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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Existe Maldição Hereditária?

Podemos, mesmo abraçando o Evangelho de Cristo, ainda carregar algum tipo de maldição?

A primeira coisa que precisamos fazer antes de responder esta pergunta, é entender o que de fato é uma maldição.

O dicionário de língua portuguesa Aurélio, define a palavra maldição nos seguintes termos:  "Ato ou efeito de amaldiçoar ou maldizer". Maldizer: "praguejar contra; amaldiçoar". Maldito: "Diz-se daquele ou daquilo a que se lançou maldição". O Dicionário Teológico diz que maldição é “uma praga que se arroga a alguém ou locuções previamente formadas encerrando desgraças e insucessos". Já a Bíblia On-line define o termo como “chamamento de mal, sofrimento ou desgraça sobre alguém e salienta: os que quebram a Lei estão debaixo de maldição (Gênesis 27.12; Romanos 3.14).

Por estas definições entendemos que a maldição pode ser originada por palavras perniciosas, atitudes pecaminosas e pela desobediência. Hoje muito se tem falado sobre um certo tipo de "maldição", que infelizmente tem se tornado o nicho publicitário e comercial de algumas igrejas, e a essência da mensagem de muitos escritores e pregadores ritualistas  renomados: Maldições Hereditárias

A maldição hereditária - segundo os que a defendem - surge em decorrência de um trabalho de feitiçaria ou de qualquer outra ação maligna lançada contra a vítima. Uma pessoa em sofrimento pode ter sido consagrada, antes ou depois do seu nascimento, às entidades demoníacas. Uma palavra má pode ter sido lançada sobre a vida de uma família, que nunca prosperará e será vítima de enfermidades e angústias. O ponto mais vertiginoso deste conceito, é que mesmo uma pessoa que já tenha tido um encontro com Jesus, seja fiel à Deus e esteja certo de sua salvação, pode ainda manter consigo maldições que se propagam em sua árvore genealógica, mesmo que sequer conheça a origem ou a causa.

Porém, é muito difícil conciliar a chamada "Teologia da Maldição Hereditária" com a Palavra de Deus. Os que defendem a existência de crentes amaldiçoados por maldições provindas de antepassados, admitem que é possível estarmos de posse de uma herança maldita, por nós desconhecida, e difícil de ser detectada no tempo e no espaço. O remédio seria QUEBRAR, ANULAR, AMARRAR, REPREENDER essa maldição. Feito isso, o crente ou não crente estaria leve, liberto e livre de todo peso. Nem ele nem os seus descendentes sofreriam mais os danos desse mal. Entretanto, se aceitarmos a ideia que mesmo após nosso encontro com Cristo, ainda estamos atados por uma maldição herdada geneticamente, então diminuímos drasticamente, ou até mesmo neutralizamos o poder de Jesus em nossa vida, assumindo que sua obra redentora por nós e o poder que emana do seu sangue são insuficientes para quebrar uma maldição, sendo necessário uma intervenção humana “especializada e ritualística” para que a libertação o aconteça; e isto foge completamente do que é bíblico.

“É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois o justo viverá pela fé. A lei não é baseada na fé; pelo contrário, quem pratica estas coisas por ela viverá. Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar” (Gálatas 3:11-13).

"Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Romanos 8.1).

Essa teoria anti-bíblica tem a maldição como uma entidade em si mesma que precisa apenas que alguém desencadeie o processo inicial, que é um pecado cometido por uma pessoa num passado remoto ou recente; depois disso, passa a agir com total independência e não leva em conta a responsabilidade pessoal. A maldição, segundo a doutrina em questão, opera cegamente atingindo qualquer um ao seu alcance; vai se transmitindo indefinidamente através do tempo, até que um especialista em quebra de maldições a identifica e interrompa seu ciclo. Ela usa como meio receptor e transmissor um local, um objeto, uma pessoa, uma família, uma cidade ou um país, como uma energia maligna invisível, e vai se espalhando, como exemplificado nas centenas de "testemunhos" baseados em experiências subjetivas e desmentidas pela Bíblia. A maldição em certas circunstâncias parece operar por si mesma, como um mal invisível que tem personalidade própria e poder de se auto-determinar. Já em outras circunstâncias parece ser uma energia maligna operacionalizada por demônios, que são chamados de "espíritos familiares"; sendo que esta maldição tem que ser quebrada pela intervenção humana num ritual que difere de especialista para especialista. 

De fato, não há real base bíblica e teológica para as definições e práticas da maldição hereditária. Quando os defensores dessa heresia usam versículos da Bíblia, utilizam textos que falam do poder das palavras, e de maldições, mas tirando-os do contexto, manipulando-os e adulterando o sentido da Palavra de Deus, e, para apoiar a sua doutrina insustentável biblicamente, usam um grande número de supostos relatos testemunhais, com interpretações subjetivas e falaciosas. O fato é que os textos usados por estes “especialistas” não dão respaldo à teoria humanista e mística da maldição hereditária da família, defendida por eles e por muitos outros.

A verdadeira maldição atinge as pessoas sem temor a Deus, sem entrega à Cristo e sem vida no altar, pois estes sim, estão condenadas à morte eterna. Sem Cristo a maldição nunca acaba, mas quando Jesus entra na vida do homem, lança por terra toda e qualquer maldição:

"Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo" (2 Coríntios 5.17).

"Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (João 5.24).

"Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7).

"Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós" (Gálatas 3.13). 

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.36). 

"Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça. Pelas suas feridas fostes sarados" (1 Pedro 2.24).

"Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós" (Gálatas 3.13).

Por tudo isto, podemos concluir que A doutrina/teologia/teoria da Maldição Hereditária implode em seus próprios paradoxos, tais como:

Morremos para o mundo e para o pecado, mas não teríamos morrido para possíveis maldições sobre nós lançadas?

A cruz nos salvou da maldição da lei, mas o sangue de Jesus teria sido impotente para nos livrar de maldições hereditárias?

Fica difícil de imaginar que uma pessoa beneficiária de tantas bênçãos, possa carregar sobre si o fardo das maldições. A solução para livrar-se definitivamente de qualquer maldição vinculada a nossa história, é aceitar a salvação que há em Cristo Jesus. A partir deste momento então, as maldições são arrancadas de nossa vida e já não mais alcançarão os justos, porque os muros de nossa fortaleza espiritual estão íntegros, e como já dizia Salomão em Provérbios 26:2 - "a maldição sem causa não virá".

Aos que se julgam ainda debaixo de maldição, Jesus te faz um convite para conhece-lo verdadeiramente, e para os que assim o fizerem, lavra uma promessa:

"Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28).

“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

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