Minha história começa quando minha
mãe (Ana), se envolveu com um homem chamado Raul. Ela descobriu, porém, que
esse homem era casado e se separou dele, mas se viu às voltas com uma gravidez
indesejada, que ela tentou esconder de todo mundo...
Mas o meu pai, que na época chegou a
ser considerado por alguns como o quarto maior feiticeiro do Brasil, procurou-a
dizendo que seu “guia” o havia informado sobre a gestação dela e o Diabo já
tinha um plano para aquela criança, que seria o seu sucessor dentro da
feitiçaria.
Nestas circunstâncias, sob o
pretexto da religiosidade, quando nasci, minha mãe me renegou, entregando-me
aos cuidados de meus avós, que eram obreiros na Assembleia de Deus da Missão.
Posso então dizer que nasci em berço evangélico, e desde muito cedo frequentei
a igreja, louvando no grupo infantil. Permaneci na casa do Senhor até os treze anos,
quando minha vida deu uma guinada repentina, pois se num dia passei pelas águas
do batismo, no outro já estava dentro de um clube fumando e bebendo.
Naquele lugar conheci uma máquina
que mudaria minha rotina, o fliperama, e consequentemente um jogo que
arruinaria de vez minha vida: Street Fighter. Em pouco tempo já estava
viciado, ao ponto de que para ter dinheiro e poder jogar constantemente,
comecei a praticar roubos.
Tornei-me desobediente; passava 14
horas por dia jogando, os furtos evoluíram de pão e leite para itens cada vez
mais caros. Eu tinha consciência que estava fazendo algo errado, mas não
conseguia parar e então tive que sair de casa. Eu me afundava cada vez mais e
quase fui parar na antiga FEBEM, e para não ficar preso ali acabei me fingindo
de louco, sendo internado num lugar onde quase enlouqueci de verdade. Meus avós
oravam sempre por mim e minha vozinha me contava que Jesus havia lhe dito que
eu ainda seria um pregador do evangelho. Eu ria no rosto dela e dizia: NUNCA!
Eu sabia que minha vida corria
perigo, pois não conseguia largar meu vício, nem parar de roubar nas madrugadas (pelo
fato de roubar roupas nas varandas, hoje dizem por ali que o “mascate”
virou “pastor”), um promotor da cidade havia conseguido uma ordem
proibitiva que me impedia de jogar fliperama, já estava na rua há dezenove
dias sem tomar banho, comendo apenas manga verde com sal e pão dado por
terceiros.
Um dia, passando em frente à igreja
Quadrangular, vi uma jovem muito bonita cantando, e então, ouvindo aquele louvor,
sentei me na calçada e chorei.
Lá no fundo do meu ser eu achava que
Deus queria me matar e passei a vê-lo como um inimigo. Assentei no meu coração
que se Jesus não fazia nada por mim, eu iria à igreja só para desviar do
caminho aquela sua ovelhinha que cantava de forma tão linda.
Fui pra casa, tomei banho e voltei
para a igreja com esse intento nefasto no coração. Mas as coisas não saíram do
jeito que planejei, pois o pastor pregou com tamanha autoridade que eu nem
sequer consegui olhar para aquela moça. Acabei sendo convidado para ir num
retiro espiritual da igreja e pedi para Jesus me dar forças para ficar quatro
dias sem jogar. Consegui.
Numa vigília, enquanto os irmãos
entoavam um maravilhoso hino, foi feita a pergunta se alguém queria se render à
Jesus e eu levantei as minhas mãos recebendo-o como único e suficiente
Salvador. Fui revestido pelo Espírito Santo e selado com o batismo de fogo.
Desde então permaneço fiel, servindo a esse meu amigo querido, Jesus de Nazaré.
Hoje sou liberto, tenho uma
belíssima esposa (Juliana), um lindo filho (Lucas) e pela graça
do Senhor sou um pregador do evangelho.
Jesus Cristo mudou minha história,
destruindo qualquer intento do Diabo sobre mim, cumprindo o que ele mesmo
planejou para minha vida antes mesmo do meu nascimento!
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