A história
sobre uma grande arca construída ao longo de 120 anos, com finalidade de salvar
inúmeras vidas do grande dilúvio, pode sim parecer absurda quando analisada
fora da óptica espiritual. Ao longo dos séculos, muitos estudiosos questionam a
veracidade do relato encontrado em Gênesis, com o intuito de desmistificar a
crença que esta grande embarcação tenha mesmo existido, o que anularia por
consequência, a história do próprio dilúvio, e os relatos que a precedem ou
sucedem. Outros,
porém, tem utilizado a ciência moderna para literalmente “testar” as teorias
bíblicas sobre os eventos. Muitos estudiosos acreditam que a ARCA de fato já
foi encontrada em estado de petrificação em uma área montanhosa da Turquia, e
apresentam algumas evidencias como prova definitiva do achado, embora não
existam provas concretas desta teoria.
De acordo com estes especialistas, a
formação rochosa encontrada tem a forma de um barco, com uma curva pontiaguda e
popa arredondada. O seu comprimento exato como observado na descrição bíblica,
é 516-7 pés ou 300 côvados egípcios, já que o dilúvio aconteceu antes de Moisés
escrever o Gênesis. Reclina-se em uma montanha na Turquia oriental, combinando
com o relato bíblico de que "a arca
descansou ... sobre os montes de Ararat" (Gênesis 8:04), conhecido
também por Urartu, nome de um antigo país que cobria a região. Ela contém
madeira petrificada, como comprovado por análise de laboratórios independentes de
análises pago por Ron Wyatt e realizada por Kevin Fisher. Tambem foram
analisadas as evidencias de nervuras de madeiras verticais em seus lados que
compreende a superestrutura do esqueleto de um barco. Padrões regulares de
vigas horizontal e vertical de suporte da plataforma também são vistos no
convés da arca. A arca localiza-se em uma antiga vila a 1982 metros de
elevação, o que corresponde com a declaração do históriador Flavius Josephus. O
Dr. Bill Shea, arqueólogo, encontrou um caco antigo de cerâmica a uns 20 metros
da arca que é uma escultura em que retrata um pássaro, um peixe, e um homem com
um martelo usando uma touca que tem o nome de "Noah" nela. Nos tempos
antigos, esses itens foram criados pelos moradores da aldeia para vender aos
visitantes, provando que a arca, em tempos remotos já foi inclusive uma atração
“turística. Reconhecido pelo Governo turco como o Parque Nacional da Arca de
Noé, essa região é um tesouro nacional e o comunicado da sua descoberta
apareceu no maior jornal turco em 1987, sendo que o Centro de Visitantes
construído pelo governo para acomodar turistas confirma ainda mais a
importância do local. Enormes âncoras de pedras que eram penduradas na parte de
trás da arca para firmar sua navegação foram encontrados perto da arca e na
aldeia Kazan, a 15 quilômetros de distância. A arca repousa sobre Cesnakidag
(ou CudiDagi) Mountain, que é traduzido como "Doomsday" Mountain, em
português, Dia do Julgamento. O Dr. Salih Bayraktutan da Universidade de
Ataturk declarou que a formação rochosa é de fato " uma estrutura feita
pelo homem, e com certeza é a Arca de Noé", e acrescentou ao seu estudo
que o site é imediatamente abaixo da montanha de Al Judi, chamado no Alcorão
como o lugar de descanso da Arca. Fora estas evidências, varreduras de radar
mostram um padrão regular de madeiras no interior da formação arca, revelando
quilhas sobrequilhas, anteparas, câmaras de animais, sistema de rampa , porta
dianteira direita , dois grandes barris na frente 35cm x 60cm, e um centro
aberto que é área para o fluxo de ar para todos os três níveis.
