Na noite deste domingo, 15 de
maio de 2016, além da alegria de celebrarmos a Santa Ceia do Senhor, ainda
recebemos um grandioso presente dos céus, com a ministração do Pr. Anderson
Fagundes, diretamente de Balneário Camboriú (Santa Catarina), que nos trouxe
uma palavra de aconselhamento e exortação.
Gêneses 3 e Números 11, narram
história de épocas distantes, com personagens diferentes, enredos adversos, mas
idênticos em sua essência. No primeiro relato, encontramos um casal desejoso
para comer do fruto proibido plantado no Jardim, e no segundo, encontramos um
povo cedendo ao desejo de comer as iguarias do Egito.
Quando Deus colocou Adão e Eva
no Jardim do Éden, deu-lhes permissão para desfrutar de cada recanto daquele
paraíso, e saborear cada fruto que aquela terra produzia. Apenas uma arvore
lhes fora vetada, da qual nascia um fruto que daria a quem o comesse,
conhecimento do bem e do mal. Infelizmente, tudo que é proibido se torna uma
ferramenta na mão de Satanás, e o inimigo logo viu naquele fruto, uma
oportunidade para tentar a humanidade. Para tal, ele se apresenta através de
uma serpente, animal até então belo e majestoso. As palavras ardilosas soaram
adocicadas aos ouvidos de Eva, que intencionalmente comeu o fruto sobre o qual
existia uma promessa de morte. Adão faz o mesmo que sua mulher, e então, as
portas estavam abertas para o pecado.
Destituídos de sua inocência, Adão
e Eva perceberam que estavam nus. Envergonhados e cheios de temor, eles fugiram
da face do Senhor, se escondendo entre a vegetação para não olhar nos olhos de
Deus. Por aquele pecado, a humanidade estava condenada. Mas Deus não deixaria
as coisas terminarem assim. Ele imolou um cordeiro e com a pele, confeccionou
roupas para o primeiro casal. Depois, abriu as portas do Éden e lhes deu o
mundo, para que vivenciassem o mal, que tanto quiseram conhecer. Porém, antes
que o Jardim fosse lacrado, uma promessa foi feita pelo próprio Criador: - Da
semente da mulher, nascerá aquele que pisará na cabeça da serpente!
Desde então, inúmeros sacrifícios
foram realizados, e milhares de cordeiros morreram simbolizando a obra da cruz.
Em Abarão, Deus testemunhou a dor de sacrificar o próprio filho pela
humanidade.
Deus ordena a Abraão que
sacrifique em um altar o seu único e amado filho (Gêneses 22:2). O
patriarca não replica e sai em direção ao monte Moriá, obedecendo, sem
restrições, à ordem divina. Sacrificar Isaque em Moriá não era uma tarefa fácil
para Abraão. Era simplesmente assustador. Todavia, seria no cume daquele monte que
receberia a maior revelação de sua vida (João 8:51-58). Antes de chegar a
Moriá, Abraão segue alguns passos interessantes, que revelam as atitudes do
coração de um adorador. Qual a pessoa que levantaria de madrugada para
sacrificar o próprio filho em obediência a Deus?
Parece incrível, mas o Senhor
pediu exatamente o que havia dado como promessa a Abraão por sua lealdade e
obediência. Durante vinte e cinco anos, ele sonhou em ser pai e, quando já era
da idade de cem anos, sem qualquer possibilidade humana, Deus interveio na
situação e gerou do ventre estéril de Sara o filho da promessa. O que pensaria
Sara a respeito da atitude de Abraão? A
longa jornada até Moriá foi fúnebre e silenciosa. Cada passo dado aproximava
pai e filho de um destino cruel. A inocente ignorância do olhar de Isaque
contrastava como os olhos pesarosos de Abraão. Ele estava certo que no alto da
montanha, teria que tirar a vida do próprio filho, parti-lo ao meio, escorrer o
sangue e depois queimar seu corpo. Mas enquanto pensava na morte, Abraão se
enchia de vida.
Ele se lembrava das promessas
de Deus, e como o Senhor tinha sido fiel no cumprimento de cada uma delas. Sua
fé se potencializava na obediência e o “vale da sombra da morte” ganhava
contornos de esperança. Pouco a pouco uma certeza imergiu do coração de Abraão
como um facho de luz nas trevas: Ainda que das cinzas, Deus vai
trazer Isaque de volta para vida! Neste instante, mesmo sem
saber, a fé de Abraão já tinha sido provada e aprovada. Ele havia chegado a um
patamar espiritual que sequer imaginava ser capaz. Mas
Deus reconhecia este potencial, e o sacrifício de Isaque serviu para
provar ao próprio Abraão o tamanho de sua fé e até onde ele estava disposto a
ir para obedecer.
Deus se sentiu assim ao ver
Cristo rumando para a cruz. Um Pai assistindo a morte do próprio filho. Mas
ambos, o doador e o doado, o sacrificante e o sacrifício, pensavam no homem, e
se mantinham leais à promessa feita no Jardim... Jesus sofreu flagelos indescritíveis,
arcando com o pecado do mundo... Deus nos céus estava atônito contemplando o calvário
de seu unigênito. Mas nenhuma dor seria capaz de interromper aquele sacrifício de
amor.
Mesmo assim, ainda hoje, somos
como Adão e Eva no Jardim, ou os israelitas no deserto, desejando o proibido e
querendo abraçar um passado do qual Deus já nos libertou... Nossas ações,
porém, não fazem o Cristo “fechar” seus braços. Apesar de nossos pecados e
afrontas, Ele continua lá, no alto do monte, de braços abertos para receber a
todo pecador que se arrepende...
Deus honra suas promessas, e
nossa infidelidade não interferem em sua palavra fiel e eternal. Se invertermos uma cruz, ela se parece com uma
espada. No monte da caveira, a cruz estava fincada no chão, que absorvia todo o
sangue vertido no calvário. O Cristo ferido, feria a cabeça da serpente. Deus
triunfava vitoriosamente sobre o mal, e Cristo nos reconciliava novamente com
Deus.
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