Texto
Áureo
Hebreus
12:1
Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem
de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia,
e corramos com paciência a carreira que nos está proposta.
Verdade
Aplicada
Não existem problemas insolúveis quando pessoas comprometidas se
levantam na força de Deus para agir.
Textos de
Referência
Neemias
1:1-3
As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu,
no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, que veio Hanani, um de meus
irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que
restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém.
E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá
na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém,
fendido, e as suas portas, queimadas a fogo.
Contexto Histórico
Após a
divisão de Israel em dois reinos distintos, as 10 tribos do norte mergulharam
numa época de trevas caracterizada pela apostasia espiritual e idolatria
generalizada. Como consequência dos inúmeros pecados da nação, Deus usou a
poderosa Assíria como um “chicote” para disciplinar seu povo (Isaías 10:5). Em
decorrência de uma série de manobras políticas desastrosas, o Norte (Israel),
foi o primeiro reino a cair. No ano 722 A.C, os assírios definitivamente se
apoderam do território israelita, levando cativo boa parte dos moradores da
região. A política assíria para territórios conquistados era enfraquecer a
cultura local, e para isso, intercambiava seus vassalos, miscigenando seus escravos
e fazendo com que povos de tradição, perdessem por completo sua identidade.
Assim, enquanto os israelitas foram espalhados pelo mundo, uma grande
quantidade de estrangeiros foi alocada em Israel. Desta miscigenação surgiu os
samaritanos. O Reino do Sul, também conhecido por Judá, automaticamente se
tornou o próximo alvo dos assírios, mas por intermédio das ações de bons
governantes como Joás, Josias, Josafá e Ezequias, Deus concedeu aos judeus mais
um século de liberdade. Apenas no ano 606 A.C, a Babilônia começou a deportar
os nobres de Judá para os territórios da caldeia, prática que se estendeu até
586 A.C, quando o rei Zedequias intentou uma rebelião contra os caldeus,
confiando numa previa aliança com o Egito. O resultado foi catastrófico,
resultando na deportação final. Nabucodonosor ainda ordenou a total destruição
de Jerusalém, deixando a cidade em ruínas.
Setenta
anos depois, a Babilônia já tinha sido conquistada pelos Medo-Persas. Segundo a
tradição judaica, o rei Ciro estava lendo os já centenários textos do profeta
Isaías, e teria ficado espantado ao encontrar uma referência ao seu nome,
dizendo que seria ele o responsável por repatriar os judeus. O monarca, então,
lavra um edito autorizando o retorno dos filhos de Sião para a pátria mãe.
Liderados por Zorobabel, cerca de 50.000 judeus são “despertados” para voltarem
a Jerusalém e edificarem a casa de Deus (Esdras 1:5). Os exilados que permaneceram
na caldeia, doaram cerca de 500 quilos de ouro e 3000 quilos de prata para
financiar a reconstrução do templo. Assim, após quatro meses de jornada pelo
deserto, os judeus estavam novamente na terra prometida, e em agradecimento
edificaram um altar para Deus. O próximo passo foi lançar os fundamentos do
templo, evento que causou grande comoção entre o povo. Porém, durante as
décadas de exílio, o território de Israel/Judá havia sido tomado por
samaritanos e amonitas, e os pseudos donos da terra estavam muito incomodados
com o retorno dos herdeiros legais. Assim que a reconstrução do templo teve
inicio, eles enviaram uma carta ao rei persa Dário, acusando os judeus de
traição, dizendo que ao invés de um templo para ritos religiosos, estava sendo
construída uma fortaleza para fins militares. Com isso, foi decretada a
paralisação das obras. Durante 16 anos os trabalhos no templo ficaram
interrompidos, e o povo se dedicou a reformar a cidade. Deus levantou os
profetas Ageu e Zacarias para esforçarem o povo, afim de retomarem a
reconstrução do templo (Ageu 1:2). A retomada dos trabalhos trouxe prosperidade
aos judeus, e logo, a Casa do Senhor estava finaliza. Uma fiscalização por
parte dos persas listou o nome de todos os trabalhadores, causando grande
apreensão. Porém, ao final de suas verificações, Dário constatou a legalidade
da construção e os judeus puderam finalmente inaugurar o templo.
