo a sua disposição e podia cavalgar livremente por entre as estrelas, entretanto agora, estava limitado ao espaço físico do útero de uma mulher. O criador do homem, desenvolvedor de toda anatomia e biologia humana, passa lentamente por todos os estágios de uma vida, sendo um bebe com dor de barriga, uma criança que fazia lições de casa, um adolescente com espinhas, um jovem com hormônios e um adulto castigado pelo trabalho. Mas as dificuldades da vida não se comparam as agruras da sua morte, quando foi perseguido, afligido, cuspido, humilhado, flagelado, açoitado e pregado em uma cruz. Isaías deixa claro que Jesus foi um homem de muitas dores e experimentado no trabalho, gente do povo e com uma aparência tão comum, que chegou a ser desprezado por quem o olhava com olhos carnais. De seu nascimento em uma fria manjedoura até a sua morte em um rústico madeiro, Jesus experimentou todo tipo de sofrimento, sendo moído e enfermado pelo próprio Deus, em detrimento dos nossos pecados. Porém o “príncipe dos profetas” declara: “O trabalho da alma sua ele verá e ficará satisfeito” (Isaías 53:11). Mas que tipo de satisfação pode se originar de um trabalho penoso como este? Que tipo de recompensa valeria tamanho labor?

A recompensa do trabalho messiânico está na realização do próprio trabalho e não fora dele. Como um administrador que tem prazer em ver dar certo o seu empreendimento, sendo-lhe isso uma folga e um prazer. Assim Cristo se realiza e se recompensa com a sua organização.

Ao lermos os quatro evangelhos, único registro crível da passagem de Jesus pela Terra, encontramos todas as facetas do ministério desempenhado pelo Messias. Mateus o revela como “O Rei dos Judeus”, Marcos o explicita como “O Servo Sofredor”, Lucas testifica sua humanidade e o apresenta como “Filho do Homem” e João testemunha sua deidade como “Filho de Deus”. Quando mesclamos a visão de cada evangelista, temos um perfil completo do tipo de líder que Jesus foi e de seu modo operante, e entendemos plenamente o que fez dele o “MEDIADOR” da Nova Aliança, a “LUZ” para os que jaziam nas trevas e o “DETENTOR” de uma Glória exclusiva. Entenda:

O Mediador: O propósito de uma aliança é firmar laços de fidelidade e confiança. O pacto firmado entre Cristo e a igreja envolve salvação e nova vida. E Cristo nomeou ministros para juntamente com Ele anunciarem essas boas novas (II Coríntios 3:6). O que cabe a cada um de nós? Anunciar quem é Cristo, o que fez, e o que pode fazer. Todos nós fomos chamados para esse fim, e ninguém está isento dessa missão (I Pedro 2:9). Pedro em sua primeira epístola nos alertas para algo interessante. Ele diz que somos “pedras vivas” (I Pedro 2:1). Não existe uma pedra igual à outra, todas elas se parecem, mas possuem pequenos detalhes que as tomam diferenciadas. Nós não somos azulejos. Os azulejos são postos em uma matriz e são todos iguais. Nós somos pedras. Somos parecidos por fora, mas distintos por dentro. Isso implica dizer que não precisamos imitar nada de ninguém, e que todos nós somos úteis em alguma coisa. Uns foram chamados para apontar o alvo, outros para realizar a tarefa. O homem precisa de um advogado junto a Deus, alguém que seja capaz de intermediar em seus assuntos particulares. Todavia não há outro além de Jesus Cristo que seja capaz de cumprir essa mediação (l João 2:1). Porém é necessário que os embaixadores de Cristo Jesus anunciem quem de fato ele é. Na verdade, todos foram chamados para tomarem-se anunciadores dessa nova aliança, ninguém está isento dessa missão.

A Luz: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados. Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Efésios 2:1-3). Era assim que Deus nos via, e a missão de Jesus foi nos tirar desse ambiente perdido e de trevas, não somente para vivermos estagnados, mas para dizer aos outros que ainda há esperança. Quando olhamos para trás, para tudo o que realizamos na vida, encontraremos mais satisfação nas alegrias que trouxemos a vida de outras pessoas do que nas ocasiões em que as superamos. As pessoas sempre irão apreciar e admirar alguém que é capaz de ajudá-las a alcançar outro nível, alguém que lhes faça sentir importantes e lhes capacite para alcançar êxito. Líderes existem para apontar o caminho.

