Páginas

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

EBD: Três jovens e o milagre da fornalha


Texto Áureo
Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
Tiago 2:14

Verdade Aplicada
Jamais saberemos o alcance da nossa fé até que sejamos postos diante de uma escolha que peça a renúncia daquilo que mais estimamos e revele quem somos diante da circunstância.

Textos de Referência
Daniel 3:13-16

Então, Nabucodonosor, com ira e furor, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E trouxeram a esses homens perante o rei.
Falou Nabucodonosor e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?
Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se a não adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro do forno de fogo ardente; e quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?
Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre este negócio.


Panorama Histórico

Jerusalém sempre foi uma cidade de enorme importância, seja por sua posição estratégica, por seu simbolismo religioso, ou sua cultura milenar; e com isso, atraiu muitos olhares cobiçosos para suas riquezas. Foi estabelecida por Davi como capital de Israel, e nela estava sediada não apenas a casa real, como também o grandioso Templo de Salomão. Com a separação de Israel em dois reinos, Jerusalém passou a ser a capital de Judá (Reino do Sul). Em decorrência da fidelidade de reis como Joás, Josafá e Ezequias, a cidade foi poupada das mãos do exército Assírio, que já havia conquistado o Reino do Norte (Israel) cerca de um século antes. Porém, como predito pelos profetas Isaías e Jeremias, havia chegado à hora de Judá ser castigada por seus pecados, e esta punição se daria na forma de um septuagenário exílio em terras babilônicas.

Tudo começou em 606 a.C, no quarto ano do reinado de Jeoaquim. A Babilônia como estado suserano, fez de Judá um estado vassalo (escravo), e quando os judeus tentaram reverter esta situação, o rei Nabucodonosor II atacou e facilmente subjugou a nação. O inexperiente rei judeu acabou poupado pelos caldeus, com a condição de se submeter as vontades da Babilônia, e para garantir que Jeoaquim se mantivesse leal, Nabucodonosor levou como reféns, um grande número de príncipes e jovens de famílias importantes. Nesta leva de exilados estavam, por exemplo, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Foi também nesta invasão que o Templo foi saqueado e seus tesouros levados para adornar templos pagãos.

O rei Jeoaquim, homem de coração endurecido para a voz de Deus e seus profetas, decidiu parar de pagar seus tributos, certo que a Babilônia estava ocupada demais para se preocupar com ele. Esta arriscada estratégia deu certo até o ano de 598 a.C, quando Nabucodonosor marcha contra Jerusalém mais uma vez. Rapidamente a cidade foi tomada pelos babilônicos que ali permaneceram por mais de um ano, sendo que neste período o rei Jeoaquim faleceu. Seu filho Jeconias reinou em seu lugar por apenas três meses, já que ao final de uma série de confrontos com os nativos, ao retornar vitórioso para sua terra, Nabucodonosor levou consigo um grande número de prisioneiros, incluindo o rei e sua família, toda a nobreza, os oficiais militares e os melhores artesões. Nabucodonosor elege Zedequias, como novo rei de Judá, mas este, vislumbrado com possíveis aliados, (como por exemplo, o Egito), comandou um novo levante contra o opressor. Novamente Judá é sitiada, num cerco que durou dezoito meses e levou as pessoas de dentro das cidades a cometerem a antropofagia, tamanha era a fome. Quando os babilônicos finalmente romperam os muros de Jerusalém, encontraram um povo desamparado e indefeso, e o que se viu, foi um massacre sem precedentes. A família de Zedequias foi brutalmente assassina, depois o rei teve seus olhos vazados e foi levado cativo para o exílio. Desta vez, Nabucodonosor promoveu uma deportação massiva, deixando em solo pátrio apenas os cidadãos considerados “descartáveis”. Ele nomeia um homem chamado Gedalias como governante desta gente, mas, dois meses depois, esse líder é assassinado por rebeldes revoltosos. O povo assustado e temendo por represálias foge para o Egito, deixando Jerusalém sem habitantes e em ruínas.

Os prisioneiros levados cativos para a Babilônia, só ganhariam o direito de regressar para a casa setenta anos depois, quando o império Medo- Persa já havia conquistado os caldeus. Nessa época, ao ler um texto do profeta Isaías, o rei Ciro encontra seu nome em uma profecia escrita a mais de cem anos, dizendo que seria ele o responsável pelo retorno dos judeus a sua pátria (Isaías 44:28, 45:1). Comovido, Ciro emite um decreto, concedendo aos cativos o direito de voltar para casa.