Tendo
evidenciais práticas ou não a este respeito, cremos incondicionalmente no
relato contido nas páginas do Pentateuco, e obviamente nossa intenção aqui não
é lançar dúvidas quando a sua veracidade, mas sim facilitar a compreensão da
funcionalidade da Arca. Para isso, transcreveremos abaixo um artigo cientifico
de Juliana Santos, publicado na edição online da revista VEJA, que deixa bem
claro, o quão minucioso (e até mesmo científico) é o relato bíblico acerca da
Arca de Noé:
As
especificações bíblicas para o tamanho da arca são precisas: 300 côvados de
comprimento, 50 de largura e 30 de altura. O côvado é uma unidade de
medida arcaica que se baseia no comprimento do antebraço, da ponta do dedo
médio até o cotovelo, e cada uma das civilizações antigas adotava uma medida
diferente para representá-la. Um grupo de estudantes da Universidade de
Leicester, na Inglaterra, que realizou um estudo sobre a arca de Noé,
estabeleceu um padrão ao fazer uma média entre o menor valor (44,5 centímetros,
adotado pelos hebreus) e o maior (52,3 centímetros, dos egípcios), chegando a
48,2 centímetros.Com base nessa medida, a arca teria 144,6 metros de
comprimento (o equivalente a cerca de um quarteirão e meio), 24,1 metros
de largura (aproximadamente dez carros, lado a lado) e 14,4 metros de
altura (um prédio de quase cinco andares). Curiosamente, as medidas são
parecidas com as de um navio de carga atual, e as dimensões ainda correspondem
à proporção adotada no presente. "O fato de a arca ter essas dimensões é
surpreendente, porque são os parâmetros de um navio da atualidade", afirma
Ricardo Pinto, professor de engenharia naval da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Para saber se a arca flutuaria, é preciso analisar
também o material usado na sua fabricação. O texto bíblico menciona a
"madeira de gofer", que, hoje, seria semelhante ao pinheiro ou
ao cipreste. Como a densidade dos dois materiais é parecida, os estudiosos
ingleses escolheram o cipreste como exemplo.Com essas informações, e
assumindo que Noé teria seguido as instruções o mais literalmente possível,
construindo uma embarcação retangular, em forma de caixa, é possível concluir
que a arca não afundaria na água. "Qualquer objeto, ao ser colocado na
água, provoca o deslocamento de certo volume. Para flutuar, o peso do volume da
água deslocada pelo corpo deve ser igual ao peso do próprio corpo",
explica Pinto. "Esse tipo de madeira leve faria com que a embarcação
flutuasse facilmente."
Essas
estimativas referem-se à arca vazia. Para descobrir o peso que a embarcação
teria de suportar, é preciso saber quantos animais seriam colocados dentro.
Pesquisadores que estudaram a história de Noé, como John C. Whitcomb e Henry M.
Morris, autores do livro The Genesis Flood (O dilúvio de Gêneses, em
tradução livre), chegaram à conclusão de que cerca de 35 000 animais
precisariam entrar na arca para que o Reino Animal fosse salvo. Existe uma
discussão sobre o fato de que a expressão "dois animais de cada
tipo", contida da Bíblia, pode não significar exatamente cada espécie, o
que reduziria ainda mais o número de eleitos. Whitcomb e
Morris estimaram, também, que a ovelha representaria a média de
tamanho dos animais. A partir desses números, os cientistas da
Universidade de Leicester calcularam que a arca suportaria o peso
correspondente a 2,15 milhões de ovelhas. "Nós observamos que a arca
aguentaria o peso, não como os animais caberiam dentro dela, ou como seriam
armazenados alimentos e água fresca", diz o estudante de física Oliver
Youle, principal autor do estudo, publicado em 2013 no periódico Journal of
Physics Special Topics, da Universidade de Leicester. Além da capacidade do
barco de suportar o peso, mais fatores precisam ser levados em consideração.
"Podemos até assumir que a arca teria flutuabilidade, mas não sabemos
sobre sua estabilidade", afirma Pinto. A estabilidade depende da
geometria, ou seja, do formato da embarcação, e da condição em que a carga foi
dividida nela. "Se todos os animais pesados, como elefantes e leões,
fossem colocados de um lado só, ela provavelmente ficaria
desequilibrada." Seria necessária uma distribuição de peso cuidadosa
para manter a embarcação estável, principalmente devido a seu tamanho.
"Quanto mais comprida uma viga, mais fraca ela é. Um navio funciona como
uma viga em termos técnicos, então quanto mais comprido, mais bem-estruturado
precisa ser", explica o professor. Para ele, a arca seria um navio
"muito arrojado" para os padrões da época — uma construção tão
surpreendente quanto as pirâmides do Egito.
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