O cristão
precisa buscar constantemente o equilíbrio em todas as esferas de sua vida.
Exatamente por isso, uma das características da frutificação espiritual é a
temperança ou domínio próprio (Gálatas 5:22). Sem estar bem equilibrado sobre
os pilares de sua fé, a espiritualidade do homem de Deus pode ser corrompida
por fatores externos. Homens como Sansão e Davi, que tiveram diversas
experiências pessoais com Deus, amargaram derrotas frustrantes quando fizeram
uso equivocado da unção sobre eles outorgada, algumas delas, com resultados
irreversíveis. Esses erros foram oriundos de intempéries da própria natureza
humana, tais como ira, luxúria e vaidade.
Ao contrário do que muitos possam
pensar, a unção não neutraliza nossas falhas de caráter ou as debilidades e as
fraquezas de nosso ser. Muitas vezes, elas ficam ainda mais evidentes, e é
exatamente por isso que o crente precisa produzir frutos espirituais em
abundância, para equilibrar sua existência e enquadra-la nos princípios
divinos. Grandes homens da história, mesmo se dedicando a uma vida de oração e
consagração, foram mortalmente atingidos por Satanás em seus pontos mais
frágeis, pois se esqueceram da vigilância. Jesus nos alertou em Mateus 26:41,
que até mesmo o mais fortalecido espírito pode sim ser vitimado pelas fraquezas
da carne. Exatamente por isso, antes de fortalecer o espírito com oração, é
preciso neutralizar a carne com vigilância. O crente que ora constantemente,
mas não vigia ,está a um passo da queda. O crente que vigia, mas não ora, vive em
constante "coma espiritual". É preciso encontrar o equilíbrio,
vigiando e orando na mesma proporção.
Muitos
cristãos têm buscado incessantemente a “unção” de Deus sobre sua vida, mas se
perdem numa busca irresponsável e inconsequente. A “unção” pode ser entendida
como um “revestimento de autoridade”, e com ela, diversos encargos serão
acrescidos em nosso ministério, e se faz necessário esmero e preparo para lidar
com cada um deles. Quando os apóstolos se reuniram para escolher os
primeiros diáconos da Igreja, foi exigido que os candidatos fossem cheios de
“unção” e de “sabedoria” (Atos 6:2-3).
Embora unção e sabedoria precisem
trabalhar em conjunto, elas são adquiridas separadamente e é possível que um
indivíduo possuía uma delas, mas não tenha outra, e desta forma, o fracasso
espiritual é apenas questão de tempo. Unção sem sabedoria nos transforma em
fanáticos religiosos, e sabedoria sem unção converge para um ministério
pragmático. É preciso buscar ambas com a mesma intensidade. Segundo o relato de
Lucas 2:40, este processo foi necessário até mesmo no desenvolvimento
ministerial do próprio Cristo, já que o evangelista enfatiza que o menino Jesus
crescia em estatura, em graça e em conhecimento.
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