Texto Áureo
Meus irmãos, que aproveita se
alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
Tiago 2:14
Verdade Aplicada
Jamais saberemos o alcance da nossa
fé até que sejamos postos diante de uma escolha que peça a renúncia daquilo que
mais estimamos e revele quem somos diante da circunstância.
Textos de Referência
Daniel 3:13-16
Então,
Nabucodonosor, com ira e furor, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E
trouxeram a esses homens perante o rei.
Falou
Nabucodonosor e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego,
que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?
Agora,
pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da cítara,
da harpa, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, para vos
prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se a
não adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro do forno de fogo ardente;
e quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?
Responderam Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder
sobre este negócio.
Jerusalém sempre foi
uma cidade de enorme importância, seja por sua posição estratégica, por seu
simbolismo religioso, ou sua cultura milenar; e com isso, atraiu muitos olhares
cobiçosos para suas riquezas. Foi estabelecida por Davi como capital de Israel,
e nela estava sediada não apenas a casa real, como também o grandioso Templo de
Salomão. Com a separação de Israel em dois reinos, Jerusalém passou a ser a capital
de Judá (Reino do Sul). Em decorrência da fidelidade de reis como Joás, Josafá
e Ezequias, a cidade foi poupada das mãos do exército Assírio, que já havia
conquistado o Reino do Norte (Israel) cerca de um século antes. Porém, como predito pelos profetas Isaías e Jeremias, havia chegado à hora de
Judá ser castigada por seus pecados, e esta punição se daria na forma de um septuagenário
exílio em terras babilônicas.
Tudo começou em 606 a.C,
no quarto ano do reinado de Jeoaquim. A Babilônia como estado suserano, fez de
Judá um estado vassalo (escravo), e quando os judeus tentaram reverter esta situação,
o rei Nabucodonosor II atacou e facilmente subjugou a nação. O inexperiente rei
judeu acabou poupado pelos caldeus, com a condição de se submeter as vontades
da Babilônia, e para garantir que Jeoaquim se mantivesse leal, Nabucodonosor
levou como reféns, um grande número de príncipes e jovens de famílias importantes.
Nesta leva de exilados estavam, por exemplo, Daniel, Hananias, Misael e
Azarias. Foi também nesta invasão que o Templo foi saqueado e seus tesouros
levados para adornar templos pagãos.
O rei Jeoaquim, homem
de coração endurecido para a voz de Deus e seus profetas, decidiu parar de
pagar seus tributos, certo que a Babilônia estava ocupada demais para se
preocupar com ele. Esta arriscada estratégia deu certo até o ano de 598 a.C,
quando Nabucodonosor marcha contra Jerusalém mais uma vez. Rapidamente a cidade
foi tomada pelos babilônicos que ali permaneceram por mais de um ano, sendo que
neste período o rei Jeoaquim faleceu. Seu filho Jeconias reinou em seu lugar
por apenas três meses, já que ao final de uma série de confrontos com os
nativos, ao retornar vitórioso para sua terra, Nabucodonosor levou consigo um grande
número de prisioneiros, incluindo o rei e sua família, toda a nobreza, os oficiais
militares e os melhores artesões. Nabucodonosor elege Zedequias, como novo rei
de Judá, mas este, vislumbrado com possíveis aliados, (como por exemplo, o
Egito), comandou um novo levante contra o opressor. Novamente Judá é sitiada,
num cerco que durou dezoito meses e levou as pessoas de dentro das cidades a
cometerem a antropofagia, tamanha era a fome. Quando os babilônicos finalmente
romperam os muros de Jerusalém, encontraram um povo desamparado e indefeso, e o
que se viu, foi um massacre sem precedentes. A família de Zedequias foi brutalmente assassina, depois o
rei teve seus olhos vazados e foi levado cativo para o exílio. Desta vez,
Nabucodonosor promoveu uma deportação massiva, deixando em solo pátrio apenas
os cidadãos considerados “descartáveis”. Ele nomeia um homem chamado Gedalias
como governante desta gente, mas, dois meses depois, esse líder é assassinado
por rebeldes revoltosos. O povo assustado e temendo por represálias foge para o
Egito, deixando Jerusalém sem habitantes e em ruínas.
