Texto Áureo
E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
I Tessalonicenses
5:23
Verdade Aplicada
Como cidadão do céu, o cristão
tem obrigações para com Deus e os homens, que se evidenciam no viver fiel em
todas as dimensões.
Textos de Referência
I Coríntios 4:2 /
Apocalipse 2:10 / Mateus 25:21
Além
disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.
Nada
temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na
prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel
até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
E o
seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel,
sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.
O tema fidelidade é
muito mais abrangente do que a maioria de nós pode mensurar. Um cônjuge pode
manter-se fiel no que tange se relacionar com outras pessoas, mas se mostrar
infiel em outros aspectos da vida a dois, como no trato, na afetividade e na
complacência. Em nossa vida espiritual, ao mesmo tempo em que podemos prezar a
fidelidade para com Deus, podemos, por exemplo, sermos infiéis aos seus
mandamentos de submissão aos nossos líderes. Existe uma grandiosa gama de
vertentes em nossa vida, que precisam ser verificadas freqüentemente para
garantir a fluidez da fidelidade nas várias dimensões do nosso ser. Muitos
verticalizam sua fidelidade (homem-Deus) e se esquecem de todos ao seu redor.
Outros se ocupam tanto de seus compromissos horizontais (homem-homem), que se
esquecem de cuidar do relacionamento pessoal com Deus. Ambas as dimensões estão
inteiramente interligadas. No texto de Mateus 25:21, Jesus está contando a parábola
dos talentos quando menciona o fato de que os funcionários produtivos foram
recompensados pelo senhor, herdando não apenas o valor inicialmente confiado,
como também os lucros obtidos através do investimento feito, e o argumento
utilizado pelo senhorio para tal atitude foi: - Já que você me foi fiel no pouco, te recompensarei com muito. Que
grande verdade Jesus estava nos ensinando... Nossa fidelidade passa pelo teste
de aprovação exatamente nas coisas pequenas e nas ações que são imperceptíveis
pela grande maioria.
No famoso Sermão da Montanha, Jesus evidenciou algumas
falhas na lei mosaica (que limitava
ações) e apresentou um novo código de conduta espiritual que cerceava as
intenções do coração. Segundo a lei, não se podia matar, mas convenhamos, que
este é um mandamento fácil de se cumprir. Jesus ensinou que não devemos “falar”
mal de ninguém, e equiparou assassinato físico com assassinato espiritual e
moral. A lei proibia o adultério (o que
com certas precauções se torna plenamente “evitável”), mas Jesus censurou
os pensamentos cobiçosos. Em suma, Cristo nos recomendou fidelidade além das
ações, sendo ela cultivada no âmago, no limiar dos acontecimentos. O que Jesus
nos queria ensinar é devemos ser fieis não porque “precisamos”, mas sim por que
“queremos”. E esta fidelidade minimalista começa a se moldar exatamente nas pequenas
coisas.
Em um dos trechos do
belíssimo “Cântico dos Cânticos”, o casal central do poema está preocupado com
algumas ameaças que põem em perigo sua “vinha” - Apanhem as raposas e as raposinhas (Cantares 2:15) - Mais uma vez a
Bíblia nos dá a dimensão de como coisas pequenas podem minar e destruir nossa
fidelidade. As “grandes raposas” são visualizadas com maior facilidade, tem
maior dificuldade para passar por certas “brechas” em nosso muro e fazem maior
barulho quando entram na propriedade, e com isso despertam a atenção e
desencadeiam ações de retaliação quase que imediatas. Já as raposinhas se
esquivam dos nossos olhos e passam desapercebidas por nossas defesas. Uma vez
dentro da “vinha”, essas “pequenas” e “inofensivas” criaturas fazem seu covil,
alimentam-se das uvas e se transformam em grandes raposas, que em decorrência
de nossa negligência com sua pequenez no passado, agora “já” estão incorporadas
na rotina da lavoura.
A fidelidade, que pode ser entendida como um cumprimento
total de compromissos assumidos, quando praticada em todas as esferas e
dimensões da vida, veda nossa “vinha” contra os ataques sutis das pequenas
raposinhas e nossa “mente” dos pensamentos perniciosos mais sutis. Escrevendo a
igreja de Felipo, o apóstolo Paulo revela um verdadeiro antidoto contra a
infidelidade, que deve fazer parte da vida de qualquer cristão: Regozijai-vos
sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. Seja a vossa equidade notória
a todos os homens. Perto está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa
alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo
Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa
fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.O que também
aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de
paz será convosco (Filipenses 4:4-9).