Uma questão de escolha

Entre os primeiros deportados, Nabucodonosor exigiu que alguns jovens fossem separados para servir no palácio, sendo que os mesmos não poderiam apresentar defeitos físicos, possuir conhecimento em ciência e ter boa desenvoltura.  Entre os selecionados, quatro moços teriam imenso destaque nas páginas do livro de Daniel. Um deles, é o próprio Daniel, e os outros três são Hananias, Misael e Azarias. Para muitos, estes nomes podem até soar desconhecidos, pois assim que chegaram à Babilônia, esses moços foram conduzidos ao palácio de Nabucodonosor a fim de iniciar um treinamento de três anos, que os versaria na cultura babilônica, tornando os aptos a exercer cargos de relevância dentro do próprio governo. Uma das primeiras medidas tomadas por Aspenaz, o responsável pela preparação dos jovens hebreus, foi mudar os seus nomes, dando a eles nomenclaturas caldeias. Assim, Daniel, cujo nome significava “Deus é meu Juiz” passou a ser chamado de Beltessazar, que significava “Tesouro de Bel”. Hananias, cujo nome significava “Deus foi gracioso comigo” passou a ser conhecido como Sadraque, que significa “Inspiração do Sol”. Misael, cujo nome significava “Quem é como Deus?”, recebeu o nome de Mesaque, que significava “Aquele que pertence à deusa Sheshach”. Por sua vez, Azarias, cujo nome significava “Deus é quem me ajuda”, passou a ser chamado de Abede-Nego, que significava, “Servo de Nego””.

Aqueles moços, cuja idade variava de catorze a dezesseis anos, estavam muito longe de casa e o seu vínculo com a religiosidade judaica estava desfeito. Seus nomes que exaltavam o Deus de Israel foram substituídos por nomes pagãos que glorificavam a deuses estrangeiros. Nos anos vindouros, eles teriam contato direto com a cultura babilônica, repleta de ritos e misticismo, a começar pelos pomposos jantares bancados pelo rei. Assim como seus compatriotas, eles poderiam se adaptar a situação e viver uma vida de regalias dentro de preceitos pagãos. Porém, os quatro jovens optaram por preservar intacta sua essência, conservar sua origem e se manter fiel ao único e verdadeiro Deus.

Nabucodonosor ordenou que seus “convidados” fossem alimentados com a mesma comida servida para a família real. Ótimos vinhos, elaboradas massas, vegetação orgânica e carnes selecionadas. O problema é que na cozinha do palácio, os sacerdotes pagãos eram tão influentes quanto os chef´s,  pois toda refeição antes de ir para mesa era oferecida e consagrada para o deus Bel ou qualquer outra deidade babilônica. Pratos belos, saborosos e contaminados pelo pecado. Por influência de Daniel, ele e seus companheiros tomaram uma decisão arriscada, e assentaram em seus corações de não se contaminariam com as iguarias do rei, e convenceram Aspenaz a lhes fornecer uma dieta a base de legumes e água. Ao final do período de treinamento, foram eles que apresentavam os melhores resultados físicos e intelectuais.

Poucas pessoas podem compreender até que ponto a fé pode ser capaz de renunciar. A magnífica história de Sadraque, Mesaque e Abednego nos ensina que quando o assunto é fidelidade ao Senhor, nem mesmo a morte poderá amedrontar aos que nEle estão alicerçados. (Salmos 125:1). Nabucodonosor era um rei sagaz que oferecia aos príncipes escravos uma faculdade gratuita, uma posição de destaque no reino, e um salário digno. Esse tipo de persuasão fazia com que os cativos se esquecessem de sua terra e vivessem sob a égide de seu domínio, abandonando suas raízes e se tornando parte de seu reino.


