Texto Áureo
Tu falarás tudo o que eu
te ordenar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó, para que deixem ir, da sua
terra, os filhos de Israel.
Êxodo 7:2
Verdade Aplicada
O verdadeiro profeta é
aquele que recebe a mensagem de Deus e transmite ao destinatário sem margem de
erro o que lhe foi dito.
Texto de Referência
Êxodo 5:1-4
Depois, foram Moisés e
Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu
povo, para que me celebre uma festa no deserto.
Respondeu Faraó: Quem é o
SENHOR, para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR,
nem tampouco deixarei ir a Israel.
E eles prosseguiram: O
Deus dos hebreus nos encontrou; deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao
deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus, e não venha ele
sobre nós com pestilência ou com espada.
Então lhes disse o rei
do Egito: Por que, Moisés e Arão, por que interrompeis o povo no seu trabalho?
Ide às vossas tarefas.
O Retorno ao Egito
Revisitar o próprio passado pode não ser a mais agradável das jornadas.
Traumas, medos e mágoas amortizadas pelo tempo podem ressurgir com força e
provocar um turbilhão emocional devastador. Retornar ao Egito poderia provocar
muitas reações adversas em Moisés, trazendo à tona a dualidade tão presente no
primeiro ciclo de sua vida. Mas o que poderia ser um amargo regresso ao passado
era na verdade uma viagem rumo ao futuro. Deus informa a Moisés que o Faraó que
havia decretado sua morte 40 anos antes (possivelmente Tutmosis II), já havia
morrido. Animado com esta notícia, Moisés informa a Jetro (seu líder tribal e
religioso), que o Deus de seus antepassados o havia ordenado a regressar ao
Egito afim de rever sua família. Com a benção de seu sogro, Moisés inicia a
longa jornada acompanhado de sua mulher Zípora e de seus filhos Eliézer e Gérson. A orientação dada ao patriarca, era para se
apresentar diante do atual Faraó (Tutmosis II ou Aminothep) com quem já possui ligações
passadas, e ali realizar os sinais que lhe foram outorgados. Em seguida, ele
deveria pedir uma autorização do rei para que os israelitas pudessem cessar
seus trabalhos durante três dias para prestar culto ao seu Deus. Moisés também foi
informado que Faraó negaria tal concessão, e exatamente por isso, seria
advertido que estava ferindo ao “primogênito” do grande “EU SOU”, e por isso,
seu primogênito seria ferido também.
Durante a jornada, Moisés parou juntamente com sua família para descansar
numa estalagem. Foi neste local que ele começou a se deparar na prática com o
grande peso de sua responsabilidade. Como profeta de Israel, seria ele a
ensinar ao povo os preceitos e mandamentos de Deus, e para tal, sua vida
deveria estar plenamente enquadrada nos padrões divinos. O problema é que ainda
havia uma pendência. Gênesis 17:12 descreve uma aliança entre Deus e Abraão,
selada com um ritual que deveria se estender a sua descendência, onde toda
criança de sexo masculino devia ser circuncidada no oitavo dia de seu
nascimento. A cerimônia da circuncisão
acontecia cortando a pele que cobre a cabeça do órgão genital (este ritual é
realizado até hoje, sendo chamado pelos judeus de Brit Milá). Obviamente o significado
deste rito é bem mais profundo do que simplesmente um corte visível na carne.
Ele evidência que aquela criança faz parte da aliança de Deus feita com o povo
de Israel. Aparentemente, Moisés se negou a realizar este ritual em seus
filhos, e desta forma, acendeu a ira do Senhor contra sua vida, pois a aliança
estava sendo quebrada. Moisés só não morreu, porque sua esposa Zípora entendeu
a gravidade, e fazendo uso de uma faca de pedra, realizou a circuncisão dos
filhos. Esta situação, porém, causou um
atrito entre o casal, e para evitar maior exposição de sua família, é muito provável
que foi neste exato ponto, que Moisés enviou sua esposa e filhos de volta para
Midiã (Êxodo 4:24-26).