Fidelidade na
Dimensão Espiritual
Fidelidade, do latim
“fidelitate”, significa qualidade ou atitude de quem é fiel, de quem tem
compromisso com aquilo que assume. Nesta lição, estudaremos sobre as duas
dimensões da fidelidade: a espiritual e a social. Ambas são importantes e
necessárias ao crente, pois a Bíblia diz que o salvo deve viver de maneira fiel
e digna diante de Deus e dos homens (Romanos 14:18). O homem foi criado um ser
racional, moral e espiritual, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gêneses
1:26-27). Ele foi dotado de intelecto, emoções e vontades, para que pudesse
conhecer, amar e obedecer a Deus. A fidelidade, na dimensão espiritual, se
evidencia em atitudes que expressam nosso relacionamento e comunhão com o
Senhor.
Crer não é um mero assentimento intelectual (Efésios 2.8). É uma
operação do Espírito Santo mediante a qual a pessoa tem certeza na existência
de Deus, o criador e sustentador do universo (Gênesis 1:1). Mas apenas crer em
Deus não é suficiente (Tiago 2:19), é necessário responder a Ele em ação de
obediência e fidelidade, ou seja, a atitude de crer precisa acompanhada da
obediência. A nossa maior ação para com Deus é a obediência, um aspecto
fundamental da fé cristã (I Samuel 15:22). Fé e obediência são inseparáveis
entre si (Romanos 1:5; 16:26). Qualquer forma exterior de culto a Deus sem
obediência não passa de hipocrisia e de ritual religioso vazio (Isaías 1:11-17).
A fidelidade de Deus é uma forma
positiva de demonstrarmos o nosso amor a Ele. O amor a Deus é a base do nosso
relacionamento com Ele. A verdadeira fidelidade a Deus somente é possível
quando brota de uma fé genuína em Deus e de um coração que O ama (Mateus 10:37).
Amar a Deus implica em amar também ao próximo e guardar Seus mandamentos (Mateus
22:39; João 14:15, 23, 24). Esse amor deve abranger a totalidade do nosso ser e
tudo o que possuímos e deve também nos capacitar a buscar a glorificação do seu
nome e a realização da Sua vontade aqui na terra (João 21:17).
A verdadeira fidelidade não se
caracteriza apenas pela fé na existência de Deus, mas também pela fé que Ele
cumpre as Suas promessas. Nestes tempos de tantas incertezas e instabilidade,
nós temos uma esperança que brota de uma fé vital no Cristo ressurreto (I Pedro
1:3). O cristão deve andar por fé e não pelo que vê (II Coríntios 5:7; Hebreus
11:1). Deus, por Sua própria natureza, é fiel às Suas promessas e tem poder
para cumprir integralmente tudo aquilo que prometeu. Se alguém crê na
existência de Deus, mas ao mesmo tempo duvida de Sua Palavra, O imputa como
mentiroso (Números 23:19; Tiago 1:6-7). Portanto para alcançarmos as Bênçãos de
Deus é necessário crer que Ele é fiel para cumprir as suas promessas (Hebreus
10:23; 11:6 / Jó 13:15).
Obedecer ou Sacrificar?
Por insistência do
povo, Deus autorizou ao profeta Samuel que ungisse um rei para Israel, e o
escolhido para ocupar este posto foi um benjamita chamado Saul. De início, este
homem se mostrou temeroso e relutante em assumir tamanha responsabilidade, mas
bastou um ano para que o poder lhe dominasse completamente. Em sua primeira
batalha contra os filisteus, após uma rápida vitória liderada por seu filho
Jonatas, Saul se viu em apuros já que a retaliação dos inimigos foi
avassaladora. Sem saída, os soldados israelitas se refugiaram em Gilgal, e
clamaram aos céus por ajuda e proteção. Samuel os orientou a ali permaneceram,
pois em sete dias chagaria na cidade para oferecer sacrifícios ao Senhor. Os
dias se passaram e o profeta não veio. Com medo de que o povo debandasse em
desespero, Saul toma uma decisão arriscada. Ordena que as ofertas de sacrifício
sejam trazidas até ele, e então, mesmo sendo proibido pela lei do Senhor, o rei
toma para si status de sacerdote e oferece os holocaustos, incorrendo em um
terrível erro. Em pouco tempo, o profeta Samuel chega a Gilgal e Saul corre ao
seu encontro para explicar o inexplicável: - Veja bem profeta, que a culpa não é minha... Você se atrasou, o povo se
desesperava e o inimigo se movia contra nós... Então, forçado pelas
circunstâncias, me vi obrigado a sacrificar em teu lugar. – A resposta de Samuel
foi incisiva e dolorosa: - Você agiu de
forma inconsequente Saul... A obediência aos mandamentos do Senhor confirmaria
o teu reinado sobre Israel para sempre. Mas devido as suas atitudes de hoje,
teu reino sucumbirá, e em seu lugar se levantará um homem de quem o coração de
Deus se agrada (I Samuel 13:14).
