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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

EBD: A Fidelidade de Deus


Texto Áureo
A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, até as nuvens a tua fidelidade.
Salmo 36:5

Verdade Aplicada
A fidelidade de Deus é a base sólida da sustentação de nossa confiança e relacionamento com Ele.

 Textos de Referência
Salmos 89:1,2,5 e 24

Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor, os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade.
Pois disse eu: a benignidade está fundada para sempre: a tua fidelidade, tu a confirmarás até nos céus, dizendo.
Celebram os céus as tuas maravilhas, ó SENHOR, e, na assembleia dos santos, a tua fidelidade.
A minha fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu poder.


A Fidelidade de Deus

A fidelidade de Deus, um dos grandes temas da Bíblia, carrega em si a ideia do compromisso inabalável de Deus em manter, na relação com o Seu povo, tudo quanto se encontra escrito na Sua Palavra. A fidelidade é uma das gloriosas perfeições do Senhor, uma vestimenta do próprio Deus (Salmo 89:8). Tudo o que há acerca de Deus é grande, vasto e incomparável, assim é também Sua fidelidade (Salmo 36:5). A fidelidade é um atributo do caráter de Deus. A fidelidade é parte inerente do ser divino e Ele tem enorme satisfação em revelar-se a seu povo como Deus fiel (Deuteronômio 7:9). O apóstolo Paulo afirma que nem mesmo a infidelidade humana pode alterar a fidelidade divina (II Timóteo 2:13). A vida de Deus não muda. Ele é desde a antiguidade (Salmo 93:2). O salmista Davi compreende uma revelação da perfeição divina, por meio da qual Deus não está sujeito a qualquer mudança, não somente em Seu ser, mas também em Suas profecias, propósitos e promessas (Salmo 102 :26-27 / Hebreus 6:13-14). A fidelidade de Deus está expressa em Sua coerência moral e pessoal no seu relacionamento com as pessoas. Por isso, Deus é comparado a uma rocha (Deuteronômio 32:4). Ele permanece sempre na mesma posição. Ele é eternamente o Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação (Tiago 1:17). Deus não envelhece, Sua vida não aumenta nem diminui. Ele não ganha novas forças nem perde o que possui. Não amadurece nem se desenvolve. Ele não se torna mais forte nem fica mais fraco, nem mais sábio a medida em que o tempo passa, pois já é perfeito e sendo perfeito não pode mudar nem para melhor nem para pior. (Arthur W. Pink).

O caráter de Deus não muda. No curso da vida humana, gostos, perspectivas, tempo, temperamento, entre outros, podem mudar o caráter de uma pessoa, mas nada pode alterar o caráter de Deus. Ele nunca se torna menos verdadeiro, misericordioso, justo ou fiel (Êxodo 34.6). O caráter de Deus é hoje, e sempre será exatamente como era nos tempos bíblicos, conforme a auto revelação de Deus a Moisés (Êxodo 3.14). Ele tem vida em si mesmo e o que Ele é agora será eternamente (Hebreus 13:8). O caráter de Deus é imutável. Assim, Tiago, numa passagem que trata da bondade e santidade de Deus para com os homens e hostilidade para com o pecado, menciona Deus como aquele “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17). Os planos do homem podem mudar por falta de previsão ou ausência de poder. Porém os propósitos de Deus nunca se alteram (Salmo 33:11), visto que Deus é Onisciente, Onipotente e Onipresente. O que Deus executa no presente, Ele já planejara desde a eternidade (Efésios 3:3-11). Tudo o que se encontra em Sua Palavra, Ele se comprometeu a realizar (Marcos 13:31). O seu propósito abrange grandes reinos (Daniel 4:32), mas também tem planos para seus servos de forma individual (Atos 9:15) e com relação à Igreja (Filipenses 1:6). Podemos ter certeza de que o propósito de Deus com respeito à nossa salvação não é uma vaga possibilidade, mas uma convicção inabalável. A volta de Jesus e a consumação da nossa salvação é uma agenda firmada pelo Pai e Ele a levará avante.

Os textos sobre o “arrependimento” de Deus (Gêneses 6:6, I Samuel 15:11; Jonas 3:10; Joel 2:13) abordam a anulação de tratamento prévio dispensado a certos homens, como consequência da resposta deles a esse processo. Mas não há indicação alguma de que essa reação tenha sido prevista, nem que Deus tenha sido tomado de surpresa, nem que a mesma não estivesse estabelecida em Seu plano eterno. Não há mudança alguma em Seu propósito eterno quando Ele começa a agir em relação a uma pessoa de maneira diferente. (J.I.Packer).


