Dwight Lyman Moody nasceu em 5 de fevereiro
de 1837, numa pequena herdade perto da vila de Northfile, e era filho de pais
pobres, mas descendentes dos nobres puritanos, que primeiramente colonizaram a
América do Norte. Os pais de Moody tiveram nove filhos, dos quais ele foi o
sexto. Falencendo o pai de Moody,quando este tinha apenas seis anos, sua mãe
ficou nas mais precárias condições, para tratar de si e de sua numerosa prole. Por
este motivo Moody, desde tenra idade, foi habituado a rudes trabalhos, para
concorrer com o pequeno contingente, ao sustento de todos; e isso, adicionado à
educação religiosa que lhe deu sua piedosa mãe, concorreu grandemente para
formar nele um corpo forte e resistente e um caráter moral de grande
envergadura.
Cedo teve a convicção de que Deus o chamava
a coisas mais elevadas do que à vida simples da roça. Aos 17 anos deixou o lar
materno, para ir à cidade de Boston em busca de uma vida mais ampla,de acordo
com as suas aspirações. Depois de ter durante uma semana percorrido em vão as
ruas de Boston em procura de trabalho conseguiu, afinal, obter um lugar de
caixeiro na loja de calçados de seu tio, de nome Samuel Bolton, mas sob a
condição de que iria todos os domingos à igreja, faria parte da escola
Dominical e que nunca iria a um lugar de que tivesse vergonha que sua mãe
soubesse. Religiosamente educado como já estava, Moody só podia aceitar tal
condição com o melhor agrado. A igreja que começou a freqüentar foi a
congregação de Mount Vernon, da qual era o pastor o dr.Eduardo Kirk. Foi
arrolado numa classe de jovens da qual era o professor Eduardo Kimball.
Desde logo Moody demonstrou extraordinária
aptidão para o negócio. Ativo, atencioso e cortês para com os fregueses, em
breve se tornou o empregado mais popular da casa, adquirindo numerosa freguesia
que preferia ser por ele servida. A mesma dedicação manifestou na escola
dominical. Grangeou logo, pelo vivo interesse manifestado na classe, a mais
profunda simpatia por parte de seu professor, o citado sr. Kimball, que notou,
não obstante Moody manifestar viva apreciação pela escola dominical, e um espírito
muito religioso, ainda não tinha experimentado em sua alma a obra regeneradora
do Espírito Santo. Numa palavra, ainda não era cristão de fato, motivo pelo que
se decidiu a falar-lhe muito particularmente.
Depois de muita oração pelo bom êxito de
sua tentativa, Kimball dirigiu-se à loja de Bolton, a fim de falar com Moody acerca
da sua salvação. Encontrou Moody nos fundos da loja, embrulhando uma caixa de
calçados e, sem mais preâmbulos, pôs-lhe a mão no ombro e foi-lhe falando no
grande assunto. Foi um momento solene, tanto um como para o outro. Mas o epílogo
não tardou, porque Moody, sem demora nem hesitação, resolveu entregar o seu
coração a Jesus. Desde aquele momento a sua vida se transformou por completo. A
religião, que até aquela data seguia, como um dever, tornou-se-lhe o seu maior
prazer, e isto até o fim da sua vida. Referindo-se ao acontecimento, ele mesmo
assim se exprimiu: ¨Antes da minha
conversão, eu caminhava para a cruz; depois, partia da cruz para o mundo,
buscando os que se achavam perdido.
Em maio de 1855, Moody se apresentou como
candidato a membro da igreja, à qual assistia; mas os oficiais da mesma, não se
dando por satisfeitos, com a sua profissão de fé, adiaram a sua recepção. Em
março do ano seguinte de novo se apresentou à igreja, sendo então aceito. O que
nesta ocasião mais o recomendou foi a sua dedicação à leitura da Bíblia, e a
oração desde a primeira vez que se manifestara convertido. E estas duas coisas
caracterizaram toda a sua vida de crente.