Porém, ele não ficaria sozinho por muito tempo. O escolhido do Senhor
para acompanhar Moisés no restante da jornada foi Arão. Filho de Joquebede e Anrão, Arão era apenas três
anos mais velho que Moisés, o que nos leva a concluir que entre eles havia mais do que apenas laços de sangue, e sim grandes
vínculos fraternais, já que viveram juntos os primeiros anos da infância. Arão
era um exímio orador e possuía bom relacionamento entre os líderes israelitas.
Assim, tornou-se uma espécie de porta voz de seu irmão, e como Deus havia instruído,
foi a “boca” de Moisés a execução de seu comissionamento (Êxodo 7:1-2).
Moisés - Profeta de Deus ao Egito
Deus vocacionou a Moisés
como profeta para aquela geração explorada por Faraó e o Egito. Estudaremos
então o seu retorno desde quando, juntamente com Arão se encontra com os
líderes de Israel até, finalmente, todos os hebreus saírem do Egito (Êxodo 4:29).
Entretanto, trabalharemos mais o aspecto de sua missão profético-libertadora. Moisés
era um homem comum como qualquer um de nós, porém, era também antes de tudo a
voz profética, a expressão da fala de Deus. Ele não retornou ao Egito como uma
figura “superstar” que revolucionaria a vida política no Egito, ele voltou como
um embaixador do Reino e deveria ser ouvido. O primeiro ato profético de Moisés
não diz respeito ao Egito, mas aos hebreus por serem os herdeiros da promessa
dada a Abraão, Isaque e Jacó. A partir daí, Moisés e Arão reúnem todos os
líderes e demais filhos de Israel para transmitir-lhes a palavra profética que
receberam, bem como atuar nos sinais que o Senhor Deus lhe enviou a realizar
(Êxodo 4:30). Como palavra profética, não estamos falando em predição, pois nem
toda palavra profética e preditiva. Por palavra profética nos referimos a
“todas as palavras do Senhor” que Moisés e Arão receberam e transmitiram,
juntamente com os sinais que fizeram e os filhos de Israel creram e adoraram a
Deus. Eles ouviram, verificaram a procedência das palavras, viram os sinais e
assim creram e adoraram ao Senhor (Êxodo 4:31). Não era fácil a missão de
chegar diante do líder máximo da maior potência daquela época e de pronto,
ameaçar seu primogênito, o herdeiro da futura dinastia. É por esse prisma que a
missão profética funciona. Ao ouvi-la da parte de Deus, devemos não somente
estar prontos para dizê-la, mas também prontos para sofrer as consequências de
liberá-la.
Moisés recebeu
instruções claras e diretas de Deus de como ele deveria se apresentar e falar a
Faraó. O Senhor disse a Moisés como deveria agir e falar profeticamente (Êxodo
4:22-23). O profeta é um agente enviado por Deus que não deve ter medo de
autoridade humana, nem tampouco seu exercício está procurando facilidades,
antes sim, deve estabelecer a vontade de Deus contra as injustiças quando for
necessário. A missão de Moisés não era fácil e seu temor diante da sarça
explica muito bem o que Deus lhe mandou dizer a Faraó (Êxodo 11:4-5). Moisés
sabia muito bem que Faraó seria endurecido (Êxodo 4:21), pois isso era parte do
plano divino para libertar os filhos de Israel da servidão. Moisés deveria
sentenciá-lo com um aviso, antes que o juízo do Senhor fosse descarregado sobre
o Egito. Deus poderia resolver o caso na primeira investida de Moisés. Todavia,
o projeto, elaborado há quatrocentos anos, teria um desfecho marcante que,
durante toda a eternidade, seria contado não somente pelos filhos de Israel,
mas por todos os habitantes da terra. Quando a dificuldade se torna mais
intensa, é um grande sinal de que algo grande está por acontecer. Faraó foi
resistente e os filhos de Israel tiveram de ouvir pelo menos sete vezes a mesma
expressão: “assim diz o Senhor” ordenando a Faraó que deixasse o povo a partir.
Essas vezes que Moisés e Arão a repetiram demonstram a perseverança que seu
exercício profético que teve que enfrentar (Êxodo 4:22; 5:1; 8:1-20; 9:1-13;
10:3). O trabalho de Moisés e Arão provocou um ódio ainda mais intenso de Faraó
(Êxodo 5:21). A dureza de Faraó doeu na carne dos filhos de Israel e também nos
corações de Moisés e Arão.