Passados alguns anos,
Saul recebe do profeta Samuel uma benção especial para subir contra Amaleque,
um de seus mais poderosos inimigos. A vitória seria certa, mas havia uma
ordenança bem específica: Não poderia existir sobreviventes, nem mesmo um único
animal. Entretanto, Saul poupou a vida do rei Aguague, e saqueou os rebanhos
dos amalequitas, levando para Israel as melhores ovelhas, os cordeiros mais
vistosos e os bois mais gordos. Tal atitude entristeceu ao Senhor, que revelou
a Samuel sua rejeição definitiva pelo rei. Antes do amanhecer, o profeta subiu
ao encontro de Saul. Mas uma vez o desobediente rei apresenta seus “argumentos”
e “desculpas”, mas desta vez Samuel esta impassível: - “Saul, suas palavras são para mim como balidos de ovelhas”. Numa
tentativa desesperada para justificar sua desobediência, o rei explica que
trouxe os animais afim de “sacrificar” ao Senhor, mas o profeta Samuel é
taxativo em sua resposta (I Samuel 15:8-23)
Rebelião é como o pecado de feitiçaria e a obstinação é como
idolatria e culto aos ídolos. Já que você rejeitou as palavras do Senhor, Ele
também te rejeitou, e já não é mais digno do trono de Israel. O que você acha
que agrada mais ao Senhor? Obediência a sua palavra ou sacrifícios? Pois eu te
respondo: Vale muito mais atender ao Senhor do que queimar gorduras de carneiro
sobre o altar... Obedecer é melhor que sacrificar!
Fidelidade na Dimensão Social
A Bíblia diz que tudo o que
fizermos, devemos fazê-lo para a glória de Deus (I Coríntios 10:31). Partindo
dessa premissa, entendemos a dimensão social da fidelidade, caracterizada como
fruto da obediência às leis e normas humanas, como atitudes que qualquer pessoa
pode realizar. Para o cristão, entretanto, essa dimensão da fidelidade é também
expressão de espiritualidade, pois, se evidencia em práticas que têm
fundamentação bíblica. Existem muitas ações, contidas dentro dos princípios
ético-cristãos, que devem ser praticadas pelo crente, pois são compatíveis com
a dignidade da vida cristã: a obediência às autoridades constituídas, preocupação
com o bem-estar do próximo, cuidado com o meio ambiente, etc.A base de toda
autoridade humana procede de Deus, de modo que o cristão deve prestar
obediência às autoridades constituídas (Romanos 13:1). Assim sendo, desobedecer
às autoridades constitui-se desobediência ao próprio Deus, visto que foi Ele
quem as estabeleceu (Romanos 13:2). O próprio Senhor Jesus Cristo, como
perfeito homem, submeteu-se ao poder do estado (Mateus 17:24-27). As escrituras
Sagradas nos levam a compreender que a presença da autoridade secular é
necessária e indispensável na ordem das coisas aqui na Terra (Provérbios 8:15-16).
O único limite dessa obediência está na sujeição absoluta que o cristão tem com
Deus, pois a lealdade a Ele é sempre prioritária sobre qualquer autoridade
humana (Atos 5:29). A sujeição às autoridades legais faz parte de um elenco de
princípios que devem ornar o caráter do crente como reflexo de sua obediência
ao Senhor. Adoremos, pois, a Deus e sujeitemo-nos às autoridades constituídas
por Ele (I Pedro 2:13-17).
