Texto Áureo
Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o
conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra
nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
Eclesiastes
9:10
Verdade Aplicada
O Senhor não tem nenhum servo desocupado ou inábil.
Ele deu talentos a cada um conforme sua capacidade, que devem ser aplicados com
sabedoria.
Textos de Referência
Mateus 25:16-19
E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos
negociou com eles e granjeou outros cinco talentos.
Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou
também outros dois.
Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e
escondeu o dinheiro do seu senhor.
E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles
servos e ajustou contas com eles.
A Parábola dos Talentos
No início de seu ministério, Jesus utilizava
elementos bem literais em seus sermões, fazendo uma analogia pratica entre
itens do cotidiano e a verdade sobre o Reino dos Céus (a ferpa no olho, a casa
sobre a montanha e os pássaros). Porém, com a recusa dos judaizantes em aceitar
sua mensagem, ele lança mão de um recurso literário muito comum entre os judeus
e passa a ensinar por parábolas. Basicamente, uma parábola trata de uma história terrena com um significado
espiritual, e para se ter o total entendimento da mesma, é necessário que o
ouvinte esteja disposto e apto para buscar a verdade além das palavras. Assim,
aqueles que de fato desejavam compreender profundamente a mensagem de Cristo,
eram instruídos com doutrinas eternas detalhadas com riqueza, mas para os que
“ouviam por ouvir”, aquelas “histórias” não passavam de fábulas esquecíveis. O
ser questionado por seus discípulos sobre este novo método de ensino, o próprio
Jesus explicou – “Por essa razão eu lhes
falo por parábolas: Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem
entendem. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre
ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais
perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade
ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse,
poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e
converter-se, e eu os curaria’. Mas, felizes são os olhos de vocês, porque
vêem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem” (Mateus 13:10-17).
Umas das mais famosas parábolas contadas por Jesus,
aos ouvidos incautos pode parecer apenas uma publicidade bancaria para atrair
investidores, mas na verdade nos revela muito sobre a grande responsabilidade que
repousa em nosso ministério individual. Um homem muito rico chamou alguns de
seus funcionários e lhes confiou uma quantia em dinheiro, a uns mais e a outros
menos. Todos foram orientados a administrarem bem a verba recebida enquanto ele
estivesse ausente do país. Quando retornou, seus funcionários foram convocados
para a prestação de contas. O primeiro, que recebera cinco talentos
informou ao seu senhor que havia investido aquela quantia, e com muito trabalho
dobrou o capital. O senhorio ficou tão entusiasmado com este resultado,
que decidiu recompensar o seu empregado, repassando para ele os dez talentos acumulados.
O mesmo aconteceu com o segundo funcionário, que por sua vez, havia
transformado em quatro, os dois talentos recebidos. Mas quando o terceiro
empregado se apresentou, tinha nas mãos apenas o talento que inicialmente lhe
fora entregue. Ele explicou que em decorrência de ter recebido menos que os
demais, preferiu não correr riscos, e assim escondeu o seu talento, pra
devolve-lo intacto. A ira daquele “homem duro que ceifava onde não se semeava e
ajuntava onde não espalhava”, se acendeu contra seu servo, e então, esbravejou: -
"Servo mau e negligente, quanto prejuízo você me deu... Se ao menos tivesse
depositado meu dinheiro em um banco!" - Então aquele homem ordenou que seu servo
improdutivo fosse expulso de suas terras.