Os prisioneiros levados
cativos para a Babilônia, só ganhariam o direito de regressar para a casa
setenta anos depois, quando o império Medo- Persa já havia conquistado os caldeus.
Nessa época, ao ler um texto do profeta Isaías, o rei Ciro encontra seu nome em
uma profecia escrita a mais de cem anos, dizendo que seria ele o responsável
pelo retorno dos judeus a sua pátria (Isaías 44:28, 45:1). Comovido, Ciro emite
um decreto, concedendo aos cativos o direito de voltar para casa.
Entre os primeiros
deportados, Nabucodonosor exigiu que alguns jovens fossem separados para servir
no palácio, sendo que os mesmos não poderiam apresentar defeitos físicos, possuir
conhecimento em ciência e ter boa desenvoltura.
Entre os selecionados, quatro moços teriam imenso destaque nas páginas
do livro de Daniel. Um deles, é o próprio Daniel, e os outros três são
Hananias, Misael e Azarias. Para muitos, estes nomes podem até soar
desconhecidos, pois assim que chegaram à Babilônia, esses moços foram
conduzidos ao palácio de Nabucodonosor a fim de iniciar um treinamento de três
anos, que os versaria na cultura babilônica, tornando os aptos a exercer cargos
de relevância dentro do próprio governo. Uma das primeiras medidas tomadas por
Aspenaz, o responsável pela preparação dos jovens hebreus, foi mudar os seus
nomes, dando a eles nomenclaturas caldeias. Assim, Daniel, cujo nome
significava “Deus é meu Juiz” passou a ser chamado de Beltessazar, que
significava “Tesouro de Bel”. Hananias, cujo nome significava “Deus foi
gracioso comigo” passou a ser conhecido como Sadraque, que significa
“Inspiração do Sol”. Misael, cujo nome significava “Quem é como Deus?”, recebeu
o nome de Mesaque, que significava “Aquele que pertence à deusa Sheshach”. Por
sua vez, Azarias, cujo nome significava “Deus é quem me ajuda”, passou a ser
chamado de Abede-Nego, que significava, “Servo de Nego””.
Aqueles moços, cuja
idade variava de catorze a dezesseis anos, estavam muito longe de casa e o seu
vínculo com a religiosidade judaica estava desfeito. Seus nomes que exaltavam o
Deus de Israel foram substituídos por nomes pagãos que glorificavam a deuses
estrangeiros. Nos anos vindouros, eles teriam contato direto com a cultura
babilônica, repleta de ritos e misticismo, a começar pelos pomposos jantares
bancados pelo rei. Assim como seus compatriotas, eles poderiam se adaptar a
situação e viver uma vida de regalias dentro de preceitos pagãos. Porém, os
quatro jovens optaram por preservar intacta sua essência, conservar sua origem
e se manter fiel ao único e verdadeiro Deus.
Nabucodonosor ordenou
que seus “convidados” fossem alimentados com a mesma comida servida para a
família real. Ótimos vinhos, elaboradas massas, vegetação orgânica e carnes
selecionadas. O problema é que na cozinha do palácio, os sacerdotes pagãos eram
tão influentes quanto os chef´s, pois
toda refeição antes de ir para mesa era oferecida e consagrada para o deus Bel ou
qualquer outra deidade babilônica. Pratos belos, saborosos e contaminados pelo
pecado. Por influência de Daniel, ele e seus companheiros tomaram uma decisão
arriscada, e assentaram em seus corações de não se contaminariam com as
iguarias do rei, e convenceram Aspenaz a lhes fornecer uma dieta a base de
legumes e água. Ao final do período de treinamento, foram eles que apresentavam
os melhores resultados físicos e intelectuais.