O cristão é também chamado a ter
solicitude e responsabilidade social. O descuido com as necessidades sociais
representa o abandono de inúmeras recomendações bíblicas dirigidas ao povo de
Deus. A Bíblia declara que a salvação do homem é dádiva de Deus mediante a fé,
e não fruto de obras meritórias (Efésios 2:8-9), mas as boas obras são uma consequência
natural da salvação (II Coríntios 9:8 / Efésios 2:10). A dimensão da fidelidade
do autêntico cristão não se esgota na verticalidade espiritual, mas se estende
na horizontalidade que alcança seus semelhantes em atitudes que tenham como
base o pulsar de um coração transformado pela Palavra de Deus e enriquecido
pela presença do Espírito Santo. Quem usa a preocupação vertical como meio de
esquivar de suas responsabilidades está negando o amor de Deus pelo mundo. A
solidariedade não é outra coisa senão o cumprimento da lei do amor. Aliás,
todas as obrigações morais da Lei cumprem-se na lei do amor (Romanos 13:10). O
cristão, como ser social, deve denunciar as injustiças sociais, bem como agir
com sabedoria, buscando cooperação e bom relacionamento com todos, sempre
objetivando servir ao próximo, usando inclusive dos seus próprios recursos,
ajudando a minorar o sofrimento das pessoas, principalmente os domésticos da fé
(Gálatas 6:10 / Tiago 2:17).“Cristo instrui a agir com preocupação social. Aqui
estão os princípios pelos quais os homens serão julgados: como tratam os
famintos, os sem lar, os pobres, os doentes e os presos. A preocupação social
não pode ser biblicamente separada da vida cristã. Jesus iguala a formacomo
tratamos os desprovidos com a forma como tratamos a Ele. O que fazemos por
eles, fazemos por Ele. Não devemos permitir que a vida cristã seja apenas um
empreendimento espiritual, sem ligação com o serviço da humanidade”. (Bíblia de
Estudo Plenitude- Sociedade Bíblica do Brasil – 2001. P. 986. Comentário de Mateus
25:37-40).
A primeira ordem de
Deus ao homem foi para cuidar da natureza (Gêneses 2:15). Essa incumbência
retrata não só a necessidade do homem preservar o objeto do seu usufruto
próprio, mas também a criação de Deus. Embora o homem seja coroa da criação (Gêneses
1:26-28). Deus não lhe deu o direito de abusar da natureza e nem dos animais.
Pelo contrário, Ele atribuiu ao homem a responsabilidade pela utilização
adequada dos recursos naturais e pela preservação das espécies. A Bíblia
apresenta várias passagens nas quais vemos Deus instruindo o homem a lidar
adequadamente com a Sua criação (Êxodo 22:6 / Levíticos 25:1-7 / Deuteronômio
22:6 / Isaías 45:18). Nessa perspectiva, o cuidado com o meio ambiente é uma
exigência divina, sendo responsabilidade de cada Cristão o cuidado com a
manutenção da vida na Terra (Gêneses 1:26). Para o crente, preservar a natureza
não é apenas uma questão de sobrevivência. É também reconhecer que Deus é o
Senhor da criação, pois, só Ele é soberano sobre todas as coisas (Salmos 24:1). A visão
bíblica de como devemos nos relacionar com a natureza é uma visão equilibrada,
ou seja, não devemos deificá-la, como os panteístas o fazem (Romanos 1:15),
agentes de destruição daquilo que Deus criou.
“Quando desrespeitamos a natureza
e não utilizamos de forma sustentável os rios, as florestas, o solo, o ar,
aquilo que é necessário para a vida do planeta, demonstramos a falta de
importância dada as gerações futuras. Essa é uma visão completamente fora do
propósito de Deus na relação do homem com a natureza”. (Marina Silva,
ex-ministra do Meio Ambiente).
Dupla Cidadania
“Dupla Cidadania” ou “Cidadania Múltipla” é um status no
qual um indivíduo é titular da nacionalidade de dois países diferentes. Todo cristão
se encaixa neste contexto, já que nossa “base operacional” não é terrena,
estando perene numa esfera espiritual, uma vez que o próprio Jesus revelou: Meu
reino não é deste mundo (João 18:37). Todo cidadão tem diretos e deveres para
com a pátria madre, e considerando que nosso lar original é o céu, então
devemos preencher alguns requisitos que validem nossa cidadania celestial. Davi
se questiona sobre esta questão no Salmo 15:1, quando pergunta: - Senhor,
quem habitará no teu Tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? – Já nos
versos seguintes o salmista apresenta uma pequena lista com algumas
qualificações necessária: andar sinceramente, praticar a
justiça, falar a verdade no seu coração, não difamar com a sua
língua, não fazer mal ao seu próximo, não aceitar que o seu semelhante seja envergonhado,
compactuar com as ações de homens impiedosos, valorizar quem
teme ao Senhor, pensar primeiramente nos outros, não se deixar dominar pelo
dinheiro, não incriminar um inocente e jamais ser corrompido. Já
em I Coríntios 5:20, o apóstolo Paulo eleva esta questão a um novo patamar
fazendo a grandiosa revelação que somos
mais que apenas “cidadãos do céu”, e sim “embaixadores de Cristo” na Terra.
