Texto
Áureo
Jeremias 2.21
Eu mesmo te plantei como vide
excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma
planta degenerada, de vide estranha?
Verdade
Aplicada
Se o coração humano é um solo fértil,
o cristão certamente produzirá os frutos de uma vida transformada.
Textos
de Referência
Mateus 13:3-8
E falou-lhe de muitas coisas por
parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
E, quando semeava, uma parte da
semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na; e outra parte
caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não
tinha terra funda; aas, vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha
raiz.
E outra caiu entre espinhos, e os
espinhos cresceram e sufocaram-na.
E outra caiu em boa terra e deu
fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta.
A
história de uma semente
Dentro do alforje, ela não passa de
mais uma semente entre centenas de iguais. Não há perspectivas e nem
planejamentos, e a mesma está fadada a passar dias a fio naquele recipiente
escuro, abarrotada por outras centenas de sementes, tão desprovidas de propósito
quanto ela mesma. Mas então, de repente uma luz irrompe na escuridão, e a mão
do agricultor abarca uma boa porção, e no imbróglio, a sementinha é apenas mais
uma a ser violentamente raptada de seu confortável habitat. Em outros epoca ela
havia desfrutado do aconchego de um doce fruto, da qual também foi extirpada
por mãos humanas. Dali ela foi levada por um tempo ao sol, e posteriormente,
encontrou novo refúgio naquela embalagem escura, porém acalentadora. As mãos
que a arrebataram, agora dispersa todas as sementes pelo chão, fazendo cada uma
delas cair em uma cova profunda (na ótica de uma semente). Ali, pela primeira
vez em toda a sua existência, ela estava sozinha. Uma montanha de terra lhe é
sobreposta, e o peso do solo é esmagador contra sua casca. A semente é
sufocada. Sua única opção é se conformar com o insólito destino, e ali,
sedenta, esperar o fim chegar. Então, tudo escureceu, e a pobre sementinha
sucumbiu a desesperança. Ela pareceu morrer...
Mas, sementes não morrem.... Elas se transformam! Quando despertou de
seu sonho mórbido, a semente percebeu que já não era a mesma. Tinha braços e
pernas. Suas pernas aprofundavam no solo em busca de água, e ela bebeu.... Seus
braços escavavam o solo, conquistando bravamente a superfície, e ela viu o sol.
Suas forças se renovaram e ela continuou crescendo... Pés e pernas viraram
raízes profundas, braços se tornaram em ramos e depois galhos, e pouco a pouco,
ela retumba triunfante como uma frondosa árvore. Com o tempo, a outrora semente
gera frutos.... Muitos frutos.... Os pássaros dela tiram sustento, os homens
dela obtêm sabor.... Em cada um de seus frutos, gera dezenas de novas sementes,
que se por acaso forem semeadas com o mesmo amor, também viveram suas próprias
histórias de transformação... E foi assim, como uma semente, que Jesus Cristo, jóia
das primícias de Deus, desceu ao mundo e se lançou ao “solo” em forma de gente.
O verbo se fez carne e habitou entre nós.
O Filho de Deus, Senhor do Tempo e
Ancião de Dias se limitou ao ventre de uma mulher por nove meses, para depois
nascer pobre numa estrebaria, crescer numa carpintaria de Nazaré e exercer seu
ministério sobre o sol escaldante da Galileia. Amado pelos necessitados e
esquecidos, Ele foi odiado pelos poderosos de sua época, até que numa tarde de
sexta feira, morreu crucificado numa cruz, derramando até a última gota de
sangue pela humanidade pecadora. Com sua morte, porém, ele nos assegurou abundância
de vida. Jesus foi sepultado, e durante três dias seu corpo esteve silencioso
nos recônditos de um sepulcro frio. Mas aquele momento de tristeza era apenas o
epílogo da mais bela história contada, pois “se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas, se
morrer, produz muito fruto" (João 12:34). Assim sendo, enquanto a
semente esteve “morta” na terra, se arrebentou em raízes. Em apenas três dias a
árvore brotou, e seus ramos nunca pararam de crescer, pois a ressurreição de
Jesus desencadeou uma revolução espiritual que perdurará na eternidade.