Poucas pessoas podem compreender
até que ponto a fé pode ser capaz de renunciar. A magnífica história de
Sadraque, Mesaque e Abednego nos ensina que quando o assunto é fidelidade ao
Senhor, nem mesmo a morte poderá amedrontar aos que nEle estão alicerçados. (Salmos
125:1). Nabucodonosor era um rei sagaz que oferecia aos príncipes escravos uma
faculdade gratuita, uma posição de destaque no reino, e um salário digno. Esse
tipo de persuasão fazia com que os cativos se esquecessem de sua terra e
vivessem sob a égide de seu domínio, abandonando suas raízes e se tornando
parte de seu reino.
Um Inferno Particular
Nabucodonosor já havia
reconhecido o Senhor como um grande Deus através da revelação de Daniel (Daniel
2:47). Porém, não se arrependeu e essa verdade não alcançou seu obstinado
coração. Em vez disso, confeccionou uma estátua de ouro com sua imagem para
forçar seus súditos a adorá-lo, e aquele que lhe desobedecesse deveria ser
lançado na fornalha de fogo ardente. Essa é a forma como age o coração humano
quando não glorifica a Deus: o homem glorifica a si mesmo e tenta fazer com que
todos o adorem. Como toda religião, Nabucodonosor tinha uma banda, uma lei, um
ídolo para adorar, e um inferno particular (a fornalha) que condenava quem não
se entregasse a seu credo. Seu maior problema foi achar que mesmo comprando o
caráter de alguns, todos eram da mesma estirpe se curvando ao seu sistema. A
Bíblia aconselha aos cristãos a obedecerem aos governos e às leis (Romanos 13:1-8).
Todavia, também deixa muito claro que os cristãos não podem desobedecer a Deus
a fim de obedecer ao governo terreno (Atos 4:19; 5:29). Quando o governo tenta
controlar nossa consciência e nos dizer como adorar, nós obedecemos a Deus em
vez de submetermo-nos aos seres humanos, sem levar em conta o preço a pagar por
isso.
Não foi fácil para Sadraque,
Mesaque e Abedenego permanecerem de pé enquanto todas as outras pessoas
“dançavam conforme a música”. Eles desafiaram o sistema porque eram firmes e alicerçados
nos ensinos de sua família e embora, fosse a Babilônia um lugar ostentador,
eles jamais trocariam sua comunhão com Deus por lisonjas ou posições. Um fato
curioso que mostra o poder envolvente da Babilônia e que alguns judeus já
haviam se vendido, é a qualidade dos instrumentos que deveriam tocar para que
todos se curvassem, entre eles estavam alguns de ordem semita como: a flauta, a
harpa e o saltério (Daniel 3:5). Na Bíblia “Babilônia” é mais que uma cidade ou
império; Ela representa um sistema Satânico. Babilônia se iniciou através da
obra de Ninrode, que com um audacioso projeto, desejava conquistar o mundo
através do esforço humano, sendo impedido por Deus, que confundiu às línguas e
dispersou seu reino pelo mundo afora por causa da sua arrogância (Gêneses
10:8-10; 11:1-9). Nabucodonosor desejava fazer o mesmo, ele possuía um esquema
centrado no homem, que tentava conquistar o coração, a mente, e o corpo das
pessoas, e nesse sistema não havia espaço para Deus. O nome “Babel” significa:
“portão de Deus”. Ela finge ser o caminho para o céu. No entanto, é o caminho
para o inferno. Os verdadeiros crentes não participam desse sistema mundano (Apocalipse
18:4-5). Como os três jovens hebreus, devemos permanecer firmes contra a
Babilônia e testemunhar a verdade da Palavra do Senhor, mesmo que isso custe
nossa segurança.
