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domingo, 8 de março de 2015

Elas fizeram a história!

Hoje, 08 de Março é o Dia Internacional da Mulher, data que remete a uma mobilização feminina realizada em 1857, por operarias de uma fábrica têxtil em Nova Iorque que lutavam por igualdade de salário com os homens. As protestantes foram vitimadas por um terrível incêndio que matou 130 delas, gerando grande comoção popular.

Protestar por uma causa digna é de fato um feito louvável.  Um dos mais importantes eventos da história do cristianismo é sem dúvidas a Reforma Protestante, ocorrida em meados do século XV, quando dissidentes do catolicismo questionaram dogmas e ensinamentos do clero, provocando uma mudança radical na forma de se entender e viver o evangelho. Mas enquanto a história registra a contribuição de Martim Lutero, João Calvino, João Knox, Ulrico Zwinglio, Felipe Melanchton e outros heróis da fé e patriarcas do protestantismo, poucos são capaz de mencionar a participação de mulheres neste movimento. Tentando corrigir esta injustiça histórica, no ano de 2011, a ALC (Agência Latina e Caribenha de Comunicação), listou o nome de algumas das mais importantes figuras femininas, que apesar do predomínio masculino, influenciaram efetivamente esta revolução espiritual que mudou o mundo para sempre.

Catarina von Bora
Catarina von Bora, é, talvez, a reformadora mais reconhecida, pois conseguiu extrapolar o papel de "esposa de Martin Lutero". Ela foi monja antes de se casar com Lutero e conhecia os segredos da medicina caseira. Ela era uma ótima administradora dos bens familiares, sabia ler e escrever, o que era uma exceção para a condição de mulheres da época.

Catarina Schutz Zell
Em Estrasburgo viveu Catarina Schutz Zell. Casada com um sacerdote que foi excomungado. Ela escreveu ao bispo local defendendo o casamento de clérigos. Era uma mulher culta, leitora de Lutero, que escrevia muito, e em suas cartas incentivava as mulheres dos fugitivos (defensores da Reforma) a permanecerem firmes na fé. Escreveu comentários sobre os Salmos 51 e 130, sobre a oração dominical e o Credo. Acolheu flagelados, pessoas perseguidas, visitou doentes, realizou pregações, inclusive na morte do marido.

Claudine Levet
Em Genebra, Claudine Levet assumiu, em diversas ocasiões, o papel de pastora e pregadora, quando os homens faltavam em congregações. Ela aplicou suas posses em favor dos pobres.

Marie Dentière
Marie Dentière também atuou em Genebra, como pregadora e escritora. Chegou a remeter carta à rainha Margarida de Navarra, pedindo que ela intercedesse junto ao irmão, o rei da França, para eliminar a divisão entre homens e mulheres. - "Embora não seja permitido a nós (mulheres) pregar em assembleias públicas e nas igrejas, não obstante não nos é proibido escrever e admoestar uma a outra com todo o amor".

Rachel Specht
A calvinista inglesa Rachel Specht, recorreu, em 1621, à parábola dos talentos para defender o direito das mulheres: - Se Deus concedeu corpo, alma e espírito às mulheres, por que Ele daria todos esses talentos, se não para serem usados? - E então argumentou: - Não usá-los seria uma irresponsabilidade.

Margarida de Navarra
Margarida de Valois, foi Duquesa de Alençon e Berry em 1517, de Armagnac, condessa de Rodez, de Fézensac, de L'Isle-Joudain, de Pardiac, Viscondessa de Fézenzaguet e de Lomagne e de Brulhois e de Cressey e d'Auvillars; Baronesa de Castelnau e de Caussade e de Montmiral; senhora de La Flêche e Baugé. Foi ainda Rainha de Navarra em 1527, condessa do Perche e de Porhët e Duquesa de Berry. Irmã do rei da França Francisco I, Margarida de Navarra,  defendeu politicamente os reformadores e divulgou suas  doutrinascomo nos contos de  sua obra L`Heptaméron, publicada postumamente.

Ao longo dos anos vindouros, outras mulheres se destacaram como pioneiras em diversos seguimentos do cristianismo, e sendo este um blog assembleiano, não poderíamos deixar de citar Frida e seu pioneirismo no ministério feminino das Assembleias de Deus no Brasil

Frida Vingren

Frida Strandberg nasceu em junho de 1891, no norte da Suécia. Filha de crentes luteranos, formou-se em Enfermagem chegando a ser chefe da enfermaria do hospital onde trabalhava. Tornou-se membro da Igreja Filadélfia de Estocolmo, onde foi batizada nas águas pelo pastor Lewi Pethrus, em 24 de janeiro de 1917.Neste mesmo ano recebeu o batismo com o Espírito Santo e o dom de profecia, e se sentiu vocacionada para a obra missionária sendo enviada pelo pastor Pethrus para o campo missionário brasileiro. Já em Belém do Pará, em 16 de outubro de 1917, casou-se Gunnar Vingren, outro jovem missionário sueco, e juntos, passaram a pregar o evangelho por todo aquele estado, local onde quase morreu de malária em 1920.

Depois de muitos anos no Pará, a família Vingren migra para o Rio de Janeiro. Frida então, desenvolveu grandes atividades evangelísticas, abrindo frentes de trabalho em muitos lugares do Rio de Janeiro. As atividades de assistência social, círculos de oração e grupos de visitas ficaram sob sua responsabilidade. Também exercia a função de docência nas classes de Escola Dominical e ministrava Estudos Bíblicos. Era responsável, pela leitura devocional nas aberturas dos cultos, pela execução musical dos hinos, quando Gunnar Vingren se ausentava da Igreja em visita ao campo missionário, Frida substituía-o pregando e dirigindo os cultos e trabalhos oficiais. Também exercia a direção oficial dos cultos realizados aos domingos na Casa de Detenção no Rio de Janeiro, pregava e dirigia os cultos nos pontos de pregação, em praças públicas e áreas abertas, dos cultos ao ar-livre promovidos no Largo da Lapa, na Praça da Bandeira, na Praça Onze e na Estação Central, tendo Paulo Leivas Macalão como seu auxiliar direto e exercendo sob seus ouvintes grande carisma.

Articulou-se como escritora de diversas matérias nos jornais oficiais da AD, sendo também comentarista das Lições Bíblicas de Escola Dominical Além de excelente escritora, Frida sempre se dedicou à música. Cantava, tocava órgão, violão e compunha hinos de grande valor espiritual, sendo 23 hinos da Harpa Cristã de sua autoria. Frida foi também uma missionária fiel, perseverante e zelosa, que além do cuidado pela família, soube participar e ajudar no trabalho do seu esposo. Grande é a multidão de almas que ela ganhou para Jesus durante estes anos de luta. Morreu na Suécia, em 30 de novembro de 1940, não sem antes dedicar 15 anos de sua vida ao Brasil. Ela é o típico modelo de mulher pentecostal. Exerceu com integridade o seu ministério pastoral, mesmo não sendo reconhecido pelos líderes de seu tempo. Se hoje nossa igreja tem se valido do trabalho admirável de mulheres abençoadas que se destacam como líderes, cooperadoras, diaconisas, missionárias, preletoras, professoras e até pastoras, podemos sem medo afirmar que Frida é a origem. 




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