Como já dissemos, era muito ativo e
empreendedor, vindo mais uma vez esta qualidade a manifestar-se no fato de que,
após dois anos de trabalho na loja de seu tio, acharam que seria melhor ir para
Chicago, cidade mais nova, e que crescia de modo assombroso; e em 1856 lá
estava instalado, cheio de radiosa esperanças. A primeira coisa, entretanto,
que fez foi procurar o povo de Deus, e identificar-se com ele. Empregou-se numa
casa de calçados, onde foi muito feliz, e tanto prosperava que lhe apareceu
fácil adquirir fortuna dentro de poucos anos.
A mesma dedicação que manifestava no
negócio nos dias da semana, demonstrava na igreja nos dias de domingo. De manhã
trabalhava com afã, convidando pessoas a irem ao culto; e de tarde se esforçava
em arranjar alunos para a escola dominical, que funcionava em um ponto de
pregação. Foi tão bem sucedido em seus esforços em prol desta escola, que
resolveu estabelecer uma outra num outro bairro da cidade, a qual tanto
prosperou que veio torna-se uma igreja hoje de fama mundial, conhecida como a
"Igreja de Moody". Os seus esforços em prol das escolas dominicais
começaram então a desdobrar-se e a multiplicar-se porque teve uma larga
previsão do valor que ofereciam às igrejas e à causa de Jesus no mundo; e
pode-se dizer que o grande impulso moderno dado a esta fase do trabalho cristão
lhe é devido.
A princípio se sentia muito embaraçado para
pregar, não obstante o desejo ardente que nutria pela salvação dos pecadores; e
chegou a fazer tão triste figura, que os diáconos da igreja sentiram
necessidade de dizer-lhe francamente, que não tentasse mais falar em público, porque
não tinha o dom da palavra, e podia melhor servir a Deus silenciando, do que
falando.
O que mais embaraçava Moody era a sua absoluta falta de preparo. Torturava de tal modo a gramática e patenteava tanta ignorância acerca das Escrituras, que chegava a tornar-se ridículo. Apesar disso não se resignava a ficar calado; sentia dentro de si um impulso tão poderoso de pregar Cristo aos pecadores, que se não o fizesse, certamente explodiria, como a carga de dinamite tocada pela fagulha.
O que mais embaraçava Moody era a sua absoluta falta de preparo. Torturava de tal modo a gramática e patenteava tanta ignorância acerca das Escrituras, que chegava a tornar-se ridículo. Apesar disso não se resignava a ficar calado; sentia dentro de si um impulso tão poderoso de pregar Cristo aos pecadores, que se não o fizesse, certamente explodiria, como a carga de dinamite tocada pela fagulha.
Por isso, não fazendo caso da situação
desairosa que se criava, ia pregando o Evangelho, do melhor modo que podia
fazer. E este zelo não se manifestava só para a pregação em público; tinha o
mesmo zelo quanto ao pregar ao indivíduo. Anunciava o Evangelho a todos que
conhecia; e mais do que isso: abordava frequentemente pessoas desconhecida, ás quais
perguntavam se eram crentes e as convidava a unirem-se em oração consigo e a
aceitarem Jesus como único Salvador.
Naturalmente um servo de DEUS, tão possuído
do desejo de salvação de almas, não podia tardar em entregar-se completamente à
santa e bendita obra do ministério cristão. Efetivamente resolveu deixar o
emprego e entregar-se exclusivamente ao trabalho espiritual, vivendo das
economias que tinha reunido. Sem autorização de qualquer igreja ou corporação,
sem apoio moral e material de quem quer que fosse, mas tão somente obedecendo à
voz de Deus, que lhe falava ao coração, começou aquela vida de serviço, que se
tornou um portento na causa de Mestre Jesus.
Duas coisas que muito preocupava Moody: um interso desejo de se aprofundar mais e mais nos segredos da Palavra de Deus, e de se revestir do poder divino, para melhor executar a obra que se propusera a fazer.
Depois de por certo tempo se ocupar em
várias fases do trabalho evangélico, resolveu ir passar dois meses na
Inglaterra, para ver de perto os homens mais reconhecidamente espirituais, como
George Müller, Charles Spurgeon e outros. Foi ali que ouviu uma declaração que
por assim dizer, imprimiu a direção de sua vida do evangelista. Ei-la "O mundo ainda não viu o que Deus pode
fazer com um homem, que inteiramente se rendesse a ele. Meditando em tão
estranha asserção, disse consigo mesmo: " Eu serei esse homem."