No sentido pragmático, o talento desta história
refere-se a uma medida de massa utilizada pelo comércio da época para medir
ouro e prata, sendo que cada talento pesava 32,3 Kg. Mas com ela, Jesus queria
transmitir aos seus seguidores uma profunda mensagem espiritual. Todos somos
servos, e recebemos de nosso Senhor “talentos” que devem ser “empregados” para
que haja expansão de seu Reino. Alguns, em decorrência de sua capacidade
pessoal, recebem mais do que outros, entretanto “todos” são agraciados com um “capital de
giro”. Muitas vezes nos acomodamos por achar que comparado aos demais, nosso
talento é pequeno e indigno de ser trabalhado. Mas você já parou para pensar no
valor de um único talento? Primeiro vamos analisar o lado pratico da questão. Considerando que atualmente cada 100 gramas de prata
custam R$ 220,00 e cada grama de ouro vale RS 111,00; então aquele servo teria
recebido em valores modernos cerca de R$ 71.000,00, caso o talento fosse de
prata, e sendo ele de ouro, esse valor subiria para... R$ 3.585.300... São mais
de três milhões e meio de reais! Dá pra esconder um valor destes? Porém, jamais
se deslumbre com valores estratosféricos, pois espiritualmente falando, é
preciso fazer com que esses números se multipliquem cada vez mais, já que no dia
da prestação de contas, a quem muito foi “dado” também muito será “cobrado”.
Deus é mui generoso e investe em cada um de nós, mas no acerto de contas, Ele
será austero e implacável, e a pergunta que ecoará pela eternidade é: O que
fizestes dos talentos que te dei?
A parábola dos
talentos nos arremete para a responsabilidade nos negócios do Reino. O talento
representa a oportunidade e o aproveitamento de nossa capacidade no
desenvolvimento do Reino de Deus (Mateus 25:14-30). Ao contar essa parábola,
Jesus prepara os discípulos para o momento em que eles terão que trabalhar em
sua ausência física, e fazendo-os saber que ao retornar Ele pedirá conta.
O Princípio da Motivação
No Reino de Deus
não basta fazer, mas também o porquê fazer. Conforme Provérbios 16:2, Deus
observa e conhece os princípios de todas as ações. Ele sabe com precisão as
intenções do coração. Percebe-se que nada na parábola é
irrelevante. Os valores dos talentos nos levam a compreender a importância das
habilidades dadas por Deus, tanto naturais como espirituais, com as quais
podemos servir aos homens e glorificar a Deus, dando assim continuidade ao Seu
Reino. Nenhum homem tem qualquer coisa de sua autoria, exceto seus pecados
(Romanos 3:23). Assim sendo, o valor inestimável de nossas capacidades deve nos
motivar a maximizar nossos esforços no Reino de Deus, procurando em cada ação e
reação dar o nosso melhor (Eclesiastes 9:10). Não há nada mais grandioso nessa terra do que o Reino que Jesus
implantou. Nada merece mais a nossa atenção (Mateus 6:33). Servir no Reino de
Deus é um dos maiores privilégios que o homem pode ter, pois atrai a atenção
até mesmo de anjos (I Pedro 1:12). A partir do momento em que o homem se engaja
na excelência da obra de cristo, tudo mais se torna pueril (Filipenses 3:7-80.
Não merecíamos participar do planejamento divino, mas por Sua condescendência
fazemos parte desse grande projeto. Fomos chamados pela graça de Deus (Gálatas
1:15); engajamos em Seu Reino pela graça (I Coríntios 15:10); contribuímos em
Seu Reino pela graça (II Coríntios 8:1-4). Portanto, nada merecemos, mas Deus
nos abarcou em Sua obra e, por conseguinte, não deve ser vista como uma
obrigação ou constrangimento, pelo contrário, deve ser encarada como um
privilégio.
As implicações da
desenvoltura de nossos talentos são as mais diversas, vai desde causar mudanças
temporais na vida das pessoas, até mesmo a conduzi-las à salvação eterna de
suas almas, e isso não tem preço (Salmos 49:8). O apóstolo Paulo tinha como
motivação maior do seu ministério o bem-estar da Igreja e, nesse sentido ele
não media esforços e sacrifícios (II Coríntios 12:15; Atos 20:24). Não devemos
esquecer que somos resultados do que os outros fizeram. Aqueles que se
habilitam a trabalhar no Reino que Jesus implantou se envolvem com pessoas
procurando melhorar suas vidas, mas a mentalidade do servo inútil é marcada
pela indiferença com o bem-estar dos outros. A aplicação dos talentos permite
que o melhor homem se torne um homem ainda melhor (Jó 42:5-6). Portanto devemos
dar o nosso melhor para que o que é bom fique ainda melhor. O talento,
originalmente uma unidade de peso, que passou a ser uma unidade monetária,
representava seis mil denários. Um denário equivalia ao trabalho de um dia,
portanto um talento valia o trabalho de um indivíduo por mais ou menos 18 a 19
anos. Posteriormente o talento passou a indicar as habilidades ou dons
naturais. Cada talento recebido é passível de melhorias. Eles podem e devem ser
aperfeiçoados, e desse modo, as pessoas com quem convivemos também são
favorecidas. Com os talentos em exercício, estaremos contribuindo para o
desenvolvimento de seres humanos mais integro, colaborando para famílias coesas
e cooperando para uma sociedade melhor.