Um
embaixador nada mais é que um representante legal de um estado/nação, dentro de
outro estado/nação do qual ele não é originário. Partindo deste principio,
somos cidadãos do céu, que temporariamente representamos nosso reino Celestial
aqui na Terra (João 17:11).
Como tal, priorizamos por respeitar o código ético e moral de nosso
Reino original, os céus. Porém, como no momento, moramos numa terra estrangeira,
é preciso honrar as leis aqui estabelecidas, desde que as mesmas não se
confrontem com as leis celestiais. É neste ponto que a fidelidade do cristão se
horizontaliza, sendo demonstrada em todos os aspectos do seu cotidiano. Fomos
chamados para ser luz do mundo e sal da terra, fazer a diferença, ser uma
referência de ética e comprometimento(Mateus 5:13). Em seu famoso sermão “A Casa na
Montanha”, o pastor americano Martin Luther King disse que os cristãos não
devem ser meros termômetros, que avaliam a temperatura a sua volta e nada faz
para mudá-la, mas que deveríamos ser como termostatos, que após avaliar a
temperatura do ambiente, age para transformá-la. Sabemos que os sistemas que regem o mundo
foram entregas ao maligno, mas isso não deve nos impedir de promover mudanças
no meio em que vivemos, levando luz para um cenário repleto de trevas.
Essa influência passa primeiro pelos bons exemplos. O cristão tem
por obrigação ser um aluno dedicado, um profissional competente, um motorista
cuidadoso, um gestor eficiente, um benfeitor abnegado, bom pagador de suas
dividas, um empregador complacente, um doador generoso, um eleitor consciente,
um político honesto, um homem respeitoso e respeitável, um adorador
atemporal... É nas pequenas coisas que mostramos nossa fidelidade... É em
gestos e ações cotidianas que as pessoas identificaram Cristo em nós... É
honrando calendários, horários e compromissos assumidos que honraremos também
nossa cidadania eternal. O que somos é sem duvidas a mais eloquente de nossas
mensagens. Afinal, como já disse Agostinho: Pregue o Evangelho, se precisar,
use palavras.
Resultados
provenientes da fidelidade
Fidelidade é mais do que uma
virtude humana, é fruto do Espírito Santo. Mesmo em seu aspecto social, onde a
fidelidade está mais relacionada à observância de regras e preceitos humanos,
para o cristão, ser fiel é sempre uma questão de espiritualidade e motivo de
recompensa da parte de Deus (Salmo 58:11).A recompensa de Deus para os fiéis
diz respeito à vida neste tempo e à vida eterna (Mateus 19:27-30 / Marcos 10:28-30).
Aliás, a suprema recompensa que o cristão receberá pela vida de fidelidade a
Deus é a vida eterna. Quem tiver deixado “tudo” por amor a Cristo, receberá já
no presente também tudo, mas com perseguições; e no futuro, a vida eterna (Mc
10.30). Na expressão: “com perseguições” fica claro que a nossa fidelidade a
Deus não nos isenta das perseguições e aflições neste mundo, mas, sem dúvida
alguma, nos dá certeza de vitória (João 16:33).
Demonstramos nossa
espiritualidade ao sermos fieis em todas as dimensões da nossa vida. Quando
assim procedemos, estamos obedecendo à Palavra de Deus, como resultado da nossa
obediência, Deus nos abençoa com paz e alegria no nosso homem interior (Salmo
119:165 / Romanos 7:22).
As recompensas de uma vida de
fidelidade a Deus podem ser compreendidas no sentido de que colheremos, na
dimensão social da nossa vida, mais estabilidade e justiça social, minimização
dos sofrimentos humanos e vida mais saudável, dentre muitos outros benefícios.
Servir a Deus e ao próximo com amor é certeza de que seremos galardoados aqui e
no porvir. As leis universais da colheita e da semeadura valem para todas as
situações e aspectos da vida humana (Gálatas 6:7b). Ninguém deve brincar com as
leis de Deus; pois Ele não as alterará em nosso benefício. O que um homem colhe
é o resultado inevitável do que ele semeia. Assim sendo, devemos ser fiéis em
toda a nossa maneira de viver para que possamos colher os bons frutos dessa
semeadura aqui na Terra e na eternidade.
Para conhecer os princípios e passos para uma jornada cristã íntegra e frutífera através da FIDELIDADE, venha participar neste domingo, (08/03/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 94 - Editora Betel
Fidelidade - Lição 10
Revista Jovens e Adultos nº 94 - Editora Betel
Fidelidade - Lição 10
Comentarista: Pr. Saulo Nunes
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Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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