Um Inferno Particular

Nabucodonosor já havia reconhecido o Senhor como um grande Deus através da revelação de Daniel (Daniel 2:47). Porém, não se arrependeu e essa verdade não alcançou seu obstinado coração. Em vez disso, confeccionou uma estátua de ouro com sua imagem para forçar seus súditos a adorá-lo, e aquele que lhe desobedecesse deveria ser lançado na fornalha de fogo ardente. Essa é a forma como age o coração humano quando não glorifica a Deus: o homem glorifica a si mesmo e tenta fazer com que todos o adorem. Como toda religião, Nabucodonosor tinha uma banda, uma lei, um ídolo para adorar, e um inferno particular (a fornalha) que condenava quem não se entregasse a seu credo. Seu maior problema foi achar que mesmo comprando o caráter de alguns, todos eram da mesma estirpe se curvando ao seu sistema. A Bíblia aconselha aos cristãos a obedecerem aos governos e às leis (Romanos 13:1-8). Todavia, também deixa muito claro que os cristãos não podem desobedecer a Deus a fim de obedecer ao governo terreno (Atos 4:19; 5:29). Quando o governo tenta controlar nossa consciência e nos dizer como adorar, nós obedecemos a Deus em vez de submetermo-nos aos seres humanos, sem levar em conta o preço a pagar por isso.

Não foi fácil para Sadraque, Mesaque e Abedenego permanecerem de pé enquanto todas as outras pessoas “dançavam conforme a música”. Eles desafiaram o sistema porque eram firmes e alicerçados nos ensinos de sua família e embora, fosse a Babilônia um lugar ostentador, eles jamais trocariam sua comunhão com Deus por lisonjas ou posições. Um fato curioso que mostra o poder envolvente da Babilônia e que alguns judeus já haviam se vendido, é a qualidade dos instrumentos que deveriam tocar para que todos se curvassem, entre eles estavam alguns de ordem semita como: a flauta, a harpa e o saltério (Daniel 3:5). Na Bíblia “Babilônia” é mais que uma cidade ou império; Ela representa um sistema Satânico. Babilônia se iniciou através da obra de Ninrode, que com um audacioso projeto, desejava conquistar o mundo através do esforço humano, sendo impedido por Deus, que confundiu às línguas e dispersou seu reino pelo mundo afora por causa da sua arrogância (Gêneses 10:8-10; 11:1-9). Nabucodonosor desejava fazer o mesmo, ele possuía um esquema centrado no homem, que tentava conquistar o coração, a mente, e o corpo das pessoas, e nesse sistema não havia espaço para Deus. O nome “Babel” significa: “portão de Deus”. Ela finge ser o caminho para o céu. No entanto, é o caminho para o inferno. Os verdadeiros crentes não participam desse sistema mundano (Apocalipse 18:4-5). Como os três jovens hebreus, devemos permanecer firmes contra a Babilônia e testemunhar a verdade da Palavra do Senhor, mesmo que isso custe nossa segurança.


Fornalha: Celeiro de Promessas


A megalomaníaca estátua idealizada por Nabucodonosor e erigida na planície de Dura, província da Babilônia, era uma impressionante peça de ouro com absurdos 29, 4 metros de altura e aproximadamente 3 metros de largura. O aspecto e a forma da escultura não foram descritos no texto bíblico, mas supõe-se que pode ter sido uma homenagem a Nabopolassar (pai de Nabucodonosor), um ídolo de Bel (o deus oficial da Babilônia) ou ainda, como acreditam a maioria dos estudiosos, uma representação do próprio monarca. No ápice de seu orgulho e altivez, o rei convocou para a inauguração de sua obra prima, toda a população da Babilônia, incluindo os sátrapas, juízes, políticos, tesoureiros e régulos de todas as províncias. Durante a cerimônia, a grande orquestra executaria uma música especifica (provavelmente composta em honraria ao próprio rei), e ao final da mesma, quando as buzinas tocassem, todos, sem exceção, deveriam se ajoelhar perante a estátua. Quem desobedecesse tal ordem, seria lançado imediatamente em uma fornalha ardente. Contrariando as expectativas, enquanto todos se curvaram, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se mantiveram irredutíveis em pé, firmes como rocha. Imediatamente, os três jovens foram denunciados: - Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; esses homens, ó rei, não fizeram caso de ti. - O rei ficou furioso, mas consumido pelo orgulho próprio, Nabucodonosor se negou a aceitar uma negativa ao seu decreto, e ordenou que o ritual fosse repetido, pois certamente os retardatários haviam perdido o “tempo” correto para se prostar. Para espanto geral, quando todos se curvaram pela segunda vez, os três jovens hebreus continuaram em pé, mais firmes do que nunca: - "Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer".

O rei ficou enfurecido ao saber que seu decreto foi desobedecido. Ele deu outra chance aos jovens. Mas eles preferiram antes enfrentar o fogo a ter que se curvar a seu ídolo. Assim, eles foram lançados na fornalha amarrados com as próprias vestes.