O Princípio da Gratidão
A Edificação da Igreja é um tema
recorrente no Novo Testamento (I Corintos 3:9 / II Coríntios 10:15 / Efésios
2:21, 3:17, 4:12-16 / Colossenses 2:7), e pode ser entendida como um processo
constante pelo qual Deus mantém ativa e produtiva sua igreja na Terra.
Evidentemente, cabe a nós (humanos) cuidarmos dos aspectos práticos e materiais
da obra tais como templos, equipamentos, suprimentos em geral; sendo que todos
estes elementos são viabilizados através dos dízimos, ofertas e com uma gestão
eficiente. Mas a igreja também tem necessidades espirituais e precisa ser
gerida por um ser espiritual (O Espírito Santo). Essa “capacitação
sobrenatural” é a forma que Deus trabalha em sua igreja buscando o
fortalecimento e o aperfeiçoamento de todos os que estão em Cristo. O cristão
precisa ter a consciência de que é proveniente do pó da terra. Assim sendo,
somos vasos de barro na mão do oleiro e é necessário que estes vasos estejam
desembocados para que o Espírito Santo os encha com o óleo precioso da unção. O
apóstolo Paulo nos advertiu em II Coríntios 4:7 que a excelência do poder que
há em nós vem e é de Deus, e ele deposita seus tesouros dentro de vasos comuns.
Uma vez que o crente entende que ser cheio do Espírito é uma dádiva concedida e
não um mérito conquistado, ele estará apto a exercer com dignidade as
atribuições que o Espírito lhe conceder.
A fim de capacitar a IGREJA para a grande obra à ela destinada, o
Espírito “presenteia” indivíduos com “poderes” sobrenaturais e os capacita a
realizar “obras” além da capacidade ou compreensão humana. Esse poder concedido
não visa engrandecimento de pessoas, mas sim contribuir para o crescimento e
fortalecimento da comunidade, edificando o Corpo de Cristo. A essa capacitação
que os “membros” da Igreja recebem, chamamos numa forma geral, de “DONS
ESPIRITUAIS”, ou neste contexto, TALENTOS .
Através de seu Espírito, Deus distribuiu
entre seus servos esses “equipamentos espirituais” que otimizam o trabalho do
Espírito Santo entre nós. Paulo usa quatro termos gregos distintos para
descrever tais “ferramentas” que são entregues a Igreja para potencializar o
cumprimento do “IDE” de Jesus:
Pneumatikon e Charismata; ambos
traduzidos por DONS (Espirituais).
Diakoniai, traduzido
por MINISTÉRIOS.
Energermáton,
traduzido por OPERAÇÕES.