Palavras de juízo sobre o Egito
O Egito foi a primeira
nação da terra que seria capaz de influenciar poderosamente o mundo ocidental
por causa de seu pragmatismo, organização, opulência, ciências, etc. Porém, ao
explorar os hebreus e demais povos, teve que ser severamente punido para que se
tornasse uma advertência a todos os outros povos. Aos Faraós, tudo era
possível: o domínio sobre as pessoas, a transformação de ambientes, a
preservação dos animais, etc. Apenas duas coisas não lhes eram possíveis de
impedir: o envelhecimento e a morte. Eles presumiam serem deuses, mas não
tinham eternidade. Eles se autodenominavam filhos de Hórus, o deus dos céus.
Para os egípcios, o Faraó era objeto de culto e sua pessoa era sagrada. Ele era
intermediário entre os deuses e os homens e concentrava em si tanto poderes
políticos quanto espirituais. A dureza do coração de Faraó tinha uma origem no
juízo divino; Deus lhe endurecia para ensinar a todos os povos que o Faraó não
era deus, nem filho de deus, e sim, apenas um governante humano (Êxodo 7:3-5).
O Senhor iniciaria Seu juízo tornando os deuses do Egito inoperantes e
terminaria eliminando seu deus terreno, o Faraó. No Egito Antigo, vivia-se
pouco e o grande temor dos Faraós era cair em esquecimento. Poe esse motivo,
empenhavam-se em trabalhar e construir com a máxima exuberância o lugar onde
deveriam ser sepultados. Eles acreditavam que Osíris viria um dia encontrá-los.
Osíris era o marido de Ísis e pai de Hórus; era ele quem julgava os mortos na
“Sala das Duas Verdades”.
O endurecimento do
coração de faraó em si, além de uma mera teimosia, tratava-se de um juízo
divino e eles foram estabelecidos como uma maneira de expor e julgar o que os
egípcios consideravam deuses. Na mentalidade egípcia consideravam deuses. Na
mentalidade egípcia, eles buscavam o que se chama hoje de crescimento
sustentável, isto é, procuravam o progresso em harmonia com a natureza.
Todavia, eles reverenciavam os animais como seres divinos e suas artes fundiam
o ser humano com eles. Quanto ao respeito e à harmonia com a natureza, estavam
corretíssimos, mas a divinização dela não. Eis aí o porquê do endurecimento do
coração de Faraó: tanto aquela geração quanto as futuras ficariam marcadas
pelos juízos de Deus trazidos ao Egito (as dez pragas), visto que foi o
primeiro grande império a influenciar o mundo ocidental.
Deus havia dado a Moisés
e Israel sólidas promessas de libertação. Dessa feita, Moisés foi até o povo
com as boas novas e com os sinais de Deus. A Bíblia diz que creram (Êxodo 4:29-31).
Finalmente, para eles, havia chegado uma ocasião de esperança, alegria e
adoração. Contudo, o que aconteceu a seguir não foi de grande estímulo para
eles. As coisas só pioraram! A escravidão de Israel se tornou totalmente
insuportável e os trabalhos se multiplicaram. Moisés não sabia que o Senhor
iria pôr as mãos nesse assunto (Êxodo 6:1-2). Deus estava dizendo: “Não vou lhe
decepcionar, Moisés. Lembre-se que Eu Sou o Senhor”. Não se aprende a confiar
em Deus quando tudo é bonança, isso geralmente acontece na intensidade da
provação. Como os egípcios desenvolveram para si cultos, padroeiros, serviços e
uma teologia idólatra voltada ás forças da natureza e aos animais daquela
região, o Senhor trouxe juízo, desequilibrando essas forças e apresentando-se
como o único Deus.