Fornalha: Celeiro de Promessas
A megalomaníaca estátua
idealizada por Nabucodonosor e erigida na planície de Dura, província da
Babilônia, era uma impressionante peça de ouro com absurdos 29, 4 metros de
altura e aproximadamente 3 metros de largura. O aspecto e a forma da escultura
não foram descritos no texto bíblico, mas supõe-se que pode ter sido uma
homenagem a Nabopolassar (pai de Nabucodonosor), um ídolo de Bel (o deus oficial
da Babilônia) ou ainda, como acreditam a maioria dos estudiosos, uma representação
do próprio monarca. No ápice de seu orgulho e altivez, o rei convocou para a
inauguração de sua obra prima, toda a população da Babilônia, incluindo os
sátrapas, juízes, políticos, tesoureiros e régulos de todas as províncias.
Durante a cerimônia, a grande orquestra executaria uma música especifica (provavelmente
composta em honraria ao próprio rei), e ao final da mesma, quando as buzinas
tocassem, todos, sem exceção, deveriam se ajoelhar perante a estátua. Quem
desobedecesse tal ordem, seria lançado imediatamente em uma fornalha ardente.
Contrariando as expectativas, enquanto todos se curvaram, Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego se mantiveram irredutíveis em pé, firmes como rocha. Imediatamente,
os três jovens foram denunciados: - Há uns homens judeus, que tu
constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego; esses homens, ó rei, não fizeram caso de ti. - O rei ficou
furioso, mas consumido pelo orgulho próprio, Nabucodonosor se negou a aceitar
uma negativa ao seu decreto, e ordenou que o ritual fosse repetido, pois
certamente os retardatários haviam perdido o “tempo” correto para se prostar.
Para espanto geral, quando todos se curvaram pela segunda vez, os três jovens
hebreus continuaram em pé, mais firmes do que nunca: - "Ó
Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na
fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos
livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não
prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste
erguer".
O rei ficou enfurecido ao saber
que seu decreto foi desobedecido. Ele deu outra chance aos jovens. Mas eles
preferiram antes enfrentar o fogo a ter que se curvar a seu ídolo. Assim, eles
foram lançados na fornalha amarrados com as próprias vestes.
Três promessas se destacam nessa
história. Vejamos:
Seguir ao Senhor não nos isenta de uma fornalha: Não existe evangelho fácil. Ser
um autêntico cristão é conviver com diversas formas de fornalha. Todo aquele
que se dedica ao Senhor não está isento da provação. Nós estamos no mundo, más
não somos amigos dele, somos a contramão de um sistema que a cada dia tenta nos
absorver e nos desvincular de nossa profissão de fé (João 15:18-20; Filipenses
1:29). Esses três jovens desafiaram o sistema, envergonharam o rei diante de
todos, eles preferiram morrer a negar seu Deus. Eles são um exemplo para todos
aqueles que creem; que ainda não se deixaram levar pelo sistema; que não
negaram a fé. Mesmo sabendo que a fornalha seria aquecida além do normal, eles
confiaram no Senhor, acreditaram que pela vida ou pela morte o Senhor não os
deixaria. Esses três jovens destilaram uma mescla de fé unida a uma audaciosa
coragem. Eles enfrentaram a morte e como prêmio encontraram a vida. É o medo de
perder que nos impede de conquistar grandes vitórias e altos níveis de comunhão
como o nosso Deus.
O Senhor jamais nos abandona durante a provação:Fogo que Deus se faz presente
sempre tira de nós o que nos impede de caminhar. Eles foram lançados no fogo
amarrados, de repente, foram vistos passeando dentro do fogo. O que nos prova
que somente as cordas se queimaram (Daniel 3:25). Nabucodonosor avistou uma
pessoa a mais com eles a passear, Deus nunca abandona os seus quando passam por
provações aterradoras. Ele pode não impedir que entremos na fornalha, mas
entrará conosco e nos preservará para sua glória (Is 43.2). Os homens que
lançaram eles no fogo morreram queimados instantaneamente, eles, porém, além de
não sofrerem nenhuma lesão, nem cheiro de fogo passou sobre eles (Daniel 3:22-27).
Deus sabe preservar os que lhe são fiéis (Hebreus 11:30-34).