Segundo o moderno dicionário da língua
portuguesa “Michaelis”, DOM (do latim DONU), pode significar: 1 - Dádiva,
presente. 2 - Merecimento, mérito. 3 -
Dote natural; talento, prenda, aptidão, faculdade, capacidade, habilidade
especial. 4 - Bem que se goza, considerado como uma concessão da Providência. 5
- Bem espiritual proporcionado por Deus; graça, mercê. Embora existam muitas definições para esta
palavra em nossa língua, sendo que algumas delas conotam sentido de merecimento
ou méritos, na versão inglesa da Bíblia “King James”, o termo usado para
traduzir do grego a palavra CHARISMATA (dom) é “spiritual gifts”, que
literalmente significa “presentes espirituais”. Dons Espirituais em nada tem a
haver com capacitação natural, aptidão física ou intelectual. Não pode ser
conseguido mediante esforço meramente humano ou formação acadêmica. É algo
concedido, dado, que só pode ser recebido por um indivíduo através da ação do
Espírito Santo em sua vida. Isso não implica em dizer que os dons serão dados
ao revés, de forma irracional. Dons são concedidos mediante a necessidade da
Igreja e são agraciados com os mesmos, pessoas que cultivem o desejo de
recebê-los, busque-os em oração e se posicionem debaixo da vontade do Senhor,
dando lugar ao agir do Santo Espírito, pois Paulo aconselha que a igreja
procure com zelo os Dons Espirituais (I Coríntios 14:1). É buscando em
perseverança e oração continua, disponibilizando sua vida ao Senhor, que o
cristão estará apto a exercer com responsabilidade os dons recebidos. Não
podemos ignorar, porém, que os dons naturais de uma pessoa também são dados por
Deus e devem ser usados para louvor e glória de seu nome, assim como toda a
capacitação secular do homem, deve ser colocada a serviço do Senhor, em humildade e sempiterna gratidão.
Princípio da Responsabilidade
Todos nós temos
capacidades e oportunidades diferentes, mas também temos algo em comum: a
responsabilidade de permanecer fiel a Deus e à Sua Palavra. O
Senhor não dá talentos indiscriminadamente, mas dá a cada um segundo suas
capacidades (I Coríntios 12:7). É manifesto na parábola que, na distribuição de
talentos, o mesmo não foi dado a todos, cada um recebeu conforme sua
envergadura (Mateus 25:15). O Senhor não comete erros na atribuição de tarefas,
tampouco pedirá conta além dos potenciais de cada um. Ele tão somente requer
fidelidade (I Coríntios 4:2). Em cada lugar, posição ou situação em que a
providência divina nos colocar, nossa fidelidade estará sendo posta à prova (Romanos
14:12). Somos responsáveis diante de Deus por todas as nossas capacidades, quer
sejam pessoais, produtivas, cognitivas ou relacionais. Podemos ser tentados a pensar que os talentos
a nós confiados são para nosso próprio benefício e alegria, mas a verdade é que
a parábola nos leva a compreender que os talentos são para alegria e
“enriquecimento” do Senhor (Mateus 25:20-23). O Mestre nos confia uma parcela
de Suas riquezas não para gastarmos com nós mesmos, nem para enterrarmos, mas
para “negociarmos” com ela. Aprendemos que o uso correto dos talentos a nós
creditados fará ampliá-los. O caminho certo para aumentar nossas capacidades em
Cristo é o exercício dos talentos que Ele nos deu. Sementes amontoadas e
trancadas em um celeiro não se multiplicam (Eclesiastes 11:1) Façamos dos
desdobramentos de nossos talentos uma espécie de investimento e, como todo
investimento, os benefícios advindos desse alastramento do bem serão obtidos no
amanhã (Colossenses 3:23- 24).
Nenhum homem
jamais alcançou lugares ou resultados elevados sem que tenha empregado
sabiamente seu tempo. O estudante que aplica bem o seu tempo, o atleta que
valoriza cada minuto e o agricultor que prepara o terreno no tempo adequado são
mais bem-sucedidos. Isso não pode e nem deve ser diferente na vida do servo de
Deus. Qualquer dia que se passe sem abraçar novas compreensões ou sem
aproveitar as oportunidades, incorrerá em perdas irreparáveis. Provérbios 10.4
lança uma luz para quem objetiva alcançar êxito no que empreende fazer: “O que
trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a
enriquecer-se”. O trabalho no Senhor não pode esperar, pois afluirá
consequências eternas em dar ou não valor ao tempo. Paulo, ao advertir os
cristãos de Éfeso e de Colossos sobre a necessidade de remir o tempo, nos faz
compreender que o tempo tem seu “preço” (Efésios 5:16 / Colossenses 4:5). Ou
seja, “remir o tempo” pode significar “comprar” o tempo, ser o dono dele.
Portanto, quem se engaja nos “negócios” do Reino de Deus deve aproveitar as
oportunidades, pois o Senhor não tem servos desocupados.