Pragas sobre o Egito
Um dos
mais intrigantes relatos do Antigo Testamento é o decálogo de calamidades que
atingiu a terra do Egito, devido à resistência de Faraó em conceder a liberdade
aos escravos hebreus. Mas do que “pragas” aleatórias, cada flagelo imposto
sobre a nação opressora, era na verdade uma prova cabal da ineficiência de seu
panteão de deuses, perante o poder absoluto do Deus dos hebreus. Por algum
tempo, as magos e sacerdotes egípcios tentaram replicar os “sinais” conclamados
por Moisés, mas com o afunilamento da sentença, todos foram sendo convencidos
da soberania do “EU SOU”, vendo seus ritos falharem miseravelmente, suas
crenças se desfazerem como névoa e assistindo pasmados, a humilhação de seus
falsos deuses. Estas terríveis pragas tiveram por fim levar até mesmo o poderoso
Faraó a reconhecer e a confessar que o Deus dos hebreus era supremo, estando o
seu poder acima do próprio Egito, cujos habitantes deveriam ser julgados por
sua crueldade e idolatria (Êxodo 9:16 / I Samuel 4:8). Podemos seguramente
afirmar que Deus estava desafiando os deuses egípcios em seus próprios domínios.
Cada praga descrita entre os capítulos 7 e 10 do Êxodo, era direcionada a
divindades egípcias muito especificas, colocando em xeque a crença do povo em
seus pseudo salvadores. A primeira praga, a transformação do Nilo e de todas as
águas do Egito em sangue, causou desonra ao deus protetor do rio, “HÁPI”. A
morte dos peixes no Nilo foi também um golpe contra a religião do Egito, pois
certas espécies de peixes veneradas e até mesmo mumificadas para rituais religiosos.
A rã, tida como símbolo da fertilidade e do conceito egípcio da ressurreição,
era considerada sagrada e personificava a própria deusa “HEKT”. Assim, a praga
das rãs trouxe desonra e descredito a esta divindade que nada pode fazer contra
a invasão avassaladora dos anfíbios.
A terceira
praga é de grande relevância, pois foi a responsável pelos sacerdotes e magos
reconhecerem a derrota de sua religião, já que eram incapazes de transformar o
pó da terra em borrachudos, por meio de suas artes secretas. Eles atribuíam ao
deus “TOT” a invenção da magia e das artes secretas, porém, criador e
criação se provaram inúteis. Como era proibido ao sacerdote egípcio realizar
seus cultos pagãs com as vestes contaminadas por “insetos imundos”, a religião
no Egito foi duramente atingida por esta praga. A linha de demarcação entre os
egípcios e os hebreus ficou nitidamente traçada a partir da quarta praga,
quando enxames de moscões invadiam os lares dos egípcios, e os israelitas na
terra de Gosén, não foram atingidos pelas infestações. Deus egípcio algum pôde
impedir tamanho flagelo, nem mesmo “PTHA”, “criador do universo”, ou “BELZEBU”,
cuja imagem era usada exatamente para afugentar moscas.
A praga
seguinte, reconhecida como pestilência no gado, expôs e humilhou várias deidades
egípcias tais como o protetor dos rebanhos “AMOM”, as deusas
personificadas em vacas “HATOR” e “NUT”, e o deus touro “APÍS”. Todos se
provaram impotentes, já que o gado do Egito sucumbiu, mas nenhum animal morreu
nos pastos dos israelitas. O próximo flagelo causou feridas nos homens e nesta
praga, Deus humilhou ninguém menos que a deusa e rainha do céu do Egito, “NEITE”.
Moisés jogou o pó para o céu, e quando o mesmo se assentou, provocou tumores
ulcerosos extremamente doloridos na pele dos egípcios. Os magos e sacerdotes, os primeiros a serem
contaminados com a doença, não puderam mais adorar a sua deusa e rainha religiosa.
Outro deus desonrado com as ulceras foi “TIFON”, um tipo de patrono da
medicina, que protegia seus súditos de ferimentos. Já a forte saraivada que
castigou todo o Egito (uma chuva de gelo e fogo), afrontou os deuses controladores
dos elementos naturais: “ÍRIS” (deus da água), OSÍRIS (deus de
fogo), SERAVIS (deusa da lavoura), RESHPU (deus das chuvas) e “MIN” (deus das
colheitas). A humilhação se completou com a praga dos gafanhotos, que encheram
o ar e consumiram o que sobrou da vegetação. “XÚ” (deus do ar) e “SEBEQUE” (deus
controlador dos insetos), igualmente nada puderam fazer. A penúltima praga se
manifestou como uma escuridão total. Com esta praga, Deus expos a fragilidade
da principal divindade do Egito, o deus sol “RÁ”, e também de “HÓRUS”, o
deus solar protetor do próprio faraó. O Egito ficou nas trevas que chegavam a
ser palpáveis, durante 3 dias, mas Israel tinha luz.