Ao redor do mundo, inúmeras sementes
são utilizadas como fonte de alimentação. Arroz, feijão, trigo e milho são
alguns exemplos presentes em nossa cultura. Quando ingeridos pelo homem, provem
sustento e nutrientes para seu consumidor e cumprem com nobreza o propósito de
sua existência. Porém, se estas mesmas sementes forem plantadas numa terra boa e
cultivadas adequadamente, serão incontáveis as quantidades de seus rebentos,
que ao seu tempo, também poderão repetir o mesmo ciclo e novamente se
multiplicar exponencialmente. Cristo foi a semente que originou esta grande árvore
chamada “Igreja”, onde somos sementes potencializadas como agentes
multiplicadores. Se preservarmos nossa vida dentro de nossas próprias vontades,
seremos como a semente que cai na terra
e permanece viva, sem gerar frutos para a posteridade. Mas se “morrermos” em
Cristo, então realmente seremos transferidores de bênçãos eternais e produtores
de frutos abundantes.
A
semente e os tipos de solo
A parábola do semeador trata da vida
cotidiana e da reação do ser humano após receber a Palavra de Deus. Esta
parábola é a alma mater de todas as outras parábolas (Marcos 4:13). Por esta
razão, Jesus fez questão de esclarecê-la. A parábola do semeador descreve como
começa o Reino de Deus. A semente é a Palavra de Deus; os vários tipos de solo
representam os diferentes tipos de coração; e os resultados diversos refletem
respostas diferentes à Palavra de Deus. O que Jesus descreve aqui não é um
período de grandes colheitas, mas sim, um tempo em que a Palavra de Deus seria
rejeitada. Ele ilustrou cada reação humana de acordo com o lugar onde a semente
foi semeada. Por que comparar a Palavra de Deus a sementes? Porque a Palavra é
“viva e eficaz” (Hebreus 4:12). Ao contrário das palavras dos homens, a Palavra
de Deus tem vida, que pode ser concedida àqueles que creem. A verdade de Deus
deve se arraigar no coração, ser cultivada e estimulada a produzir frutos. O
fruto é o que comprova a verdadeira salvação (Mateus 7:16 / Lucas 6:43).
Surpreendente, três quartos das sementes não produziram frutos (Marcos
4:14-20). Esclareça O termo parábola significa “colocar ao lado”. Trata-se de
uma história ou comparação colocada lado a lado com algum outro conceito, a fim
de esclarecer uma lição. O que vemos aqui, porém, não são parábolas comuns;
Jesus as chamas de “mistérios do reino dos céus” (Mateus 13:11). No Novo
Testamento, um “mistério” é uma verdade espiritual entendida apenas por meio de
revelação divina. É um segredo santo conhecido apenas pelos mais íntimos, que
aprendem do Senhor e lhe obedecem.
Existem pessoas que fazem parte do
rol de membros, que são batizadas, participam da ceia, mas nunca tiveram um
encontro real com Jesus. Essa parábola indica que nem todas as sementes irão
germinar e, se não podemos entendê-la, como foi o caso dos discípulos, não
poderemos discernir que existem verdadeiras e falsas conversões por toda a
extremidade do planeta. E isso sempre irá ocorrer em qualquer lugar que o
Evangelho for pregado. Jesus apresentou várias situações, nas quais podemos
identificar até mesmo que tipo de solo somos nós. Primeiro, o que ouve a
Palavra e não entende. Segundo, o que não tem raiz em si mesmo e abandona o
Evangelho por causa das provações e decepções. Terceiro, o que ouve, mas os
cuidados do mundo e a sedução das riquezas abafam a Palavra. Por último, o que
produz fruto porque é boa terra (Mateus 13:19-23 / João 5:39 / Oséias 6:3. Os
corações duros do solo da margem da estrada absolutamente nada produzem. Estes
ouvintes vivem num mundo totalmente diferente, não falam a mesma linguagem do
Filho de Deus. Por quais motivos tais pessoas viriam ouvir Jesus? Curiosidade?
Novidade? Moda? Talvez por qualquer deles, ou por todos. Não estavam, porém,
querendo verdadeiramente ouvi-lo. Seja por presunçosa satisfação própria, ou
por uma orgulhosa necessidade de saber tudo já, ou temor de exposição a alguma
desconfortável nova verdade sobre si mesmos, suas mentes estavam trancadas
contra o Senhor e Seu Evangelho. O que deve ser feito com eles? Nada. Eles são
sem esperança em sua teimosa dureza. Somente se Deus arasse um profundo sulco
de ardente tragédia através de suas vidas poderia alguma abertura ser dada à
semente viva.