Três promessas se destacam nessa história. Vejamos:

Seguir ao Senhor não nos isenta de uma fornalha: Não existe evangelho fácil. Ser um autêntico cristão é conviver com diversas formas de fornalha. Todo aquele que se dedica ao Senhor não está isento da provação. Nós estamos no mundo, más não somos amigos dele, somos a contramão de um sistema que a cada dia tenta nos absorver e nos desvincular de nossa profissão de fé (João 15:18-20; Filipenses 1:29). Esses três jovens desafiaram o sistema, envergonharam o rei diante de todos, eles preferiram morrer a negar seu Deus. Eles são um exemplo para todos aqueles que creem; que ainda não se deixaram levar pelo sistema; que não negaram a fé. Mesmo sabendo que a fornalha seria aquecida além do normal, eles confiaram no Senhor, acreditaram que pela vida ou pela morte o Senhor não os deixaria. Esses três jovens destilaram uma mescla de fé unida a uma audaciosa coragem. Eles enfrentaram a morte e como prêmio encontraram a vida. É o medo de perder que nos impede de conquistar grandes vitórias e altos níveis de comunhão como o nosso Deus.


O Senhor jamais nos abandona durante a provação:Fogo que Deus se faz presente sempre tira de nós o que nos impede de caminhar. Eles foram lançados no fogo amarrados, de repente, foram vistos passeando dentro do fogo. O que nos prova que somente as cordas se queimaram (Daniel 3:25). Nabucodonosor avistou uma pessoa a mais com eles a passear, Deus nunca abandona os seus quando passam por provações aterradoras. Ele pode não impedir que entremos na fornalha, mas entrará conosco e nos preservará para sua glória (Is 43.2). Os homens que lançaram eles no fogo morreram queimados instantaneamente, eles, porém, além de não sofrerem nenhuma lesão, nem cheiro de fogo passou sobre eles (Daniel 3:22-27). Deus sabe preservar os que lhe são fiéis (Hebreus 11:30-34).

A fornalha produz um nível de crescimento: Somente quando atingimos o fogo é que nos tornamos cônscios da presença do companheiro Divino andando ao nosso lado, mostrando aos nossos inimigos Sua grandeza. Que privilégio para esses jovens! Eles receberam uma revelação pessoal do Cristo Salvador antes mesmo dEle revelar-se para o mundo. O que uma fornalha não pode nos revelar? O fogo os livrou de suas amarras da mesma forma que sofrer por Cristo, hoje, nos liberta jubilosamente do pecado e do mundo. A experiência deles glorificou a Deus diante dos outros (I Coríntios 6:19-20), e o rei os promoveu e deu-lhes honras. Primeiro, o sofrimento; depois, a glória (I Pedro 5:1,10-11). Esses moços não poderiam ter permanecido de pé, se não fossem sustentados por uma fé inabalável e sobrenatural. Eles não pensaram em si defender, estavam prontos a morrer se Deus assim desejasse. Eles tomaram uma atitude de fidelidade ao Deus soberano e a mantiveram independente de qualquer expectativa de libertação (Daniel 3:16-18).


Forjados pelo Fogo

A mais corriqueira curiosidade sobre o episódio da fornalha é sem dúvidas, onde estava Daniel.  A resposta para esta pergunta pode ser mais simples do que parece, já que Daniel havia se tornado um estadista influente e respeitável, e com a Babilônia vassalando dezenas de nações ao redor do mundo, é perfeitamente plausível que Daniel estivesse em uma viagem diplomática. Porém, quando nos focamos apenas neste detalhe da história, perdemos o foco de uma valiosa lição e nos esquecemos de que Deus tem projetos específicos para cada um de nós. Naquele momento, a fornalha não era um teste para Daniel, e sim para seus amigos (para Daniel estava reservada uma cova cheia de leões para enfrentar). As opções que se apresentavam a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram escassas: negar o seu Deus ou morrer. Sem titubear, eles tomam uma decisão, colocando suas vidas nas mãos de Deus. Viver ou morrer não era para elas uma questão relevante, e nem seria definida pelo decreto do rei. Deus é quem lhes daria a destinação que lhe fosse aprazível.