Quando
Artaxerxes já era rei, um escriba chamado Esdras pediu autorização para conduzir
um no grupo de judeus até Jerusalém. Desta vez, 1754 homens (com suas
respectivas famílias), realizam a perigosa viagem de retorno. Esdras foi
levantado por Deus para promover uma restauração espiritual em Israel através
do ensino, e um dos primeiros problemas que identificou, foi o casamento
miscigenado entre judeus e mulheres pagãs. Esdras já estava em Jerusalém há
doze anos quando Neemias recebeu notícias da terra de seus pais. Os moradores
da cidade estavam sendo ameaçados por samaritanos e amorreus, enquanto os muros
ao redor Jerusalém estavam queimados e fendidos, sem oferecer qualquer
proteção. Neemias se entristeceu profundamente, e por quatro meses se dedicou a
orar por esta causa. Sua posição estratégica no palácio lhe dava acesso direto
ao rei Artaxerxes e lhe concedia muitos privilégios junto ao monarca.
Percebendo o abatimento de seu homem de confiança, o rei questionou Neemias
sobre o motivo de sua aflição. Neste momento, Neemias informa ao rei sobre a
situação de Jerusalém e solicita autorização para ir à cidade e reformar os
muros. O rei não apenas autoriza a empreitada, como se propõem a financiar
parte da obra.
O Copeiro
do Rei
Jerusalém estava em ruínas e opróbrio. Ao saber da situação, Neemias
abandona sua privilegiada posição no palácio e parte em direção à cidade para
auxiliar seu povo na reconstrução dos muros e portões (Neemias 2:1-10). Neemias
surge numa época em que a moral do povo estava baixa. Os ricos exploravam os
pobres e os mesmos pecados que levaram o povo ao cativeiro estavam em vigor.
Por fim, a depressão econômica e a ignorância espiritual acentuavam ainda mais
a desunião do povo que, desestimulado e oprimido, não esboçava qualquer reação
de melhora. Neemias nos é apresentado
como copeiro do rei, na província de Susã, a capital do império persa. Ele era
um homem de oração e compromisso com Deus (Neemias 1:1-11). Neemias era um
conselheiro pessoal do imperador e exercia ao mesmo tempo as funções de
primeiro ministro e mestre de cerimônias (Neemias 2:1; 5:14). A morte por envenenamento
era comum na época dos reis e um copeiro de grande confiança era de vital
importância. A função de Neemias era provar o vinho do rei, cuidar de seus
aposentos, supervisionar toda a alimentação do palácio e, antes que o rei
ingerisse qualquer comida ou bebida, ele o fazia. Isso tinha por fim demonstrar
que nenhuma traição ocorrera e que, portanto, não havia perigo de
envenenamento. Jerusalém habitava apenas um remanescente do povo em Judá e
esses poucos judeus passavam por grandes aflições e lutavam para sobreviver. Sem
muros, o povo estava sem proteção e Neemias é o homem usado por Deus tanto para
reconstruir os muros, quanto para reconstruir a identidade espiritual do povo
(Neemias 1:1-3). Acredita-se que Neemias tenha nascido durante o cativeiro e,
mesmo crescendo num ambiente pagão, dominado pela idolatria, ele se manteve
separado da maldade que o rodeava. O remanescente de judeu já havia passado
quase um século em sua terra e Neemias poderia ter se juntado a eles, mas
escolheu permanecer no palácio. Na verdade, Deus tinha uma missão para ele que
não poderia ser cumprida em nenhum outro lugar. Deus colocou Neemias em Susã da
mesma forma que colocou José no Egito e Daniel na Babilônia. Quando Deus deseja
realizar uma obra, sempre prepara Seus servos e os coloca no lugar certo, na
hora certa.