Jesus nunca se deixou impressionar
pela grande multidão que o seguia. Ele sabia que a maior parte dessas pessoas
jamais produziria os frutos de uma vida transformada. O coração humano deve ser
como um solo fértil preparado para receber a boa semente de modo que esta crie
raízes e produza bons frutos. É bom atentar para o que Jesus está ensinando, pois,
o coração humano sempre será o alvo de falsos ensinos, falsas paixões e, até
mesmo, uma falsa salvação. A Bíblia fala de cristãos falsos; que acreditam num
Evangelho falso; que forjam uma falsa justificação e que, no final dos tempos,
chegarão ao cúmulo de produzir um falso Cristo (II Coríntios 11:26 / Gálatas
1:6-9 / Romanos 10:1-3 / II Tessalonicenses 2:1-12). O verbo ouvir (e seus
correlatos) é usado 19 vezes em Mateus 13. A Parábola do semeador é relatada
nos três primeiros evangelhos e em cada um a admoestação final é diferente. É
importante ouvir a Palavra de Deus, pois “a fé vem pela pregação, e a pregação,
pela palavra de Cristo” (Romanos 10:17). Jesus disse: “Quem tem ouvidos (para
ouvir), ouça (Mateus 13:9); “Atentai no que ouvis” (Marcos 4:24) e; “Vede,
pois, como ouvis” (Lucas 8:18).
Três
corações e três inimigos
A parábola exposta por Jesus apresenta
a semente (a Palavra de Deus) e o solo (o coração humano). Ela ensina que a
revelação do mistério é para aqueles cujo coração é receptivo. No entanto, para
os insensíveis, a verdade se encontra coberta por um véu (II Coríntios 3:16). A
parábola apresenta a semente sendo lançada em diferentes locais diferentes. A
beira da estrada é passagem de muitos transeuntes, o que torna a terra
endurecida e dificulta que a raiz da semente se aprofunde. Jesus disse:
“Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e
arrebata o que foi semeado no seu coração” (Mateus 13:19 / Marcos 4:4-15). A
semente chegou apenas à superfície, mas não penetrou o solo. A representação
aqui são as pessoas destituídas de percepção espiritual. Pessoas cuja verdade
jamais penetra na alma para que haja uma profunda transformação. Como seus
corações são impenetráveis, o maligno vem e arrebata a verdade neles semeada.
As “aves” representam os agentes do maligno (Mateus 13:4). O crescimento
excelente ocorre tanto para cima quanto para baixo, ao mesmo tempo. Se nosso
coração permanece endurecido e não está sendo nutrido pela graça de Deus, a boa
semente pode germinar por um tempo, mas murchará depois. O segredo é firmar as
raízes no solo.
Jesus disse que essa segunda semente
caiu em meio às pedras e logo nasceu porque não tinha terra funda. Ele diz que
o sol queimou e ela se secou porque não tinha “raiz” (Mateus 13:5-6). Ele
explica que são pessoas que, ao ouvir a Palavra, logo a recebem com alegria.
Mas essas pessoas saem da presença de Deus com facilidade porque não firmaram
suas raízes. São crentes emocionais que, ao sentirem o peso da angústia e as
perseguições por causa da Palavra, se ofendem e vão embora (Mateus 13:20-21).
Esse é um quadro típico das pessoas que encontramos afastadas de Cristo na
atualidade. Elas sempre estão culpando alguém por estarem de fora. Porém, nunca
firmaram suas raízes. Estes entusiásticos ouvintes são deploravelmente faltos
de cuidadosa previsão. Emocionalmente excitáveis e impulsivos, eles agem por
circunstâncias imediatas (multidões excitáveis, etc.) mais do que por um
entendimento do que é ensinado. Eles são negligentes de futuras exigências e
desafios. Eles não têm cogitado de longos pensamentos. O Evangelho não desceu
profundamente dentro de seu entendimento e vontade. Assim, quando as
circunstâncias mudam, quando os dias difíceis de perseguição e adversidade
chegam, não há raiz profunda de fé para sustenta-los. Eles não tinham pensado
profundamente no Reino e em seu eterno valor. Tornar-se um discípulo parecia
apenas a coisa a fazer no momento.
