segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O cristão pode ficar enfermo?



Jó era bom, íntegro, reto, temente a Deus e se afastava do mal (Jó 1:1). Entretanto, nenhum homem na história sofreu tantos flagelos quanto ele. No mesmo dia, seus rebanhos foram roubados, seus empregados assassinados, sua fazenda queimada e seus dez filhos morreram em um acidente. Para piorar, sua saúde foi duramente atingida, causando um sofrimento tão angustiante que Jó almejou jamais ter nascido (Jó 3:2). Mesmo ele não sabendo que seus males conspiravam para um propósito muito maior, sua fé manteve-se inabalável, o que não impediu que seus melhores amigos “recriminassem” Jó, insinuando que seus infortúnios nada mais eram do que consequências de atos pecaminosos. 

Posteriormente, o profeta Isaías, em um dos mais belos textos das Escrituras, referindo-se ao Messias, declarou que “verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si... E pelas suas pisaduras somos sarados” (Isaias 53:4-5).

A pergunta que não se cala, portanto é: Pode um justo padecer com as mazelas da vida, ou todo mal que sobrevêm ao homem é originário de ações pecaminosas?

Ora, a Bíblia nos dá respaldo para afirmar que nem todas as enfermidades têm uma origem demoníaca e que muitos homens de Deus padeceram com dores e debilitações em sua saúde:

Eliseu padeceu de uma enfermidade que finalmente o levou a morte.  (“Estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer”  - II Reis 13:14). 

Timóteo sofria com dores estomacais.  (“Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” – I Timóteo 5:23).

Erasto padeceu de uma doença incurável. (“Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” - II Timóteo 4:20).

Paulo padecia de um mal que ele chamou de “espinho na carne”. Apesar de suas orações e súplicas, Deus não o atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (II Coríntios 12:7-9). Alguns acham que era uma doença nos olhos, já que Paulo se comoveu com o carinho dos Gálatas, dando testemunho de que, “se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gálatas 4:15).

Epafrodito, ficou gravemente doente quando visitou o apóstolo Paulo. (“[Epafrodito] estava angustiado porque ouvistes que adoeceu. Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza” - Filipenses 2:26-27).

Isaque sofria da vista quando envelheceu, a ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú.(“Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam” - Gênesis 27:1).

Na história da igreja ainda podemos citar outros exemplos:

João Calvino era um homem acometido com frequência de várias enfermidades.

Edward Irving, chamado o pai do movimento carismático, ainda jovem, contraiu uma doença fatal. 

Adoniran Gordon, um dos principais líderes do movimento de cura pela fé do século passado, morreu de bronquite, apesar da sua fé e da fé de seus amigos.

A.B. Simpson, outro líder do movimento da cura pela fé, morreu de paralisia e arteriosclerose.

John Wimber, o fundador da igreja Vineyard Fellowship morreu vitimado por um câncer de garganta.

Outros tantos precisam fazer uso de óculos, para corrigir defeitos na vista, ou aparelho auricular para melhorar a audição e muitos possuem algum tipo de deficiência em algum membro do corpo.

Enfermidades vem sim sobre a vida do cristão fiel, e muitas vezes apesar da oração da fé “salvar” o doente (Tiago 5:14-15), não é necessariamente da reabilitação do corpo o alvo do milagre. Jesus em seu ministério se preocupava primeiramente em curar a alma das pessoas, sendo a cura física apenas um “bônus adicional”. 

Que nossa oração por um enfermo esteja sempre enquadrada na regra de ouro da oração ensinada por Jesus: - Seja feita a vontade do Pai!


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