terça-feira, 12 de julho de 2016

Biografia - Dwight Lyman Moody




Dwight Lyman Moody nasceu em 5 de fevereiro de 1837, numa pequena herdade perto da vila de Northfile, e era filho de pais pobres, mas descendentes dos nobres puritanos, que primeiramente colonizaram a América do Norte. Os pais de Moody tiveram nove filhos, dos quais ele foi o sexto. Falencendo o pai de Moody,quando este tinha apenas seis anos, sua mãe ficou nas mais precárias condições, para tratar de si e de sua numerosa prole. Por este motivo Moody, desde tenra idade, foi habituado a rudes trabalhos, para concorrer com o pequeno contingente, ao sustento de todos; e isso, adicionado à educação religiosa que lhe deu sua piedosa mãe, concorreu grandemente para formar nele um corpo forte e resistente e um caráter moral de grande envergadura.

Cedo teve a convicção de que Deus o chamava a coisas mais elevadas do que à vida simples da roça. Aos 17 anos deixou o lar materno, para ir à cidade de Boston em busca de uma vida mais ampla,de acordo com as suas aspirações. Depois de ter durante uma semana percorrido em vão as ruas de Boston em procura de trabalho conseguiu, afinal, obter um lugar de caixeiro na loja de calçados de seu tio, de nome Samuel Bolton, mas sob a condição de que iria todos os domingos à igreja, faria parte da escola Dominical e que nunca iria a um lugar de que tivesse vergonha que sua mãe soubesse. Religiosamente educado como já estava, Moody só podia aceitar tal condição com o melhor agrado. A igreja que começou a freqüentar foi a congregação de Mount Vernon, da qual era o pastor o dr.Eduardo Kirk. Foi arrolado numa classe de jovens da qual era o professor Eduardo Kimball.

Desde logo Moody demonstrou extraordinária aptidão para o negócio. Ativo, atencioso e cortês para com os fregueses, em breve se tornou o empregado mais popular da casa, adquirindo numerosa freguesia que preferia ser por ele servida. A mesma dedicação manifestou na escola dominical. Grangeou logo, pelo vivo interesse manifestado na classe, a mais profunda simpatia por parte de seu professor, o citado sr. Kimball, que notou, não obstante Moody manifestar viva apreciação pela escola dominical, e um espírito muito religioso, ainda não tinha experimentado em sua alma a obra regeneradora do Espírito Santo. Numa palavra, ainda não era cristão de fato, motivo pelo que se decidiu a falar-lhe muito particularmente.

Depois de muita oração pelo bom êxito de sua tentativa, Kimball dirigiu-se à loja de Bolton, a fim de falar com Moody acerca da sua salvação. Encontrou Moody nos fundos da loja, embrulhando uma caixa de calçados e, sem mais preâmbulos, pôs-lhe a mão no ombro e foi-lhe falando no grande assunto. Foi um momento solene, tanto um como para o outro. Mas o epílogo não tardou, porque Moody, sem demora nem hesitação, resolveu entregar o seu coração a Jesus. Desde aquele momento a sua vida se transformou por completo. A religião, que até aquela data seguia, como um dever, tornou-se-lhe o seu maior prazer, e isto até o fim da sua vida. Referindo-se ao acontecimento, ele mesmo assim se exprimiu: ¨Antes da minha conversão, eu caminhava para a cruz; depois, partia da cruz para o mundo, buscando os que se achavam perdido.

Em maio de 1855, Moody se apresentou como candidato a membro da igreja, à qual assistia; mas os oficiais da mesma, não se dando por satisfeitos, com a sua profissão de fé, adiaram a sua recepção. Em março do ano seguinte de novo se apresentou à igreja, sendo então aceito. O que nesta ocasião mais o recomendou foi a sua dedicação à leitura da Bíblia, e a oração desde a primeira vez que se manifestara convertido. E estas duas coisas caracterizaram toda a sua vida de crente.