Esse tipo de pessoa é aquele que
recebeu a Palavra, mas não consegue se desvencilhar do que está à sua volta. Os
“espinhos” são os “prazeres desta vida”. Prazeres inocentes em si mesmos, os quais
a prosperidade mundana proporciona a quem a ela se entregar e sufocam a
semente. Não podemos ter dois senhores. Se cuidarmos dos deleites da alma e
deixarmos de alimentar a chama do Espírito, o resultado é morte por asfixia. As
coisas não terminam de forma errada, elas começam erradas. O que proporcionou a
morte da semente foi tanto o local onde nasceu quanto a forma como cresceu (Mateus
13:22). Cada um dos três tipos de coração infrutífero é influenciado por um
inimigo diferente: no coração endurecido, o próprio Satanás rouba a semente; no
coração superficial, a carne simula sentimentos religiosos; e no coração
abarrotado, as coisas do mundo sufocam o crescimento e impedem a produção.
Reforce para eles que estes são os três grandes inimigos do cristão: o mundo, a
carne e o diabo (Efésios 2:1-3).
Árvores
e Frutos
Gideão se negou em ser aclamado rei
de Israel. Este desejo, porém, cresceu como um câncer no coração de um de seus
muitos filhos: Abimeleque. Com um plano macabro muito bem elaborado, ele subiu
a Siquem, reuniu os membros de sua família e os convenceu a serem seus “cabos”
eleitorais junto aos moradores daquela cidade com o seguinte discurso: - “O
que julgam ser o melhor para suas famílias: Serem governados por setenta homens
filhos de Jerubaal (Gideão), ou que apenas um, cujo sangue é o mesmo que corre
em vossas veias, domine sobre você? ” Todo o povo se inflamou com este
discurso, e fizeram doações em prata para financiar a investida de Abimeleque.
Com este dinheiro, ele contratou um grupo de mercenários que o seguiram até a
cidade de Ofra, onde habitavam seus setenta irmãos e usando uma pedra como mesa
mortuária, assassinou cada um deles; exceto Jotão, o filho menor que conseguiu
se esconder. Logo após a matança, ele conclamou aos moradores de Siquem e
Bete-Milo, a se reunirem junto ao Carvalho Memorial, e ali foi declarado rei.
Jotão, o sobrevivente do massacre, subiu ao monte Gerizim e bradou afim de que
todos o ouvissem:
-
Cidadãos de Siquem, ouçam a minha voz para que Deus ouça a voz de vocês... Certa vez as árvores se reuniram para
escolher seu Rei. Elas então disseram a OLIVEIRA: Reine sobre nós! Porém, a
OLIVEIRA lhes respondeu: - Deixaria de produzir meu óleo, que tanto os homens,
como o próprio Deus de mim prezam, para pairar sobre as árvores? Obrigado, mas não! Então as árvores
conclamaram a FIGUEIRA: Venha então você reinar sobre nós! A FIGUEIRA, no
entanto, recusou o convite dizendo: Deixaria eu minha doçura, o meu fruto
delicioso e iria pairar sobre as árvores? Toda aquela assembleia se volta então
para a VIDEIRA e a convida: Venhas tu, e estabelece sobre nós reinado. A
VIDEIRA também se declina do convite e argumenta: Deixaria eu meu vinho que
alegra a Deus e os homens, e iria pairar sobre as árvores? Como as árvores mais
nobres não queriam governar, então todas elas se dirigiram para o ESPINHEIRO
dizendo: Você gostaria de reinar sobre nós? E o ESPINHEIRO respondeu: Ora, se
vocês me ungirem seu Rei, então lhes darei abrigo embaixo de minha sombra, mas
se não ungirem, então que saia fogo do espinheiro e consuma até mesmo os CEDROS
do Líbano!
Esta, obviamente, é uma história
metafórica que alertava aos siquemitas sobre o perigo de coroarem um homem tão
vil como rei sobre eles. A predição de Jotão, aliás, realizou-se três anos
depois, quando uma guerra civil deflagrada por Abimeleque levou Síquem a ruína.
Entre os atos perversos deste homem, o mais significativo foi incendiar o
templo de El-Berite com mais de mil pessoas dentro dele, afinal, um espinheiro
nada tem a oferecer a não ser espinhos. A
Bíblia faz inúmeras comparações entre a vida humana e as árvores, e o uso deste
tipo de linguagem tem como propósito evidenciar a importância da produção de
“bons frutos” ao longo de nossa vida, pois, os resultados dessa “colheita”
serão refletidos por toda a eternidade. Em Gêneses 49:22, José é comparado a
uma árvore frutífera a beira da fonte, cujos galhos passam pelos muros. O Salmo
1 revela que o justo é como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual
dá o seu fruto no seu tempo e as suas folhas não caem. Isaías 61:3 identifica
os servos de Deus como carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação
da sua glória. Jeremias 17:7-8 diz que o
homem que confia no Senhor será como uma árvore plantada junto às águas e que
estende as suas raízes para o ribeiro, e assim, não temerá quando chegar o
calor, porque as suas folhas estão sempre verdes e no ano da seca não deixará
de dar frutos.