Ao ouvir sobre a miséria na qual seu povo se encontrava, Neemias se
assentou e chorou (Neemias 1:4). Aquela notícia sensibilizou sua alma e logo
resolveu jejuar e orar, durante quatro meses, até que Deus não somente mudasse
o quadro daquela situação, mas preparasse tudo para que ele mesmo fosse enviado
a realizar aquela obra. As lágrimas de Neemias rolaram não somente pelas ruínas
que a cidade sagrada se encontrava, mas porque o Deus de seus pais estava sendo
escarnecido pelos inimigos. Neemias se preocupava tanto com o povo, quanto com
a glória de seu Deus. Neemias tinha afinidade com os dois tronos (o do céu e o
da terra), e buscou em ambos os recursos para resolver os problemas do povo (Neemias
1:4; 2:1-9). A primeira reação de Neemias ao ouvir as notícias do povo que
havia sobrado em Jerusalém foi assentar-se e chorar (Neemias 1:3-4ª). O choro
coloca para fora a dor interna do coração, os sentimentos de tristeza e
angústia e é uma reação natural do corpo para livrar-se de uma grande carga
emocional. É terapêutico, alivia as tensões internas da pessoa e serve para
acalmar a alma. Contudo, logo após a reação natural, Neemias mostra uma atitude
nova: ele jejua e ora perante o Senhor (Neemias 1:4b).
Neemias desfrutava de uma boa posição no palácio ao lado do rei, mas,
seus sentimentos pelas coisas divinas o levaram a abandonar sua zona de
conforto e seus privilégios para enfrentar os problemas de sua nação (Neemias
2:1-3). Neemias tinha um coração sensível às necessidades do seu povo. A
nobreza do palácio e o luxo que desfrutava não roubaram sua comunhão com Deus.
Ele era um servo piedoso que se importava com aqueles que viviam na miséria.
Ele tinha consciência de que o pecado e o afastamento da lei haviam derrotado
seu povo e se colocou na brecha, assumindo que também era culpado (Neemias 1:4-7).
Neemias nos ensina que não existem problemas insolúveis quando homens
comprometidos se levantaram na força de Deus para agir.A eficácia de Neemias
está totalmente alicerçada em sua forma de orar e consagrar-se a Deus. Os
homens mais eficazes na obra de Deus são aqueles que têm o coração quebrantado
e desfrutam da intimidade de Deus através do jejum e da oração.
Reformando a Muralha
Assim que
conseguiu a autorização e recebeu recursos para a reforma dos muros de
Jerusalém, Neemias reuniu um grupo de israelitas que escoltados por um
contingente de soldados persas, chegaram em segurança na capital de Judá.
Durante toda a viagem, Neemias manteve sigilo sobre o verdadeiro propósito de
sua empreitada, e assim evitou que os inimigos premeditassem qualquer plano de
contenção. Ao chegar na cidade, seu
primeiro desafio foi fazer uma meticulosa avaliação das condições da muralha,
onde pode constatar a situação precária das paredes. Em seguida, reuniu os
moradores de Jerusalém e lhes contou como Deus tinha providenciado os meios para
a realização da reforma, o que muito alegrou toda aquela gente, que
imediatamente se esforçaram ao trabalho dizendo: - Levantamo-nos e edifiquemos!
Ao perceber a mobilização dos judeus neste propósito, Sambalate ( governador da
Samaria), seu servo amonita chamado Tobias, e o arábio Gesén, se puseram a
tripudiar dos construtores, e insinuar que um povo fragilizado estava tentando
se rebelar contra os persas. Neemias, porém, os confrontou dizendo que Deus
faria os judeus prosperarem, e que os trabalhadores tinham como objetivo a
edificação. Ressaltou também, que nenhum daqueles três homens teriam parte na
justiça e nem na memória de Jerusalém. Então, o povo iniciou os trabalhos,
sendo que cada família edificava os trechos do muro mais próximo de suas casas.
Com o avanço das obras, se acendeu a ira de Sambalate. Indignado com o sucesso
dos judeus, ele passou a ridicularizar a construção, dizendo que a matéria
prima utilizada era pó e pedra queimada. Tobias por sua vez, afirmava que todo
trabalho dos judeus seria inútil, pois até uma raposa derrubaria o muro.
