sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O equilíbrio entre unção e sabedoria



O cristão precisa buscar constantemente o equilíbrio em todas as esferas de sua vida. Exatamente por isso, uma das características da frutificação espiritual é a temperança ou domínio próprio (Gálatas 5:22). Sem estar bem equilibrado sobre os pilares de sua fé, a espiritualidade do homem de Deus pode ser corrompida por fatores externos. Homens como Sansão e Davi, que tiveram diversas experiências pessoais com Deus, amargaram derrotas frustrantes quando fizeram uso equivocado da unção sobre eles outorgada, algumas delas, com resultados irreversíveis. Esses erros foram oriundos de intempéries da própria natureza humana, tais como ira, luxúria e vaidade. 

Ao contrário do que muitos possam pensar, a unção não neutraliza nossas falhas de caráter ou as debilidades e as fraquezas de nosso ser. Muitas vezes, elas ficam ainda mais evidentes, e é exatamente por isso que o crente precisa produzir frutos espirituais em abundância, para equilibrar sua existência e enquadra-la nos princípios divinos. Grandes homens da história, mesmo se dedicando a uma vida de oração e consagração, foram mortalmente atingidos por Satanás em seus pontos mais frágeis, pois se esqueceram da vigilância. Jesus nos alertou em Mateus 26:41, que até mesmo o mais fortalecido espírito pode sim ser vitimado pelas fraquezas da carne. Exatamente por isso, antes de fortalecer o espírito com oração, é preciso neutralizar a carne com vigilância. O crente que ora constantemente, mas não vigia ,está a um passo da queda. O crente que vigia, mas não ora, vive em constante "coma espiritual". É preciso encontrar o equilíbrio, vigiando e orando na mesma proporção.

Muitos cristãos têm buscado incessantemente a “unção” de Deus sobre sua vida, mas se perdem numa busca irresponsável e inconsequente. A “unção” pode ser entendida como um “revestimento de autoridade”, e com ela, diversos encargos serão acrescidos em nosso ministério, e se faz necessário esmero e preparo para lidar com cada um deles.  Quando os apóstolos se reuniram para escolher os primeiros diáconos da Igreja, foi exigido que os candidatos fossem cheios de “unção” e de “sabedoria” (Atos 6:2-3). 

Embora unção e sabedoria precisem trabalhar em conjunto, elas são adquiridas separadamente e é possível que um indivíduo possuía uma delas, mas não tenha outra, e desta forma, o fracasso espiritual é apenas questão de tempo. Unção sem sabedoria nos transforma em fanáticos religiosos, e sabedoria sem unção converge para um ministério pragmático. É preciso buscar ambas com a mesma intensidade. Segundo o relato de Lucas 2:40, este processo foi necessário até mesmo no desenvolvimento ministerial do próprio Cristo, já que o evangelista enfatiza que o menino Jesus crescia em estatura, em graça e em conhecimento.






Nenhum comentário:

Postar um comentário