Mentir... Jamais

O termo “FIDELIDADE” vem do latim “fidelis”, e faz alusão a atitude de quem é leal, honesto, confiável e verdadeiro nos compromissos que assume, sendo constante em sua conduta. Numa definição mais pragmática, podemos dizer que a FIDELIDADE é uma observância rigorosa e exata da verdade, ou ainda, firmeza e lealdade. Todas estas características estão presentes na composição do caráter divino, e é exatamente por isso que Ele não desiste de nós, seu projeto mais auspicioso. É claro que Deus deseja uma reciprocidade desta relação, por isto, Ele leva muito a sério nossas ações e palavras. Na atmosfera habitada pelo Senhor, não existe mentira e nem engodo, logo a verdade predomina absoluta. Deus exige (e cobra) de nós a mais pura verdade. Entenda: Na presença de Deus a mentira simplesmente deixa de existir, é portanto não existe a possibilidade de se mentir ou omitir até o mais escuso pensamento, já que Ele mesmo se revela assim ao homem espiritual: Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas (Hebreus 4:12-13).

Deus jamais se engana e portanto não pode nós enganar também. Suas promessas são respaldadas na total certeza de que Ele tem o poder de torná-las em realidade. Não existem palavras ditas no afã do momento ou verbetes lapidados por sentimentos deturpados e sazonais. Deus é pontual e preciso, zeloso por honrar cada vírgula de sua Palavra. Assim, Ele espera que honremos nossas palavras, votos e promessas com o mesmo esmero. Precisamos entender que Deus leva o homem muito a sério. Quando Esaú, entorpecido pelas circunstâncias, trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas, certamente não estava considerando aquela promessa como válida, mas Deus estava. Como resultado, Esaú perdeu o direito de herdar as bênçãos patriarcais que lhe eram de direito (Gêneses 25:34). Portanto, precisamos refrear nossa língua, pesar cuidadosamente nossas palavras e medir milimetricamente nossas ações diante de Deus, pois a fidelidade Dele é tão intensa, que elevará ao quadrado nossas ações, dando a elas uma conotação muito mais intensa, o que acarreta maior cobranças sobre elas.  Na maioria das vezes não somos capazes de corresponder a estas expectativas divinas sobre nós, pois nossa natureza humana ainda se inclina para o mal, com suas mentiras frequentes e desculpas esfarrapadas, que minam e por vezes implodem, a nossa fidelidade para com Deus. Mas nossa infidelidade não compromete a fidelidade de Deus, que continuará verdadeiro e leal independentemente de nossas atitudes, pois como disse Paulo em II Timóteo 2:11-13, “fiel é esta palavra: Se, pois, já morremos com ele, também com ele viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo.”


Fidelidade no cumprimento 
das promessas

A Bíblia está repleta de promessas de Deus para Seu povo. Em Hebreus 10:23, somos convidados a guardar firmemente a nossa esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.  A maioria das promessas de Deus é incondicional e será cumprida (Gêneses 18:9-14), outras, porém, dependem da obediência e fé do seu povo. Em Sua ascensão ao céu, Cristo prometeu aos discípulos que enviaria o Espírito Santo (Lucas 24:49), mas estabeleceu uma condição: que permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder, o que se cumpriu no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4). Precisamos, portanto, ter uma atitude de fé e perseverança face ás promessas de Deus e buscar o seu cumprimento por meio da oração, como fez o profeta Daniel. Ele entendeu que o fim do cativeiro havia chegado para Israel, então clamou ao Senhor pelo cumprimento da promessa (Daniel 9:1-2). Neemias também orou firmado nas promessas de deus (Neemias 1:9-10). Os que pensam que as promessas de Deus são tardias não possuem o discernimento necessário para saber que a demora de Deus tem o objetivo de afastar o julgamento e trazer a graça salvadora ao maior número possível de pessoas (II Pedro 3:9). Na vida do cristão, a espera é sem dúvida um amadurecimento pessoal. O tempo de deus não é o nosso. Os discípulos só esperaram dez dias e foram batizados no Espírito santo. Alguns homens de Deus, porém, tiveram que esperar com paciência a realização da promessa de Deus. José esperou treze anos para tornar-se primeiro-ministro do Egito. Moisés passou quarenta anos no deserto se preparando (Atos 7:22-23). Mas ambos alcançaram o cumprimento da promessa de Deus para suas vidas. Deus não atrasa nem adianta, chega sempre na hora certa. É preciso aprender a esperar no Senhor (Salmos 27:14).