Neemias ouvia as afrontas, mas não deixava se abater. Apenas orava pedindo que
o Senhor tomasse para si as afrontas deferidas contra Israel.
Os reparos
nos muros avançavam cada dia. Quando metade da reforma estava concluída, os
inimigos de Israel compactuaram para realizar um ataque maciço contra a
construção, aproveitando que os edificadores aparentavam sinais de cansaço e
desgastes. Ao tomar conhecimento desta nova ameaça, Neemias desenvolveu um
sistema de rodízios onde os homens se revezavam entre construir e montar
guarda. O problema se agravou quando os inimigos passaram a ameaçar as vilas
adjacentes aos muros, que clamaram a Neemias por proteção. A mão de obra que já
era escassa, ficou ainda mais comprometida com esta nova tarefa, e os
construtores começaram a achar que aquela obra era grande e perigosa demais
para prosseguir. Neemias iniciou um período de oração, onde não apenas se
fortaleceu espiritualmente, como também influenciou o povo a renovar seu ânimo.
Para surpresa de todos, homens cansados e enfraquecidos se renovaram em forças,
determinados a construir e lutar com a mesma intensidade. Em uma mão, seguravam
ferramentas, e na outra empunhavam espadas (Neemias 4:17).
Com a
proximidade do fim dos trabalhos, Neemias se viu envolvido em conflitos dentro
da própria muralha. Os habitantes de Jerusalém que eram mais abastados, fizeram
empréstimos aos menos favorecidos para compra de alimento e quitação
tributária. Agora, exigiam a execução das hipotecas. Os tecóides, famílias
nobres que habitavam ao sul de Jerusalém, se negavam a ajudar na reforma, e não
havia quem trabalhasse naquele trecho da muralha. Estas questões internas
entristeceram profundamente Neemias, porém, mais uma vez ele se fortaleceu em
oração, e resolveu a questão conclamando o povo para estender a mão em favor do
próximo. A última etapa da construção era o assentamento dos portões, e
buscando atrasar a obra, Sambalate convida os judeus para uma “Conferência de
Paz”. Ciente da maliciosidade deste convite, Neemias retribui com uma das mais antológicas
respostas bíblicas: - Estou fazendo uma grande obra e não parar (Neemias 6:3).
Humilhados, os inimigos mais uma vez lançam mão de calúnias e passam a difamar
Neemias dizendo que seu trabalho era fruto de interesses pessoais, pois
pretendia se rebelar contra a Pérsia e se auto proclamar rei de Israel. Numa
tentativa desesperada de impedir o termino da reforma, os conspiradores
tramaram assassinar Neemias, mas antes era preciso desmoralizá-lo. Assim, um
mensageiro procurou Neemias e o informou que certo profeta tinha uma mensagem
de Deus para ele. O encontro devera ser realizado dentro do templo, no
santíssimo lugar. Consciente que sua entrada não era permitida naquela sala,
Neemias logo percebeu a armadilha contra ele, e mais uma vez clamou ao Senhor para
que fortalecesse a sua mão (Neemias 6:9). Num tempo recorde de apenas 52 dias,
os reparos nos muros foram concluídos, e Jerusalém voltou a ser uma cidade
fortificada, que os inimigos só poderiam observar de fora (Neemias 6:16).
Enfrentando
oposições
Os desafios que Neemias enfrentaria não eram poucos, porque, além de
motivar o povo a reiniciar uma obra que há cem anos estava parada, ainda deveria
enfrentar os desmotivadores que, unidos, tramavam para impedir o sucesso da
obra (Neemias 2:10; 4:1-8). Ao chegar a Jerusalém, Neemias encontrou pessoas
derrotadas e apáticas, que viviam em meio aos escombros (Neemias 1:3). Em
questão de dias, Neemias conseguiu o apoio de toda a cidade, formou equipes e
mobilizou o povo a reconstruir em cinquenta e dois dias uma obra que em quase
cem anos ninguém havia conseguido. E como fez isso? Todos sabiam que havia
chegado com cartas de autorização do rei e com escolta militar. Mas ele não
disse nada, criando no povo expectativas e curiosidades (Neemias 2:12-16). Ao
terceiro dia, todos estavam interessados em escutar o que tinha a dizer. Assim,
ele começou a restaurar a autoestima do povo e depois conduziu o povo a
preocupar-se com a glória de Deus (Neemias 2:17-18). Durante noventa anos, a
construção não teve sucesso, o povo havia perdido a confiança e havia chegado a
uma conclusão: “Não podemos”. A vida cristã é uma guerra contínua e sempre
vamos encontrar oposições quando nos erguemos para fazer a obra de Deus.