Na perícope do
texto da parábola percebemos que não nos é permitido viver apenas contemplando
o Reino, mas devemos instrumentalizar nosso corpo. Se vivermos ativamente aplicando
nossas competências, as abstrações tornar-se-ão concreções. Deus nos concede
tempo e habilidades e espera que usemos para benefício da humanidade e
progresso de Seu Reino. Tanto os homens com habilidades comuns, como os com
habilidades extraordinárias têm as mesmas oportunidades e serão avaliados e
recompensados conforme suas competências (Jó 34:10-12). O nosso receio e
acomodação poderão acarretar em censura e ainda impedir a nossa admissão no
Reino de Deus (Mateus 25:24-25).
Princípio
da Mordomia
Quando Deus presenteia seus filhos com
dons e talentos especiais, cabe ao presenteado desenvolve-lo em amor e zelo,
buscando constantemente aperfeiçoá-lo. Presentes não são dados e depois tomados,
logo podemos concluir que os “dons/presentes” são sim irrevogáveis, o que não
impede que o portador faça mal uso dele ou o torne inativo em sua vida. Romanos
11:29 diz que os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento, ou seja, uma
vez que o dom é entregue a alguém não há devolução ou troca, e ele estará sob
total responsabilidade de seu portador. Imagine agora que em seu aniversário alguém lhe presenteie com um
“Bonsai” (pequena árvore doméstica de origem japonesa). Uma vez dada a você,
aquela frágil árvore estará completamente em suas mãos, sujeita a sua vontade.
Se for plantada, adubada, regada e podada com regularidade, ela irá se
desenvolver-se tornando um lindo ornamento que trará benefícios a todo o
ambiente. Mas se você não cuidar dela corretamente, ela irá murchar secar e
morrer. Porem mesmo morta dentro de seu vaso, aquela planta continuará a ser
sua. Assim acontece com os Dons dados pelo Espírito. A partir do momento
em que somos presenteados com eles, passamos a ser responsáveis pela
produtividade ou pela inércia dos mesmos.
Agora imagine que se ao invés de te
presentear com o Bonsai, aquela pessoa o tivesse “presenteado” com a
“confiança” de que você cuidaria muito bem dele durante uma longa viagem que
tivesse que fazer. Quando ele retornasse e fosse requerer de volta sua preciosa
arvorezinha, como ela estaria? Viva e
radiante ou murcha e desfalecida? Devemos ter consciência que tudo o que temos
é de Deus. Dele vem e para ele volta. O nome deste princípio é “mordomia”, e
consiste no manejo responsável dos recursos do reino de Deus que foram confiados
a uma pessoa. O termo “mordomo” vem do grego “oikos” / “oikonómos” e se refere
a quem administra uma propriedade ou bens que são seus. O Novo Testamento evidencia
que somos “mordomos” e “despenseiros” de Cristo (Lucas 12:42 / I Coríntios 4:1
/ Tito 1:7 / I Pedro 4:10). A chave que abre as portas deste ministério (e
todas as bênçãos inerentes a ele) é ser fiel. O termo
“FIDELIDADE” vem do latim “fidelis”, e faz alusão a atitude de quem é leal,
honesto, confiável e verdadeiro nos compromissos que assume, sendo constante em
sua conduta. Numa definição mais pragmática, podemos dizer que a FIDELIDADE é
uma observância rigorosa e exata da verdade, ou ainda, firmeza e lealdade.
Escrevendo aos crentes em Roma, Paulo os
aconselha que o ministério individual seja desenvolvido com zelo não remisso e
fervor de espírito. Remisso é ser negligente, tardio para fazer e vagaroso. Todos
devemos ser zelosos nos diversos aspectos da nossa vida e tal zelo deve ser
redobrado ao lidarmos com a obra do Senhor (Romanos 12:1-12). Uma vez que
nossos talentos estão disponibilizados para a obra do Senhor com fidelidade e
zelo, então sentiremos queimar no amago de nosso ser, aquilo que o apóstolo
chamou de Fervor de Espírito. John Wesley, renomado pregador britânico conhecido
como “o tição tirado do fogo” (referência ao fato de ter sido salvo de um
incêndio em sua infância), sentia a chama do Espírito queimar tão forte em seu
coração que declarou: “Dai-me cem homens que nada temam senão o
pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo!” Com tal fervor
de espírito, John Wesley foi o estopim que causou uma explosão de avivamento na
Europa entre os séculos XVII e XVIII. Ainda hoje o Espírito procura homens
dispostos a serem capacitados com fervor capaz de incendiar o mundo.