Neste ponto, Nabuconosor representa com perfeição o inimigo de nossas almas, que constantemente busca nos atacar com fúria e vigor, tentando de todas as formas e usando os mais elaborados estratagemas, nos destruir. Sabe-se hoje que em situações bem específicas, o corpo humano pode suportar um calor de até 120°, desde que seja uma exposição muito rápida. Esta temperatura é facilmente conseguida em qualquer forno doméstico o que nos leva a conclusão que a fornalha de Nabucodonosor produzia temperaturas elevadíssimas. Mesmo assim, ele ordenou que fosse setuplicada a intensidade das chamas. Os três jovens hebreus não ofereceram qualquer resistência à punição decretada, mesmo assim, o rei ordenou que eles fossem amarrados, e que seus soldados mais fortes conduzissem os réus. Quando foram lançados na fornalha, com pés e mãos amarrados, o calor era tão intenso que foi capaz de matar os guardas que se aproximaram das chamas, mas nada pode fazer contra os hebreus, exceto queimar as cordas que os prendiam... Quando Nabucodonosor olhou para sua fornalha, percebeu que os jovens caminhavam tranquilamente lá dentro, e não estavam sozinhos, pois um quarto homem, com aspectos divinos lhes fazia companhia. Deus pode até não nos livrar da fornalha, mas certamente nos livrará nela.

Nabucodonosor foi publicamente envergonhado, mas também ficou maravilhado com o que viu na vida desses três jovens. Ele se aproximou da fornalha e não se queimou (Daniel 3:26), uma prova real de que a confiança em Deus nos exalta diante dos nossos inimigos. Vejamos três aspectos importantes desse capítulo.

Mais que vencedores

Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou (Romanos 8:37).

Como podemos nos tornar tão grandes vencedores? Quando durante os grandes conflitos de nossas vidas adquirirmos uma disciplina que não somente fortaleça a nossa fé, mas que consolide nosso caráter espiritual. A tentação se faz necessária para firmar e confirmar nossa vida espiritual, ela é como o fogo para o metal mais precioso, que além de purifica-lo, o torna flexível. Nossos conflitos espirituais devem ser contados entre as mais preciosas bênçãos, porque neles aprendemos que o grande adversário é usado para nos treinar para a sua própria derrota (Daniel 3:28-29). Nosso Salvador já experimentou todas as dificuldades que agora nos impede para enfrentar, e não nos pediria para atravessá-las, se não estivesse certo de que não são difíceis demais para nós, nem estão além das nossas forças.

Deus age no meio do fogo

Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abedenego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus (Daniel 3:28).

Em todos os lugares difíceis a que Deus nos leva, ele sempre está criando oportunidades para que a nossa fé possa ser exercitada. Esses jovens pareciam iminentemente derrotados enquanto os inimigos observavam para vê-los arder naquelas chamas. Ao fim da provação nem um fio de cabelo foi atingido (Daniel 3:22-27). Eles sacrificaram seus corpos, demonstrando aos seus algozes que sua fé era coerente e sua fidelidade inegociável, que lição para aqueles que sacrificam o sagrado!

A última fornalha

O capítulo três de Daniel é uma tipologia profética de Israel nos dias da Grande Tribulação (II Tessalonicenses 2:1-12; Apocalipse 13:1-18). Nabucodonosor simboliza o anticristo; sua estátua representa a imagem do anticristo que será erigida; e os três hebreus representam os crentes judeus que serão protegidos durante a tribulação. O milagre da fornalha tipifica um retrato dos eventos nos últimos dias. Daniel não estava presente quando essas coisas aconteceram. Em sua ausência o rei confeccionou seu perverso ídolo. Isso ilustra o arrebatamento da Igreja: quando a Igreja estiver fora da terra, então Satanás poderá levar avante seus planos diabólicos a fim de escravizar a mente e o corpo das pessoas. A vinda do Senhor está próxima. Nós, cristãos, temos que atravessar a “fornalha de fogo” antes do retorno de Jesus. Mas não temos nada a temer, pois Ele estará conosco. E é muito melhor atravessar uma fornalha de fogo que viver em um lago de fogo por toda a eternidade.

A fornalha não trouxe morte, mas libertação das amarras, revelação pessoal de um Deus justo, e honra diante dos inimigos. A tribulação produz sempre paciência, experiência, esperança (Romanos 5:3-4). Parece incrível, mas esses jovens estavam mais seguros dentro da fornalha do que fora dela. Deixemos o fogo cortar nossas cordas impeditivas!