Neemias não se apresentou ao povo com uma mensagem negativa, nem culpou ninguém
pelo fracasso (Neemias 2:17). Ele se identificou com a frustração e animou o
povo a fazer uma sincera avaliação do problema. Ele simplesmente disse: “Sou um
de vocês e esse problema é nosso”.
Sambalate, Tobias e Gesém foram três instrumentos usados por Satanás
para desestabilizar Neemias e impedir que a obra se realizasse. Os artifícios
usados foram: a zombaria, a calúnia e o desprezo (Neemias 4:1-16). Por fim,
vendo que a obra avançava, tentaram ceifar a vida de Neemias em uma emboscada
(Neemias 6:1-15). O que mais nos deixa intrigado é a reação de Neemias. Ele
orava e não discutia. Ele trabalhava e ignorava a oposição. Neemias sabia que
era inútil discutir porque sabia que a ideia da reconstrução vinha da parte de
Deus. Antes de Neemias chegar a Jerusalém, já havia oposição contra o seu
trabalho (Neemias 2:10). Se nossos planos vêm de Deus, Ele pelejará em nosso
favor. Sempre haverá pessoas em desacordo com a visão que Deus está nos dando,
que irão se opor e criticar o que fazemos. Quando alguém ridiculariza nossos
projetos é porque tem medo do nosso triunfo.
Sem dúvida, a nossa natureza humana sente um desejo natural de responder
com agressão aos ataques inimigos que julgam, intimidam, denigrem e prejudicam
a realização de nossos projetos. Porém, sabemos que essa não é a atitude
correta. Então, o que podemos fazer? Como devemos nos postar diante de tais
circunstâncias? Em vez de se deixar enredar em uma competição de insultos,
Neemias foi buscar apoio em Deus (Salmo 44:5-6 / Neemias 4:4-5). E normal que sintamos o desejo de atropelar
nossos inimigos com palavras e atitudes. No entanto, o ensinamento de Neemias
nos leva a colocar diante de Deus a situação e, logo em seguida, tomar medidas
preventivas para que as ameaças de nossos adversários não prosperem. Neemias
ignorou as ridículas ofensas de seus adversários e seguiu adiante com seu
objetivo. Essa é a melhor resposta que damos aos nossos inimigos, nós os
ignoramos (Provérbios 26:4). A resposta de Neemias foi observada e seguida pelo
povo. Eles viram que ele estava atuando e orando e fizeram o mesmo.
Uma obra que não pode parar
Assim que
o trabalho nos muros foi concluído, Esdras convocou todo o povo de Jerusalém
para uma celebração ao Senhor. Ainda pela manhã, todos os moradores da cidade
de dirigiram para a Porta das Águas numa verdadeira campanha evangelística ao
livre. Os judeus entoavam com alegria os cânticos que estiveram silenciados
durante os anos de exílio, abrindo seu coração para o que viria a seguir.
Escriba de grande versatilidade, historiador respeitado e exímio orador, Esdras
abriu o Livro da Lei, explicando passo a passo os principais mandamentos do Senhor.
Aquele foi um dia de grande quebrantamento, pois o povo enfrentou face a face
seus próprios pecados, e entenderam o quão distante estavam dos desígnios de
Deus. Diante de tamanho pesar espiritual, Esdras animou o povo a não se
entristecer, dizendo: - “A alegria do Senhor é nossa força” (Neemias 8:6). A
proximidade de Deus não revela nossa santidade, mas sim, deixa explícito nosso
pecado. A perfeição divina acentua nossas imperfeições, e a inefabilidade do
Altíssimo evidencia nossas falhas. Porém, é exatamente quando se encontra nesta
condição que o homem está apto a ser agraciado pela misericórdia e pela graça.
