Jó era bom, íntegro,
reto, temente a Deus e se afastava do mal (Jó 1:1). Entretanto, nenhum homem na
história sofreu tantos flagelos quanto ele. No mesmo dia, seus rebanhos foram
roubados, seus empregados assassinados, sua fazenda queimada e seus dez filhos
morreram em um acidente. Para piorar, sua saúde foi duramente atingida,
causando um sofrimento tão angustiante que Jó almejou jamais ter nascido (Jó
3:2). Mesmo ele não sabendo que seus males conspiravam para um propósito muito
maior, sua fé manteve-se inabalável, o que não impediu que seus melhores amigos
“recriminassem” Jó, insinuando que seus infortúnios nada mais eram do que
consequências de atos pecaminosos.
Posteriormente, o profeta Isaías, em um dos
mais belos textos das Escrituras, referindo-se ao Messias, declarou que “verdadeiramente
ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si... E
pelas suas pisaduras somos sarados” (Isaias 53:4-5).
A pergunta que não se
cala, portanto é: Pode um justo padecer com as mazelas da vida, ou todo
mal que sobrevêm ao homem é originário de ações pecaminosas?
Ora, a Bíblia nos dá
respaldo para afirmar que nem todas as enfermidades têm uma origem demoníaca e
que muitos homens de Deus padeceram com dores e debilitações em sua saúde:
Eliseu padeceu de uma
enfermidade que finalmente o levou a morte. (“Estando Eliseu
padecendo da enfermidade de que havia de morrer” - II Reis 13:14).
Timóteo sofria com dores
estomacais. (“Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho,
por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” – I Timóteo
5:23).
Erasto padeceu de uma
doença incurável. (“Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente
em Mileto” - II Timóteo 4:20).
Paulo padecia de um mal
que ele chamou de “espinho na carne”. Apesar de suas orações e súplicas, Deus
não o atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (II Coríntios
12:7-9). Alguns acham que era uma doença nos olhos, já que Paulo se comoveu com
o carinho dos Gálatas, dando testemunho de que, “se possível fora, teríeis
arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gálatas 4:15).
Epafrodito, ficou
gravemente doente quando visitou o apóstolo Paulo. (“[Epafrodito] estava
angustiado porque ouvistes que adoeceu. Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus,
porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu
não tivesse tristeza sobre tristeza” - Filipenses 2:26-27).
Isaque sofria da vista
quando envelheceu, a ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú.(“Tendo-se
envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam” -
Gênesis 27:1).
Na história da igreja
ainda podemos citar outros exemplos:
João Calvino era um
homem acometido com frequência de várias enfermidades.
Edward Irving, chamado o
pai do movimento carismático, ainda jovem, contraiu uma doença fatal.
Adoniran Gordon, um dos
principais líderes do movimento de cura pela fé do século passado, morreu de
bronquite, apesar da sua fé e da fé de seus amigos.
A.B. Simpson, outro
líder do movimento da cura pela fé, morreu de paralisia e arteriosclerose.
John Wimber, o fundador
da igreja Vineyard Fellowship morreu vitimado por um câncer de garganta.
Outros tantos precisam
fazer uso de óculos, para corrigir defeitos na vista, ou aparelho auricular
para melhorar a audição e muitos possuem algum tipo de deficiência em algum
membro do corpo.
Enfermidades vem sim
sobre a vida do cristão fiel, e muitas vezes apesar da oração da fé “salvar” o
doente (Tiago 5:14-15), não é necessariamente da reabilitação do corpo o
alvo do milagre. Jesus em seu ministério se preocupava primeiramente em curar
a alma das pessoas, sendo a cura física apenas um “bônus adicional”.
Que nossa oração por um
enfermo esteja sempre enquadrada na regra de ouro da oração ensinada por Jesus:
- Seja feita a vontade do Pai!
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