Desde a mais tenra idade, Jesus já se destacava como um exímio orador.
Aos doze anos, deixou boquiaberta toda a cúpula da sinagoga em Jerusalém,
explanando com propriedade o livro da lei para aos maiores mestres daquele
tempo. O evangelista Lucas não apenas relata este fato, como testifica sobre o
constante crescimento do menino, em graça e em conhecimento. (Lucas 2:41-52).
Dentro da cultura judaica daquela época, um jovem estava apto a seguir
sua vocação após os vinte anos de idade, mas apenas aos trinta, a sociedade
passava a aceitar sua liderança. Jesus, como homem, respeitou milimetricamente
esta questão cultural, e se lançou na vida pública apenas após completar seu
trigésimo aniversário. Jesus era um
frequentador assíduo da sinagoga, sendo reconhecido por seus pares como um
Rabi, que significa “mestre” (João 13:13). Ele usava a Torá como base didática
e sempre impressionou seus ouvintes por sua autoridade no falar.
Mas foi somente a partir de seu batismo, que Jesus iniciou seu
ministério pessoal, propondo uma revolução espiritual e oferecendo uma visão
inovadora sobre o Reino de Deus, já que sua mensagem se expandia para além da
fria letra da lei. Jesus cuidava em cumprir todos os preceitos estabelecidos
por Moisés, mas almejava que seus ouvintes não amassem a Deus por uma ordenança
legislativa, e sim com inteireza de coração. Sua pregação condenava
veementemente o pecado, mas ao mesmo tempo acolhia calorosamente o pecador com
braços misericordiosos. Jesus expunha as fragilidades do sistema religioso judaico,
e apresentava o caminho prefeito para o Reino dos Céus, que nem sequer passava
perto dos “atalhos” apregoados pelos líderes da religião judaizante.
A mensagem de Jesus era profunda, instigante, veemente, inquietante e
afrontava diretamente inúmeros interesses pessoais de gente mui poderosa. Com
isso, um grande grupo de religiosos influentes se posicionava publicamente
contra o jovem pregador proveniente da pequena cidade de Nazaré. Jesus não se
intimidou. A duração de seu ministério seria extremamente curta, e não havia
tempo a se perder.
Ele fazia valer sua popularidade para ajuntar ao seu redor as multidões,
e as ensinava a amar ao Senhor e ao próximo, com toda a força da alma e com
sinceridade de coração. A mensagem hipócrita dos religiosos era centralizada do
próprio ego, e não lhes interessa a proliferação desta nova filosofia baseada
em igualdade e liberalidade, então era precioso calar o opositor, e inúmeras
foram as tentativas de fariseus e saduceus para silenciar a mensagem de Cristo.
Um homem simples contra muitos poderosos...
Mas Jesus tinha algo especial, que o fazia ser melhor que seus
autodenominados inimigos. Ele era o Filho de Deus, e suas palavras jamais
soaram vazias ou pragmáticas, pois eram acompanhadas de sinais e prodígios
maravilhosos.
Seus feitos percorriam toda a terra, despertando o interesse de um número
cada vez maior de pessoas para a mensagem do Rabi carpinteiro. E por mais que
os religiosos tentassem ofuscar a grandeza do ministério e a importância da
pregação de Jesus se valendo de palavras contra palavras, Cristo suplantava
toda aquela casta opositora através do poder de Deus, que por ele se
manifestava...
Fica bem mais difícil desmerecer a pregação de homem quando ele cura
enfermos, abre olhos de cegos, transforma água em vinho e traz mortos de volta
a vida ...
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