E desde aquele momento até o fim de sua
vida, todo o seu afã foi glorificar a Deus em tudo. O sucesso do seu trabalho
fala eloquentemente da sinceridade da sua determinação, se bem que só Deus sabe
se atingiu ou não o ideal proposto.
Mais ou menos por aquele tempo, Moody
encontrou-se com Ira D. Sankey, em Pennsylvania, a quem ouviu cantar um solo.
Ouvindo-o Moody ficou encantado e tratou de convencer Sankey de que devia acompanhá-lo
nas suas excursões evangelísticas, para dirigia a parte musical dos cultos.
Partiu dele a criação de um hinário evangélico, mais apropriado do que o então
existente, culminando na riquíssima coleção hoje universalmente conhecido com o
mesmo nome de Ira D. Sankey, a principal adotada em todas as igrejas evangélicas
tradicionais. Este hinário, de que Moody era o proprietário, chegou a tão
elevava reputação e uso, que tanto seu autor como seu proprietário poderiam ter
ficado riquíssimos se o quisessem; mas, em vez de reservarem para si e seus
herdeiros o lucro da publicação, que já em 1931 já era superior a mais de dois milhões
de dólares, doados a diversas instituições beneficentes fundadas pelo mesmo
Moody.
O ardente zelo evangélico de Moody, e seu
desejo de privar com os homens proeminentemente espirituais, levou-o mais uma
vez de visita à Grã-Bretanha. Chegando que foi a Londres, foi surpreendido com
um convite do Rev. Teófilo Lessey, pastor de uma igreja do norte de Londres
para pregar na mesma igreja no domingo próximo de manhã e de noite, convite que
Moody aceitou. Na pregação da manhã Moody sentiu bastante dificuldade o que
muito o entristeceu; mas de noite a coisa foi inteiramente diferente. O
ambiente parecia carregado dum poder estranho, o auditório manifestou se
impressionadíssimo ouvindo as palavras de Moody com avidez jamais vista. Quando
no fim do seu sermão, Moody deu oportunidade aos que desejassem manifestar-se
ao lado de Cristo, todo o auditório, a uma, se pôs de pé, fenômeno este
precursor de um grande avivamento naquela igreja, resultando na conversão de
cerca de 500 almas em uma só noite. O próprio evangelista ficou estupefato com
tão maravilhoso resultado e tratou de descobri-lhe as causas
Aquela igreja tinha como membros duas
irmãs, das quais uma era muito ativa na igreja, mas a outra, como era paralítica,
nada podendo fazer que exigisse atividades físicas, limitava seus esforços à
oração, serviço, entretanto, bendito e capaz de trazer benefícios inúmeros à
causa de Cristo. Esta senhora, tendo lido em alguns jornais de certas
conferencias de Moody muito abençoadas, em certa cidade americana, começou a
orar que Deus de qualquer modo o trouxesse à sua igreja, e a sua pregação nela
fosse ricamente abençoada.
Quando esta senhora soube que Moody,
naquele domingo de manhã tinha pregado na sua igreja, como Maria ao ouvir a
saudação do anjo, magnificou a Deus, por ter respondido tão visivelmente as
suas orações. Esta senhora se chamava Marianne Adlard. O avivamento naquela
igreja foram as primícias dos frutos copiosos da vida ministerial de Moody, que
consistiram na salvação de muitos milhares de almas, e maior consagração de
milhões de crentes na Inglaterra, Escócia, Irlanda, Estados Unidos e algures.
Após dois anos trabalhando na Grã-Bretanha,
Moody regressou aos Estados Unidos, fixando residência em Northfield, perto do
lugar onde nascera, onde também comprou uma pequena herdade que foi o início de
um grandioso empreendimento, com a fundação de dois excelentes colégios - um
para educação de moças pobres, que ficou conhecido como o colégio de Northfiel;
e o outro para educação de moços pobres, ao qual foi dado o nome de Mount
Hermon. Este dois colégios são importantíssimos, e o valor de suas propriedades
monta a vários milhões de dólares. Milhares de jovens, de recursos limitados,
anualmente cursam estes colégios, mesmo porque neles, não são aceitos filhos de
pais ricos.