Mas nem todos os homens serão árvores
produtoras de bons frutos, e isso dependerá exatamente do tipo de semente que
escolhemos plantar no solo de nosso coração. Escolhas incorretas nos levarão a
colheitas desagradáveis, e exporão toda a lavoura ao julgamento do justo “lavrador”.
Em Cristo, Deus nos disponibiliza as sementes de maior excelência, com as quais
podemos semear em abundancia um pomar que renderá frutos de justiça. Em
contrapartida, recebemos do Senhor livre arbítrio para escolher as sementes de
nosso plantio. Elas se tornaram árvores grandiosas e pelos frutos produzidos,
seremos conhecidos por Deus: - Por seus
frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos
abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má
produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar
frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis (Mateus 7:16-20). Cabe a nós decidirmos quais frutos
desejamos produzir, para podermos definir o tipo de árvore que desejamos ser no
amanhã. Está em nossas mãos a escolha: ser uma exuberante Oliveira que com seus
frutos aprazem céus e terra, uma frondosa Figueira de produção doce e
suculenta, uma Videira capaz de trazer alegria a Deus e aos homens; ou um
Espinheiro arrogante que tudo que tem a oferecer é uma sombra ínfima e ameaças
cruéis? Pelo fruto, Deus dirá que tipo de árvore somos, e em caso de
reprovação, até as nossas raízes serão arrancadas: - Esses homens são rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês
fazem, comendo com vocês de maneira desonrosa. São pastores que só cuidam de si
mesmos. São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem
frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz (Judas 1:12).
O
cristão e a consolidação da salvação
Ao falar sobre os determinados tipos
de solos que receberam a semente, Jesus falava sobre um arrependimento
superficial. Essa parábola não se dirige aos que estão de fora. Devemos
observar que todas as sementes brotaram, mas houve somente um tipo de solo onde
a semente firmou suas raízes e progrediu. No afã de abarrotar as igrejas com
cristãos, temos caído no desleixo de oferecer um Evangelho de satisfações sem a
preocupação de um arrependimento (Lucas 15:7). Não existe problema algum em
dizer que somos felizes com Cristo, porque somos realmente felizes. Porém, o
Evangelho não pode tratar apenas de felicidade. O problema de termos pessoas
superficialmente convertidas em nossas igrejas ocorre porque estamos oferecendo
a solução sem antes ensinar o caminho da transformação. Pense na seguinte
possibilidade: “Se tivéssemos a grande oportunidade de voltar no tempo e
escolhêssemos, por exemplo, o dia 10 de setembro de 2001, um dia antes das
torres gêmeas caírem. Que mensagem nós pregaríamos: felicidade ou salvação? Não
poderíamos alterar o destino das torres, teríamos apenas uma oportunidade de
pregar. Será que eles entrariam salvos na eternidade com uma mensagem de felicidade?
” (Provérbios 24:11 / Hebreus 6:5-6). A realidade que devemos ter em mente é que
a cada segundo milhares e milhares de almas caminham a passos largos para o
inferno. E se nossa mensagem não é suficiente para livrar das garras do inferno
uma pessoa que certamente morrerá nas próximas horas, então existe algo de
errado com a nossa mensagem.
As pessoas estão se afastando da
presença de Deus porque estamos oferecendo graça sem lei (Palavra). Estamos a
oferecer cura, sem avisar ao povo que eles estão enfermos. Temos que falar que
eles estão caminhando para o inferno e não importa se são felizes ou infelizes
(Mateus 7:13). É comum as pessoas dizerem que não vêm mais porque se ofenderam;
outros dizem que se esfriaram. Que desculpa esfarrapada para a falta de
conversão! Jesus disse: “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei
da minha boca” (Apocalipse 3:16). Para ser vomitado deve-se estar na boca, isso
prova que Jesus não fala para os ímpios. Jesus não estava falando para os
ímpios, mas para aqueles que já se consideravam cristãos, e a dura realidade é
os mornos ainda acreditarem que são salvos (Tiago 1:22).