Como já dissemos, era muito ativo e empreendedor, vindo mais uma vez esta qualidade a manifestar-se no fato de que, após dois anos de trabalho na loja de seu tio, acharam que seria melhor ir para Chicago, cidade mais nova, e que crescia de modo assombroso; e em 1856 lá estava instalado, cheio de radiosa esperanças. A primeira coisa, entretanto, que fez foi procurar o povo de Deus, e identificar-se com ele. Empregou-se numa casa de calçados, onde foi muito feliz, e tanto prosperava que lhe apareceu fácil adquirir fortuna dentro de poucos anos.

A mesma dedicação que manifestava no negócio nos dias da semana, demonstrava na igreja nos dias de domingo. De manhã trabalhava com afã, convidando pessoas a irem ao culto; e de tarde se esforçava em arranjar alunos para a escola dominical, que funcionava em um ponto de pregação. Foi tão bem sucedido em seus esforços em prol desta escola, que resolveu estabelecer uma outra num outro bairro da cidade, a qual tanto prosperou que veio torna-se uma igreja hoje de fama mundial, conhecida como a "Igreja de Moody". Os seus esforços em prol das escolas dominicais começaram então a desdobrar-se e a multiplicar-se porque teve uma larga previsão do valor que ofereciam às igrejas e à causa de Jesus no mundo; e pode-se dizer que o grande impulso moderno dado a esta fase do trabalho cristão lhe é devido.

A princípio se sentia muito embaraçado para pregar, não obstante o desejo ardente que nutria pela salvação dos pecadores; e chegou a fazer tão triste figura, que os diáconos da igreja sentiram necessidade de dizer-lhe francamente, que não tentasse mais falar em público, porque não tinha o dom da palavra, e podia melhor servir a Deus silenciando, do que falando.
O que mais embaraçava Moody era a sua absoluta falta de preparo. Torturava de tal modo a gramática e patenteava tanta ignorância acerca das Escrituras, que chegava a tornar-se ridículo. Apesar disso não se resignava a ficar calado; sentia dentro de si um impulso tão poderoso de pregar Cristo aos pecadores, que se não o fizesse, certamente explodiria, como a carga de dinamite tocada pela fagulha.

Por isso, não fazendo caso da situação desairosa que se criava, ia pregando o Evangelho, do melhor modo que podia fazer. E este zelo não se manifestava só para a pregação em público; tinha o mesmo zelo quanto ao pregar ao indivíduo. Anunciava o Evangelho a todos que conhecia; e mais do que isso: abordava frequentemente pessoas desconhecida, ás quais perguntavam se eram crentes e as convidava a unirem-se em oração consigo e a aceitarem Jesus como único Salvador.

Naturalmente um servo de DEUS, tão possuído do desejo de salvação de almas, não podia tardar em entregar-se completamente à santa e bendita obra do ministério cristão. Efetivamente resolveu deixar o emprego e entregar-se exclusivamente ao trabalho espiritual, vivendo das economias que tinha reunido. Sem autorização de qualquer igreja ou corporação, sem apoio moral e material de quem quer que fosse, mas tão somente obedecendo à voz de Deus, que lhe falava ao coração, começou aquela vida de serviço, que se tornou um portento na causa de Mestre Jesus.

Duas coisas que muito preocupava Moody: um interso desejo de se aprofundar mais e mais nos segredos da Palavra de Deus, e de se revestir do poder divino, para melhor executar a obra que se propusera a fazer.

Depois de por certo tempo se ocupar em várias fases do trabalho evangélico, resolveu ir passar dois meses na Inglaterra, para ver de perto os homens mais reconhecidamente espirituais, como George Müller, Charles Spurgeon e outros. Foi ali que ouviu uma declaração que por assim dizer, imprimiu a direção de sua vida do evangelista. Ei-la "O mundo ainda não viu o que Deus pode fazer com um homem, que inteiramente se rendesse a ele. Meditando em tão estranha asserção, disse consigo mesmo: " Eu serei esse homem."