A morte
dos primogênitos, inclusive entre os animais, resultou na humilhação definitiva
para todo o panteão dos deuses egípcios. Os governantes do Egito realmente
chamavam a si mesmos de deuses, filhos de Rá, Hórus ou Amom-Rá.
Depois desta intervenção divina, todos souberam que o Deus de Israel era o
Senhor de TUDO e TODOS, e Seu Nome foi anunciado em toda a terra. Deus destruiu
com facilidade todos os deuses do Egito e na morte dos primogênitos, demostrou
que Ele tem na sua mão o poder de morte e de vida.
Israel liberto da Escravidão
Faraó e os egípcios
estavam de olho na economia e riquezas geradas a partir da exploração dos
escravos hebreus, e, de modo algum, desejavam perder aquela farta mão de obra.
Porém, na décima praga, os egípcios não aguentavam mais a presença deles, então
Faraó os despediu (Êxodo 12:31-35). Na noite em que o anjo da morte eliminaria
os primogênitos, Moisés, sob a orientação do Senhor, instituiu a páscoa, um ato
que tinha algumas finalidades. Primeiro, um ato protecionista, pois o sangue do
cordeiro nos umbrais das portas garantia aos primogênitos a vida; o anjo da
morte passaria e a senha para a salvação estava na marca do sangue. Em seguida,
comeriam pão sem fermento, juntamente com a carne do cordeiro, como um memorial
perpétuo da liberdade deles; o cordeiro deveria ser comido com ervas amargas,
mostrando que, junto com o cordeiro, também vamos ingerir coisas amargas.
Todavia essa cerimônia seria um ato profético, pois apontava para aquele que
viria como o cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo e nos livrar da
morte. Outro fato importante dessa liberdade é que os filhos de Israel saíram
de acordo como foi profetizado há quatrocentos e trinta anos antes de existirem
(Gêneses 15:13): com riquezas e pelo poder de uma forte mão (Êxodo 3:20-22).
A missão profética de
Moisés e Arão não terminou com a saída dos filhos de Israel do Egito, mas
permaneceu por toda a vida. Faraó e seus oficiais reconsideraram a decisão
tomada e tornaram a perseguir os filhos de Israel. Ele sabia que tanto a mão de
obra quanto a riqueza do Egito estavam fugindo de seu alcance (Êxodo 14:5).
Israel, percebendo a ameaça, entrou em desespero e Moisés esperava que o Senhor
lhe desse uma saída. Todavia o Senhor lhe deu uma palavra de esperança para que
dissesse ao povo (Êxodo 14;13). Deus fez tudo diferente do que o povo poderia
imaginar. Ele sempre age assim, Ele é sobrenatural e não trabalha com
possibilidades ou recursos humanos. Ele sempre tem um caminho mais excelente,
criado por Ele para aqueles que caminham nEle.