Somente quanto reconhecemos nosso pecado, damos o primeiro passo em direção ao
arrependimento, que por sua vez atrai o perdão.
Um segundo
ajuntamento reuniu todo o povo. Desta vez, além dos louvores e do ensinamento
da palavra, a nação uniu sua voz em oração, confessando a Deus seus pecados e
pedindo a misericórdia do Senhor. Com a alma lavada e o espírito renovado,
Neemias consagrou ao Senhor os muros de Jerusalém. Os levitas se dividiram em
corais, e do alto da muralha, cantaram ao Senhor, trazendo grande comoção ao
povo de Judá. Neemias se tornou o governador, liderando aquela gente com zelo e
equidade, até que onze anos depois foi intimado a retornar para a Pérsia.
Durante sua ausência, mais uma vez a nação cometeu erros terríveis, como por
exemplo, permitir que Tobias passasse a morar em um dos aposentos do templo,
sendo sustentado com o dinheiro da Casa de Deus. Desmotivados, os judeus deixaram
de levar seus dízimos no templo, e com isso, os levitas tiveram que abandonar
suas funções eclesiásticas e trabalhar nos campos para não passarem fome. Ao
contrário do que ordenava a lei, o sábado passou a ser considerado como um dia
comum, e as consagrações sabatinas deixaram de ser praticadas. Por fim, muitos
judeus tomaram para si mulheres pagãs e um novo ciclo de miscigenação
espiritual se iniciou.
Quando Neemias regressa para Jerusalém, mal consegue acreditar no que seus olhos veem. O exímio construtor de muralhas, precisa agora derrubar os muros da apostasia que cercavam os corações de seus irmãos. Imediatamente, Neemias expulsa Tobias do templo, lançando fora sua mobília. Ele então, restabelece o dízimo, trazendo de volta os sacerdotes e os levitas para cuidarem da Casa de Deus. Contrariando os interesses de gente muito poderosa, Neemias decretou que as portas da cidade fossem fechadas aos sábados, pois neste dia, ninguém deveria entrar ou sair, mas apenas dedicar-se ao Senhor. Neemias também baniu do sacerdócio um homem chamado Joiada, que tomara para si uma mulher pagã, e discursou sobre os perigos inerentes a esta pratica, que colocava em risco a espiritualidade da nação e a própria identidade do povo santo de Deus. Com isso, Neemias nos ensina que um trabalho bem feito não traz garantias para a posteridade. É preciso ser perseverante e consistente, não desanimando as mãos e se empenhando vigorosamente no trabalho do Senhor. Quando derrubamos pilares de pecaminosidade, também estamos edificando para Deus.
Quando Neemias regressa para Jerusalém, mal consegue acreditar no que seus olhos veem. O exímio construtor de muralhas, precisa agora derrubar os muros da apostasia que cercavam os corações de seus irmãos. Imediatamente, Neemias expulsa Tobias do templo, lançando fora sua mobília. Ele então, restabelece o dízimo, trazendo de volta os sacerdotes e os levitas para cuidarem da Casa de Deus. Contrariando os interesses de gente muito poderosa, Neemias decretou que as portas da cidade fossem fechadas aos sábados, pois neste dia, ninguém deveria entrar ou sair, mas apenas dedicar-se ao Senhor. Neemias também baniu do sacerdócio um homem chamado Joiada, que tomara para si uma mulher pagã, e discursou sobre os perigos inerentes a esta pratica, que colocava em risco a espiritualidade da nação e a própria identidade do povo santo de Deus. Com isso, Neemias nos ensina que um trabalho bem feito não traz garantias para a posteridade. É preciso ser perseverante e consistente, não desanimando as mãos e se empenhando vigorosamente no trabalho do Senhor. Quando derrubamos pilares de pecaminosidade, também estamos edificando para Deus.