E desde aquele momento até o fim de sua vida, todo o seu afã foi glorificar a Deus em tudo. O sucesso do seu trabalho fala eloquentemente da sinceridade da sua determinação, se bem que só Deus sabe se atingiu ou não o ideal proposto.

Mais ou menos por aquele tempo, Moody encontrou-se com Ira D. Sankey, em Pennsylvania, a quem ouviu cantar um solo. Ouvindo-o Moody ficou encantado e tratou de convencer Sankey de que devia acompanhá-lo nas suas excursões evangelísticas, para dirigia a parte musical dos cultos. Partiu dele a criação de um hinário evangélico, mais apropriado do que o então existente, culminando na riquíssima coleção hoje universalmente conhecido com o mesmo nome de Ira D. Sankey, a principal adotada em todas as igrejas evangélicas tradicionais. Este hinário, de que Moody era o proprietário, chegou a tão elevava reputação e uso, que tanto seu autor como seu proprietário poderiam ter ficado riquíssimos se o quisessem; mas, em vez de reservarem para si e seus herdeiros o lucro da publicação, que já em 1931 já era superior a mais de dois milhões de dólares, doados a diversas instituições beneficentes fundadas pelo mesmo Moody.

O ardente zelo evangélico de Moody, e seu desejo de privar com os homens proeminentemente espirituais, levou-o mais uma vez de visita à Grã-Bretanha. Chegando que foi a Londres, foi surpreendido com um convite do Rev. Teófilo Lessey, pastor de uma igreja do norte de Londres para pregar na mesma igreja no domingo próximo de manhã e de noite, convite que Moody aceitou. Na pregação da manhã Moody sentiu bastante dificuldade o que muito o entristeceu; mas de noite a coisa foi inteiramente diferente. O ambiente parecia carregado dum poder estranho, o auditório manifestou se impressionadíssimo ouvindo as palavras de Moody com avidez jamais vista. Quando no fim do seu sermão, Moody deu oportunidade aos que desejassem manifestar-se ao lado de Cristo, todo o auditório, a uma, se pôs de pé, fenômeno este precursor de um grande avivamento naquela igreja, resultando na conversão de cerca de 500 almas em uma só noite. O próprio evangelista ficou estupefato com tão maravilhoso resultado e tratou de descobri-lhe as causas

Aquela igreja tinha como membros duas irmãs, das quais uma era muito ativa na igreja, mas a outra, como era paralítica, nada podendo fazer que exigisse atividades físicas, limitava seus esforços à oração, serviço, entretanto, bendito e capaz de trazer benefícios inúmeros à causa de Cristo. Esta senhora, tendo lido em alguns jornais de certas conferencias de Moody muito abençoadas, em certa cidade americana, começou a orar que Deus de qualquer modo o trouxesse à sua igreja, e a sua pregação nela fosse ricamente abençoada.

Quando esta senhora soube que Moody, naquele domingo de manhã tinha pregado na sua igreja, como Maria ao ouvir a saudação do anjo, magnificou a Deus, por ter respondido tão visivelmente as suas orações. Esta senhora se chamava Marianne Adlard. O avivamento naquela igreja foram as primícias dos frutos copiosos da vida ministerial de Moody, que consistiram na salvação de muitos milhares de almas, e maior consagração de milhões de crentes na Inglaterra, Escócia, Irlanda, Estados Unidos e algures.

Após dois anos trabalhando na Grã-Bretanha, Moody regressou aos Estados Unidos, fixando residência em Northfield, perto do lugar onde nascera, onde também comprou uma pequena herdade que foi o início de um grandioso empreendimento, com a fundação de dois excelentes colégios - um para educação de moças pobres, que ficou conhecido como o colégio de Northfiel; e o outro para educação de moços pobres, ao qual foi dado o nome de Mount Hermon. Este dois colégios são importantíssimos, e o valor de suas propriedades monta a vários milhões de dólares. Milhares de jovens, de recursos limitados, anualmente cursam estes colégios, mesmo porque neles, não são aceitos filhos de pais ricos.

