O Evangelho de Jesus Cristo não promete uma vida de “Mar de Rosas” aos seus seguidores. Pelo contrário, Jesus informou aos seus discípulos que eles seriam enviados como “ovelhas para o meio de lobos” (Mateus 10:16).
Historicamente, a Igreja tem enfrentado
inúmeros períodos de ferrenha perseguição, sendo que ainda hoje, cristãos são
barbarizados e assassinados por causa de sua fé em diversos lugares do mundo.
Mesmo assim, a mensagem de Jesus jamais foi calada e seus mensageiros nunca
deixaram de vivenciar uma profunda paz, apesar das “conturbações” impostas pelo
mundo e seus sistemas.
Mesmo em estados laicos como é o nosso,
a vida cristã e bombardeada por agendas abarrotadas, dias extremamente curtos,
excesso de trabalho, e a ameaça constante de apostasia. Aparentemente não temos
espaço em nossas vidas (ou em nossos dicionários) para palavras como serenidade
e tranquilidade, pois vivemos em um cenário parecido com a pintura de um velho
artista: montanhas desoladas sendo severamente castigadas por uma
imensa e assustadora tempestade. Pois foi exatamente esta
“obra” que ganhou o prêmio principal em um concurso cuja temática era
exatamente a “PAZ”.
Conta-se que certo príncipe, decidiu
promover uma exposição de arte e dar um grande premio ao artista que melhor
representasse a PAZ. Centenas de obras foram inscritas e o que não faltou
foram imagens de pássaros brancos, rios cristalinos, por do sol dourado,
jardins floridos e arco-íris. O jovem nobre analisava cada uma das telas com
muita atenção, admirado pela beleza de cada paisagem. Então ele se deparou com
a pintura que causava repulsa em todos que a olhavam... As montanhas eram
rústicas, pedras pontiagudas e ameaçadoras não davam espaço para qualquer
vegetação. O céu era negro com raios avermelhados cortando a escuridão. O
cenário estava borrado pela tempestade torrencial que caia e pelo vento
percebido nos traços não lineares dos riscos acinzentados que traziam vida ao
temporal... A princípio, o futuro rei ficou tão horrorizado com a audácia
do artista quanto qualquer um, mas bastou analisar com um pouco mais de cuidado
aquele quadro para que seu semblante esboçasse um sorriso, que pouco a pouco se
tornou uma deliciosa gargalhada. A pintura foi então anunciada como a grande
vencedora. Todos é claro, ficaram indignados com essa escolha e perguntavam ao
príncipe como uma obra tão grotesca podia retratar um sentimento tão sublime
como a PAZ. O Jovem monarca, então, apontou para um pequeno ponto na parte
baixa do quadro, onde na fenda da rocha, um pequeno pássaro, aninhado em seu
ninho, dormia sossegadamente.
Paz não é um sentimento.... É um estado
de espírito. É uma atitude de serenidade, calma e força, tranquilidade e
quietude de espírito, produzida pelo Espírito Santo em nós, mesmo na
adversidade e nas tribulações. Uma paz diferenciada que não se esvai diante das
tragédias, pois é forte o suficiente para nos guiar em calmaria em meio aos
vendavais; pois quando a tempestade aperta e o vento derruba até os que estão
voando pelos céus, nós nos escondemos na fenda da ROCHA (que é Cristo) e
dormimos em paz, afinal, dos seus filhinhos Deus cuida enquanto dormem (Salmos
4:8).
Jesus nos prometeu essa paz quando
disse “A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou (João 14:27). Esse tipo de
PAZ não é natural no ser humano, mas sim proveniente de nossa perfeita
confiança em Deus. Ela se deriva no fato de que nosso Senhor cuida de nós
constantemente e assim não existem motivos para desespero ou insegurança e
dessa forma temos os nossos corações guardados contra da ansiedade e nossas
mentes blindadas contra o desespero. Essa PAZ é plantada em nós pelo
próprio Jesus, mas deve ser desenvolvida por nós através da meditação e
aplicação da PALAVRA e da busca diária pela presença de Deus em nossas vidas.
Afinal, é preferível estar no meio de
uma tempestade tendo Jesus em nosso barco, do que navegar em águas tranquilas
sem ele.
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