Narrativa Bíblica Completa 
(Daniel 3 - NVI)

O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro de vinte e sete metros de altura e dois metros e setenta centímetros de largura, e a ergueu na planície de Dura, na província da Babilônia.

Depois convocou os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados e todas as autoridades provinciais para assistirem à dedicação da imagem que mandara erguer.Assim todos eles, sátrapas, prefeitos, governadores, conselheiros, tesoureiros, juízes, magistrados e todas as autoridades provinciais se reuniram para a dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor mandara erguer, e ficaram de pé diante dela.

Então o arauto proclamou em alta voz: "Esta é a ordem que lhes é dada, ó homens de todas nações, povos e línguas:Quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, prostrem-se em terra e adorem a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor ergueu.Quem não se prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente atirado numa fornalha em chamas”. Por isso, logo que ouviram o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério e de toda espécie de música, os homens de todas nações, povos e línguas prostraram-se em terra e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor mandara erguer.

Nesse momento alguns astrólogos se aproximaram e denunciaram os judeus,dizendo ao rei Nabucodonosor: "Ó rei, vive para sempre! Tu emitiste um decreto, ó rei, ordenando que tudo o que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música se prostrasse em terra e adorasse a imagem de ouro,e que tudo o que não se prostrasse em terra e não a adorasse seria atirado numa fornalha em chamas.Mas há alguns judeus que nomeaste para administrar a província da Babilônia, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que não te dão ouvidos, ó rei. Não prestam culto aos teus deuses nem adoram a imagem de ouro que mandaste erguer".

Furioso, Nabucodonosor mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E assim que eles foram conduzidos à presença do rei, Nabucodonosor lhes disse: "É verdade, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vocês não prestam culto aos meus deuses nem adoram a imagem de ouro que mandei erguer?Agora, porém, quando vocês ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, se vocês se dispuserem a prostrar-se em terra e a adorar a imagem que eu fiz, será melhor para vocês. Mas, se não a adorarem, serão imediatamente atirados numa fornalha em chamas. E que deus poderá livrá-los das minhas mãos? "
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: "Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti.Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei.Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer".

Nabucodonosor ficou tão furioso com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que o seu semblante mudou. Deu ordens para que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais do que de costume e ordenou que alguns dos soldados mais fortes do seu exército amarrassem Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os atirassem na fornalha em chamas. E os três homens, vestidos com seus mantos, calções, turbantes e outras roupas, foram amarrados e atirados na fornalha extraordinariamente quente. A ordem do rei era tão urgente e a fornalha estava tão quente que as chamas mataram os soldados que levaram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, os quais caíram amarrados dentro da fornalha em chamas.

Mas, logo depois o rei Nabucodonosor, alarmado, levantou-se e perguntou aos seus conselheiros: "Não foram três homens amarrados que nós atiramos no fogo? " Eles responderam: "Sim, ó rei”. E o rei exclamou: "Olhem! Estou vendo quatro homens, desamarrados e ilesos, andando pelo fogo, e o quarto se parece com um filho dos deuses".

Então Nabucodonosor aproximou-se da entrada da fornalha em chamas e gritou: "Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saiam! Venham aqui! " E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do fogo.Os sátrapas, os prefeitos, os governadores e os conselheiros do rei se ajuntaram em torno deles e comprovaram que o fogo não tinha ferido o corpo deles. Nem um só fio do cabelo tinha sido chamuscado, os seus mantos não estavam queimados, e não havia cheiro de fogo neles.

Disse então Nabucodonosor: "Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos! Eles confiaram nele, desafiaram a ordem do rei, preferindo abrir mão de suas vidas a que prestar culto e adorar a outro deus, que não fosse o seu próprio Deus.Por isso eu decreto que todo homem de qualquer povo, nação e língua que disser alguma coisa contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado e sua casa seja transformada em montes de entulho, pois nenhum outro deus é capaz de livrar ninguém dessa maneira". 

Então o rei promoveu Sadraque, Mesque e Abede-Nego a melhores posições na província da Babilônia.




Para compreender o cuidado divino através das intervenções milagrosas na história do seu povo, participe neste domingo (21/12/2014), da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 93  
Milagres do Velho Testamento Editora Betel

Comentários Adicionais (em vermelho)
Pb. Miquéias Daniel Gomes



Nenhum comentário:

Postar um comentário