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terça-feira, 7 de junho de 2016

Testemunho - Não foram os minutos (Luis Felipe Pavan)




Dia 19 de maio de 2001, a cidade toda estava em festa, pois Estiva Gerbi comemorava seu nono aniversário de emancipação política. Eu tinha por volta de sete anos de idade, e naquela manhã, minha mão me levou para assistir ao desfile cívico, onde também poderia brincar nos brinquedos disponibilizados no local.

Voltamos para casa por volta das 10:00 horas, onde cheguei com o cadarço de meu tênis desamarrado.

Lembro-me de passar pelo portão, e entrar no quintal todo empolgado, pois a adrenalina ainda não tinha abaixado. Pisei no cadarço e cai bruscamente, batendo o cotovelo num pedaço de concreto, sofrendo assim, uma fratura no braço esquerdo.

Minha mãe amarrou uma camisa no local do ferimento, e pediu a um vizinho que me socorresse. Ele nos levou até o pronto socorro municipal, onde fiquei por cerca de duas horas sob o efeito de dipirona, aguardando o atendimento médico.

Foram horas de desespero, oriundo de uma dor insuportável e angustiante. Enfim, fomos atendidos e levados para a Santa Casa de Mogi Guçu, onde fui submetido a um procedimento cirúrgico para inserção de pinos metálicos, para que o osso pudesse “colar” outra vez.

Foram mais de cinco horas dentro do centro cirúrgico, e assim que o procedimento foi encerrado, o médico chamou minha mãe para conversar, e disse a ela que se eu tivesse chegado na Santa Casa quinze minutos depois, seria impossível colocar os ossos em seus devidos lugares com perfeição, pois o líquido de irriga o local estaria completamente seco, e assim, os ossos não se colariam mais.

Neste caso, eu teria que ficar para o resto da vida com o braço pendurado, sem poder movimenta-lo.

Fiquei internado por sete dias, devido ao inchaço no meu ombro, em decorrência da agressividade da cirurgia. Mas graças a Deus, tudo acabou dando certo e voltando ao normal. Não sinto nenhuma dor no local, e tenho todos os movimentos perfeitos.

Hoje entendo que não foram os “15 minutos” que salvaram o meu braço, e sim a mão do Todo Poderoso.

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