sábado, 26 de dezembro de 2015

A Paz



O Evangelho de Jesus Cristo não promete uma vida de “Mar de Rosas” aos seus seguidores. Pelo contrário, Jesus informou aos seus discípulos que eles seriam enviados como “ovelhas para o meio de lobos” (Mateus 10:16).

Historicamente, a Igreja tem enfrentado inúmeros períodos de ferrenha perseguição, sendo que ainda hoje, cristãos são barbarizados e assassinados por causa de sua fé em diversos lugares do mundo. Mesmo assim, a mensagem de Jesus jamais foi calada e seus mensageiros nunca deixaram de vivenciar uma profunda paz, apesar das “conturbações” impostas pelo mundo e seus sistemas.  

Mesmo em estados laicos como é o nosso, a vida cristã e bombardeada por agendas abarrotadas, dias extremamente curtos, excesso de trabalho, e a ameaça constante de apostasia. Aparentemente não temos espaço em nossas vidas (ou em nossos dicionários) para palavras como serenidade e tranquilidade, pois vivemos em um cenário parecido com a pintura de um velho artista: montanhas desoladas sendo severamente castigadas por uma imensa e assustadora tempestade.   Pois foi exatamente esta “obra” que ganhou o prêmio principal em um concurso cuja temática era exatamente a “PAZ”.

Conta-se que certo príncipe, decidiu promover uma exposição de arte e dar um grande premio ao artista que melhor representasse a PAZ.  Centenas de obras foram inscritas e o que não faltou foram imagens de pássaros brancos, rios cristalinos, por do sol dourado, jardins floridos e arco-íris. O jovem nobre analisava cada uma das telas com muita atenção, admirado pela beleza de cada paisagem. Então ele se deparou com a pintura que causava repulsa em todos que a olhavam... As montanhas eram rústicas, pedras pontiagudas e ameaçadoras não davam espaço para qualquer vegetação. O céu era negro com raios avermelhados cortando a escuridão. O cenário estava borrado pela tempestade torrencial que caia e pelo vento percebido nos traços não lineares dos riscos acinzentados que traziam vida ao temporal...  A princípio, o futuro rei ficou tão horrorizado com a audácia do artista quanto qualquer um, mas bastou analisar com um pouco mais de cuidado aquele quadro para que seu semblante esboçasse um sorriso, que pouco a pouco se tornou uma deliciosa gargalhada. A pintura foi então anunciada como a grande vencedora. Todos é claro, ficaram indignados com essa escolha e perguntavam ao príncipe como uma obra tão grotesca podia retratar um sentimento tão sublime como a PAZ. O Jovem monarca, então, apontou para um pequeno ponto na parte baixa do quadro, onde na fenda da rocha, um pequeno pássaro, aninhado em seu ninho, dormia sossegadamente.

Paz não é um sentimento.... É um estado de espírito. É uma atitude de serenidade, calma e força, tranquilidade e quietude de espírito, produzida pelo Espírito Santo em nós, mesmo na adversidade e nas tribulações. Uma paz diferenciada que não se esvai diante das tragédias, pois é forte o suficiente para nos guiar em calmaria em meio aos vendavais; pois quando a tempestade aperta e o vento derruba até os que estão voando pelos céus, nós nos escondemos na fenda da ROCHA (que é Cristo) e dormimos em paz, afinal, dos seus filhinhos Deus cuida enquanto dormem (Salmos 4:8).

Jesus nos prometeu essa paz quando disse “A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou (João 14:27). Esse tipo de PAZ não é natural no ser humano, mas sim proveniente de nossa perfeita confiança em Deus. Ela se deriva no fato de que nosso Senhor cuida de nós constantemente e assim não existem motivos para desespero ou insegurança e dessa forma temos os nossos corações guardados contra da ansiedade e nossas mentes blindadas contra o desespero.  Essa PAZ é plantada em nós pelo próprio Jesus, mas deve ser desenvolvida por nós através da meditação e aplicação da PALAVRA e da busca diária pela presença de Deus em nossas vidas.

Afinal, é preferível estar no meio de uma tempestade tendo Jesus em nosso barco, do que navegar em águas tranquilas sem ele.



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