Há nas Escrituras numerosas ilustrações da fidelidade de Deus em manter Suas promessas sempre atuais. O juramento feito por Deus de que a terra produziria alimentos para todos continua (Gêneses 8:22). No dia de Pentecostes, Pedro relembrou uma promessa feita por Deus (Atos 2:39). Após quase dois mil anos, essa promessa continuasse cumprindo e pessoas ainda são batizadas no Espírito Santo onde o Evangelho é pregado confirmando assim a atualidade das promessas de Deus. Vidas libertas, pessoas transformadas, doentes curados e o Evangelho avançando até as mais longínquas regiões do mundo são provas do cumprimento da Palavra de Deus (Marcos 16:15-18). As Escrituras afirmam que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8), o mesmo se aplica à Palavra de Deus, pois Cristo é a Palavra viva de Deus (João 1:14). Se Cristo permanece o mesmo, assim acontece com a Palavra de Deus em tudo quanto ela afirma. Creiamos, portanto na atualidade das promessas de Deus.


Porque as vezes Deus não nos abençoa?

Escrevendo aos cativos na Babilônia, o profeta Jeremias faz uma maravilhosa revelação sobre o caráter de Deus: Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais (Jeremias 29:11). Em outras palavras, podemos dizer que Deus deseja realizar nossos sonhos e nos fazer feliz. Mas primeiramente, Ele prova nosso coração afim de verificar se estamos preparados para viver nosso próprio sonho, sem nos apostatar da fé. Se comprovar nossa inaptidão para conviver com as bênçãos, Deus cerra as janelas do céu sobre nossa vida e em decorrência disso não vivemos os grandes projetos de Deus. Por exemplo, por conhecer os recônditos do coração humano, Deus sabe que dando um bom carro para determinado cristão, este passará a se dedicar única e exclusivamente a passeios e viagens, deixando a frequência nos cultos em segundo plano, e pouco a pouco viverá um esfriamento espiritual. Assim, embora deseje dar a benção tão esperada por seu filho, o Senhor a retém visando um bem maior. Outras vezes, somos testados com provação, para obtermos aprovação para dias de sucesso, abastança e honra, afinal, é nossa fidelidade no “pouco” que nos credencia ao “muito” (Mateus 25:21). Sobre este tema, reproduzo aqui um trecho do texto “Um teste para o seu coração”, escrito em parceria com o meu pai, Pr. Wilson Gomes:

Na hora da dificuldade e do aperto, quando nos encontramos em um beco sem saída, é muito complicado entender o projeto de Deus, que sim, é minuciosamente elaborado, e como diz o dito popular, até o “um” jocoso é número. Em outras palavras, cada detalhezinho é importante, então “nada” pode ser ignorado, e nenhuma etapa deve ser protelada. Andar com Deus, é exatamente viver de etapas muito bem planejadas, distintas e ao mesmo tempo intrínsecas. Na prática, a realidade é que este andar com Deus as vezes frustra nossas expectativas, pois queremos sempre o “melhor” imediato (eu quero o melhor, você quer o melhor), e Deus quer primeiramente nos ensinar “a como” viver e valorizar o melhor que está por vir... Para Deus existe duas questões de grande importância: Estamos prontos para viver o melhor? E quando chegar a hora em que receberemos do melhor, como iremos reagir? O povo de Israel viveu o dilema desta espera. Caminhando pelo deserto rumo a uma terra que manava leite e mel, mas que parecia cada vez mais distante, também questionou à Deus o “como” e o “porque” dos dias escassos de fartura. A resposta de Deus para Israel é a mesma que se encaixa na sua e na minha indagação, e está registrada em Deuteronômio 8:2-5: - “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem. Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos. Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor teu Deus” - Entendeu? Deus nunca irá te abandonar e sempre cuidará de você. Não no seu tempo, mas sim no tempo dele. Não de acordo com os seus planos, mas dentro do projeto original dele.  Antes de te abençoar, Deus irá testar o seu coração para ver se você não será estragado pela grande benção que está por vir, e se for necessário, Ele te vacinará para que você desenvolva anticorpos que mantenham afastados os efeitos colaterais do “melhor”, tais como orgulho, vaidade, soberba, apostasia e esfriamento espiritual. Portanto, fique firme. Aguente o tranco. Prepare-se para dias melhores no futuro vivendo dignamente os piores dias do agora. 