A fornalha produz um nível de crescimento: Somente quando atingimos o fogo
é que nos tornamos cônscios da presença do companheiro Divino andando ao nosso
lado, mostrando aos nossos inimigos Sua grandeza. Que privilégio para esses
jovens! Eles receberam uma revelação pessoal do Cristo Salvador antes mesmo
dEle revelar-se para o mundo. O que uma fornalha não pode nos revelar? O fogo
os livrou de suas amarras da mesma forma que sofrer por Cristo, hoje, nos
liberta jubilosamente do pecado e do mundo. A experiência deles glorificou a
Deus diante dos outros (I Coríntios 6:19-20), e o rei os promoveu e deu-lhes
honras. Primeiro, o sofrimento; depois, a glória (I Pedro 5:1,10-11). Esses
moços não poderiam ter permanecido de pé, se não fossem sustentados por uma fé
inabalável e sobrenatural. Eles não pensaram em si defender, estavam prontos a
morrer se Deus assim desejasse. Eles tomaram uma atitude de fidelidade ao Deus
soberano e a mantiveram independente de qualquer expectativa de libertação (Daniel
3:16-18).
Forjados pelo Fogo
A mais corriqueira
curiosidade sobre o episódio da fornalha é sem dúvidas, onde estava Daniel. A resposta para esta pergunta pode ser mais
simples do que parece, já que Daniel havia se tornado um estadista influente e
respeitável, e com a Babilônia vassalando dezenas de nações ao redor do mundo,
é perfeitamente plausível que Daniel estivesse em uma viagem diplomática. Porém,
quando nos focamos apenas neste detalhe da história, perdemos o foco de uma
valiosa lição e nos esquecemos de que Deus tem projetos específicos para cada
um de nós. Naquele momento, a fornalha não era um teste para Daniel, e sim para
seus amigos (para Daniel estava reservada uma cova cheia de leões para
enfrentar). As opções que se apresentavam a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram
escassas: negar o seu Deus ou morrer. Sem titubear, eles tomam uma decisão,
colocando suas vidas nas mãos de Deus. Viver ou morrer não era para elas uma questão
relevante, e nem seria definida pelo decreto do rei. Deus é quem lhes daria a
destinação que lhe fosse aprazível.
Neste ponto,
Nabuconosor representa com perfeição o inimigo de nossas almas, que
constantemente busca nos atacar com fúria e vigor, tentando de todas as formas
e usando os mais elaborados estratagemas, nos destruir. Sabe-se hoje que em
situações bem específicas, o corpo humano pode suportar um calor de até 120°,
desde que seja uma exposição muito rápida. Esta temperatura é facilmente
conseguida em qualquer forno doméstico o que nos leva a conclusão que a
fornalha de Nabucodonosor produzia temperaturas elevadíssimas. Mesmo assim, ele
ordenou que fosse setuplicada a intensidade das chamas. Os três jovens hebreus
não ofereceram qualquer resistência à punição decretada, mesmo assim, o rei
ordenou que eles fossem amarrados, e que seus soldados mais fortes conduzissem
os réus. Quando foram lançados na fornalha, com pés e mãos amarrados, o calor
era tão intenso que foi capaz de matar os guardas que se aproximaram das
chamas, mas nada pode fazer contra os hebreus, exceto queimar as cordas que os
prendiam... Quando Nabucodonosor olhou para sua fornalha, percebeu que os
jovens caminhavam tranquilamente lá dentro, e não estavam sozinhos, pois um
quarto homem, com aspectos divinos lhes fazia companhia. Deus pode até não nos
livrar da fornalha, mas certamente nos livrará nela.
Nabucodonosor foi publicamente
envergonhado, mas também ficou maravilhado com o que viu na vida desses três
jovens. Ele se aproximou da fornalha e não se queimou (Daniel 3:26), uma prova
real de que a confiança em Deus nos exalta diante dos nossos inimigos. Vejamos
três aspectos importantes desse capítulo.
Mais que vencedores
Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos
amou (Romanos 8:37).