Infelizmente, a tragédia do Evangelho
moderno é que foi estabelecido outro caminho para que os pecadores pudessem vir
a Cristo: o caminho da satisfação e a promessa de uma vida melhorada. Jesus
disse que enquanto a Igreja dormia o inimigo semeou uma erva má (Mateus 13:25).
Durante cem anos, temos ensinado sobre a graça, porém, muitos se esqueceram de
aplicar seu fundamento: a Palavra (I Timóteo 6:3-10 / Tito 1:9 / 2:1). O inimigo
é paciente... Não importa se ele não
celebra agora porque acreditamos ser cristãos de verdade. Mas no dia do juízo,
ele se rirá de muitos que fizeram coisas tremendas, mas não tiveram tempo de
curar suas próprias vidas (Mateus 7:21-23).
O
papel da frutificação na busca pela santidade
Engana-se quem pensa que ter dons
espirituais, é sinal de espiritualidade elevada. Equivoca-se miseravelmente
quem acredita que uma igreja repleta da manifestação sobrenatural, seja prova
irrefutável de santidade. Aliás, este erro será cometido por muitas pessoas que
tentarão entrar na Cidade Santa usando como credencial suas aptidões portentosas:
- Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!
Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está
nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em
teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos
muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade (Mateus 7:21-23). Dons Espirituais são dádivas, verdadeiros
“presentes” para os quais a concessão não se atrela a nenhum mérito
pré-estabelecido. São concedidos conforme a necessidade do Espírito Santo, para
quem os deseja. E convenhamos que apenas “desejar” algo não credita alguém para
qualquer tipo de premiação. Logo se tratando de salvação e vida eterna, os DONS
recebidos e utilizados aqui na terra não serão peso de balança, já que sua
utilidade em nós é neutralizada uma vez que estejamos fora deste corpo humano. Obviamente,
o bom uso destes mesmos DONS resultara em galardão para aqueles que forem
salvos... Mas ninguém será salvo apenas por possuir DONS ou praticar boas
obras, já que a Salvação é uma dádiva da Graça, dada ao homem por Deus através
da fé em Cristo e do cumprimento integral de seus mandamentos.
Uma vez que a Fé é estrada, e a Graça
o carro; podemos dizer que os dons e as obras são “pedras calcárias” que
pavimentam esse caminho, tornando a viagem ao céu mais “suave”: - E vos vivificou, estando vós mortos em
ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos
da desobediência; entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos
da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por
natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em
misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em
nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e
nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais,
em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da
sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça
sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.Não vem das
obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Efésios 2:1-10).
Se os DONS são presentes de Deus para
nós, os FRUTOS são presentes nossos para Deus; obras que produzimos para Honra
e Glória do Senhor e como testemunho de nossa fé junto aos ímpios. Ambos, DONS
e FRUTOS devem coexistir em nossa vida, pois são complementos um do outro,
faces da mesma moeda. Ambos devem caminhar pareados, simultaneamente, pois
quando um deles falta, o outro estará comprometido. Entretanto, o termômetro de espiritualidade e
santificação, seja de um indivíduo ou de toda uma congregação, não são os DONS;
pois a qualidade de uma árvore deve ser avaliada pelos Frutos que produz, e não
pelos enfeites que penduramos nela. O pecado afetou consideravelmente a imagem
de Deus em nós, nos levando a produzir obras carnais. Através do novo
nascimento e da produção continua de Frutos Espirituais o caráter de Cristo é
refeito no homem. O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo
em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual
perceptível. A partir do exato momento de uma conversão genuína, a frutificação
já começa a se manifestar, devendo manter-se constante até nosso encontro
definitivo com o Senhor.
Conclusão
Vivemos um tempo difícil, onde o
temor do Senhor foi esquecido das pregações da Palavra de Deus. Muitos pensam
estar convertidos de verdade e essa parábola dita por Jesus nos ensina que
precisamos rever nossos conceitos e voltar urgentemente para Sua lei (Salmo 19:7).
Participe da EBD deste domingo, 15/11/2015, e descubra você também os segredos para uma vida de fé e atitudes
Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 97 - Editora Betel
Comentarista: Pr. José Fernandes Correia Noleto
Maturidade Espiritual
Lição 7
Comentários Adicionais (em azul):
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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