A história registra inúmeras calamidades
publicas decorrente de pestes, pragas e epidemias. Doenças que dizimaram inúmeras
vidas até que a medicina conseguisse confronta-la com relativo sucesso. Durante
o século XIV, a Europa foi assolada pela “peste negra”, que culminou na morte
de 50 milhões de pessoas. Em 1817, o mundo enfrentou um surto de “cólera”.
Entre os anos de 1850 e 1980, cerca de 1.000.000.000 de pessoas morreram de “tuberculose”,
e outros 300.000.000 foram vitimados pela varíola. A chamada “gripe espanhola”
matou cerca de 20.000.000 de pessoas somente nos anos de 1918 e 1919 e a “tifo”
ceifou mais 3.000.000 milhões de pessoas até 1922. Outros milhares morreram em decorrência de “sarampo”,
“malária”, “aids” e mais recentemente “ebola”. Muitas destas enfermidades, hoje
são tratadas com certa facilidade pela medicina moderna, ou já foram erradicadas,
mas no seu tempo, causaram grande medo e tragédias incontáveis, pois o isolamento era a unica forme de coibir o contágio, o que nem sempre acontecia.
No período bíblico, a lepra era a
mais aterradora das enfermidades, pois além do aspecto contagioso, ela ainda
era incompreendida, e, portanto, incurável. Os portadores desta doença eram
exilados do convívio social e se isolavam em colônias leprosarias fora da
cidade, onde morriam não apenas em decorrência da enfermidade, como também pela
privação dos víveres básicos. Esta ação pública, embora parecesse cruel, era
necessária para se evitar epidemias nas cidades. É registrado em II Crônicas
26:21, que até mesmo o rei Uzias, quando acometido por lepra, morreu solitário,
numa casa construída para seu isolamento. Até o ano de 1837, quando o norueguês
Armauer Hansen identificou a bactéria causadora desta moléstia, a crença
existente é que sua origem seria hereditária, fruto do pecado ou castigo
divino. Obviamente, mesmo que a lepra tenha sido usada por Deus para punir
alguns indivíduos, nem todos os leprosos sofriam deste mal por causa do pecado.
Hoje, a lepra é cientificamente chamada de “Hanseníase” ou “Doença de Hanser”,
e sabe-se que na realidade é uma infecção bacteriana provocada pela bateria "Mycobacterium Leprae", atingindo sobretudo os nervos periféricos do organismo, tais como a pele, o nariz e os olhos. Seus sintomas mais conhecidos são
manchas pardas, esbranquiçadas ou erimatosas na pele, alteração da temperatura
dos locais afetados pelas manchas, comprometimento dos membros periféricos que
causam dormência em algumas regiões do corpo (essa ausência de
sensibilidade favorece ferimentos que podem levar a perda de dedos e outras
partes do corpo), aparecimento de caroços ou inchaço nas
partes mais frias do corpo como orelhas, mãos e cotovelos, alteração da
musculatura esquelética causando deformidades nas mãos e infiltrações na face.
Embora seja extremamente contagiosa, a ciência moderna consegue tratar os
sintomas da lepra e extingui-la do organismo com tratamentos que podem se
estender de seis meses á cinco anos, sendo realizado a base de dapsona e
rifampicina. Desde 1995, este tratamento é oferecido gratuitamente a pacientes
de todo o mundo, inclusive no Brasil.
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