Durante quatro meses do ano, de julho a setembro, alguns dos edifícios de Northfield servem de alojamento a membros de todas as denominações evangélicas, que vão assistir às conferências anuais para cultivo da vida espiritual. Nessa ocasião fazem-se ouvir ali os mais proeminentes pregadores e expositores bíblicos dos Estados Unidos e Inglaterra.
Em conexão com a igreja, hoje conhecida por "Igreja de Moody", em Chicago o mesmo Moody fundou um Instituto Bíblico apra preparo de moços e moças, que desejassem consagrar suas vidas ao trabalho do Senhor na pátria e no estrangeiro. Esse empreendimento, como os demais, tem sido grandemente abençoado. Segundo o relatório de 1916, nada menos de 3.000 jovens de ambos os sexos, de 20 diferentes países, foram matriculados no dito Instituto.

Na mesma cidade, Moody fundou uma casa editora, para promover a circulação de literatura evangélica a preço módico. O mesmo Moody escreveu 16 volumes que tem sido publicados pela dita casa, em edições avultadas. Além destas, a casa editora tem publicado muitas outras obras de grande auxilio espiritual. Calcula-se que, durante a vida de Moody, mais ou menos, cem milhões de pessoas ouviram ou leram sermões seus.

Na volta de sua última viagem à Inglaterra, Moody passou por uma grande experiência, que bem patenteou o seu extraordinário poder da oração. Embarcara ele em companhia de seu filho mais velho, a bordo de vapor "Spree", do Llyd Alemão de Bremen. Três dias depois da saída, já em alto mar, e quando o navio navegava com toda a potencialidade de suas máquinas, ouviu-se grande estampido, imediatamente seguido de grande choque e parada súbta do navio. Verificou-se então com horror que o eixo da hélice partira, fazendo grande rombo no navio, pelo qual a água entrava impetuosamente, ameaçando afundá-lo em poucos minutos. A marinhagem correu a isolar aquele compartimento dos demais em frente ao rombo, para assim evitar o afundamento; mas, depois de esgotados todos os esforços, parecia que não restava outra sorte ao navio senão o naufrágio; e aos passageiros e tripulantes, a morte certa. Num mar grandemente agitado, a 350 léguas da costa, com 700 almas a bordo, a expectativa era horrível.

Aos pouco, o navio adernava pela pôpa, levantando a prôa; continuando, entretanto, a flutuar, mas arrastado à mercê das ondas furiosas. A confusão a bordo era naturalmente indescritível; todos contavam ser aqueles os últimos instantes de sua existência. Neste momento, Moody convidou todas as pessoas a reunirem-se no salão principal, para uma reunião de oração, convite logo aceito por todas aquelas 700 pessoas de várias religiões. Leu então e comentou os Salmos 91 e 107:20-31, e depois foram feitas várias orações. Seguiu-se uma grande calma e todos se tranquilizaram, não obstante o perigo não ter passado.

No dia seguinte viram aproximar-se um vapor inglês, que viajava de Montreal, Canadá, para Liverpool. Sendo chamado, correu a prestar socorro. O "Lake-Huron" levou o "Spree" a reboque até Queentown, onde todos os náufragos saltaram, sete dias após terem embarcado. Foi isto um verdadeiro milagre.

Moody faleceu em 22 de dezembro de 1899, com 62 anos de idade. As suas últimas palavras foram: "A TERRA RECUA E OS CÉUS SE ME ABREM". A sua vida de crente demonstrou o poder divino no homem que a Deus se consagra sem reserva. A graça de Deus tomou um jovem pobre, iletrado sem posição social, e fez dele um dos maiores pregadores, um dos maiores sábios, um dos maiores empreendedores, um dos maiores santos que o mundo jamais viu.


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