Durante quatro meses do ano, de julho a
setembro, alguns dos edifícios de Northfield servem de alojamento a membros de
todas as denominações evangélicas, que vão assistir às conferências anuais para
cultivo da vida espiritual. Nessa ocasião fazem-se ouvir ali os mais
proeminentes pregadores e expositores bíblicos dos Estados Unidos e Inglaterra.
Em conexão com a igreja, hoje conhecida por "Igreja de Moody", em Chicago o mesmo Moody fundou um Instituto Bíblico apra preparo de moços e moças, que desejassem consagrar suas vidas ao trabalho do Senhor na pátria e no estrangeiro. Esse empreendimento, como os demais, tem sido grandemente abençoado. Segundo o relatório de 1916, nada menos de 3.000 jovens de ambos os sexos, de 20 diferentes países, foram matriculados no dito Instituto.
Em conexão com a igreja, hoje conhecida por "Igreja de Moody", em Chicago o mesmo Moody fundou um Instituto Bíblico apra preparo de moços e moças, que desejassem consagrar suas vidas ao trabalho do Senhor na pátria e no estrangeiro. Esse empreendimento, como os demais, tem sido grandemente abençoado. Segundo o relatório de 1916, nada menos de 3.000 jovens de ambos os sexos, de 20 diferentes países, foram matriculados no dito Instituto.
Na mesma cidade, Moody fundou uma casa
editora, para promover a circulação de literatura evangélica a preço módico. O
mesmo Moody escreveu 16 volumes que tem sido publicados pela dita casa, em
edições avultadas. Além destas, a casa editora tem publicado muitas outras
obras de grande auxilio espiritual. Calcula-se que, durante a vida de Moody,
mais ou menos, cem milhões de pessoas ouviram ou leram sermões seus.
Na volta de sua última viagem à Inglaterra,
Moody passou por uma grande experiência, que bem patenteou o seu extraordinário
poder da oração. Embarcara ele em companhia de seu filho mais velho, a bordo de
vapor "Spree", do Llyd Alemão de Bremen. Três dias depois da saída,
já em alto mar, e quando o navio navegava com toda a potencialidade de suas
máquinas, ouviu-se grande estampido, imediatamente seguido de grande choque e
parada súbta do navio. Verificou-se então com horror que o eixo da hélice
partira, fazendo grande rombo no navio, pelo qual a água entrava
impetuosamente, ameaçando afundá-lo em poucos minutos. A marinhagem correu a isolar
aquele compartimento dos demais em frente ao rombo, para assim evitar o
afundamento; mas, depois de esgotados todos os esforços, parecia que não
restava outra sorte ao navio senão o naufrágio; e aos passageiros e
tripulantes, a morte certa. Num mar grandemente agitado, a 350 léguas da costa,
com 700 almas a bordo, a expectativa era horrível.
Aos pouco, o navio adernava pela pôpa,
levantando a prôa; continuando, entretanto, a flutuar, mas arrastado à mercê
das ondas furiosas. A confusão a bordo era naturalmente indescritível; todos
contavam ser aqueles os últimos instantes de sua existência. Neste momento,
Moody convidou todas as pessoas a reunirem-se no salão principal, para uma
reunião de oração, convite logo aceito por todas aquelas 700 pessoas de várias
religiões. Leu então e comentou os Salmos 91 e 107:20-31, e depois foram feitas
várias orações. Seguiu-se uma grande calma e todos se tranquilizaram, não
obstante o perigo não ter passado.
No dia seguinte viram aproximar-se um vapor
inglês, que viajava de Montreal, Canadá, para Liverpool. Sendo chamado, correu
a prestar socorro. O "Lake-Huron" levou o "Spree" a reboque
até Queentown, onde todos os náufragos saltaram, sete dias após terem
embarcado. Foi isto um verdadeiro milagre.
Moody faleceu em 22 de dezembro de 1899,
com 62 anos de idade. As suas últimas palavras foram: "A TERRA RECUA E OS
CÉUS SE ME ABREM". A sua vida de crente demonstrou o poder
divino no homem que a Deus se consagra sem reserva. A graça de Deus tomou um
jovem pobre, iletrado sem posição social, e fez dele um dos maiores pregadores,
um dos maiores sábios, um dos maiores empreendedores, um dos maiores santos que
o mundo jamais viu.
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