O último registro histórico do Velho
Testamento é a morte de Esdras. A partir deste momento o Cânon Sagrado faz uma
pausa de quatro séculos, ciclo de tempo conhecido como “Período Intertestamentário”
ou “Anos de Silêncio”. Ao longo de quatrocentos anos, o Criador se manteve
calado, e nenhuma palavra profética foi manifestada. Deus esteve em silêncio
por um longo tempo, mas nunca se omitiu. Sua mão se continuou ativa no curso
dos acontecimentos, preparando o mundo para o maior de todos os eventos, a
chegada do Emanuel.
Dia após dia, cumpriram se a risca as visões
do profeta Daniel, e o povo judeu sentia se aproximar a chegada do “Salvador”
prometido. Sob o domínio Medo-Persa, os israelitas tiveram liberdade de culto
assegurada e puderam retornar para casa após setenta anos de exílio. Também foi
dado aos repatriados as condições necessárias para a reconstrução do templo,
dos muros e das cidades, e com isso a “promessa” estava em casa, afinal, o
Messias deveria nascer em Belém, na região da Galileia (Isaías 9:1-6 / Miquéias
7:5).
Em 333 AC, Alexandre derrotou o rei Dario, e
a Grécia ascendeu ao posto de maior nação da terra, subjugando inclusive, os
judeus. Discípulo de Aristóteles, instruído em filosofia e política grega,
Alexandre – O Grande, exigiu que a cultura grega fosse promovida por todo
território por ele conquistado, cerca de ¼ do mundo até então conhecido. Assim,
diversas nações aderiram o idioma grego como segunda língua oficial, e pela
primeira vez os livros do Velho Testamento foram traduzidos do hebraico, dando
origem a “Septuaginta”.
Embora fosse um fervoroso disseminador da
cultura grega, Alexandre não interferiu na religiosidade judaica, o que
assegurou plena liberdade de culto aos israelitas. Passada apenas uma década, o
imperador grego faleceu, e seu reino foi dividido entre seus quatro principais
generais. Em decorrência de sua posição geográfica, a Judeia ficou à mercê de
interesses políticos, primeiro sendo subjugada por Antígono, depois por
Ptolomeu I e Ptolomeu II, até cair nas mãos dos selêucidas. Esta foi uma época
de grande dor aos israelitas, já que o imperador Antíoco Epifânio, invadiu
Jerusalém assassinado muitos judeus. Ele saqueou o templo, e profanou o santuário
oferecendo um animal imundo como holocausto. Os direitos civis e a liberdade
religiosa dos judeus foram suspensos, os sacrifícios diários foram proibidos e
um altar ao deus Júpiter foi erigido. A opressão sofrida gerou nos judeus um
clamor nacional por um libertador, exteriorizada na revolta dos macabeus, que
liderada por Judas, terminou com a reconquista de Jerusalém no ano 164 AC.
A Judéia seria mais uma vez conquistada por uma nação estrangeira em 63
AC, quando Pompeu de Roma conquistou toda a palestina e entregou seu controle a
Cesar. Com uma ideologia pacifista chamada de “PAX ROMANA”, Roma estabilizou
diversos conflitos ao redor do mundo e pavimentou um sistema de estradas que
facilitava o transito entre as cidades. Em 31 AC, Herodes foi declarado rei dos
judeus e ordenou o recenseamento, obrigando todo homem adulto a voltar para sua
terra natal. Assim, um certo “José”, descendente da tribo de Judá, teria de
retornar para Belém.
Deus esteve por quatrocentos anos preparando o mundo para a chegada de
Jesus, e agora o cenário estava pronto. Antes, porém, um mensageiro deveria ser
enviado, uma voz que clamaria no deserto preparando o caminho do Senhor e
aplainado a estrada para Deus (Isaías 40:3). Por séculos, os profetas estiveram
extintos, mas Deus volta a se manifestar exatamente para anunciar o nascimento
do maior deles, e o seu nome era João (Mateus 11:11).
Logo em seguida, por intermédio de um anjo, Deus revelaria a uma jovem
chamada Maria que ela daria à luz ao Salvador do Mundo. José, com quem também
ela estava desposada, também recebe uma visita sobrenatural. A próxima manifestação
de Deus seria exatamente na noite do nascimento de Jesus, quando anjos
aparecerem nos céus, louvando e anunciando a chegada do menino salvador.
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