Como podemos nos tornar tão
grandes vencedores? Quando durante os grandes conflitos de nossas vidas
adquirirmos uma disciplina que não somente fortaleça a nossa fé, mas que
consolide nosso caráter espiritual. A tentação se faz necessária para firmar e
confirmar nossa vida espiritual, ela é como o fogo para o metal mais precioso,
que além de purifica-lo, o torna flexível. Nossos conflitos espirituais devem
ser contados entre as mais preciosas bênçãos, porque neles aprendemos que o
grande adversário é usado para nos treinar para a sua própria derrota (Daniel
3:28-29). Nosso Salvador já experimentou todas as dificuldades que agora nos
impede para enfrentar, e não nos pediria para atravessá-las, se não estivesse
certo de que não são difíceis demais para nós, nem estão além das nossas
forças.
Deus age no meio do fogo
Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e
Abedenego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele,
pois violaram a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que
não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus (Daniel 3:28).
Em todos os lugares difíceis a
que Deus nos leva, ele sempre está criando oportunidades para que a nossa fé
possa ser exercitada. Esses jovens pareciam iminentemente derrotados enquanto
os inimigos observavam para vê-los arder naquelas chamas. Ao fim da provação
nem um fio de cabelo foi atingido (Daniel 3:22-27). Eles sacrificaram seus
corpos, demonstrando aos seus algozes que sua fé era coerente e sua fidelidade
inegociável, que lição para aqueles que sacrificam o sagrado!
A última fornalha
O capítulo três de Daniel é uma
tipologia profética de Israel nos dias da Grande Tribulação (II Tessalonicenses
2:1-12; Apocalipse 13:1-18). Nabucodonosor simboliza o anticristo; sua estátua
representa a imagem do anticristo que será erigida; e os três hebreus
representam os crentes judeus que serão protegidos durante a tribulação. O
milagre da fornalha tipifica um retrato dos eventos nos últimos dias. Daniel
não estava presente quando essas coisas aconteceram. Em sua ausência o rei
confeccionou seu perverso ídolo. Isso ilustra o arrebatamento da Igreja: quando
a Igreja estiver fora da terra, então Satanás poderá levar avante seus planos
diabólicos a fim de escravizar a mente e o corpo das pessoas. A vinda do Senhor
está próxima. Nós, cristãos, temos que atravessar a “fornalha de fogo” antes do
retorno de Jesus. Mas não temos nada a temer, pois Ele estará conosco. E é
muito melhor atravessar uma fornalha de fogo que viver em um lago de fogo por toda
a eternidade.
A fornalha não trouxe morte, mas
libertação das amarras, revelação pessoal de um Deus justo, e honra diante dos
inimigos. A tribulação produz sempre paciência, experiência, esperança (Romanos
5:3-4). Parece incrível, mas esses jovens estavam mais seguros dentro da
fornalha do que fora dela. Deixemos o fogo cortar nossas cordas impeditivas!
Narrativa Bíblica Completa
(Daniel 3 - NVI)
O rei Nabucodonosor fez
uma imagem de ouro de vinte e sete metros de altura e dois metros e setenta
centímetros de largura, e a ergueu na planície de Dura, na província da
Babilônia.
Depois convocou os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os
conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados e todas as autoridades
provinciais para assistirem à dedicação da imagem que mandara erguer.Assim
todos eles, sátrapas, prefeitos, governadores, conselheiros, tesoureiros,
juízes, magistrados e todas as autoridades provinciais se reuniram para a
dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor mandara erguer, e ficaram de pé
diante dela.
Então o arauto
proclamou em alta voz: "Esta é a ordem que lhes é dada, ó homens de todas
nações, povos e línguas:Quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara,
da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, prostrem-se
em terra e adorem a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor ergueu.Quem não se
prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente atirado numa fornalha em
chamas”. Por isso, logo que ouviram o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da
harpa, do saltério e de toda espécie de música, os homens de todas nações,
povos e línguas prostraram-se em terra e adoraram a imagem de ouro que o rei
Nabucodonosor mandara erguer.
