Autor Cícero Alvernaz |
O Natal é uma festa de aniversário, porém muitas vezes é
comemorado sem a presença do aniversariante.
Por incrível que pareça isto
acontece normalmente, inclusive entre pessoas que afirmam ser cristãs.
Em toda festa de aniversário a pessoa mais procurada e mais
requisitada é o aniversariante. Para ele se guarda o melhor lugar na mesa, o
primeiro pedaço do bolo, depois os presentes chegam e são entregues com direito
a um abraço, beijos e felicitações.
Em geral, ele veste a melhor roupa e fica
aguardando a chegada dos convidados.
Depois, todos cantam os
"parabéns", batem palmas e tudo se transforma em festa. Mas no Natal
de Jesus quase sempre é diferente.
A situação costuma ser tão decepcionante que muitos sequer
sabem o nome do aniversariante. Lembram do Papai Noel, do panetone, das
bebidas, da leitoa, do peru, da rabanada, das frutas típicas, dos presentes,
mas se esquecem de convidar ou ignoram aquele que deveria estar em primeiro
lugar na festa.
Nesta data se canta músicas típicas, se acende luzes que ficam
piscando a noite toda; as ruas são enfeitadas, as vitrines são decoradas com
motivos natalinos, enfim tudo é preparado cuidadosamente para a grande festa
que mexe com todos e a todos anima com fartura de comida e muita bebida, além
do tradicional "amigo secreto". Mas onde está o aniversariante?
Tudo foi preparado e cuidadosamente enfeitado, mas há uma
ausência muito sentida, embora pouco percebida pelos convidados. A menina exibe
o seu vestidinho estampado, o menino mostra o seu terninho engomado e a sua
gravatinha borboleta, o jovem posa feliz com a sua primeira namorada e os
casais ao redor da mesa exibem o seu sorriso que reflete satisfação e
felicidade. A ceia de natal será servida com muita fartura e regada a bom
vinho, champagne e refrigerante (para as crianças). Tem comida a vontade, muita
fartura e muitos convidados para participar. Enfim, a noite promete.
No entanto é triste constatar, mas esqueceram de convidar o
aniversariante para a festa. Seu lugar está vazio na mesa e quiçá nos corações,
seus talheres o esperam sobre a mesa coberta por uma linda toalha azul.
Esqueceram de convidá-lo, na verdade poucos se lembram que ele existe. A festa
não será completa sem a sua presença. O seu olhar não pousará sobre os
circunstantes, sua palavra não soará aos ouvidos dos presentes. Ele não cantará
o seu hino preferido e sua bênção estará ausente no momento de partir o pão.
Ele gostaria muito de estar presente, mas educadamente Ele não veio, pois não
foi convidado.
As crianças continuam sorrindo e se divertindo com os
presentes, os adultos se reúnem para uma boa conversa enquanto alguém serve a
ceia. Tudo parece harmônico, leve e feliz. O sorriso impregna os lábios
refletindo alegria, beleza e felicidade. Mas o aniversariante está ausente mais
uma vez naquela que deveria ser a sua festa, a comemoração de seu nascimento
ocorrido há mais de dois mil anos.
De repente me quedo triste e cabisbaixo sem entender o que os
homens fizeram com o Natal - que deveria ser simplesmente o Natal de Cristo.
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