A poderosa
mão de Deus em ação
Neemias era um homem simples, mas que nada fazia sem antes consultar a
Deus. Sua sinceridade diante do rei e do povo lhe deu credibilidade tanto para
reconstruir os muros quanto para trazer de volta a vida espiritual do povo. Neemias
confortou o povo com o anúncio de que Deus o havia enviado e prosperado seu
caminho. Ele confirmou com o seu testemunho e com a ajuda ilimitada que o rei
lhe concedeu (Neemias 2:8). E como prosperou? Ele foi sincero com o rei: “Minha
cidade está em ruínas”, Neemias não inventou uma história para o rei lhe
conceder o que necessitava. Ele orou até que Deus movesse o coração do monarca
e inclinasse para ajuda-lo (Provérbios 21:1). Ao explicar com claridade todos
os detalhes e os custos da construção, Deus interviu no projeto e lhe favoreceu
(Provérbios 16:1-3; 22.11). Os três
fatores que conduziram Neemias ao sucesso: a mão de Deus, sua sinceridade e sua
disposição. Caminhar com a presença de Deus é o segredo de uma vida bem
sucedida (Êxodo 33:15).
As pessoas respondem de maneira positiva aos testemunhos da obra de Deus
em nossas vidas. Neemias falou da benção de Deus, da visão e da confirmação por
meio das circunstâncias. O povo creu, sua fé foi desafiada pelo que havia
ouvido e, a partir desse momento, o sonho passou a pertencer a todo o povo.
Eles podiam ver o Espírito de Deus na vida de Neemias e estavam prontos a
segui-lo (Neemias 4:6). Neemias nos ensina que bons líderes devem expor com
exatidão o que necessitam que as pessoas façam; que devemos animá-las e
assegurá-las que com a ajuda de Deus tudo é possível alcançar (Neemias 6:15- 16
/ Marcos 9:23 / Lucas 18:27). Conjecture como se Neemias dissesse com todo o
realismo: “Necessito de ajuda, não posso fazer isso sozinho”, e em seu otimismo
também lhes dissesse: “Sei que podemos fazê-lo”.
Quando se necessitou de um líder, ele disse: “Eis-me aqui, envia-me a
mim” (Isaías 6:8). Ele não era construtor, mas abandonou tudo e foi construir.
Não possuía habilidades necessárias para o trabalho, mas tinha um coração
disposto. Deus o escolheu porque era sensível, de confiança e havia se colocado
à disposição. Essas qualidades são uma questão de decisão. Talvez não tenhamos
dons, talentos ou intelecto necessário, mas esses não são os requisitos que Deus
está à procura. Ele busca pessoas que possam crer em si mesmas; pessoas
sensíveis ás necessidades do povo; pessoas de caráter e dignas de confiança,
nas quais Ele possa se apoiar. Quando Neemias se tornou governador, passou a
ter uma grande quantidade de direitos. Ele havia se convertido no homem mais
importante daquelas terras. A única pessoa a quem devia explicações era ao rei,
o qual estava a mil e trezentos quilômetros de distância. Não obstante, ele não
abusou de seu poder. Neemias tinha o valor necessário para resistir às tentações
porque era temente e reverenciava ao Senhor. Neemias amava o povo e disciplinou
a própria vida para mirar somente as recompensas da eternidade (Neemias 5:1-19).
Conclusão
Enquanto muitos se conformam com a situação atual,
outros não querem assumir riscos; enquanto uns se limitam, outros não acreditam
na esperança de algo novo. Neemias alcançou sucesso onde todos fracassaram. Ele
não era somente um grande líder, mas alguém que compreendia os princípios da
motivação.
Participe da EBD deste domingo, 27/12/2015, e descubra você também os segredos para uma vida de fé e atitudes
Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 97 - Editora Betel
Comentarista: Pr. José Fernandes Correia Noleto
Maturidade Espiritual
Lição 13
Comentários Adicionais (em azul):
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Confira todos os estudos postados em nossa página da EBD
Querido irmão Miquéias que o Senhor lhe dê muito mais da sua sabedoria e graça para continuar desempenhando esse trabalho tão importante. Sua dedicação me inspira.
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