Todo mês de dezembro, é
possível acompanhar em diversos locais do mundo, o Exército da Salvação
trabalhando com os seus sinos na frente das grandes lojas arrecadando dinheiro a
fim de fornecer sopas e cobertores para os pobres da cidade. Esta obra começou
100 anos atrás pelas mãos de William e Catherine Booth. Eles fundaram o
Exército da Salvação ao perceber que as igrejas locais não davam a atenção
necessária aos pobres e desabrigados da comunidade, mas acabaram indo bem mais
longe, levando assistência a várias nações da terra. Sobre este trabalho, a
própria Catherine testificou: “ Nós fomos feitos para grandes coisas. Portanto
vamos cumprir nosso glorioso destino”.
Ela nasceu no dia 17 de
janeiro de 1829, em Ashbourne, no condado do Derbyshire, Inglaterra, na família
formada por John Mumford e Sarah Milward, que tiveram outros quatro filhos. Recebeu
o nome Catherine Mumford. O seu pai era
um modesto construtor de carroças e a sua mãe uma cristã muito devota. A sua
família mudou-se, sendo ela ainda muito pequena, para Boston, Lincolnshire, e
mais tarde para Brixton, Londres. Desde tenra idade, Catherine mostrou-se como
uma menina séria, religiosa e sensível. Teve uma rigorosa educação cristã, sendo
que aos 5 anos já lia em voz alta a Bíblia para a sua mãe e antes de completar
o 12º aniversário já a tinha lido toda a
escritura por oito vezes. Aos 14 anos, uma enfermidade na coluna a fez deixar
sua escola e passar muitos meses prostrados. Mesmo estudando de forma
independente, foi uma brilhante aluna, a
quem a sua enfermidade não impediu de estudar teologia, história, geografia, e
filosofia.
Mais tarde as suas
inquietações religiosas levaram-na a experimentar um renascer espiritual, e
filiou-se numa Igreja Metodista. As suas inquietações sociais fizeram-na
comprometer-se também com a “Band of Hope”, uma sociedade de temperança para
meninos e adolescentes da classe operária fundada em 1847, em os membros faziam
votos de abstinência total (alcoólica) e faziam também propaganda contra as
bebidas alcoólicas. Por esse tempo Catherine também foi ativista do “Temperance
Movement”, escrevendo cartas sobre este problema a numerosos jornais e
autoridades.
Para aprender técnicas
de pregação, Catherine participou do Novo Círculo Metodista. Em 1852, assistiu
entusiamada ao sermão de um jovem pregador chamado William Booth, cuja “mensagem
era muito dura para a congregação ignorar e seu jeito era muito carismático
para ele esquecer”. Imediatamente, simpatizaram-se
um com o outro, tornando-se grandes amigos. Depois de três anos de amizade, nos
quais Catherine apoiou o trabalho de pregador itinerante de William, contraíram
matrimónio em 16 de junho de 1855, na Igreja Congregacional de Stockwell Green,
no sul de Londres. Esta união geraria uma numerosa família, toda ela dedicada,
desde a infância, ao trabalho evangelístico: William Bramwell Booth (1856),
Ballington Booth (1857), Catherine ou Kate Booth (1858), Emma Booth (1860),
Herbert Booth (1862), Enjoe Booth (1864), Evangeline (1865) e Lucy (1868).
Logo após o casamento
foram para Londres, onde se ajuntaram com outros voluntários e começaram a dar
assistência aos pobres da cidade. Catherine logo percebeu a grandeza da obra em
que estavam envolvidos. Eles saiam pelas ruas convidando a todos para seus cultos
nas tendas armadas, ainda que muitas vezes, William chegava em casa todo
molhado de bebida e ovos podres que eram jogados nele durante as cruzadas.
Catherine se mostrou
ainda mais ativa no trabalho da igreja enquanto William era pastor em
Brighouse. Ela sentiu uma chamada irresistível para convidar as pessoas comuns
à Igreja, iniciou para isso um ativo ministério de visitação casa a casa,
especialmente entre as famílias com problemas de alcoolismo. Também participou ativamente
em reuniões para crianças e adolescentes. Contudo, ela era muito tímida para
falar ao público adulto, além disso, naquela época, era muito incomum que uma
mulher tivesse oportunidade de falar em serviços religiosos. Entretanto,
Catherine estava convencida de que as mulheres cristãs não só tinham o direito
de pregar, mas também tinham essa obrigação. Quando chegou às suas mãos um
periódico com um artigo em que se argumentava contra o direito das mulheres
utilizarem o púlpito, ela decidiu-se a publicar o “Female Ministry: Or, Woman”s
Right to Preach the Gospel” (Ministério Feminino: ou O direito das mulheres a
pregar o Evangelho) em 1859, um artigo que foi publicado no mesmo periódico
como uma separata.
William e Catherine
decidiram começar um trabalho diferente do pastorado de uma igreja ao iniciarem
a sua Missão Cristã em 1865. William pregava aos pobres e deserdados e
Catherine (em certo sentido) aos ricos, ganhando a sua ajuda para financiar
esta tamanha iniciativa, foi por isso que ela começou a levar a cabo as suas
próprias campanhas de coletas de recursos e de voluntariado. Quando este
trabalho diferente tomou o nome de “Exército de Salvação” em 1878, e William
Booth começou a ser conhecido como “O General”, Catherine passou
definitivamente para segundo plano, sendo reconhecida como “Mother of the
Army”, e ela certamente estava por detrás de muitas das mudanças da nova
organização. Como esposa de William Booth, Catarina contribuiu fortemente com
muitas das suas ideias para as crenças e regulamentos do Exército de Salvação. Foi
a “designer” da bandeira e do famoso poke bonnet (chapéu de senhora com pala,
sobretudo os usados pelas senhoras no Exército de Salvação). Quase todos os
seus oito filhos trabalhavam com eles na missão e em pouco tempo eles já
estavam indo aos EUA para estabelecer o mesmo trabalho no novo mundo.
Quando tinha 59 anos,
Catarina foi informada que ela estava sofrendo de cancer, que só tinha mais
dois anos para viver. Ela pregou o seu último sermão em 21 de junho de 1888, e
então retirou-se para a sua casa em Hadley Wood, próximo a Londres, onde,
apesar das dores excessivas, ela continuou a discutir os negócios do Exército
da Salvação e a encorajar as suas muitas visitas. Catherine Booth morreu aos 61
anos de idade em Clacton-on-Sea, Essex, em 4 de outubro de 1890. Faleceu nos
braços de William e rodeada pelos seus filhos e família. Ela está enterrada
junto ao seu marido no Cemitério do Abney Park, Londres
Hoje o Exército da
Salvação atende pessoas em 94 países, sendo o glorioso legado de p uma mulher
que mesmo muito doente, tendo recebido uma educação caseira e com oito filhos
para cuidar, deixou sua marca na história da humanidade. Por causa de sua influência na formação do
Exército de Salvação ela é reconhecida até hoje como a “Mãe do Exército. ”
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