Princípio das consequências
É certo que haverá o momento da prestação de
contas, na qual cada indivíduo será recompensado ou punido, conforme agiu em
relação aos talentos confiados. Os homens têm oportunidades e cada um pode agir
de modo muito diferente em relação a elas. Embora
possamos perder nossa capacidade de obedecer, Deus jamais perde a habilidade e
o direito de comandar e exigir fidelidade de Seus servos (Salmo 82:1). O nosso
comparecimento diante de Deus para prestação de contas não é uma possibilidade,
mas uma certeza (Mateus 25:19). O Senhor há de trazer à tona todas as
oportunidades aproveitadas ou perdidas. Cada “centavo” de talento será cobrado.
O anonimato, a insignificância, a fraqueza, a imaturidade e outras desculpas,
tantas vezes usadas como álibi para não assumir responsabilidades aqui, não nos
manterão fora da apreciação divina. Portanto, a inevitabilidade do julgamento
deve servir como incentivo para nossa diligência na aplicabilidade dos talentos
que nos foram confiados. A
severa repreensão do Senhor ao servo descuidado (Mateus 25:26) é uma evidência
de que Deus julgará as pessoas não apenas por fazerem o mal, mas também por não
fazerem o bem. Deixar de fazer o bem é uma das facetas do mal (Tiago 4:17). A
maldade do servo repreendido é demonstrada, não só por sua infidelidade, mas
também por suas desculpas falsas e caluniosas (Mateus 25:24). É notório que o
acerto de contas não haverá como reivindicar a justiça, pois a própria justiça
é quem condena. No dia do julgamento, a distinção entre o bem e o mal será
rigorosamente desenhada, pois todos os véus e disfarces serão arrancados (Malaquias
3:18). “Senhor, Senhor”, naquele dia, será um grito de desespero vazio, já que
não haverá mais oportunidade de remissão, pois a condenação já estará decretada
(Mateus 7:21-23; 25:11-12).
Compreende-se pelo texto que os servos zelosos
perceberam suas responsabilidades e logo começaram a aplicar os seus talentos.
O desfecho não poderia ser diferente: a aprovação foi imediata (Mateus 25:21-23).
Ser admitido à presença do Senhor e participar de Sua alegria é uma honra além
da nossa compreensão. Esse reconhecimento de “bom” e “fiel” também pode
referir-se à conduta e ao caráter. A cooperação entre a fé e as obras
ocasionará o aperfeiçoamento do indivíduo que se habilita a servir no Reino de
Deus (Tiago 2:22-26). Cada ser humano imbuído da fé em Jesus que canalizar suas
habilidades em fazer o bem incondicionalmente, receberá aprovação e será
recompensado (Mateus 25:34). O futuro só é incógnito para quem não se adequar
ao Evangelho, pois para quem se amoldar a ele e se entregar aos afazeres do
Reino, haverá recompensas.
Aprendemos nessa
parábola que trabalhando para Deus cresceremos fortes nEle. O futuro para quem
se adequar ao Evangelho e se entregar ao serviço do Reino será de recompensas,
pois ouvirá do próprio Jesus Cristo: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel
no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mateus 25:21).
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Para conhecer os princípios e passos para uma jornada cristã íntegra e frutífera através da FIDELIDADE, venha participar neste domingo, (01/03/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 94 - Editora Betel
Fidelidade - Lição 9
Revista Jovens e Adultos nº 94 - Editora Betel
Fidelidade - Lição 9
Comentarista: Pr. Wilmar Leite de Amorim
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Pb. Miquéias Daniel Gomes
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