Nesse momento alguns
astrólogos se aproximaram e denunciaram os judeus,dizendo ao rei Nabucodonosor:
"Ó rei, vive para sempre! Tu emitiste um decreto, ó rei, ordenando que tudo
o que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério,
da flauta dupla e de toda espécie de música se prostrasse em terra e adorasse a
imagem de ouro,e que tudo o que não se prostrasse em terra e não a adorasse
seria atirado numa fornalha em chamas.Mas há alguns judeus que nomeaste para
administrar a província da Babilônia, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que não
te dão ouvidos, ó rei. Não prestam culto aos teus deuses nem adoram a imagem de
ouro que mandaste erguer".
Furioso, Nabucodonosor
mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E assim que eles foram conduzidos
à presença do rei, Nabucodonosor lhes disse: "É verdade, Sadraque, Mesaque
e Abede-Nego, que vocês não prestam culto aos meus deuses nem adoram a imagem
de ouro que mandei erguer?Agora, porém, quando vocês ouvirem o som da trombeta,
do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie
de música, se vocês se dispuserem a prostrar-se em terra e a adorar a imagem
que eu fiz, será melhor para vocês. Mas, se não a adorarem, serão imediatamente
atirados numa fornalha em chamas. E que deus poderá livrá-los das minhas mãos?
"
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: "Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti.Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei.Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer".
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: "Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti.Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei.Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer".
Nabucodonosor ficou tão
furioso com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que o seu semblante mudou. Deu
ordens para que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais do que de costume e ordenou que alguns dos soldados mais fortes do seu exército amarrassem
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os atirassem na fornalha em chamas. E os três
homens, vestidos com seus mantos, calções, turbantes e outras roupas, foram
amarrados e atirados na fornalha extraordinariamente quente. A ordem do rei era
tão urgente e a fornalha estava tão quente que as chamas mataram os soldados
que levaram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, os quais caíram amarrados dentro da
fornalha em chamas.
Mas, logo depois o rei
Nabucodonosor, alarmado, levantou-se e perguntou aos seus conselheiros:
"Não foram três homens amarrados que nós atiramos no fogo? " Eles
responderam: "Sim, ó rei”. E o rei exclamou: "Olhem! Estou vendo
quatro homens, desamarrados e ilesos, andando pelo fogo, e o quarto se parece
com um filho dos deuses".
Então Nabucodonosor
aproximou-se da entrada da fornalha em chamas e gritou: "Sadraque, Mesaque
e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saiam! Venham aqui! " E Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego saíram do fogo.Os sátrapas, os prefeitos, os governadores
e os conselheiros do rei se ajuntaram em torno deles e comprovaram que o fogo
não tinha ferido o corpo deles. Nem um só fio do cabelo tinha sido chamuscado,
os seus mantos não estavam queimados, e não havia cheiro de fogo neles.
Disse então
Nabucodonosor: "Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que
enviou o seu anjo e livrou os seus servos! Eles confiaram nele, desafiaram a
ordem do rei, preferindo abrir mão de suas vidas a que prestar culto e adorar a
outro deus, que não fosse o seu próprio Deus.Por isso eu decreto que todo homem
de qualquer povo, nação e língua que disser alguma coisa contra o Deus de
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado e sua casa seja transformada em
montes de entulho, pois nenhum outro deus é capaz de livrar ninguém dessa
maneira".
Então o rei promoveu Sadraque, Mesque e Abede-Nego a melhores posições na província da Babilônia.
Então o rei promoveu Sadraque, Mesque e Abede-Nego a melhores posições na província da Babilônia.
Para compreender o cuidado divino através das intervenções milagrosas na história do seu povo, participe neste domingo (21/12/2014), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 93
Milagres do Velho Testamento : Editora Betel
Revista Jovens e Adultos nº 93
Milagres do Velho Testamento : Editora Betel
Comentários Adicionais (em vermelho)
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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