Sair
do Egito era para os hebreus um sonho imaginável (Êxodo 12:51). Eles eram um
povo sem qualquer perspectiva de liberdade, sem intimidade com Deus e sem
esperança. Suas vidas mudaram porque Deus lhes enviou um profeta, um homem
forjado no fogo da adversidade, da solidão e do anonimato. Em um só momento, o
Senhor escreveu duas grandes histórias: a de um povo que passou a ser Sua
propriedade particular e a de um homem disposto a tudo para atender ao Seu
chamado. Porém, tanto Moisés quanto o povo de Israel deveriam passar pela porta
que Deus abriu no momento em que Ele a criou para que, juntos, dessem início a
história mais marcante da humanidade. Deus tem uma porta aberta que ninguém
pode fechar. Se ela ainda não foi vista, não significa que não exista. Porém, a
grande lição profética da vida de Moisés está nas palavras: confiança e
esperança – palavras que devemos adicionar as nossas vidas diariamente. Moisés
possuía apenas uma vara em suas mãos como o símbolo da autoridade divina para
realizar milagres. Porém muito mais importante que a vara em suas mãos era sua
intimidade com Deus e sua obediência. Não basta ter apenas uma Bíblia, diplomas
ou ostentar um título. A autoridade profética está baseada na comunhão e na
obediência. Como profeta, Moisés expressou os pensamentos, desígnios e avisos
do Senhor, ou seja, cumpriu o seu ministério. Podemos dizer que Moisés foi:
excelência e excelente. Na pele de um homem saído das cinzas, o Senhor fez
ressurgir uma das maiores autoridades que esse mundo já pôde ver. Um
representante legal de Sua Palavra e poder.
Pi- Hairote – Um beco sem saída
Após a saída do Egito, o povo se movia de acordo com a vontade do
Senhor, e portanto, foi o Todo Poderoso que conduziu Israel até PI-HAIROT, que
significa “sem saída”. Aquele lugar pode ser descrito como uma fenda ou um vale
no meio de uma região rochosa, que se encerrava exatamente no grande Mar
Vermelho. Quando Faraó soube que os israelitas tomaram este caminho, ascendeu
seu coração em ira, e colocou todo o seu poderoso exército no encalço dos
hebreus. Agora a situação estava terrivelmente complexa... Presos em PI-HAIROT,
cercados de rochedos, com o Mar Vermelho à frente e faraó na dianteira. Beco
sem saída... Mas Deus estava no controle, e tudo fazia parte do plano divino. Desesperado,
o povo automaticamente se volta contra seu líder. Moisés foi duramente
criticado e responsabilizado pelo iminente massacre que Israel sofreria no
deserto.
Moisés então recorreu ao Senhor para saber o que deveria fazer. Deus
ordena que o povo continue marchando em direção ao mar, e que Moisés toque com
seu cajado nas águas. Feito isto, a nuvem de fogo que conduzia os israelitas se
retira de sobre o povo, e se coloca entre Israel e Faraó... Neste instante, uma
série de “acidentes” começam a tumultuar a caminhada egípcia, já que as rodas
dos carros começaram a se soltar. Enquanto isso no mar, durante toda a noite,
um vento soprava sobre as águas, pavimentando uma estrada seca no meio do
oceano. Mas nada disso foi percebido pelo povo durante a noite, que só vislumbrou
o milagre ao amanhecer... Deus trabalha pelo seu povo, mesmo que este mesmo
povo não perceba. Com o mar aberto, o povo passou.... Do outro lado foi
levantado um memorial para que o testemunho do grande livramento fosse
perpetuado entre as gerações... Mas a ameaça ainda era latente, pois Faraó se
lançou ao mar com seu exército, com furor e velocidade, ansioso por trazer
morte aos israelitas. Então, Deus ordenou a Moisés que tocasse novamente nas
águas, e o mar se fechou sobre os egípcios, decretando a vitória de Israel, sem
que nenhuma batalha fosse travada. Miriam então ajuntou as mulheres israelitas,
e munidas de pandeiros, entoavam louvores dizendo: Só o Senhor é Deus! Quando
Deus peleja, a gente se cala... Nossas bocas só devem ser abertas para louvar!
Israel não ouviu Deus, não viu Deus, não entendeu Deus... Mas Deus nunca
deixou de trabalhar por eles. Deus se cala, mas nunca cruza os braços.
Aquela página em branco que divide sua Bíblia em Antigo e Novo Testamento é
significativa. Representa um período de 400 anos em que Deus se manteve no mais
absoluto silêncio, sem uma única palavra a humanidade, porém, quando volta a
falar quatro séculos depois, é para anunciar que o Messias estava chegando.
Deus se manteve em silêncio, mas não havia parado de trabalhar. Ele estava
preparando o maior acontecimento da história: A Encarnação do Verbo! Confie na
direção e no trabalhar de Deus.
Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (26/04/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95 - Editora Betel
Moisés - Lição 04
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa
Comentários Adicionais (em azul)
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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