A Fidelidade de Deus para com o 
seu Povo

No relacionamento entre Deus e o Seu povo, Ele tem se mantido fiel. As gerações vão e vem, e Deus permanece fiel a todas elas. Mesmo quando o povo peca ou se desvia, Deus permanece fiel, pronto a perdoar, restaurar e socorrer, quando estes se voltam para Ele (II Timóteo 2:13). Essa é uma promessa que precisa ser celebrada e ao mesmo tempo compreendida. Não é um convite à licenciosidade, nem um incentivo ao erro. De forma alguma se deve brincar com o pecado. Sansão brincou e quase foi destruído (Juízes 16:20- 21). Esaú foi profano com as coisas de Deus e não encontrou lugar de arrependimento (Hebreus 12:16-17). Esses exemplos nos servem de advertência. Deus é fiel em perdoar o cristão sincero e verdadeiramente arrependido. Somos restaurados porque o Senhor é fiel. Dentre as riquezas de Deus está Sua capacidade de perdoar, expressa nas riquezas de Sua misericórdia que transcendem aos nossos mais elevados pensamentos (Salmos 103:11). Ninguém pode medi-la. O profeta Miquéias afirma que ninguém pode se comparar a Deus, porque além de perdoar a pessoa arrependida, Deus, de forma maravilhosa, esquece-se da transgressão do Seu povo (Miquéias 7:18).

Deus é fiel em socorrer e livrar. O povo de Israel, ao longo de sua história, é testemunha viva dos feitos poderosos do Senhor e Sua fidelidade para livrá-los dos seus inimigos. Davi confessou que sem o Senhor os seus opositores o teriam engolido vivo (Salmo 124:1-3). Na passagem pelo Mar Vermelho, Moisés disse que deus pelejaria pelo seu povo (Êxodo 14:1-31). Na ação de Deus que livrou os jovens hebreus da fornalha ardente, até o soberbo Nabucodonosor reconheceu Sua grandeza (Daniel 3:23-29). Essas mesmas promessas se aplicam aos cristãos hodiernos. O Senhor não nos prometeu uma vida fácil e sem dificuldades, pelo contrário, Ele nos conscientizou de que neste mundo teríamos aflições (João 16:33), mas pediu que tivéssemos ânimo, porque Ele venceu e não desampara nem abandona os Seus servos (Hebreus 13:5-6). Deus não permite uma luta acima do que podemos suportar (I Coríntios 10:13). A palavra assegura que quem nasceu de novo e não vive na prática do pecado, o maligno não lhe toca (I João 5:18). A libertação do apóstolo Pedro é um dos mais poderosos atos de socorro de Deus (Atos 12:1-10). Herodes representava a lei, ninguém podia escapar das suas mãos. Dentro da ótica humana era o fim de Pedro, fortemente guardado por dezesseis soldados, mas Deus, maior que qualquer poder deste mundo, enviou Seu anjo e libertou a Seu servo, revelando tanto a sua fidelidade, quanto Seu poder em livrar e socorrer.

A promessa da presença de Deus é uma verdade gloriosa revelada em toda a Bíblia. Quando recebeu a ordem de partir em direção à Canaã, Moisés pediu a Deus que a Sua presença fosse com eles, caso contrário não sairia dali (Êxodo 33:12-15). Deus lhe fez uma promessa e, durante quarenta anos no deserto, Ele foi fiel: de dia numa coluna de nuvem e de noite numa coluna de fogo (Êxodo 13:21-22), ou seja, não importam as circunstâncias (Salmo 23:4; Isaías 43:2), Ele estará presente. O Senhor Jesus corroborou essa promessa de forma maravilhosa para a Igreja (Mateus 18:20). Ele estará presente e de forma ativa por todos dias até o fim dos séculos (Mateus 28:20; Apocalipse 2:1). A infidelidade, um dos pecados mais proeminentes destes dias maus, está presente na vida social, nos negócios, nas amizades que se dissolvem tão facilmente e até na vida conjugal. No entanto, é encorajador erguer os olhos e contemplar aquele que é fiel em tudo e em todo o tempo, no qual podemos confiar plenamente na certeza de que Ele nunca falhará conosco.