O Detentor: A recompensa do servo é a glória exclusiva do seu Senhor. Qualquer glória terrena é efêmera, e de certo haverá grande honra para aqueles que plantaram para colher na eternidade. A glória de uma vida não está baseada nas realizações, mas sim na certeza de que se viveu para fazer a coisa certa. Jesus disse: “eu para isso nasci e para isso vim ao mundo” (João l8:37). Será que estamos conscientes da razão pela qual estamos no mundo? Todos nós deixaremos impressões nos outros que serão lembradas mesmo depois da nossa morte. A pergunta é? Como queremos ser lembrados? Que impressão nós deixaremos em nossos filhos, amigos, parentes e irmãos em Cristo? Ou será que estamos mergulhados num egoísmo tão profundo que nos impede de enxergar tanto a nós mesmos quanto os outros?Talvez seja difícil entendermos que a recompensa do trabalho seja o privilégio de exercê-lo. O labor é um meio de se trazei' o sustento, de pagar dívidas, etc. Mas o trabalho também é um meio de satisfação, tanto é que muitos se deprimem e adoecem quando não conseguem emprego. A obra de um líder com certeza o ferirá inúmeras vezes, mas é dela que vem o seu consolo e recompensa. Por isso, não devemos desanimar. Ao contrário, devemos ser firmes e constantes.


Jesus, “o” modelo a ser seguido

Obviamente, é preciso se espelhar em alguém para se chegar a ser “alguém”. Ninguém nasce pronto ou preparado, e geralmente nossos instintos nos levam para caminhos errôneos. Assim, faz se necessário termos um modelo, um referencial, um espelho, um alvo para o qual olhar e uma pegada para seguir. No caso da liderança, bem como em todos os aspectos da vida, este referencial precisa ser Jesus. Ele foi o homem perfeito, o mestre perfeito, o educador perfeito e o líder perfeito, pois nele toda perfeição se inicia e se encerra. Jesus foi perfeito em sua visão, enxergando além do que os olhos podem ver. Ele viu potencial em homens desqualificados, enxergou almas antes de enxergar rostos e necessidades antes das aparências. Jesus foi perfeito em seus propósitos, já que viveu para fazer a vontade do Pai, e mesmo sendo o centro dos escritos neo-testamentários, jamais agiu movido por ambições pessoais ou buscando vantagem moral, espiritual ou material. Foi perfeito em seu objetivo de salvar o mundo que se perdeu. Nunca desviou de sua missão, e ainda à levou para níveis de excelência, promovendo cura, libertação, redenção, resgate, remissão e perdão. Jesus foi perfeito em seus princípios imutáveis, defendendo incondicionalmente a verdade, a igualdade, a reconciliação, a fé e a retribuição. Soube lidar com pessoas porque amava pessoas, e isso fazia dele um imã que atraia todo tipo de gente, e Jesus, jamais se recusou em ouvir ou falar com nenhuma delas, fossem crianças (Mateus 19:14), jovens (Mateus 19:16:22), homens (João 3:1-8) ou mulheres (João 4:4-26); jamais se importando com posição social, étnica ou espiritual, pois prezava pela universalidade de sua missão. Embora universal, Jesus, porém, jamais ignorou a individualidade de cada um, muito pelo contrario, usou as diferenças latentes em seu círculo de seguidores para desenvolver uma totalidade, utilizando as habilidades especificas de cada para um único propósito. Jesus era habilidoso ao falar, revelando verdades profundas, mas sempre deixando margem para a interpretação pessoal destas mesmas verdades, e assim apontar o caminho sem privar o ouvinte do livre arbítrio. E foi exatamente esta metodologia que proporcionou o desenvolvimento espiritual e ministerial de seus discípulos. 

Jesus sabia quem era, onde estava e porque tinha vindo. Muitas foram as artimanhas do inimigo para fazê-lo perder o foco, mas nenhuma logrou êxito. Jesus era perfeito em sua essência, em sua convicção, em sua determinação e em seu serviço. Quando terminou seu ministério, deixou um grupo forjado segundo sua personalidade e que transpirava sua essência. Judas precisou beijá-lo para que os soldados romanos o diferenciassem dos outros. Pedro, mesmo na penumbra da noite foi identificado como um deles. Um mestre que se esculpiu em seus alunos, um homem convicto que inflamou seus ouvintes com a mesma convicção. Um legado que o tempo não conseguiu enfraquecer, e que ao longo dos séculos, tem sido  fonte de inspiração para milhares de pessoas ao redor do mundo.

Jesus é até hoje um enigma para muitas pessoas. Seguir a Jesus não é somente um desafio, mas uma contracultura que nos conduz a viver de um modo diferente e regrado. O que sobressai em Jesus é sua qualidade de vida, sua maneira de agir, sua justiça, verdade, integridade e santidade. E como seguidores, basta-nos apenas seguir seu exemplo de vida: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13.15).


Para conhecer com maior profundidade o perfil bíblico de um líder, participe neste domingo (28/09/2014), da Escola Bíblica Dominical.


Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 92  
Liderança Cristã Editora Betel

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes



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