Deus e Homem –
Uma relação de amor eterno

A Bíblia menciona a raríssima possibilidade de alguém se compadecer de uma pessoa muito boa, ao ponto de dar a vida do próprio filho por ela. Talvez existam pessoas que mereçam um ato de amor tão extremado, e até mesmo uma alma tão altruísta capaz de tamanho beneplácito. Mas o amor de Deus pelo homem é demostrado no fato que ELE nos deu a vida de seu próprio filho quando ainda éramos maus e pecadores, imerecedores de qualquer compaixão (Romanos 5:8). Desde então, esse grandessíssimo amor só faz aumentar, potencializado ainda mais pela graça e pela misericórdia que emana do trono divino. Deus nos ama e deseja um relacionamento intenso e verdadeiro com cada um de nós. Feliz é o homem que aceita esse favor e mergulha sem reservas no oceano infindo desse amor, cujas correntezas nos levam rumo a uma eternidade de paz e felicidade. Obviamente, como em todo relacionamento é necessário que se façam concessões, e mesmo Deus não nos devendo nenhum favor, é Ele quem voluntariamente se mostra tolerante aos nossos deslizes. Deus se dispõem a perdoar todas as nossas ofensas, afrontas e pecados, nossos rompantes de preciosismo e hedonismo, nossas lamúrias desmedidas e nossos desatinos sem precedentes. Todas as manhãs Deus renova sua misericórdia sobre nossa vida e nos dá uma chance de vivermos um dia de cada vez, ou invés de simplesmente nos fulminar e do barro recriar um homem melhorado. Deus convive com nossas imperfeições mesmo sendo perfeito. Ele nos ama com intensidade apesar de nossas prostituições espirituais. Deus continua nos aceitando de volta mesmo depois de virarmos as costas para Ele centenas de vezes. Deus é longânimo, compassivo e terno no trato com o homem, dando a ele inúmeras chances e recomeços diários. Em decorrência de nossa teimosia, muitas vezes Deus precisa usar de recursos drásticos para chamar nossa atenção e nos direcionar de volta ao caminho, logo, sua mais severa e punitiva ação nada mais é que um grito de amor. O elo fraco desta relação está exatamente no ser humano. Débil, dúbio e corrompido pelo pecado, negligenciamos a fidelidade divina, escarnecemos o sacrifício vicário de Cristo e deixamos Deus num plano secundário de nossa vida. Nada fazemos para justificar tamanho amor, mas esta realidade terrível não impede que Deus nos ame incomensuravelmente. E em decorrência deste amor, somos atraídos para seus braços e aprendemos a amar. Embora pecadores, a santidade de Deus nos inicia num processo continuo de santificação. Mesmo imperfeitos, a perfeição divina nos aponta o caminho para se chegar a estatura de varão perfeito. Em nossos abundantes pecados superabunda a graça de Deus e nossa pequenez é compensada pela grandiosidade do Altíssimo, pois o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas.

Quando nós entregamos de corpo e alma a um relacionamento profundo e sincero com nosso Deus, embora ainda revestidos de corruptibilidade, somos feitos herdeiros de Deus, co-herdeiros em Cristo, e esta é uma promessa garantida pela fidelidade de Deus. Ainda seremos humanos, propensos ao erro e ao fracasso, mas estaremos abrigados embaixo das asas do Altíssimo, e ali protegidos, não estaremos a mercê do mal. Ainda haverá dias de tempestade, mas Deus nos dará asas para voar acima dela. Ainda existirá fornalhas, mas Deus estará conosco no meio das chamas e elas não nos queimarão. Ainda haverá rios e mares para serem atravessados, mais Deus nos conduzirá pelas águas, e ainda que submersos, não nos afogaremos. Paulo foi muito feliz ao descrever como é estar em um relacionamento genuíno com Deus: Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos (II Coríntios 4:6-9). E assim, mãos dadas com Deus, seguimos de fé em fé e glória em glória, certos que a fidelidade de Deus é nosso norte, nosso leme e nosso porto seguro, e que ela nos levará ao céus, se tão somente nos entregarmos sem reservas ao seu amor: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo: Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo (Filipenses 1:2-6).



Para conhecer os princípios e passos para uma jornada cristã íntegra e frutífera através da FIDELIDADE, venha participar neste domingo, (04/01/2015),  da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 94  
Fidelidade Editora Betel
Comentarista: Pr. Josué Rodrigues Gouveia

Comentários Adicionais (em vermelho)
Pb. Miquéias Daniel Gomes

4 comentários:

  1. o salmo 103 só vai ate o versiculo 22, qual seria o texto certo no estudo acima.

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    1. Prezado irmão José Luiz Barroso, sua observação foi pontual e mui precisa. De fato a referencia estava equivoca em decorrência de um erro na digitação. A referência correta é Salmo 102:26-27, e o texto foi devidamente corrigido.

      "Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim."

      Deus o abençoe!

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  2. o estudo que comentei é a fidelidade de Deus.

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  3. Acho que vocês já viram a peça Hamlet. Seja fiel para consigo mesmo, é uma frase dita por cínicos, porque perante a verdade, nós não nos encerramos em nós mesmos, acima de nós em tudo está Deus!

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